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Yndling – Yndling EP

Quinta-feira, 13.01.22

A redação de Man On The Moon já tinha saudades de um bom compêndio de indie pop, de cariz eminentemente etéreo e contemplativo. E essa espera finalmente terminou devido ao EP homónimo do projeto norueguês Yndling, encabeçado por Silje Espevik, uma artista capaz de nos transportar, com a sua magnífica voz e com uma capacidade inata de compôr, para um pote mágico onde encontramos todas as poções que nos dão acesso às melhores estratégias para lidarmos com as angústias, mas também os medos, as turbulências e as dúvidas e hesitações que o dia a dia nos oferece.

Inspired 211 - Yndling — When The Horn Blows

O mundo de Yndling é muito peculiar, sem dúvida. Escuta-se este alinhamento de sete canções e sente-se uma dificuldade clara em encontrar pontos em comum com outros projetos. Talvez se situe um pouco numa espécie de interseção entre a melhor eletrónica ambiental de uns Zero 7 com a majestosidade pop dos extintos Pavo Pavo, mas fazer tal afirmação advém, apenas e só, de um exercício intuitivo que desabrochou durante a primeira audição do EP. Por exemplo, se a nebulosa Childish Fear, que versa sobre as dificuldades que existem em qualquer relação de manter sempre o nível em terreno feliz, parece ter resultado de uma espécie de filtragem entre sintetizadores agonizantes e um registo percurssivo algo afoito, já Cotton Candy Skies, beneficiando de um acabamento não tão elegante e polido, mas mais áspero e ruidoso, também seduz porque nos mostra que uma certa indulgência orgânica, abastecida, neste caso, de guitarras plenas de efeitos texturalmente ricos, teclados corrosivos no modo como atentam contra o sossego em que constantemente nos refugiamos e a voz de Espevik num registo ecoante e esvoaçante, também é capaz de colocar em sentido todos os alicerces da nossa dimensão pessoal mais frágil e ternurenta.

Produzido por Adrian Einestor Sandberg, Yndling é um registo cintilante, muito comunicativo e sentimental. Um alinhamento que, apesar de ter, na maioria das canções, uma narrativa sombria, é, no seu todo, descontraído, triunfante e seguro. Nele, esta artista norueguesa ímpar, encarnou com as suas mágoas e esperanças, uma súmula muitas vezes quase impercetível entre epicidade frenética, crua e impulsiva e sensualidade lasciva, num resultado global borbulhante e colorido. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:28

Kings Of Convenience – Peace Or Love

Segunda-feira, 21.06.21

Doze anos depois do registo Declaration Of Dependence e vinte do álbum de estreia Quiet Is The New Loud, os noruegueses Kings Of Convenience de Erlend Øye e Eirik Glambek Bøe, estão de regresso com um lindíssimo disco intitulado Peace Or Love, um alinhamento de onze canções que viu a luz do dia a dezoito de junho, através da EMI Records.

Kings of Convenience 'Peace or Love' Review: A Neat Depiction of the  Dichotomies of Love

A exploração profunda, singela e perene daquilo que é o amor e o desejo é o eixo central do conteúdo de Peace Or Love, um contemplativo, confiante e confidente exercício sonoro que, como seria de esperar, exala o adn indie folk típico desta dupla, assente em deslumbrantes cordas e num registo interpretativo que se mostra melodicamente sagaz e sofisticado. Duas décadas após a estreia, Eirik Glambek Bøe e Erlend Øye mostram-se, naturalmente, mais adultos e conscientes do mundo que os rodeia e com um outro conhecimento relativamente à vida, algo que se reflete no modo consciente como plasmam as suas ideias acerca da temática central do registo, com a pureza destas canções e a elegância das mesmas, conferida pelas pitadas deslumbrantes de bossa nova que contêm, a diferenciarem consistentemente este projeto de outras propostas dentro do mesmo espetro sonoro e a plasmarem tal astúcia e traquejo.

De facto, um dos grandes atributos dos Kings Of Convenience é conseguirem escrever músicas sem grandes truques ou adornos, mas sem deixarem de ser profundas, inspiradoras e tocantes, algo que requer uma capacidade criativa melódica incomum e uma dose de confiança mútua ímpar, com a dupla a nunca vacilar, ao longo do registo, no modo como, dentro desta evidência, entrelaçam cordas com alguns adereços percurssivos, fazendo-o com superior requinte, por exemplo, em Catholic Country, mas também deslumbrantemente em canções como Angel, que disserta sobre a tristeza de uma mulher destroçada pela não correspondência, ou na mais contemplativa Killers.

