man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Metamito - Oração Sem Sujeito
Metamito é um projeto musical que visa diluir a fronteira entre o sonho e a realidade. Fruto da imaginação de António Miguel, músico multi-instrumentista e produtor da zona de Sintra, tem vindo a ser descrito por alguns como um dos mais inovadores e promissores projetos do panorama musical português. É um projeto totalmente independente, desde a criação até à distribuição, o que se reflecte na sua expressão musical autêntica e livre. Com uma sonoridade dreamy e neo-psicadélica, aborda temas como o mito, a mística, o amor, a verdade e a vida mas o seu som é diversificado e em constante mutação por isso é difícil de o fechar numa caixa. Existem travos de dream pop, rock psicadélico e world music, entre muitos outros.
Em dois mil e dezanove Metamito lançou independentemente o seu primeiro EP Reflexo. No ano seguinte saiu o single Pandora e gora tem já pronto o seu disco de estreia, um trabalho homónimo qiue irá ver a luz do dia em janeiro do próximo ano e que irá pedir-nos, certamente, para ser ouvido numa boa escuta, de olhos fechados e atentos, como quem visita um museu no seu subconsciente.
Desse álbum de estreia de Metamito, que terá nove canções em que o autor cristalizará a sua estética e identidade, ambas muito próprias, enquanto nos remete para viagens espirituais e psicadélicas, já têm vindo a ser retirados vários singles. O mais recente é Oração Sem Sujeito, canção já com direito a um vídeo realizado e produzido pelo próprio artista e pela já habitual colaboradora Ísis Gonçalves. Oração Sem Sujeito é uma musica densa, de estrutura atípica e experimental, onde Metamito atinge o ponto mais alto de tensão e libertação do álbum. Neste tema, a já característica fusão de elementos tradicionais, como a guitarra portuguesa, com uma abordagem moderna, em simbiose com ritmos rústicos, leva-nos numa viagem entre o tribal e o futurista. Uma viagem que passa pela dúvida e pelo vazio, terminando num tom melancolicamente esperançoso. Confere...
Facebook: https://www.facebook.com/Metamitomusic/
Instagram: https://www.instagram.com/metamito/
YouTube: https://www.youtube.com/metamito
Apple: https://music.apple.com/us/artist/metamito/1446365532
Spotify: https://open.spotify.com/artist/1N04E5TW0i6e1AU5jyD9I7?si=i6lwNLcNTKeeFfOf-EyqvQ
Bandcamp: https://metamito.bandcamp.com/
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Manuel Linhares - Suspenso (reediçao)
Manuel Linhares lançou no inicio deste ano Suspenso, um trabalho com uma edição limitada e numerada de trezentas cópias, apoiada pela DGARTES e lançada pelo carimbo Porta-Jazz em Janeiro de 2022. A gravação do disco contou com as contribuições de Paulo Barros no piano, José Carlos Barbosa no contrabaixo e João Cunha na bateria. A este elenco de luxo, juntaram-se ainda os portugueses Paulo Perfeito no trombone e Gonçalo Marques no trompete. Essa edição esgotou com um considerável número de vendas para o mercado japonês, porque Suspenso suscitou o interesse do distribuidor japonês Disk Union que conheceu o disco através do músico e multi-instrumentista brasileiro António Loureiro, produtor de Suspenso, que tem um forte percurso artístico no Japão.
Agora, em outubro, Manuel Linhares reedita Suspenso, um novo lançamento do registo que antecipa os concertos da sua apresentação com a participação especial do saxofonista americano David Binney, músico que possui uma das mentes mais originais da música contemporânea, segundo a Stereophile Magazine. Recebendo elogios de críticos e colegas, David foi recentemente apontado pelo Jazz Times como um dos poucos músicos que criaram uma estética de jazz alternativa. Binney venceu por três vezes o prémio dos críticos da revista Downbeat na categoria de Saxofone Alto, foi capa das revistas Jazz Times, Downbeat e do editorial de arte do NY Times Magazine.
Esta reedição de Suspenso é também numerada e de trezentos exemplares e está a ser divulgada juntamente com o video de Dança Macabra, o segundo single de Suspenso, um tema composto pelo cantor em parceria com a rapper e escritora Capicua e a sua extraordinária forma de escrever, através da letra que compôs para esta canção. Margarida Rêgo ficou a cargo da direcção artística do video, feito em colaboração com Miguel C. Tavares. Suspenso está disponível no site e bandcamp do artista, bem como estará à venda nos concertos que aí vêm. Confere...
