man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Sea Shapes – Chronically Online
Do cenário indie e alternativo nova iorquino começa a emergir, de modo bastante impressivo, um novo projeto intitulado Sea Shapes, com origem no bairro de Queens da cidade que nunca dorme e que lançou muito recentemente um EP de quatro canções chamado A Question Of Balance.
Chronically Online, tema divulgado muito recentemente por estes Sea Shapes, é uma canção que não fazia parte do alinhamento de A Question Of Balance, o que significa que este projeto está numa fase criativa bastante profícua, evidência que poderá originar um longa duração, com lançamento previsto para muito em breve.
Seja como for, a canção é um excelente aperitivo para quem quiser conhecer este projeto que coloca todas as fichas naquela pop suja e nostálgica que conduz a um amigável confronto entre o rock alternativo de cariz mais lo fi com aquela pop particularmente luminosa, enquanto não renega aproximações mais ou menos declaradas à herança do melhor garage rock de final do século passado. Em Chronically Online, sombra, rugosidade e monumentalidade, misturam-se entre si com intensidade e requinte superiores, através da crueza orgânica de guitarras repletas de efeitos e distorções inebriantes e de um salutar experimentalismo percurssivo em que baixo e bateria atingem, juntos, um patamar interpretativo particularmente turtuoso. Confere...
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The Antlers – Rains
Os The Antlers, um projeto fundamental do indie rock experimental norte-americano dos últimos vinte anos, formado por Peter Silberman e por Michael Lerner, têm estado particularmente ativos na primeira metade deste ano. Assim, depois de na reta inicial de dois mil e vinte e três terem-nos oferecido uma nova roupagem de Ahimsa, sete minutos preenchidos com uma lindíssima folk tipicamente americana, batizados com o nome de um ancião índio e cujo original era um dos momentos maiores da carreira a solo de Peter, em março voltaram à carga com um novo tema intitulado I Was Not There, uma lindíssima balada, que vai crescendo em arrojo e emotividade, à medida que as cordas vão recebendo diversas camadas de efeitos e sintetizações de elevado travo etéreo.
Agora, em plena primavera, os The Antlers têm mais uma nova canção intitulada Rains e que surge numa altura bastante indicada porque, tal como a estação do ano em que nos encontramos, é um tema sobre renovação, otimismo e abertura à mudança, oferecendo-nos, sonoramente, um belíssimo catálogo de texturas de elevado pendor organico e etéreo, com diversas camadas de sons sobrepostas em camadas quase indecifráveis, num resultado final repleto de intimidade e delicadeza. Confere...
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Palace – How Far We’ve Come
Sedeados em Londres, os Palace deram-nos, no ano passado, um dos grandes momentos discográficos de dois mil e vinte e dois, encarnado em Shoals, um espetacular alinhamento de doze canções consumidas na esfera de um indie alt-rock expansivo e encharcado em emotividade, que encontrava fortes reminiscências no catálogo de nomes tão credenciados como os DIIV, Alt-J ou os Local Natives e que acabou por fazer parte, com toda a naturalidade, da nossa lista dos melhores álbuns desse ano.
Agora, na primavera de dois mil e vinte e três, e depois de uma aclamada digressão por terras de Sua Majestade, a banda londrina, que tem no centro das suas criações sonoras o inconfundível falsete de Leo Wyndham, o vocalista de um projeto ao qual se juntam Rupert Turner, Will Dorey e Matt Hodges, acaba de anunciar uma nova série de concertos, mas do outro lado do atlântico, aproveitando a ocasião para divulgar também que tem na forja um EP que irá ver a luz do dia em pleno verão, mas cujo título ainda não foi divulgado.
