
man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
GUM – Race To The Air
No passado mês de abril, GUM, um projeto a solo liderado pelo australiano Jay Watson, músico com ligações estreitas aos POND e aos Tame Impala, juntou-se a Ambrose Kenny-Smith, um dos rostos do fabuloso grupo King Gizzard and the Lizard Wizard, para incubarem um par de canções, Minor Setback e Old Transistor Radio, que deu origem a um single de sete polegadas, editado no âmbito da efeméride Record Store Day. Agora, quase no final de maio, Jay Watson faz faísca no nosso radar devido a Race To The Air, canção com a chancela da Spinning Tod Records e o primeiro single que o músico divulga depois do disco Out In The World, que lançou em dois mil e vinte.
Canção que inicialmente se chamava Running to The Cure, porque se inspirou num concerto que o músico viu da banda britânica Cure em Glastonbury, em dois mil e dezanove, Race To The Air é uma composição que coloca todas as fichas num baixo vigoroso e num registo vocal de forte cariz lisérgico, duas imagens de marca daquele que é o habitual registo psicadélico dos projetos conterrâneos acima referidos e que contém no seu adn ambientes sonoros com enorme sentido melódico e uma certa essência pop, sempre numa busca de acessibilidade e abrangência. Sem dúvida que a Austrália é um manancial deste espetro sonoro do indie rock e GUM é mais um nome a ter em conta, até porque Jay já divulgou que tem novas canções na forja, mas sem ainda ter confirmado um novo disco do projeto. Confere...
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Meltt – Another Quiet Sunday EP
Oriundos de Vancouver, no Canadá, os Meltt têm já uma assinalável reputação no país natal, como uma das bandas que melhor replica aquele rock majestoso e de forte cariz progressivo, enquanto não renega contactos mais ou menos estreitos com outros espetros sonoros, com particular destaque para a eletrónica ambiental, a música de dança e o próprio R&B. Já com um vasto catálogo em mãos, acabam de nos surpreender com Another Quiet Sunday, um EP com cinco canções que vale bem a pena destrinçar.
Another Quiet Sunday são dezoito minutos de pura magia, etérea e psicadélica, que nos transporta para um universo sonoro com um adn muito vincado e que encontra as reminiscências estruturais no melhor rock clássico dos anos oitenta. As canções do EP exalam uma sensação de espaço única, aprimorada por um registo vocal leve e arejado, que dá vida a letras propositadamente vagas, permitindo que cada um de nós as interprete do modo que entender.
Guitarras com elevada amplitude, quer ao nível dos efeitos, quer da distorção, explodem em energia e vão ganhando tonalidade e progressão à medida que as canções avançam, sendo esse o arquétipo sonoro essencial de canções que criam paisagens sonoras intensas e onde não falta imensa diversidade, principalmente ao nível das orquestrações e do conteúdo melódico. É uma espécie de odisseia altiva e afirmativa, uma breve, mas intensa, caminhada filosófica e estilística, em que canções do calibre da sumptuosa e planante Blossoms, da vibrante e insinuante Only In Your Eyes, da nostálgica, delicada e contemplativa Within You, Within Me, da orgulhosamente pop It Could Grow Anywhere e da sentimental e cavernosa homónima, justificam todas as odes que se possa oferecer a um registo eminentemente experimental e que tem nas sensações que exala a sua grande força motriz. Espero que aprecies a sugestão...
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Wye Oak – Every Day Like The Last
Depois de uma viragem de década bastante ativa que culminou, há dois anos, com a divulgação do single Its Way With Me, na primavera de dois mil e vinte e um, após o EP No Horizon, os infatigáveis Wye Oak, uma dupla de Baltimore formada por Jenn Wasner e Andy Stack, estão de regresso com uma nova canção intitulada Every Day Like The Last. Este novo tema dos Wye Oak marca o arranque de uma nova filosofia comercial da dupla, que irá apostar durante este ano no lançamento isolado de seis singles, num espaço temporal mais alargado que o habitual antes do lançamento de um disco, que serão mais tarde agregados num registo que terá o nome desta canção Every Day Like The Last.
Mestres da folk e do indie rock, mas com um cardápio sonoramente cada vez mais eclético, suportado por uma sólida carreira de pouco mais de uma década cujos maiores trunfos são a belíssima voz de Jenn e o magnífico trabalho instrumental de Andy, os Wye Oak oferecem-nos, com esta Every Day Like the Last, mais uma bela canção que, num cruzamento ímpar entre a pop e a eletrónica e enquanto se debruça sobre as cedências s que todos temos que fazer para que o amor funcione, impressiona pelo modo como está exemplarmente ornamentada com uma vasta miríade de efeitos acústicos e sintetizações encharcadas de charme, mas também de sobriedade. Confere...