As vozes luminosas e imponentes de Bøe e Øye, de timbre semelhante, são a cereja no topo do bolo desta filosofia que sustenta um disco repleto de charme, delicadeza e cuidado, um trabalho que expressa inocência e experiência ao mesmo tempo e onde mesmo que pareça, em alguns momentos que algumas esperanças silenciosas de obter dele dicas infaliveis acerca de como sobreviver ao fim de um romance sejam frustradas, aquilo que fica é a clarificação de que quer o amor quer o desejo, que são sentimentos complicados e ilegíveis na sua essência, são também, em última análise, razões de ser fundamentais, inadiáveis e inaliáveis na nossa existência. Espero que aprecies a sugestão...

 

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publicado por stipe07 às 12:43

Kings Of Convenience – Rocky Trail

Terça-feira, 04.05.21

Doze anos depois do registo Declaration Of Dependence e vinte do álbum de estreia Quiet Is The New Loud, os noruegueses Kings Of Convenience de Erlend Øye e Eirik Glambek Bøe, anunciaram finalmente sucessor, um disco intitulado Peace Or Love, que irá ver a luz do dia já a dezoito de junho, através da EMI Records.

Kings of Convenience anuncia primeiro disco em 12 anos; ouça inédita

Das onze canções que constituem o alinhamento de Peace Or Love, já é possível contemplar a segunda, uma lindíssima composição intitulada Rocky Trail, que exala o adn indie folk típico da dupla, assente em deslumbrantes cordas e um registo interpretativo melodicamente sofisticado, deixando uma boa amostra daquilo que podemos esperar de um dos discos essenciais do próximo início de verão, incubado por um projeto muito querido por cá e que já tem concertos marcados para 16 de Maio de 2022 no Coliseu do Porto e, dois dias depois, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Confere Rocky Trail e a tracklist de Peace Or Love...

01 “Rumours”
02 “Rocky Trail”
03 “Comb My Hair”
04 “Angel”
05 “Love Is A Lonely Thing”
06 “Fever”
07 “Killers”
08 “Ask For Help”
09 “Catholic Country”
10 “Song About It”
11 “Washing Machine”

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publicado por stipe07 às 14:18

Sondre Lerche – King Of Letting Go

Domingo, 07.03.21

Sondre Lerche é um músico, cantor e compositor norueguês que vive em Brooklyn, Nova Iorque e que também se tem notabilizado pela composição de bandas sonoras, além do seu trabalho a solo. Impressionou esta redação há uma meia década com Please, um disco que apostava numa pop que entre o nostálgico e o esplendoroso, tinha algo de profundamente dramático e atrativo. Eram dez músicas diversificadas e acessíveis, repletas de melodias orelhudas e que, tendo sido alvo de uma produção aberta e notoriamente inspirada, proporcionavam uma festa pop, psicadélica e sensual.

Sondre Lerche and the Art of Radical Sincerity | PopMatters

Em dezembro último Sondre Lerche regressou aos discos com Patience, um registo que chegou aos escaparates à boleia do selo PLZ e que nos ofereceu um deslumbrante festim de sons, cadências rítmicas e dissertações melódicas que, abarcando diversos estilos, entroncavam naquela dream pop de forte cariz eletrónico, mas cada vez mais rugosa e imponente e que, para que tal suceda com brilho, não receia ser instrumentalmente arriscada.

Agora, dois meses depois desse álbum, o Sondre Lerche divulga uma composição intitulada King Of Letting Go, que encontra a sua essência num conceito pop majestoso e contundente, assente em sons inteligentes e solidamente construídos, que nos emergem num universo carregado de batidas e ritmos que não deixam de exalar um certo erotismo, daqueles que também terá vontade de nos pôr a dançar. Confere...

Sondre Lerche - King Of Letting Go

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publicado por stipe07 às 21:45

Sondre Lerche - Patience

Quinta-feira, 10.12.20

Sondre Lerche é um músico, cantor e compositor norueguês que vive em Brooklyn, Nova Iorque e que também se tem notabilizado pela composição de bandas sonoras, além do seu trabalho a solo. Impressionou esta redação há uma meia década com Please, um disco que apostava numa pop que entre o nostálgico e o esplendoroso, tinha algo de profundamente dramático e atrativo. Eram dez músicas diversificadas e acessíveis, repletas de melodias orelhudas e que, tendo sido alvo de uma produção aberta e notoriamente inspirada, proporcionavam uma festa pop, psicadélica e sensual.

Sondre Lerche - Patience | Célula POP

Agora, em dois mil e vinte, Sondre Lerche está de regresso aos discos com Patience, um registo que chegou aos escaparates à boleia do selo PLZ e que nos oferece um deslumbrante festim de sons, cadências rítmicas e dissertações melíodicas que, abarcando diversos estilos, entroncam naquela dream pop de forte cariz eletrónico, mas cada vez mais rugosa e imponente e que, para que tal suceda com brilho, não receia ser instrumentalmente arriscada.

