Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


Steve Queralt – Messengers (feat. Verity Susman)

Quarta-feira, 11.06.25

Membro dos míticos Ride, o britânico Steve Queralt prepara-se para dar início à sua carreira a solo com Swallow, o primeiro disco em nome próprio do baixista natural de Londres, um alinhamento de nove canções misturadas por Matthew Simms, colega de Steve nos Ride e que vai ver a luz do dia já depois de amanhã, dia treze de junho, com a chancela da Sonic Cathedral.

Steve Queralt Ride Swallow

Messengers, canção que conta com a participação especial vocal de Verity Susman, é o mais recente single retirado do alinhamento de Swallow. Trata-se de um verdadeiro tratado de post punk lisérgico, instrumentalmente intenso e rico, com um início contemplativo e divagante, mas que depois ganha têmpora e vigor à boleia de guitarras inebriantes, abrasivas e sempre um nível de distorção e de eletrificação exemplar, sintetizações cósmicas e um registo percussivo frenético e algo hipnótico. Confere Messengers e a tracklist de Swallow...

Mission Creep
Lonely Town feat. Emma Anderson
High Teens
A Porsche Shaped Hole
Swiss Air feat. Emma Anderson
I Don’t Know How To Sing
Messengers feat. Verity Susman
1988
Motor Boats

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 16:38

Mint Julep – Holding On

Terça-feira, 03.06.25

Quase década e meia depois do registo Save Your Season, a dupla norte-americana Mint Julep, natural de Portland, no Oregon e formada pelos irmãos Hollie e Keith Kenniff, está de regresso ao nosso radar devido a Holding On, um novo single desta dupla entusiasta da eletrónica, mas que também não renega a inclusão de alguns elementos acústicos nas suas criações sonoras.

É neste mescla feliz entre o orgânico e o sintético que assenta Holding On, tema alimentado por batidas sintéticas que mobilizam um delicioso fluxo dançante, apimentado pelo tom sóbrio da voz de Hollie e pelas guitarras e sintetizadores nebulosos de Keith, num resultado final suave e algo lisérgico, mas também bastante assertivo e cativante. Confere...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 18:27

Preoccupations – Ill At Ease

Segunda-feira, 12.05.25

Pouco mais de dois anos depois do espetacular registo Arrangements, o projeto canadiano Preoccupations, formado por Matt Flegel, Mike Wallace, Scott Munro e Daniel Christiansen, que já se chamou Viet Cong ainda nesta vida e que tem estado permanentemente na linha da frente da reinvenção do rock, volta a distribuir jogo em dois mil e vinte e cinco com Ill At Ease, um alinhamento de oito canções que viu ontem a luz do dia, com a chancela da Born Losers, a etiqueta do próprio grupo, que cessou a sua ligação à Jagjaguwar.

Preoccupations Announce New Album Arrangements, Share New Song “Ricochet”:  Listen | Pitchfork

Mestres em replicar um som de forte cariz urbano e industrial, um perfil interpretativo que ali, algures entre o apogeu do punk rock oitocentista e o enganador ocaso daquele krautrock que ganhou forma e sustento na década anterior, encarnado, à época, num vaivem transatlântico entre Berlim e a costa leste dos Estados Unidos, os Preoccupations são, claramente, um dos projetos mais excitantes da atualidade dentro do espetro sonoro em que se movimentam.

Neste seu novo álbum, logo no frenesim enleante e hipnótico de Focus, um tema vibrante, efusivo e repleto de efeitos sintéticos de forte cariz retro e com uma ímpar tonalidade abrasiva, os canadianos mostram, com vigor, ao que vêm e de que tempero se coze Ill At Ease, um alinhamento de oito canções que mostram o modo impressivo como os Preoccupations voltam a querer estar na vanguarda da indução de novas nuances e conceitos estilísticos a um género sonoro demasiado abrangente para se poder dizer que são diminutas as possibilidades de lhe acrescentar algo de novo e diferente.

De facto, logo nos diversos entalhes percurssivos que dão vida a Bastards, uma rapidinha rebelde encharcada em nostalgia e no modo como Ill At Ease, uma canção que reflete sobre aquela sensação que todos já experimentámos de acordarmos e ainda não sabermos muito bem se já acabámos de sonhar e que assenta a sua base melódica, apelativa e radiofónica, numa batida sintética abrasiva, que vai recebendo minuciosamente vários efeitos de elevado travo metálico e guitarras com elevada inspiração oitocentista, como convém a um projeto que coloca o pós punk na linha da frente, deixamos de duvidar que os Preoccupations estão de facto na vanguarda do renascimento de um tipo de sonoridade que diz muito à minha geração, mas que também encantará, certamente, todos aqueles que, não tendo vivido esses tempos, apreciam o modo como hoje também é possível transformar rispidez visceral em algo de extremamente sedutor e apelativo.