Há algumas semanas atrás tivemos a oportunidade de conferir a canção All We've Ever Wanted, um tema que parece ter sido construído propositadamente para grandes arenas e que irá, apostamos, fazer parte do alinhamento desse EP, assim como How Far We've Come, uma nova composição dos Palace que, sendo menos majestosa e imponente que a anterior, aposta no habitual ambiente fortemente sentimental do quarteto, com a insinuante distorção da guitarra no refrão a conferir, juntamente com as outras cordas acústicas que sustentam a melodia, um charme sofisticado e bastante atraente à canção. Mais um grande tema dos Palace que parecem dispostos a causar furor de novo e muito em breve. Confere...
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Scott Orr – Clear
O canadiano Scott Orr é um dos nomes fundamentais da indie mais melancólica e introspetiva da América do Norte. Depois do excelente registo Worried Mind, um álbum com uma subtileza muito própria e contagiante e que marcou o ano discográfico de dois mil e dezoito, Orr dedicou-se a lançar alguns singles avulsos, através da editora independente canadiana Other Songs Music Co., uma etiqueta indie independente de Hamilton no Ontário, terra natal deste extraordinário músico e compositor.
Agora, em dois mil e vinte e três, Scott Orr parece estar finalmente de regresso aos discos com um novo alinhamento de canções ainda sem título anunciado e que terão sido produzidas pelo próprio Orr. É um disco que, para já, promete imenso tendo em conta Clear, o mais recente single divulgado desse novo trabalho do músico canadiano. Clear é uma canção muito intimista e aconchegante, um tratado sonoro que, num misto de folk e eletrónica de cariz eminentemente ambiental, nos embala à sombra de um borbulhante sintetizador, que vai recebendo diversos efeitos percussivos e outros arranjos inspirados, num resultado final que nos faz levitar rumo a um universo único e muito peculiar. Confere...
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Y La Bamba – Hues (feat. Devendra Banhart)
Quase meia década após o excelente Mujeres, e quatro anos do EP Entre Los Dos, o projeto norte americano Y La Bamba, liderado por Luz Elena Mendoza, está de regresso aos lançamentos discográficos com Lucha, um novo tomo de canções deste grupo sedeado em Portland, que irá chegar aos escaparates por estes dias através da Tender Loving Empire, a etiqueta de sempre dos Y La Bamba.
Lucha será o sétimo disco dos Y La Bamba e do seu alinhamento já foram divulgadas várias canções. A mais recente é Hues, tema que conta com a participação especial de Devendra Banhart, um dos artistas mais queridos da nossa redação. Com a preciosa ajuda deste autor e compositor de ascendência venezuelana e natural de Houston, Luz oferece-nos, em pouco mais de quatro minutos, outro retrato musical vivo de tudo aquilo que esta artista única guarda dentro de si, uma materialização das suas emoções, que é feita, sonoramente, através de alguns dos traços identitários da música tradicional mexicana, cruzados, de modo particularmente etéreo e contemplativo, com aspetos essenciais da folk do lado da fronteira onde ela reside, uma sonoridade onde Banhart se sente, como se percebe em Hues, tremendamente confortável. Aliás, o sedutor jogo vocal que se estabelece entre os dois protagonistas amplia ainda mais o perfil luminoso e charmoso de uma canção lindíssima. Confere...
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Lanterns On The Lake – String Theory
Coqueluches da insuspeita Bella Union, os britânicos Lanterns On The Lake têm as suas raízes em Newcastle e são atualmente compostos por Hazel Wilde, Paul Gregory, Bob Allan e Angela Chan. Deram logo nas vistas com o registo de estreia, um trabalho intitulado Gracious Tide, Take Me Home, que viu a luz do dia em setembro de dois mil e onze e, três discos depois, preparam-se para regressar ao formato longa duração com Versions Of Us, o quinto disco da banda, um alinhamento de nove canções, que chegará aos escaparates a dois de junho com a chancela da etiqueta acima referida.
