man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Sharon Van Etten And The Attachment Theory – Afterlife
A norte-americana Sharon Van Etten é uma das vozes mais queridas da atualidade, uma mulher apaixonada, persistente e impulsiva e que, nos seus discos, com uma mão na indie folk e a outra no rock alternativo, letra após letra, verso após verso, foi-se abrindo connosco ao longo de quase duas décadas, enquanto discute consigo mesma, colocando-nos na primeira fila de uma vida, a sua, que vem acontecendo mesmo ali, diante de nós.
Agora, quase no ocaso de dois mil e vinte e quatro, a artista natural de Nova Jersei, apanha-nos a todos de surpresa com o anúncio de um projeto colaborativo intitulado Sharon Van Etten & The Attachment Theory. Nele, Van Etten dá as mãos a Jorge Balbi, Devra Hoff e Teeny Lieberson e juntos já têm pronto um disco de estreia, um trabalho homónimo que irá ver a luz do dia a sete de fevereiro próximo, com a chancela da Jagjaguwar.
Afterlife é o primeiro single retirado do alinhamento de Sharon Van Etten And The Attachment Theory, um álbum gravado em Londres, no antigo estúdio dos Eurythmics e que conta com Marta Salogni nos créditos da produção. Trata-se de um tema vibrante, épico e emocionante, revestido de modo charmoso com uma vasta miríade de elementos sintéticos, que se cruzam com um registo percussivo bem vincado e com diversos detalhes de cordas eletrificados, nuances que ampliam um certo sentimento de urgência que se vai sentindo ao longo da canção, que dá uma espécie de salto conceptual sonoro da folk para o rock. Confere Afterlife, o vídeo do tema a preto e branco e assinado por Susu Laroche e o artwork e a tracklist de Sharon Van Etten And The Attachment Theory...
01 Live Forever
02 Afterlife
03 Idiot Box
04 Trouble
05 Indio
06 I Can’t Imagine (Why You Feel This Way)
07 Somethin’ Ain’t Right
08 Southern Life (What It Must Be Like)
09 Fading Beauty
10 I Want You Here
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Sharon Van Etten – Every Time The Sun Comes Up (Alternate Version)
Está a comemorar por estes dias dez anos de lançamento o registo Are We There, assinado pela norte-americana Sharon Van Etten, uma das vozes mais queridas da atualidade, uma mulher apaixonada, persistente e impulsiva e que, nos seus discos, com uma mão na indie folk e a outra no rock alternativo, letra após letra, verso após verso, foi-se abrindo connosco ao longo de quase duas décadas, enquanto discutia consigo mesma, colocando-nos na primeira fila de uma vida, a sua, que vem acontecendo mesmo ali, diante de nós.
Um dos momentos maiores de Are We There, que foi, à época, o terceiro disco da autora, é, sem dúvida, Every Time The Sun Comes Up, a canção que encerrava o alinhamento do disco. O tema acaba de ser revisto com uma versão alternativa, lançada em formato EP, que inclui além do original e desta nova roupagem, uma versão ao vivo gravada num concerto de Sharon em Sidney, na Austrália.
O original Every Time The Sun Comes Up é uma extraordinária balada, de forte pendor acústico, com uma leveza sonora ímpar, que explora uma narrativa muito pessoal e íntima e algo dolorosa e que comprova a excepcional capacidade que esta cantora e compositora natural de Belleville, nos arredores de Nova Jersey, tem de confidenciar connosco com sublime generosidade, desafiando-nos, desse modo, a perdermo-nos nos confins da sua alma, nos seus desejos, memórias, perdas, medos e anseios.
Dez anos depois, a nova versão do tema mantém a filosofia estilística do original, mas induz-lhe novos arranjos que a autora tem experimentado ao vivo e que conferem à canção um perfil mais ruidoso. Os mesmos incluem alguns elementos sintéticos e diversos detalhes de cordas eletrificados, nuances que ampliam o travo hipnótico e um certo sentimento de urgência que se vai sentindo ao longo da canção, que dá uma espécie de salto conceptual sonoro da folk para o rock. Confere a versão alternativa e o original...