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António Vale da Conceição - At your service, ma´am EP
António Vale da Conceição é um produtor e músico de Macau, integrante da banda Turtle Giant, agora residente em Portugal e que exerce os papéis de compositor de bandas sonoras e produtor de projectos diversos. O ano passado António Vale da Conceição lançou o seu primeiro álbum de piano Four Hands Piano e realizou e compõs a música para o documentário Beyond the Spreadsheet: The Story of TM1, um documentário que conta a história de vida e contributo tecnológico de Manny Pérez - o génio matemático que criou em mil novecentos e oitenta e três a tecnologia que permitiu ao mundo efectivamente lidar com a complexidade de dados no mundo - A Base de dados Funcional (ou o Excel em esteróides).
Agora, em dois mil e vinte e dois, o músico está de regresso com o EP At your service, ma´am, um trabalho que mais parece a banda sonora de um clássico de comédia do que um álbum de canções, encharcado com sopros gritantes, ritmos mexidos e melodias que se alongam. São cinco canções repletas de batidas mexidas e de narrativas que falam sempre de amor, porque um filme tem que ter sempre uma trama de amor. Mas este com apelos à força e à resiliência, à mudança e à aceitação das lutas para que vençamos, juntos.
Os pouco mais de dezassete minutos do EP merecem audição dedicada, não só porque nos revela, com enorme fluidez e expressividade, a singularidade do registo vocal do autor e a sua luminosidade e clarividência instrumental e melódica, mas também porque ilustra uma multiplicidade de mundos e emoções com uma filosofia muito própria e que se amplia após sucessivas audições, tal é o vício que esta mão cheia de temas provoca em quem se deixa imbuir pela sua cartilha sonora e aceita abstrair-se de tudo aquilo que o rodeia enquanto o ouve. No entanto, do alinhamento destaco Love Is The Storm, uma composição que assenta no sentimento exacerbado de Ira, na capacidade que uma emoção tão natural ao Homem, que quando possuído, o torna numa entidade tão “adamastora” quanto poderosa, misteriosa, transformadora, assim como Remedy, um tema que, de acordo com a nota de imprensa, nos apela a não nos contaminarmos pelas sedutoras imagens e sons que nos rodeiam e, ao invés, sermos sãos, verdadeiros e autênticos. O remédio está muitas vezes na não-contaminação, na prevenção, portanto. E por isso, impermeabilizar-mo-nos de venenos (como as fake news, redes sociais, o desejo de fama, egos) é o nosso dever e responsabilidade, como indivíduos e como colectivo.
Em suma, At your service, ma´am é uma experiência de certa forma surreal quando se contextualiza no panorama musical nacional atual. Infelizmente ainda apenas acessível a um grupo não muito amplo de fervorosos e dedicados fãs, o que é uma perfeita e incompreensível injustiça, António Vale da Conceição escreve sem pudores, tem nas letras uma das suas grandes virtudes virtude e arrojo e faz canções com um significado literal nem sempre coerente e facilmente entendível, mas que emparelhadas com guitarras que correm abrasivamente e fogem às fórmulas compositivas de formatos amigos da rádio, resultam na perfeição e originam algo único e de algum modo surreal. Espero que aprecies a sugestão...
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António Vale da Conceição - Love Is The Storm
António Vale da Conceição é um produtor e músico de Macau, integrante da banda Turtle Giant, agora residente em Portugal e que exerce os papéis de compositor de bandas sonoras e produtor de projectos diversos. O ano passado António Vale da Conceição lançou o seu primeiro álbum de piano Four Hands Piano e realizou e compõs a música para o documentário Beyond the Spreadsheet: The Story of TM1, um documentário que conta a história de vida e contributo tecnológico de Manny Pérez - o génio matemático que criou em mil novecentos e oitenta e três a tecnologia que permitiu ao mundo efectivamente lidar com a complexidade de dados no mundo - A Base de dados Funcional (ou o Excel em esteróides).
Agora, em dois mil e vinte e dois, o músico está de regresso com o EP At your service, ma´am, um trabalho que mais parece a banda sonora de um clássico de comédia do que um álbum de canções, encharcado com sopros gritantes, ritmos mexidos e melodias que se alongam. É também um EP de batidas mexidas e de canções com histórias, que fala sempre de amor porque um filme tem que ter sempre uma trama de amor. Mas este com apelos à força e à resiliência, à mudança e à aceitação das lutas para que vençamos, juntos.
