man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Walk The Moon – What If Nothing
Os norte americanos Walk The Moon de Nicholas Petricca estão finalmente de regresso aos discos após um hiato algo prolongado. Impressionaram em 2012 com um espetacular homónimo cheio de canções com refrões acessíveis e aditivos e melodias dançáveis e paisagens sonoras atmosféricas onde ecoavam guitarras, tambores e batidas, uma receita que está de regresso de modo ainda mais aprimorado e exuberante em What If Nothing, o disco que esta banda oriunda de Cincinnati lançou a dez de novembro último.
Produzido por Mike Crossey e Mike Elizondo, What If Nothing tem o selo da RCA Records e coloca este quarteto norte-americano no trilho da pop mais efervescente, sintética e luminosa, algumas vezes até com diversos tiques do r&b em ponto de mira, como é o caso de Press Restart, mas também a olhar de frente e com notória gula para o rock mais anguloso e expansivo. Assim, não faltam aqui canções a apelarem às pistas e à criatividade dos remisturadores, outras a pedirem um punho firme e cerrado e ainda diversos instantes que convidam à introspeção e, no melhor pano, canções que fazem uma súmula de toda esta amálgama sonora certamente controlada em que os Walk The Moon se movem.
É indubitável a capacidades destes Walk The Moon em olharem para o lado estético daquela pop algo negra e belicosa, feita de batidas algo minimais e sintetizadores impregnados de efeitos repletos de charme, mas eles também são exímios a navegar em águas banhadas por cordas exemplarmente eletrificadas e carregadas de fuzz e distorção. E, na sequência deste modus operandi, não terá sido inocente a escolha dos dois primeiros singles a retirar do álbum. Assim, se em Kamikaze temos um feliz exemplar do primeiro género de canções cuja bitola é, pouco depois, reforçada pelo arsenal sintético que sustenta a exuberância de All Night, já Headphones não reprime nenhum impulso na hora de puxar pelo red line e, impressionando pela crueza e pela rugosidade, tem ainda o bónus de contar com o elevado protagonismo do baixo na arquitetura sua melódica. Depois, canções como a épica e efervescente All I Want ou Tiger Teeth, uma lindíssima balada onde sobressai um piano sintetizado que acompanha com mestria aquele efeito agridoce com que Petricca costuma adornar a sua voz quando quer transmitir algo mais profundo, acabam por nos proporcionar a tal junção estética que tem como grande e constante motor o reviver de marcas típicas do rock nova iorquino do fim da década de setenta e, simultaneamente, o ressuscitar de referências mais clássicas, consentâneas com a própria pop psicadélica, sendo indisfarçável, ao longo das treze canções do registo, a busca constante de melodias agradáveis e marcantes, mas também ricas em detalhes e texturas.
São vários os territórios sonoros onde os Walk The Moon se sentem como peixe na água, estabelecendo definitivamente neste trabalho o vasto leque de influências que sempre moldaram uma carreira livre de constrangimentos ou de obediência direta a uma determinada bitola sonora mais específica, até porque em What If Nothing aquilo que não falta é um som intrincado mas cativante e pleno de texturas psicadélicas que, simultaneamente, nos alegra e nos conduz à diversão, com uma sobriedade distinta e focada numa instrumentação diversificada e impecavelmente produzida. Espero que aprecies a sugestão...
01. Press Restart
02. Headphones
03. One Foot
04. Surrender
05. All I Want
06. All Night
07. Kamikaze
08. Tiger Teeth
09. Sound Of Awakening
10. Feels Good To Be High
11. Can’t Sleep (Wolves)
12. In My Mind
13. Lost In The Wild