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Bdrmm - Pulling Stitches
Ryan Smith, Jordan Smith, Joe Vickers, Danny Hull e Luke Irvin são os bdrmm, um projeto natural de Hull, em Inglaterra e que começou a fazer furor com If Not, When?, um EP de seis canções que viu a luz do dia à boleia da Sonic Cathedral Recordings e que foi gravado e masterizado por Alex Greaves. Em dois mil e vinte estrearam-se no formato longa duração com um intrigante registo intitulado Bedroom, que tem finalmente sucessor, um disco que irá chegar aos escaparates em junho e que se irá chamar I Don't Know.
Há cerca de um mês demos conta neste espaço do conteúdo sonoro de Be Careful, o primeiro single divulgado de I Don't Know, uma composição de forte cariz ambiental e climático, assente num timbre de guitarra com uma forte tonalidade progressiva. Agora chega a vez de contemplarmos Pulling Stitches, tema ainda mais majestoso e ruidoso, uma canção ímpar, com um refrão imparável em termos de imponência e amplitude sonora, devido a um guitarra nua de rédeas e que se atira ao exeprimentalismo sem qualquer receio. No fundo e à semelhança das mais recentes propostas do projeto, se bem que de forma ainda mais convincente e crua, Pulling Stitches exala uma suja nostalgia, enquanto nos conduz a um amigável confronto entre o rock alternativo de cariz mais lo fi e shoegaze com aquela psicadelia particularmente luminosa que atingiu o êxtase nas décadas finais do século passado e que, graças a projetos como este, se mantém mais atual do que nunca. Confere...
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Lloyd Cole – Warm By The Fire
Será no próximo dia vinte e três de junho que irá chegar ao escaparates On Pain, o décimo segundo e novo registo a solo do mítico cantor britânico Lloyd Cole, um trabalho que irá contar nos créditos com as participações especiais de Blair Cowan e Neil Clark, antigos colegas de Cole nos The Commotions, dois músicos que repartiram com o protagonista a escrita de alguns dos temas de um álbum produzido por Chris Merrick Hughes.
Warm By The Fire, uma irónica alegoria de uma Los Angeles que implode e arde de dentro para fora, inspirada nos fogos que têm assolado constantemente nos últimos anos os arredores desssa cidade da costa oeste dos Estados Unidos da América, é o título do primeiro single retirado do alinhamento de On Pain, umtrabalho gravado nos estúdios do artista em Massachussets. Sonoramente é uma canção de forte cariz radiofónico, como seria de esperar em Lloyd Cole. Confere Warm By The Fire e o artwork e a tracklist de On Pain...

On Pain
Warm by the Fire
I Can Hear Everything
The Idiot
You are Here Now
This Can’t Be Happening
More of What You Are
Wolves
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Blur - The Narcissist
The Ballad Of Darren tem data de lançamento prevista para vinte e um de julho próximo, com a chancela da Parlophone e será o primeiro álbum dos britânicos Blur de Graham Coxon, Damon Albarn, Alex James e Dave Rowntree, desde o extraordinário The Magic Whip de dois mil e quinze. Este novo alinhameno de dez canções dos Blur é o tão badalado regresso à ribalta de uma banda fundamental da música ocidental das últimas três décadas, liderada pelo melancólico e sempre genial, brilhante, inventivo e criativo Damon Albarn, personagem central da cultura pop britânica contemporânea.
O curioso nome deste disco, The Ballad Of Darren, foi inspirado em Darren Smoggy Evans, guarda costas da banda há vários anos e ajudante pessoal de Damon Albarn. Com uma capa também bastante original, feita a partir de uma fotografia captada em dois mil e quatro por Martin Parr e que ilustra a piscina de uma localidade chamada Gourock, na Escócia, este registo funciona como uma espécie de tributo a essa personalidade sempre dedicada e leal e tem como single de avanço uma espetacular canção intitulada The Narcissist.
Inspirada na figura do Pierrot que se olha ao espelho e procura encontrar e descrever o seu próprio ego, The Narcissist é um portento de pop rock, assente numa inspirada e repetitiva linha de guitarra assinada por Coxon, que vai recebendo diferentes nuances instrumentais e rítmicas, à medida que a canção cresce em charme e majestosidade e, simultaneamente, em abrangência e ecletismo. Confere The Narcissist e o artwork e a tracklist de The Ballad Of Darren...