Até ao ocaso de Ill At Ease, as cordas ecoantes de Retrograde, inflamadas por diversos efeitos cavernosos, a epicidade fulgurante das guitarras abrasivas que sustentam Andromeda, a bateria seca e os entalhes metálicos que marcam Panic e as primorosas sintetizações que dão  indispensável tempero às cordas efervescentes que sustentam dois prodígios melódicos encarnados chamados Sken e Krem2, ficamos convencidos da imponência de um disco transcendente e que fere porque atinge o âmago, mesmo que, a espaços, se sirva de uma matriz sonora algo esquizofrénica e fortemente combativa, mas que, no fundo, purifica e frutifica novos detalhes, nessa tal mistura exemplar entre post punk e shoegaze.

Não há, na música dos Preoccupations, uma busca pela indução no ouvinte de estados de alma límpidos, puros e aconchegantes e esse é, mesmo que alguns discordem, um dos grandes atributos deste projeto de Calgary. Ill At Ease é mais uma marca qualitativa de superior calibre desta permissa, porque traduz um saudável experimentalismo, feito à boleia de um exercício sonoro catárquico, onde reina uma certa megalomania e uma saudável monstruosidade agressiva, tudo isto aliado a um curioso sentido de estética, que fascina e seduz. Espero que aprecies a sugestão...

01. Focus
02. Bastards
03. Ill At Ease
04. Retrograde
05. Andromeda
06. Panic
07. Sken
08. Krem 2

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 15:23

Cassettes On Tape – The Narrows vs Night Drive

Sexta-feira, 02.05.25

Há doze anos que vamos atualizando neste espaço de crítica e divulgação musical, cada novidade sonora dos Cassettes On Tape, uma banda post punk de Chicago formada por Joe Kozak (guitarras e voz), Greg Kozak (baixo e voz), Shyam Telikicherla (guitarras e voz) e Chris Jepson (bateria). Deram o pontapé de saída há pouco mais de uma década com os eps Cathedrals (2012) e Murmurations (2014) e estrearam-se nos lançamentos discográficos em formato longa duração em dois mil e dezassete com Anywhere, dez canções produzidas e misturadas por Jamie Carter no Atlas Studio e na Pie Holden Suite, em Chicago e masterizadas por Carl Saff.

Em plena primavera de dois mil e vinte e cinco os Cassettes On Tape estão de regresso ao nosso radar devido a The Narrows e Night Drive, duas novas canções do grupo, que surgem na sequência de um reinício do processo criativo do projeto em dois mil e vinte e dois, depois de uma espécie de hiato, com duas novas canções que, já nesse ano, lançaram rumores de poder estar para breve um novo disco do grupo. Os temas chamavam-se Pinks And Greys e Summer In Three e ambos assentavam numa receita assertiva que, olhando com gula para a simbiose de legados deixados por nomes como Ian Curtis ou Robert Plant e não descurando a habitual cadência proporcionada pela tríade baixo, guitarra e bateria e uma outra tendência mais virada para a psicadelia, primavam por um sofisticado bom gosto melódico, com forte impressão oitocentista.

Depois, já em pleno outono desse mesmo ano, os Cassettes On Tape voltaram às luzes da ribalta com um naipe de novas canções. Começaram por divulgar um novo tema intitulado Hopeful Sludge, dias depois voltaram à carga com High Water e, já em dois mil e vinte e três, chegaram à nossa redação Summer Ghost e Alright Already.

Em dois mil e vinte e quatro, e sem a confirmação de um novo álbum, os Cassettes On Tape, voltaram a revelar uma fornada de novas composições, sendo a última Blue Nine, um tema de forte pendor nostálgico, que voltou a colocar os Cassettes On Tape a olharem com gula para o melhor rock alternativo oitocentista, com a herança dos míticos The Sound a surgir logo na retina assim que se começou a escutar a composição.

Agora, com estas duas novas canções, The Narrows e Night Drive, o grupo de Chicago mantém firme o adn que sustenta o seu catálogo musical, apostando todas as fichas num shoegaze nostálgico com algum travo progressivo e melodicamente astuto, já que são temas que mantêm firme a tonalidade lo fi rugosa e impulsiva que carateriza o projeto, sem deixarem de exalar o sempre indispensável vigor sentimental. Confere...