Love Is The Storm é uma das músicas fundamentais do EP, uma composição que assenta no sentimento exacerbado de Ira, na capacidade que uma emoção tão natural ao Homem, que quando possuído, o torna numa entidade tão “adamastora” quanto poderosa, misteriosa, transformadora. O vídeo do tema, da autoria de André Melo, transforma António Vale da Conceição na Ira do Adamastor, o mentor das tormentas e na entidade sobrenatural que nos transporta estas dimensões da alma ao reino do toque. Confere...
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Gongori - There Is Nowhere
Gonçalo Alegre, natural de Mangualde, nasceu em Julho de mil novecentos e oitenta e oito. Cresceu numa atmosfera onde predominava a música e assume-se como autodidata em vários instrumentos, iniciando estudos em baixo elétrico aos dezassere anos e mais tarde em contrabaixo, na variante de Jazz. Ainda na adolescência, junta-se a amigos e passa por vários projetos como Crying Machine, Sense?, Metamorfose ou Apiores. A Escola de Jazz do Porto e alguns professores particulares também do Porto foram guias determinantes para a aprendizagem desta linguagem e do contexto artístico e musical português, bem como a descoberta dos músicos que naquela altura partilhavam o mesmo palco nas jam sessions da Esmae.
Em dois mil e oito, ingressa no curso de música no ISEIT em Viseu - Licenciatura de Instrumento – Contrabaixo – variante Clássica, que conclui seis anos depois. Cedo começa a trabalhar em estúdio, estreando-se em dois mil e quinze com o produtor Tim Tautorat nos Hansa TonStudios – Berlim, na gravação de um disco que, curiosamente, nunca foi lançado.
Durante cinco anos, entre dois mil e onze e dois mil e dezasseis, Gonçalo Alegre faz Direção de Produção de Espetáculos na Moita Mostra - Encontro de Artes em Meio Rural, onde conhece Pedro Branco, filho de José Mário Branco, que o convida a produzir o seu disco de estreia - Contigo, nos estúdios Namouche – Lisboa. É nesta mostra que Galo Cant’Às Duas, projeto seu com Hugo Cardoso, que já passou por cá, se estreia em concerto. Em dois mil e dezoito envolve-se na criação da banda Senhor Jorge, que apresentámos também neste blogue, com Rui Sousa, também conhecido por Dada Garbeck, João Pedro Silva, dos The Lemon Lovers e Jorge Novo, sacristão e “fadista por paixão”.
O ano passado, outra banda sua, os Burning Casablanca’z, lança o primeiro single, Getting Over, do disco de estreia Kind of Truth, com composições suas e de Hugo Cardoso, Bernardo Simões, Bernardo Pardo e Marlow Digs.
Agora, Gonçalo decide dar o impulso maior ao seu projeto a solo que assina como Gongori. É um projeto artístico de cruzamentos disciplinares que envolve o cinema, a música, a dança, a fotografia e as artes performativas. VAZIO, o disco de estreia, é lançado dentro de semanas, sendo também o nome do filme que Gonçalo Alegre realiza e conta com argumento de António Sanganha.
There Is Nowhere é o single de apresentação de VAZIO, uma canção que reflete sobre ser-se Humano, e sobre o conflito interior que carregamos no percurso da vida. O tema é uma introspeção sobre a introspeção individual e coletiva, uma camada de luz na sombra, uma lembrança de aceitar quem fomos, somos e podemos ser; que na escuridão existe esperança, e na descoberta uma lembrança, de que estamos vivos. There is Nowhere é a primeira parte de uma viagem para um portal onde no vazio, pode estar tudo, assente em sintetizadores que exploram cruzamentos com o contrabaixo, a guitarra elétrica, a bateria, as percussões e até a voz. Confere...
https://www.instagram.com/gongori.gongori/
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Trio Alcatifa - Sempre Na Viagem
Especialistas em enfeitiçar tudo e todos com o seu apelo irresistível à alegria e à dança, os Trio Alcatifa são os inebriantes, hilariantes e festivos, dr. Alban (trompete), dr. Bombazine (sax alto) e dr. Rashid (teclado), três músicos que deram descanso aos tapetes voadores, assentaram arraiais no estúdio e gravaram um disco intitulado Triofásico, com doze composições que misturam diversas e exóticas influências desde o turbo folk ao arábico psicadélico e que resultam de uma pesquisa intensa, com o objectivo de aproximar sonoridades de diversas culturas, através da experimentação e fusão de elementos distintos, para criar uma sonoridade original.
