man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Foxing – Foxing
Em dois mil e vinte e três os aclamados Foxing celebraram uma década do lançamento do seu disco de estreia Albatross, considerado hoje um verdadeiro clássico do emo rock norte-americano contemporâneo. No entanto, a banda formada pelo vocalista Conor Murphy, o guitarrista Eric Hudson, o baterista Jon Hellwig e o baixista Brett Torrence, o mais recente membro, não ficou presa ao passado e tem já um novo disco nos escaparates. É um homónimo com doze canções, produzido e misturado por Hudson, o guitarrista e que viu a luz do dia com a chancela da Grand Paradise.
Foxing sucede ao aclamado álbum Draw Down The Moon, que o grupo natural de St. Louis, no Missouri, lançou em dois mil e vinte e um e mantém o projeto na senda de uma sonoridade que consegue, em pouco mais de alguns segundos, passar do caótico e abrasivo, ao profundamente melancólico e planante, sempre com um travo tremendamente lisérgico, utilizando um processo criativo que tem tanto de inédito e pouco usual, como de profundamente atrativo e catártico. É, na sua génese, uma opção racional focada no uso coerente e intencional do ruido, direcionando-o para um propósito previamente delineado e que olha para o mesmo como uma virtude e uma porta aberta a inúmeras e bem sucedidas possibilidades criativas. De facto, o som dos Foxing incomoda a espaços, também embala em certos períodos, mas a verdade é que, de uma forma ou de outra, nunca deixa de ter em si algo de comovente e instintivamente magnético.
Foxing ganha vida no leitor físico ou digital e logo no perfil simultaneamente lo fi e depois contundentemente cavernoso de Secret History, percebemos, com prontidão, que nos espera uma imponente e vertiginosa parada de emo rock experimental e progressivo, que ganha contornos de excelência no manancial lisérgico de cordas abrasivas, distorções incontroladas e detalhes percussivos da mais variada proveniência de Greyhound, tudo rematado exemplarmente com o inconfundível falsete de Murphy, uma das imagens de marca de todo o alinhamento, diga-se. Depois, Hell 99, a segunda composição do álbum, uma canção vigorosa, crua, caótica, efusiva, rugosa, frenética, contundente e, principalmente, abrasiva, já agora cantada pelo guitarrista Eric Hudson e que reflete sobre a sensação de fadiga extrema e de burnout, amplifica ainda mais o grau de imponência e de profusão sonora e a profunda emotividade lírica do registo, com os gritos de Eric a quererem personificar aquele desejo que todos nós temos, amiúde, de deitar cá para fora tudo aquilo que nos asfixia e abafa.
Com um início tão ofegante, seco e ríspido, chegamos, em Spit, aquele instante em que temos de decidir se ficamos por aqui e não damos nem uma segunda oportunidade ao disco, ou se não resistimos a essa tentação fácil e seguimos em frente, inevitavelmente até ao ocaso de Foxing. E a verdade é que o travo narcótico da canção tem esse efeito de nos prender, até porque a curiosidade em relação ao que ainda poderá vir a seguir, é algo que se sente com uma clareza pouco usual nos dias de hoje.
O eco agudo do som sintetizado repetitivo que introduz Cleaning, a canção com o perfil mais etéreo e experimental do disco, o inesperado travo indie de Barking e os bips percussivos que se cruzam com a bateria na explosiva Kentucky McDonald's parecem conter, nesta sequência, criada certamente para ser o âmago conceptual do registo, uma espécie de código sagrado que, se conseguirmos decifrar, nos faz aceder ao mundo alternativo que os Foxing consideram ser o melhor refúgio e a alternativa mais segura relativamente ao mundo real em que coexistimos.
Imponência e verticalidade na abordagem ao rock mais efusivo e um olhar anguloso a uma salutar epicidade, são também ideias que assaltam o ouvinte mais atento no final da audição de um disco que se assume como um catálogo obrigatório dentro das propostas mais contemporâneas que abordam aquele rock progressivo que tem feito escola no outro lado do atlântico nas últimas três décadas. E diga-se, em abono da verdade, que esta banda norte-americana assume-se, sem qualquer receio e com Foxing, como um projeto porta estandarte de um subgénero do rock que tem tido um airplay cada vez menor depois do período aúreo que viveu no dealbar do novo século, mas que ainda agrega, feizmente, uma legião fiel e devota de seguidores. Espero que aprecies a sugestão...
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Foxing - Greyhound
Em dois mil e vinte e três os aclamados Foxing celebraram uma década do lançamento do seu disco de estreia Albatross, considerado hoje um verdadeiro clássico do emo rock norte-americano contemporâneo. No entanto, a banda formada pelo vocalista Conor Murphy, o guitarrista Eric Hudson, o baterista Jon Hellwig e o baixista Brett Torrence, o mais recente membro, não ficou presa ao passado e tem já um novo disco pronto. É um homónimo com doze canções, produzido e misturado por Hudson, o guitarrista e que vai ver a luz do dia a treze de setembro, com a chancela da Grand Paradise.