1. The Ballad
2. St. Charles Square
3. Barbaric
4. Russian Strings
5. The Everglades (For Leonard)
6. The Narcissist
7. Goodbye Albert
8. Far Away Island
9. Avalon
10. The Heights
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Sea Shapes – Find The Way
Conforme demos conta há cerca de uma semana, do cenário indie e alternativo nova iorquino começa a emergir, de modo bastante sugestivo, um novo projeto intitulado Sea Shapes, com origem no bairro de Queens da cidade que nunca dorme e que lançou muito recentemente um EP de quatro canções chamado A Question Of Balance.
Chronically Online foi o tema que serviu para introduzirmos este projeto Sea Shapes no catálogo sonoro da nossa redação, uma canção que não fazia parte do alinhamento de A Question Of Balance. Se tal facto significava que este projeto está numa fase criativa bastante profícua, essa evidência amplia-se com a divulgação de mais uma nova canção intitulada Find The Way, dois tratados sonoros que poderão originar um longa duração, com lançamento previsto para muito em breve.
Find The Way é mais um excelente aperitivo para quem quiser conhecer este projeto que coloca todas as fichas naquela pop suja e nostálgica que conduz a um amigável confronto entre o rock alternativo de cariz mais lo fi com aquela pop particularmente luminosa, enquanto não renega aproximações mais ou menos declaradas à herança do melhor garage rock de final do século passado. Nestes Sea Shapes, sombra, rugosidade e monumentalidade, misturam-se entre si com intensidade e requinte superiores, através da crueza orgânica de guitarras repletas de efeitos e distorções inebriantes e de um salutar experimentalismo percurssivo em que baixo e bateria atingem, juntos, um patamar interpretativo particularmente turtuoso. Confere...
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Albert Hammond Jr. – Old Man
Meia década após o excelente Francis Trouble, álbum que foi cuidadosamente dissecado por esta redação há exatamente cinco anos, Albert Hammond Jr., músico norte americano e uma das faces mais visíveis dos The Strokes, está de regresso aos discos com Melodies On Hiatus, o quinto e novo trabalho do artista, um alinhamento de dezanove canções masterizadas por Dave Cooley (Paramore, Spoon, Tame Impala) e misturadas por Tony Hoffer (Beck, Air, M83), que chegará em junho com a chancela da Red Bull Records e que inclui nos seus créditos as participações especiais de nomes com o calibre de Matt Helders, baterista dos Arctic Monkeys, Rainsford, Matt Helders, GoldLink e Steve Stevens.
Como certamente se recordam, divulgámos há algiumas semanas o primeiro single retirado do alinhamento de Melodies On Hiatus, um tema intitulado100-99 e que contava com a participação especial do rapper GoldLink. Agora chega a vez de escutarmos Old Man, uma canção fantástica e bastante aditiva, que nos deixa cheios de vontade de abanar a anca de modo angulodo. Old Man é rápida, vigorosa e intensa, conduzida pelo já habitual efeito metálico agudo de uma guitarra, que é imagem de marca deste músico que se prepara para lançar um disco que poderá muito em ser um dos melhores do ano. Confere...
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Magic Wands – Switch
Os Magic Wands são de Los Angeles e formaram-se em dois mil e oito quando Chris descobriu o myspace de Dexy Valentine, onde ouviu uma canção chamada Teenage Love e desde logo resolveu contactá-la. Pouco tempo depois Dexy mudou-se para Nashville e começaram a escrever música juntos, sendo o nome da banda uma alusão à capacidade de ambos conseguirem trabalhar e escrever música como equipa, apesar de viverem em lados opostos dos Estados Unidos. Ainda nesse ano de 2008 a dupla assinou pela Bright Antenna e editaram o primeiro EP, intitulado Magic Love & Dreams, gravado em Nova Iorque com o produtor John Hill. Na primavera de dois mil e doze editaram o disco de estreia, um registo chamado Aloha Moon que oito anos depois, em dois mil e vinte, ganhou sucessor, um álbum intitulado Illuminate que foi dissecado por cá nos últimos dias desse ano.