Triofásico conta com as participações especiais de Senhora do Ó (voz), Mateja Dolsak (saxofone), Drezaro (turntables), Gulami Yesildal (sax), Ululo (gimbri) e Marc Planells (alaúde), músicos que, tal como os membros dos Trio Alcatifa, trazem no sangue as melodias inebriantes do oriente. Todos juntos criaram um compêndio vestido com a modernidade das batidas electrónicas e pintado de alegria e festa com os sopros inspirados na música de leste, num álbum de estreia capaz de reflectir definitivamente a identidade criativa de um projeto que irá contribuir, certamente, para a diversidade musical no panorama cultural português.
Sempre na Viagem é uma das canções já conhecida do alinhamento de Triofásico. A composição abre as portas ao universo dos Trio Alcatifa. Passando por montes e montanhas, camelos e pirâmides, convida a fechar os olhos e a seguir viagem a bordo de um tapete voador musical que nunca para de subir e trazer paisagens e aromas exóticos. O videoclipe, realizado por Mateja Dolsak, é um aperitivo para a viagem que sempre nos propõe a música dos Trio Alcatifa. Confere...
https://www.facebook.com/TrioAlcatifa
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Galo Cant’Às Duas - Selfish Boy (feat. Chullage)
Moita, no concelho de Castro Daire, é um ponto geográfico nevrálgico fulcral para o projeto Galo Cant’às Duas, uma dupla natural de Viseu, formada por Hugo Cardoso e Gonçalo Alegre e que tocou pela primeira vez nesse local, de modo espontâneo, durante um encontro de artistas. Nesse primeiro concerto, o improviso foi uma constante, com a bateria, percussões e o contrabaixo a serem os instrumentos escolhidos para uma exploração de sonoridades que, desde logo, firmaram uma enorme química entre os dois músicos.
Inspirados por esse momento único, Hugo e Gonçalo arregaçaram as mangas e há cerca de meia década e começaram a compor, ao mesmo tempo que procuravam dar concertos, sempre com a percussão e o contrabaixo na linha da frente do processo de construção sonora. A guitarra e o baixo elétrico acabam por ser dois ingredientes adicionados a uma receita que tem visado, desde Os Anjos Também Cantam, o disco de estreia do projeto editado na primavera de dois mil e dezoito, a criação de um elo de ligação firme entre duas mentes disponíveis a utilizar a música como um veículo privilegiado para a construção de histórias, mais do que a impressão de um rótulo objetivo relativamente a um género musical específico.
No início de dois mil e dezanove, cerca de ano e meio depois dessa estreia auspiciosa, os Galo Cant’Às Duas deixaram a guitarra em casa, olharam com maior gula para os sintetizadores e colocaram nos escaparates o sempre difícil segundo disco, um trabalho chamado Cabo da Boa Esperança, que marcou, claramente, um rumo mais abrangente, ousado e criativo para a dupla.
Agora, já em dois mil e vinte e dois, os Galo Cant’Às Duas voltam ao nosso radar por causa do seu terceiro álbum, um trabalho intitulado Amor em Água Ardente e do qual foi extraído um single em dezembro último. Chama-se Selfish Boy e é um verdadeiro cocktail pop que conta com a participação especial do rapper português Chullage e, também, com o contributo do beatmaker Marlow Digs, uma canção que, de acordo com a sua nota de imprensa, fala sobre a pressão social cada vez maior das redes, dos likes, dos dislikes ou mesmo de toda a mentira, personagens criadas de uma suposta perfeição que é criada atrás de um ecrã. Confere...
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Tiroliro & Vladimir - Os Imparáveis Tiroliro & Vladimir
Quem não se recoda dos míticos Afonsinhos do Condado? Pois é, eles estão de regresso, sem o baixista Nuno Faria, com um nome diferente e um projeto distinto, encabeçado pela dupla inseparável desde mil novecentos e setenta e sete, Gimba e Jorge Galvão, e com o título Tiroliro & Vladimir.
A dupla tem um disco já nos escaparates, intitulado Os Imparáveis Tiroliro & Vladimir, um álbum que resultou de um curioso trabalho de arqueologia cerebral, pois não existia nenhum registo das suas canções. Todas as cassetes gravadas na altura desapareceram com o tempo, bem como quaisquer blocos ou cadernos com letras escritas. A boa memória dos dois conseguiu recuperar vinte e duas dessas canções, dezoito das quais integram o álbum.