Greyhound é o primeiro avanço revelado do alinhamento de Foxing, um disco que sucede ao aclamado álbum Draw Down The Moon, que o grupo natural de St. Louis, no Missouri, lançou em dois mil e vinte e um.
Greyhound é uma imponente e vertiginosa parada de emo rock experimental e progressivo, um manancial lisérgico de cordas abrasivas, distorções incontroladas, detalhes percussivos da mais variada proveniência e o inconfundível falsete de Murphy, caraterísticas bem vincadas de uma identidade sonora muito própria e que define, sem sombra de dúvida, o melhor adn deste quarteto,
São, em suma, pouco mais de oito minutos que contêm uma espécie de código sagrado que, se conseguirmos decifrar, nos possibilita acedermos ao mundo paralelo que os Foxing consideram ser o melhor refúgio e a alternativa mais segura relativamente ao mundo real em que coexistimos. Confere Greyhound e o artwork e a tracklist de Foxing...
Secret History
Hell 99
Split
Greyhound
Barking
Kentucky McDonald’s
Looks Like Nothing
Gratitude
Dead Cat
Dead Internet
Hall Of Frozen Heads
Cry Baby
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Foxing – Nearer My God
Três anos depois do muito recomendável Dealer, os Foxing de Conor Murphy, Ricky Sampson, Jon Hellwig e Eric Hudson, estão de regresso aos discos com Nearer My God, o terceiro registo discográfico do grupo, dez canções que viram a luz do dia a dez de agosto último à boleia da Triple Crown Records e que foram produzidas por Chris Walla, antigo membro dos Death Cab For Cutie.
Imponência e verticalidade na abordagem ao rock mais efusivo e de olhar anguloso a uma salutar epicidade, são duas ideias que assaltam o ouvinte mais atento logo em Grand Paradise, um tema conduzido por guitarras angulares plenas de riffs efusivos e ruidosos e que acaba por ser uma porta de entrada impressiva para um disco que se assume como um dos mais interessantes dentro das propostas recentes que abordam aquele rock progressivo que tem feito escola no outro lado do atlântico nas últimas três décadas. E esta banda de Saint Louis, no Missouri, parece querer assumir-se como porta estandarte de um subgénero do rock que tem tido um airplay cada vez menor depois do período aúreo que viveu no dealbar do novo século.
Nearer My God avança sem concessões no que concerne ao grau de imponência e de profusão sonora e na profunda emotividade lírica do single Slapstick, um tema que fala de dois amigos que dependem um do outro para viverem e o modo como nessa canção o piano se cruza com as guitarras, percebe-se que os Foxing são exímios também no modo como contemplam o mundo que os rodeia e dissertam sobre algumas das suas maiores fraquezas e inquietações. Aliás, Conor Murphy considera que o mundo, tal como o conhecemos, está nas ruas da amargura social e económica e que vivemos todos a bordo de um navio prestes a afundar-se. Esse navio é a sociedade ocidental contemporânea dita civilizada e Nearer My God, tal como o título indica, pode servir como manual de escape ao cataclismo. O falsete à capella nos momentos iniciais de Lich Prince, antes de chegarem as cordas distorcidas e a bateria imponente e o falsete passar a berro, são apenas mais dois sinais sonoros de aviso urgente e, ao mesmo tempo, duas caraterísticas bem vincadas de uma identidade sonora muito própria, um emo rock que, pouco depois, nas sintetizações amarguradas de Five Cups e no frenesim algo cru e intuitivo de Gameshark, uma canção onde os sons de fundo típicos de jogos de computador são uma das suas nuances mais curiosas, se assume como bandeira para quem quiser trilhar outros caminhos menos sinuosos e mais próximos de uma espécie de espiritualidade que os Foxing aconselham vivamente a ser vivenciada caso ainda queiramos escapar da inevitabilidade e contribuir para o bem comum. O eco das batidas de Heartbeat e os bips telegráficos que se cruzam com o piano em Trapped In Dillard’s parecem conter, na sua sequência, uma espécie de código sagrado que, se conseguirmos decifrar, nos possibilita acedermos ao mundo alternativo que os Foxing consideram ser o melhor refúgio e a alternativa mais segura relativamente ao mundo real em que coexistimos. Espero que aprecies a sugestão...
01. Grand Paradise
02. Slapstick
03. Lich Prince
04. Gameshark
05. Nearer My God
06. Five Cups
07. Heartbeats
08. Trapped In Dillard’s
09. Bastardizer
10. Crown Candy
11. Won’t Drown
12. Lambert