Agora, em plena primavera de dois mil e vinte e três, os Magic Wands, que são agora um trio, já que além de Chris e Dexy também contam na formação com o baterista Pablo Amador, estão de regresso com um novo compêndio de doze canções intitulado Switch, que nos remetem para aquele universo oitocentista bem balizado e com caraterísticas bastante peculiares e únicas, aquele rock com forte pendor nostálgico, feito com diversas camadas de guitarras, mudanças rítmicas constantes e um registo vocal geralmente abafado, nuances que ainda hoje são pedras basilares de alguns dos nomes mais proeminentes do indie rock, nomeadamente aqueles que o cruzam com a eletrónica.
De facto, o grande elogio que se pode fazer a estes Magic Wands é a capacidade que têm de agregar diferentes géneros e influências e, com essa amálgama impecavelmente organizada, incubarem um som com forte cariz identitário que tanto consegue ser enérgico, como etéreo e sempre bastante texturizado numa paleta vasta de efeitos, timbres e distorções, com a voz marcante de Dexy Valentine a ser o principal elementos agregador de toda esta trama conceptual.
O baixo encorpado de Joy e o cavernoso efeito planante que se entrelaça com a voz de Dexy, é uma porta escancarada, logo a abrir o disco, para este adn dos Magic Wands, com um polimento e uma majestosidade claramente superiores ao antecessor Illuminate, um disco que tinha um ambiente menos polido e um pouco mais lo fi. Depois, se o vibrante tema Switch, cruza o melhor soft rock com algumas bizarrias eletrónicas, numa espécie de cruzamento entre os The Kills e os The Horrors, já Daylight é um portento de garage rock repleto de doses indiscretas de uma pop suja e nostálgica que tanto diz a amantes de nomes ímpares como os Jesus And The Mary Chain ou os próprios Cure no período mais precoce da carreira.
Para conferir um cariz ainda mais imponente ao disco, se Time é uma daquelas composições que exala por todos os poros a pop dançante de uns Blondie, Falling Trees é uma daquelas composições que bebeu sem pudor na fonte daquela pop charmosa que abastece os mais contemporâneos Still Corners, uma pop leve e sonhadora, íntima da natureza etérea e onde os sintetizadores são reis, mas também uma pop que pisca muitas vezes o olho aquele rock alternativo em que as guitarras eléctricas e acústicas marcam indubitavelmente uma forte presença.
Em suma, disco que sonoramente obedece a um perfil interpretativo eminentemente experimentalista e lisérgico e que contém, como é natural, um elevado travo orgânico, já que os sintetizadores são, quase sempre, meros adornos indutores de detalhes e tiques que, muitas vezes, servem apenas para preservar o adn do projeto, Switch é um excelente soporífero para que não nos afoguemos nas águas turvas destes dias sempre agitados e inquietantes. É uma explosiva coleção de canções que nos conduz a um amigável confronto entre o rock alternativo de cariz mais lo fi com aquela pop particularmente luminosa e com um travo negro muito peculiar. Espero que aprecies a sugestão...
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The Drums – Plastic Envelope vs Protect Him Always
Desde que Jonny Pierce tomou nas suas mãos as rédeas do projeto the Drums, tornando-o, praticamente, num projeto a solo, já editou dois registos; Abysmal Thoughts, em dois mil e dezassete e Brutalism, quase três anos depois. Após este último álbum, que foi dissecado por esta redação e que assentou numa sonoridade que deu ênfase naquela pop sintetizada que dialoga promiscuamente com o rock oitocentista, Pierce entrou numa espécie de hiato, apesar de ter lançado alguns temas avulsos em dois mil e vinte, uma pausa que chegou ao fim há algumas semanas com a divulgação de I Want It All, uma nova canção dos The Drums que, de acordo com a nossa redação, poderia antecipar um novo disco da banda ainda este ano.
Pic - Qiao Meng
Esta possibilidade de um disco dos The Drums em dois mil e vinte e três ainda não está confirmada, mesmo depois de Pierce ter revelado mais duas novas canções nos últimos dias, chamadas Plastic Envelope e Protect Him Always. A primeira, Plastic Envelope, é um tema que aposta numa acelerada guitarra com um timbre metálico intenso e um registo percurssivo igualmente frenético, numa curiosa simbiose entre o indie surf rock e a eletrónica chillwave; A canção versa sobre a dor que todos sentimos quando alguém coloca em causa a confiança que depositámos nessa pessoa. Já Protect Him Always debruça-se sobre algumas memórias da infância de Jonny Pierce, nomeadamente um desejo permanente de auto proteção que o músico se recorda de sentir muitas vezes quando era criança. Confere...