Tema que conta com a participação especial na bateria de Phillip Selway, dos Radiohead, String Theory é o primeiro single divulgado do alinhamento de Versions Of Us, álbum que foi misturado por Paul Gregory, o guitarrista do grupo. É uma majestosa e épica composição, que contém os melhores ingredientes que definem o rock atual de cariz eminentemente clássico e genuíno. A canção tem como grande sustento qualitativo a já esperada superior destreza de Selway na bateria, além da poderosa performance vocal de Hazel Wilde, os dois grandes pontos fortes da composição. Confere...
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bdrmm – Be Careful
Ryan Smith, Jordan Smith, Joe Vickers, Danny Hull e Luke Irvin são os bdrmm, um projeto natural de Hull, em Inglaterra e que começou a fazer furor com If Not, When?, um EP de seis canções que viu a luz do dia à boleia da Sonic Cathedral Recordings e que foi gravado e masterizado por Alex Greaves. Em dois mil e vinte estrearam-se no formato longa duração com um intrigante registo intitulado Bedroom, que tem finalmente sucessor, um disco que irá chegar aos escaparates em junho e que se irá chamar I Don't Know.
Be Careful é o mais recente single divulgado de I Don't Know, uma composição de forte cariz ambiental e climático, assente num timbre de guitarra com uma forte tonalidade progressiva, uma canção ímpar e que exala uma suja nostalgia, que nos conduz a um amigável confronto entre o rock alternativo de cariz mais lo fi e shoegaze com aquela psicadelia particularmente luminosa que atingiu o êxtase nas décadas finais do século passado e que, graças a projetos como este, se mantém mais atual do que nunca. Confere...
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Beach Fossils - Dare Me
Seis anos depois do espetacular registo Somersault, um dos discos essenciais do catálogo da redação deste blogue e dos mais escutados nos últimos anos, os Beach Fossils de Dustin Payseur, ao qual se juntaram, entretanto, Tommy Davidson e Jack Doyle Smith, estão de regresso aos álbuns em dois mil e vinte e três com um registo intitulado Bunny, que chegará aos escaparates a seis de junho próximo, com a chancela da Bayonet.
Como certamente se recordam, há cerca de dois anos os Beach Fossils tinham dado sinais de vida com uma cover do tema L.I.N.E., um original de Kelly Lee Owens, que se inseria num projeto da etiqueta Secretly Canadian intitulado SC25 Singles, que marcava, na altura, o vigésimo quinto aniversário da editora e tinha como propósito angariar fundos para a organização de Bloomington New Hope For Families, uma iniciativa que contou com contribuições de outros artistas, nomedamente Stella Donnelly, Porridge Radio, Skullcrusher e os Green-House. Ora, por essa altura, Payseur tinha publicamente referido que estava a trabalhar num projeto sonoro intitulado The Other Side Of Life, que ganharia vida na criação de uma mão cheia de canções ao piano e com um forte travo jazzístico.
Bunny poderá não ser a materialização dessa epopeia mas, de acordo com Dare Me, o mais recente single extraído do registo, depois de Don't Fade Away, há cerca de um mês, é um disco que deverá, nas suas onze canções, oferecer-nos mais uma espetacular coleção de indie rock alternativo, com leves pitadas de surf pop, eletrónica e garage rock, tudo embrulhado com um espírito vintage marcadamente oitocentista e que se escuta de um só trago, enquanto sacia o nosso desejo de ouvir algo descomplicado mas que deixe uma marca impressiva firme e de simples codificação. Confere Dare Me, canção que, de acordo com Payseur, se debruça sobre amizades, conflitos e o modo como um novo amor te pode intoxicar positivamente, porque te deixa, no bom sentido, um pouco estúpido, vulnerável e esquecido...
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Damien Jurado - Sometimes You Hurt The Ones You Hate
O norte-americano Damien Jurado atravessa, claramente, uma das fases mais profícuas da sua já longa carreira. Depois de na primavera de dois mil e vinte e um, ter editado o excelente registo The Monster Who Hated Pennsylvania, regressou, no verão do ano passado, com um novo disco também monstruoso, intitulado Reggae Film Star e já está de volta com outro álbum; chama-se Sometimes You Hurt The Ones You Hate, contém oito canções, é, imagine-se, o décimo nono registo de originais do músico e compositor natural de Seattle e tem, como é hábito ultimamente, a chancela da Maraqopa Records.