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 13:48

Born Ruffians – Supersonic Man EP

Segunda-feira, 31.03.25

Depois de uma sequência de temas divulgados em dois mil e vinte e um e no ano seguinte, os canadianos Born Ruffians de Luke Lalonde, Mitch DeRosier e Steve Hamelin, voltam a mostrar intensa atividade e a chamar novamente a nossa atenção devido a um EP com quatro temas intitulado Supersonic Man, que antecipa um novo disco do projeto, intitulado Beauty’s Pride, que deverá ver a luz do dia a seis de junho, com a chancela da Wavy Haze Records.

Beauty's Pride | Born Ruffians

Gravadas com a ajuda do produtor Roger Leavens e misturadas por Gus Van Go (Metric, The Beaches), estas quatro novas canções dos Born Ruffians são um excelente aperitivo para um disco que será uma obra conceptual sobre a experiência recente da paternidade, vivida por Luke Lalonde, pai há pouco mais de um ano. Todas as composições do disco terão presente essa novidade, começando logo por Supersonic Man, um tema que, metaforicamente, se debruça sobre as primeiras experiências vividas por um alien humanóide que acaba de chegar ao nosso planeta e que, na opinião do vocalista e guitarrista, pode muito bem ser o seu filho.

Sonoramente, no shoegaze cósmico do tema homónimo, uma canção que os Oasis poderão vir a recriar lá para dois mil e sessenta e sete, no clima épico e vibrante de Mean Time, no intenso perfil radiofónico consistente de Let You Down e no excelente indie pop em que se sustenta What A Ride, todas as canções deste EP têm um brilho lisérgico único, sendo adornadas por sintetizações borbulhantes, que vão recebendo diversos timbres de cordas, acústicos e eletrificados, geralmente responsáveis pela condução melódica das mesmas. O registo vocal ecoante de Luke tem sempre um perfil bastante emotivo e, para rematar, um imponente baixo ajuda a conferir brilho e vigor à medida que os temas cimentam o seu elevado cariz confessional.

Como seria de esperar, Supersonic Man EP é um extraordinário aperitivo para um álbum que deverá, uma vez mais, focar-se, em jeito de influência, no período mais áureo daquele experimentalismo setentista que tanto dava enorme ênfase ao vigor das cordas, como à opção por arsenais instrumentais de proveniências menos orgânicas e, em simultâneo, comprovar porque é que os Born Ruffians são unanimemente aceites como fiéis sustentáculos de uma permissa revivalista sonora, plena de atitude e de firmeza. Espero que aprecies a sugestão...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 17:44

Magic Wands – Moonshadow

Quarta-feira, 26.03.25

Os Magic Wands são de Los Angeles e formaram-se em dois mil e oito quando Chris descobriu o myspace de Dexy Valentine, onde ouviu uma canção chamada Teenage Love e, desde logo, resolveu contactá-la. Pouco tempo depois Dexy mudou-se para Nashville e começaram a escrever música juntos, sendo o nome da banda uma alusão à capacidade de ambos conseguirem trabalhar e escrever música como equipa, apesar de viverem em lados opostos dos Estados Unidos. Ainda nesse ano de dois mil e oito a dupla assinou pela Bright Antenna e editaram o primeiro EP, intitulado Magic Love & Dreams, gravado em Nova Iorque com o produtor John Hill. Na primavera de dois mil e doze editaram o disco de estreia, um registo chamado Aloha Moon que, oito anos depois, em dois mil e vinte, ganhou sucessor, um álbum intitulado Illuminate, que foi dissecado por cá nos últimos dias desse ano.

Magic Wands Share New Single "Moonshadow"

Entretanto, o ano passado, em plena primavera, os Magic Wands, que também contam na formação com o baterista Pablo Amador, regressaram com um novo compêndio de doze canções intitulado Switch, que nos remetiam para aquele universo oitocentista bem balizado e com caraterísticas bastante peculiares e únicas, aquele rock com forte pendor nostálgico, feito com diversas camadas de guitarras, mudanças rítmicas constantes e um registo vocal geralmente abafado, nuances que voltam a ser as pedras basilares de Moonshadow, o novo single do projeto e primeiro avanço de um novo disco da banda, com o mesmo nome, que vai ver a luz do dia no verão, com a chancela da Metropolis Records.