Portanto, e como não podia deixar de ser, Os Imparáveis Tiroliro & Vladimir foi produzido, gravado e misturado pelos dois autores e resultou de várias influências da época, desde a canção de intervenção, indo até ao rock progressivo ou ao punk. Liricamente, neste registo é óbvia, alguma ingenuidade típica da idade (os rapazes eram ainda teenagers...), com referências a amores de liceu ou a um mundo idílico da paz e amor. Curiosamente, algumas ideias aguentaram bem o hiato temporal, resultando em temáticas super actuais, como a visão de uma ciclovia em pleno Cais do Sodré (Domingo em Bicicleta), o incontornável stress da vida moderna (As Pessoas da Vila), ou o single “Onde Foste Tu?”, que acaba sendo uma reflexão ecológica e uma chamada de atenção para a destruição do planeta.
Em suma, um excelente disco, principalmente para todos aqueles que recordam com saudade o melhor rock português dos saudosos anos oitenta do século passado. Espero que aprecies a sugestão...
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Tiroliro & Vladimir - Onde Foste Tu?
Quem não se recoda dos míticos Afonsinhos do Condado? Pois é, eles estão de regresso, sem o baixista Nuno Faria, com um nome diferente e um projeto distinto, encabeçado pela dupla inseparável desde mil novecentos e setenta e sete, Gimba e Jorge Galvão, e com o título Tiroliro & Vladimir.
A dupla tem um disco prestes a chegar aos escaparates, intitulado Os Imparáveis Tiroliro & Vladimir, um álbum que resultou de um curioso trabalho de arqueologia cerebral, pois não existia nenhum registo das suas canções. Todas as cassetes gravadas na altura desapareceram com o tempo, bem como quaisquer blocos ou cadernos com letras escritas. A (boa) memória dos dois conseguiu recuperar vinte e duas dessas canções, dezoito das quais integram o CD.
Portanto, e como não podia deixar de ser, Os Imparáveis Tiroliro & Vladimir foi produzido, gravado e misturado pelos dois autores e que tem como avanço o single Onde Foste Tu?, uma composição de 1978 que reflete alguma inocência adolescente, numa atitude contestatária em relação ao que estava (e continua a estar!) instaurado. Um manifesto ainda com reminiscências hippies, mas também na corrente em voga na altura: o punk. Não será por acaso que, antes do seu nome "oficial", a dupla Tiroliro & Vladimir era designada pelos amigos por "Country Punk". Se a consciência ecológica da canção - e a própria ecologia em si - ainda não era coisa madura em finais de 70 - o tema chega a 2021 tresandando a actualidade, e apontando o dedo - se não as armas - aos senhores do mundo e, no final de contas, à nossa própria consciência, em nome de um futuro melhor.
Sonoramente, se Onde Foste Tu? tem uma intro que engana o ouvinte, levando-o a pensar que se trata de uma canção "celta", logo o instrumental explode para um rock de barba dura, num compasso não binário, ele próprio "desalinhado" com os padrões estabelecidos. Confere...
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Lobo Mau - Vinha A Cantar EP
Há nove anos atrás, no verão de dois mil e doze, uma das bandas nacionais que fez furor na nossa redação foram os míticos TV Rural, com o registo A Balada Do Coiote. Era um disco cheio de canções explosivas, onde a tensão poética estava sempre latente e onde foi certamente propositada a busca do espontâneo, do gozo e até do feio, se é que é possível falar-se em estética na música. Agora, quase no ocaso de dois mil e vinte e um, David Jacinto, Gonçalo Ferreira e Lília Esteves, antigos colaboradores dos TV Rural, voltam ao nosso radar por causa do seu projeto Lobo Mau, que se estreou em grande em abril do ano passado com o disco Na Casa Dele.
Os Lobo Mau têm um novo EP que dá sequência a esse registo de estreia. É um tomo de quatro canções intitulado Vinha a Cantar, viu a luz do dia em dezembro e que cruza, com superior mestria, na sua sonoridade melódica, elementos da música de raiz portuguesa com sons contemporâneos, agregando, no fundo, a multiculturalidade musical e poética do Portugal actual.
Vinha A Cantar são, portanto, quase quinze minutos claramente inspirados em histórias reais, possivelmente contadas por quem as viveu e que não se importa de, através destes quatro temas, expôr-se, a si, e aos seus jeitos de viver e sentir, aproveitando, em simultâneo para refletir sobre a identidade comum entre a ruralidade de uma aldeia portuguesa e a realidade urbana da actualidade. Espero que aprecies a sugestão...