Se é verdade que faz parte da natureza humana, para o bem ou para o mal, procurar infligir dano em quem não nos quer bem, ou simplesmente, em quem, por uma questão de perspetiva, experiência de vida, preconceito, ideologia, religião e muitos outros fatores mais, não se encaixa em nós e até, em último grau, nos causa repulsa, certamente não será por causa da música de Damien Jurado. Aliás, este Sometimes You Hurt The Ones You Hate até é bem capaz de ser, diga-se, um bom ponto de partida para começarmos a olhar para determinados indíviduos de um modo mais favorável e otimista.
É este o espírito positivo, encantador e mágico da música de Damien Jurado e de um já extenso e riquíssimo catálogo, que recebe com este álbum uma adição de oito extraordinários temas incubados por um dos maiores cantautores e filósofos do nosso tempo. São oito relatos impressivos de vivências, que podem ser associadas, facilmente e sem qualquer pudor, à nossa própria existência mundana, encarnados em composições melodicamente irrepreensíveis e instrumentalmente fartas.
Neiman Marcus, para a nossa redação o momento maior de Sometimes You Hurt The Ones You Hate, deslumbra devido ao já habitual timbre vocal sussurrante de Jurado, que comunica com o nosso âmago com incrível proximidade, mas também devido a um modus operandi sonoro que, algures entre a penumbra e a luz, sobrevive à boleia de um timbre nas cordas rugoso, bem tipificado num estilo de manobrar a viola que é simultaneamente revelador de inquietude e de serenidade. E esse estilo vai-se aprimorando na vibrante e impulsiva majestosidade de James Hoskins, no soberbo intimismo enevoado que exala de A Lover, A Balcony Fire, An Empty Orchestra, na acusticidade sorridente de Mr. Frank Dell, ou no inconfundível aroma jazzístico de Match Game 77 (Episode 1097), num resutado final que encarna um exercício exemplar de majestosa psicadelia, pleno de uma sofisticação muito própria e sem paralelo no panorama da indie folk contemporânea, mas que também pisca o olho, com gula e intensidade, à herança do melhor indie rock norte-americano de final do século passado. Espero que aprecies a sugestão...
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Hazel English – Slide
Artista debaixo dos holofotes da crítica mais atenta desde que lançou há já meia década o EP Give In / Never Going Home, Hazel English estreou-se nos discos em dois mil e vinte com Wake Up!, um buliçoso alinhamento de dez composições que nos ofereceram uma bagagem nostálgica tremendamente impressiva, já que, ao escutarmos o registo, parecia que embarcávamos numa máquina do tempo rumo à melhor pop que se fazia há mais ou menos meio século e que ainda hoje influencia fortemente alguns dos melhores nomes da indie contemporânea.
Agora, cerca de três anos depois de Wake Up! e já depois de no final de dois mil e vinte e um nos ter brindado com um inédito intitulado Nine Stories, que foi grande destaque de um EP chamado Summer Nights, lançado no verão do ano passado, Hazel volta à carga com uma belíssima cover de Slide, um icónico tema dos anos noventa assinado pelos míticos Goo Goo Dolls de Johnny Rzeznik, Robby Takac, George Tutuska e Mike Malinin. A nova roupagem que a artista australiana deu a Slide, com a ajuda de Jackson Phillips aka Day Wave, seu colaborador de longa data, é melodicamente sagaz, com o timbre metálico insinuante das cordas, diversas variações rítmicas e um registo vocal ecoante, a sustentarem quase quatro minutos de puro deleite pop, com um perfil encantador e luminoso que em nada defrauda o espírito do original. Confere...