Em Moonshadow, o baixo encorpado de Joy e o cavernoso efeito planante que se entrelaça com a voz de Dexy, é uma porta escancarada, para este adn dos Magic Wands, cada vez mais impregnado com um polimento e uma majestosidade claramente superiores. De facto, Moonshadow comprova que o grande elogio que se pode fazer a estes Magic Wands é a capacidade que têm de agregar diferentes géneros e influências e, com essa amálgama impecavelmente organizada, incubarem um som com forte cariz identitário que tanto consegue ser enérgico, como etéreo e sempre bastante texturizado numa paleta vasta de efeitos, timbres e distorções, com a voz marcante de Dexy Valentine a ser o principal elementos agregador de toda esta trama conceptual. Confere...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 13:33

Black Moth Super Rainbow - Open The Fucking Fantasy

Sexta-feira, 07.03.25

Sedeados na Pensilvânia, os norte-americanos Black Moth Super Rainbow são um dos nomes fundamentais do rock psicadélico deste milénio. Chamaram a nossa atenção em dois mil e dezoito com o registo Panic Blooms e estão de regresso com o sucessor, um alinhamento de dez canções intitulado Soft New Magic Dream, que vai ver a luz do dia em junho com a chancela da Rad Cult Recordings.

Open The Fucking Fantasy, a canção que abre o alinhamento de Soft New Magic Dream, é o primeiro single retirado de um disco que a banda descreve como uma coleção de canções de amor estranhas. É uma inebriante e lisérgica canção, alimentada por teclados cósmicos, um efeito vocal ecoante pleno de acidez e guitarras que consomem um combustível eletrificado que inflama raios flamejantes que cortam a direito, sem dó nem piedade. Confere Open The Fucking Fantasy e o artwork e a tracklist de Soft New Magic Dream...

Open The Fucking Fantasy
All 2 Of Us
Tastebud
Demon’s Glue
The Dripping Royalty
Brain Waster
The Eyes In Season
Unknown Potion
Wet Spot Dare
Sea Of Hair

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 17:40

The KVB – Black Is Black (Los Bravos cover)

Quarta-feira, 05.03.25

Os londrinos The KVB construiram na última década um firme reputação que permite afirmar, com toda a segurança, que são, atualmente, uma das melhores bandas a apostar na herança do krautrock e do garage rock, aliados com o pós punk britânico dos anos oitenta. Formados pela dupla Nicholas Wood e Kat Day, os The KVB deram nas vistas em dois mil e dezoito com o registo Only Now Forever, criaram semelhante impacto no ano seguinte com o EP Submersion e no verão de dois mil e vinte e três enriqueceram ainda mais o seu catálogo à custa de Artefacts (Reimaginings From The Original Psychedelic Era), um disco que teve a chancela da Cleopatra Records, uma etiqueta independente sedeada em Los Angeles.

THE KVB – ” Overload “ | The Fat Angel Sings

Agora, quase no início da primavera de dois mil e vinte e cinco, os The KVB regressam ao nosso radar devido a uma cover que criaram para Black Is Black, um original com mais de meio século de vida, assinado pela banda espanhola Los Bravos que, curiosamente, era encabeçada por um cantor alemão chamado Michael Kogel.

A nova roupagem que os The KVB criaram para esta canção, que foi o primeiro grande sucesso internacional alternativo espanhol, contém, obviamente, um perfil sonoro mais contemporâneo, mas igualmente imponente e enleante, com o fuzz das guitarras e algumas sintetizações abrasivas a serem o grande atributo de uma cover que, como seria de esperar, espreita perigosamente, e ainda bem, uma sonoridade muito próxima da pura psicadelia. Confere...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 13:44

Sea Shapes - Run

Domingo, 02.03.25

Desde dois mil e vinte e três que temos estado muito atentos a um projeto oriundo do cenário indie e alternativo nova iorquino, que começa a emergir de modo bastante sugestivo e que captou definitivamente o nosso interesse com um EP de quatro canções chamado A Question Of Balance. Eram os Sea Shapes, com origem no bairro de Queens da cidade que nunca dorme e que estiveram no nosso radar em dois mil e vinte e quatro devido a uma série de singles que revelaram na sua página bandcamp.