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Real Estate – Daniel
Pouco mais de três anos após o registo The Main Thing, os Real Estate de Martin Courtney, Alex Bleeker, Matt Kallman, Julian Lynch e Sammi Niss, estão de regresso com Daniel, o seu quinto disco da carreira, um alinhamento de onze canções que foi produzido por Daniel Tashian (Kacey Musgraves, Demi Lovato) e que viu a luz do dia a vinte e três de fevereiro, com a chancela da Domino Records.
Declaradamente inspiradas no mítico álbum Automatic For The People que os R.E.M. lançaram em mil novecentos e noventa e dois, as doze canções de Daniel são um festim para todos os saudosistas desses tempos em que uma certa pureza, espontaneidade e sentido livre de descoberta sem constrangimentos comerciais incipientes, eram forças motrizes do processo criativo de algumas bandas que acabaram por se tornar ícones de uma geração que viveu um período de transição não só entre dois séculos, mas também entre duas formas de viver e de sentir a música. E isso acontece porque este é um disco encharcado com composições que exalam um salutar e acochegante polimento melódico, ampliado pelo modo com os efeitos das guitarras buscam, quase sempre, uma certa luminosidade efusiva, conduzidas por um baixo com um pulsar muito vincado e caraterístico, apontando, assim, a mira para os pilares fundamentais desse indie rock que, tendo nesse tal saudosismo de outras épocas a sua grande força motriz, também não descura a ambição de ser incluído no catálogo do melhor catálogo sonoro contemporâneo.
Logo a abrir o disco, a lúcida cadência épica de Somebody New coloca-nos, instintivamente, um largo sorriso no rosto, tal é a luminosidade que transparece de uma canção que parece querer forçar o ouvinte a deixar, nem que seja por breves instantes, tudo e todos para trás, rumo aquela luz chamada Daniel, que, a partir de agora, sempre que precisarmos, estará sempre à mão, física ou digital. Depois, temas como Water Underground, uma composição suave e aconchegante, em que intimidade e acessibilidade se confundem à boleia de cordas reluzentes e arranjos luminosos, num resultado final com um travo surf intenso e harmonioso, banhado pelo sol dos subúrbios e com um certo toque psicadélico, ou Haunted World, canção encharcada em guitarras vibrantes, ao mesmo tempo que aposta numa toada mais íntima e etérea, são dois belos exemplos do modo como este quinteto consegue, em Daniel, preservar um adn muito vincado, sempre leve e inspirado, enquanto nos seduzem e impressionam com um claro travo de inedetismo. De facto, durante a audição do disco nunca deixa de haver algo de distintivo e único, no modo como as canções seguem o seu percurso natural.
Mas há outros momentos altos neste disco; a rugosidade do baixo que conduz Flowers comprova a abrangência da fiosofia interpretativa que inspirou um alinhamento que, a espaços, também atinge laivos progressivos e depois, em Freeze Brain, temos uma curiosa guinada por territórios mais ambientais, com um certo pendor eletrónico, enquanto escutamos aquela que poderia muito bem ser a melhor canção que os Zero 7 compuseram na última década.
Daniel é, em suma, um alinhamento repleto de temas vibrantes, um disco que tanto contém uma atmosfera catárquica como um clima sonhador, com belos momentos que sabem aquela brisa quente e aconchegante que entra pela nossa janela naquelas convidativas noites de um verão que tarda em chegar. Os Real Estate sempre se puderam gabar de serem capazes de mostrar uma invulgar intensidade emocional na sua escrita, mas também já merecem ser caraterizados como uma banda possuidora dessa importante valência ao nível sonoro, porque mesmo que não se entenda o que cantam, é impossível não sentirmos algo profundo e intenso à boleia das suas canções. Daniel exala, por isso, uma faceta algo sonhadora e romântica que se aplaude e que é também fruto de uma produção cuidada e que irá certamente agradar a todos os apreciadores do género. Espero que aprecies a sugestão...