man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
They Might Be Giants – I Like Fun
Já aclamados com dois Grammys e detentores de três décadas e meia de uma exemplar carreira, os They Might Be Giants de John Flansburgh, John Linnell, Dan Miller, Danny Weinkauf e Marty Beller, estão de regresso aos discos com I Like Fun, o vigésimo álbum desta banda de rock alternativo de Massachusetts. Produzido e misturado por Patrick Dillett (St. Vincent, David Byrne, Mary J. Blige, The National, Donald Fagen) nos estúdios Reservoir, é um disco que tem a particularidade de ter no seu alinhamento vários temas que se inserem numa iniciativa da banda chamada Dial-A-Song Project, que teve início já na decada de oitenta. Este recurso permite ligarmos para um número de telefone que nos oferece a audição de um tema da banda, com I Like Fun a conter uma base de canções regularmente partilhadas com os visitantes.
Se analisarmos com distanciamento e amplitude a história do universo indie, facilmente chegaremos à conclusão que os They Might Be Giants são um grupo de músicos com um vasto conhecimento das bases do indie rock e um dos nomes essenciais deste universo cultural sonoro das últimas décadas. E merecem amplo destaque porque conseguiram sempre ser originais, dentro do quadro musical que faz parte do ADN da banda e que se sustenta na busca de sonoridades estranhas, bizarras e inovadoras. I Like Fun é mais uma prova concreta da excentricidade deste grupo, da rara graça como os seus membros combinam e manipulam, com sentido melódico e lúdico, a estrutura de uma canção, no fundo, um esforço indisciplinado, infantil e claramente emocional, mas bem sucedido de se manterem à tona de água na lista das bandas imprescindíveis para contar a história contemporânea do rock alternativo.
I Like Fun é um exercício poético de muitos contrastes, uma viagem divertida e ligeira que oferece ao ouvinte um amplo espetro sonoro que se estende entre a pop luminosa de I Left My Body ou a lamechice de Push Back The Hands e Lake Monsters, além do rock vintage sessentista de This Microphone e o rock de cariz mais alternativo audível nas guitarras que conduzem By The Time You Get This, sem descurar alguns aspetos essenciais do punk rock, claramente esplanados em All Time What e na inebriante e corrosiva An Insult To The Fact Checkers, mas também daquela blues sulista que o piano de Mrs. Bluebeard replica com um acerto e uma luminosidade invulgares. E, qual cereja no topo do bolo desta alegoria pop, também não falta um trajeto curioso de cariz mais experimental e eminentemente progressivo em When The Light Comes On.
Assim, do frenesim rock à psicadelia, passando pelo rock mais progressivo, não faltam neste alinhamento piscares de olho a toda a herança não só da própria banda como da história do rock nas últimas décadas, havendo sempre espaço para o sarcasmo e o humor que tão bem carateriza a dupla que lidera este projeto. De facto, os They Might Be Giants não perderam a capacidade de escrever belas canções no universo das coisas estranhas que fazem apenas parte do universo temático da banda e demonstram essa virtude de modo cativante e com uma salutar criatividade e elevada imaginação. Espero que aprecies a sugestão...
01. Let’s Get This Over With
02. I Left My Body
03. All Time What
04. By The Time You Get This
05. An Insult To The Fact Checkers
06. Mrs. Bluebeard
07. I Like Fun
08. Push Back The Hands
09. This Microphone
10. The Bright Side
11. When The Light Comes On
12. Lake Monsters
13. Mccafferty’s Bib
14. The Greatest
15. Last Wave