Depois de ter aterrado na nossa redação, há cerca de um mês, o tema I Can't Go Back, agora temos para escuta mais uma nova composição deste curioso e algo misterioso grupo, intitulada RUN. É um tema com um perfil sonoro de forte cariz nostálgico, já que o efeito ecoante da guitarra e o registo arritmado da bateria, remetem-nos, desde logo, para os primórdios daquele punk rock lisérgico que bandas como os Cure ajudaram a florescer no início dos anos oitenta do século passado. RUN é, em suma,  mais um soporífero com forte travo lisérgico, que espreita perigosamente uma sonoridade muito próxima da pura psicadelia. Confere...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 18:41

bdrmm – Microtonic

Sexta-feira, 28.02.25

Já está nos escaparates Microtonic, o terceiro disco de originais dos britânicos bdrmm de Ryan Smith, Jordan Smith, Joe Vickers, Danny Hull e Luke Irvin. Microtonic sucede ao álbum I Don't Know, que a banda natural de Hull lançou no verão de dois mil e vinte e três, depois de se terem estreado no formato longa duração com o registo homónimo Bedroom, em dois mil e vinte.

bdrmm microtonic review

pic by Stew Baxter

Gravado com a ajuda de Alex Greaves, habitual colaborador dos bdrmm, Microtonic tem a chancela da Rock Action, etiqueta dos Mogwai e conta com os contributos de nomes como Sydney Minsky Sargeant dos Working Men’s Club e Olivesque dos Nightbus. As suas dez composições comprovam o cada vez maior grau de ecletismo de um projeto que começou por navegar nas águas turvas de um punk rock ecoante e com forte pendor lo fi para, meia década depois da estreia, olhar com cada vez maior gula para as infinitas possibilidades que a eletrónica e, consequentemente, uma salutar simbiose entre o sintético e o orgânico podem incubar.

De facto, Microtonic é um disco que, na sua essência, procura equilibrar-se entre dois universos que, sendo manuseados com ímpar criatividade, originam catálogos sonoros que merecem dedicada audição, quer pela deomnstração prática dessa premissa, quer, principalmente, pela elevada bitola qualitativa do seu conteúdo. Microtonic merece tal atenção e isso torna-se claro logo em John On The Ceiling, tema que assenta em diversas camadas de sintetizações, loopings e uma batida frenética, detalhes que se entrelaçam e se sobrepõem, criando um clima dançante e algo distinto daquela suja nostalgia que marcou as primeiras propostas do projeto.

Logo depois, Infinite Peaking, algures entre o dramático e o épico, oferece-nos mais de cinco minutos exemplarmente burilados com guitarras ecoantes, sintetizadores cósmicos e um registo percussivo vibrante, oferecendo ao nosso ouvido mais um amigável confronto entre o rock alternativo de cariz mais lo fi e o chamado shoegaze psicadélico. Já quase no ocaso do alinhamento, Lake Disappointment, um tema particularmente agreste e impulsivo, confirma o desejo do projeto em se embrenharem, cada vez mais, em climas dançantes e, ao mesmo tempo, algo cavernosos, enquanto é colocada em declarado ponto de mira a tal intrincada e bastante burilada fusão entre eletrónica e shoegaze.

Disco que não nos deixa aterrar de imediato e que após a audição tem instantes que ficam a ressoar no âmago de quem o escutou com critério e devoção, Microtonic eleva-nos ainda mais alto e ao encontro do típico universo flutuante e inebriante em que assentam os bdrmm. Ouvi-lo levanta o queixo e empina o nariz, e prova, mais uma vez e com outro brilho, que este grupo britânico tricota as agulhas certas num rumo discográfico enleante, que tem trilhado percursos sonoros interessantes, mas sempre pintados por uma psicadelia que escorre, principalmente, nas guitarras, cimentando o cliché que diz que gostar de bdrmm continua a ser, mais do que nunca, também uma questão de bom gosto e agora, também, nas pistas de dança Espero que aprecies a sugestão...

01. Goit (Feat. Working Men’s Club)
02. John On The Ceiling
03. Infinity Peaking
04. Snares
05. In The Electric Field (Feat. Olivesque)
06. Microtonic
07. Clarkycat
08. Sat In The Heat
09. Lake Disappointment
10. The Noose

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 17:41






mais sobre mim

foto do autor


Parceria - Portal FB Headliner

HeadLiner

Man On The Moon - Paivense FM (99.5)



Disco da semana 198#


Em escuta...


pesquisar

Pesquisar no Blog  

links

as minhas bandas

My Town

eu...

Outros Planetas...

Isto interessa-me...

Rádio

Na Escola

Free MP3 Downloads

Cinema

Editoras

Records Stream


calendário

Julho 2025

D S T Q Q S S
12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.