Inspirando-se em artistas tão díspares como os Prefab Sprout ou Elvis Costello, Sondre Lerche é exímio, nestes Patience, a dar alfinetadas fulminantes em alguns dos tiques identitários daqueles que admira e, aproveitando o sumo dessa safra, mesclá-lo com o seu próprio adn criativo. O resultado é um disco que exala amadurecimento por todos os poros, uma firmeza artística assente num impecável trabalho de produção que permite que todo o arsenal instrumental utilizado pelo autor tenha o seu protagonismo no tempo certo, em suma, um verdadeiro banquete requintado que personifica o momento mais alto e afirmativo da sua caminhada filosófica e estilística pelo universo musical.

Os teclados indulgentes de Are We Alone Now, a subtileza dilacerante de That’s All There Is, o ambiente festivo de You Are Not Who I Thought I Was, uma composição assente em sons inteligentes e solidamente construídos, que nos emergem num universo carregado de batidas e ritmos que não deixam de exalar um certo erotismo, o travo glam setentista de I Can’t See Myself Without You e a vastidão de sopros e cordas que conjuram entre si com deleite em Why Did I Write The Book Of Love, são exemplos felizes deste registo eminentemente experimental, que sobrevivendo também à custa de alguns dos detalhes fundamentais do indie rock, tem na eletrónica contemporânea e no tal cruzamento já descrito e que se trava de razões com campos tão díspares como o r&b ou paisagens mais eruditas e clássicas, a sua grande força motriz.

Patience é, em suma, um compêndio musical fresco e luminoso, com substância e onde cabem todos os sonhos, um alinhamento criado por um músico impulsivo e direto, mas emotivo e cheio de vontade de nos pôr a dançar. Mesmo nos instantes mais melancólicos e introspetivos, não há lugar para a amargura e o sofrimento e o que transborda destas doze canções são mensagens positivas e sedutoras que vale bem a pena destrinçar. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 20:43

Sondre Lerche – You Are Not Who I Thought I Was

Terça-feira, 31.03.20

Sondre Lerche - You Are Not Who I Thought I Was

Sondre Lerche é um músico, cantor e compositor norueguês que vive em Brooklyn, Nova Iorque e que também se tem notabilizado pela composição de bandas sonoras, além do seu trabalho a solo. Impressionou esta redação há uma meia década com Please, um disco que apostava numa pop que entre o nostálgico e o esplendoroso, tinha algo de profundamente dramático e atrativo. Eram dez músicas diversificadas e acessíveis, repletas de melodias orelhudas e que, tendo sido alvo de uma produção aberta e notoriamente inspirada, proporcionavam uma festa pop, psicadélica e sensual.

Agora, em dois mil e vinte, Sondre Lerche está de regresso aos discos com Patience, um registo que chegará aos escaparates a cinco de junho próximo à boleia do selo PLZ. You Are Not Who I Thought I Was é o primeiro single divulgado do alinhamento deste novo registo do músico norueguês, uma composição com um ambiente de festa bem vincado, assente em sons inteligentes e solidamente construídos, que nos emergem num universo carregado de batidas e ritmos que não deixam de exalar um certo erotismo. Confere...

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publicado por stipe07 às 22:04

Elva - Winter Sun

Quarta-feira, 08.05.19

Elva é o novo projecto do casal Elizabeth Morris ((Allo Darlin) e Ola Innset (Making Marks e Sunturns) e em norueguês a palavra significa rio. É, pois, um projeto sonoro encabeçado por uma dupla que rema na mesma direção e em cujas veias escorre uma seiva artística comum, um casal que se inspirou no mundo natural, na beleza do verão escandinavo e na dureza do inverno, para incubar um álbum intitulado Winter Sun, dez canções que também devem muito do seu conteúdo ao nascimento da filha de ambos. Winter Sun foi gravado no último outono numa escola antiga na floresta sueca, durante a época de caça aos alces e tal atmosfera acabou por potenciar o cunho sonoro fortemente identitário do disco relativamente a uma área geográfica bastante específica, um registo criado por dois artistas nórdicos mas que, curiosamente, também encontram no outro lado do atlântico um oásis inspirador.

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Lançado pela Tapete Records, gravado e produzido por Michael Collins, baterista dos Allo Darlin e com as participações especiais de Dan Mayfield no violino, Diego Ivars no baixo e Jørgen Nordby na bateria, Winter Sun tem, como se percebe logo na luminosidade folk de Athens e, adiante, na mais intimista Harbour In The Storm, elevado sustento na exuberância de inspiradas cordas de forte pendor acústico. Mas engana-se quem considerar que será este o único suporte sonoro de Winter Sun, porque, logo a seguir, no ritmo incisivo de Tailwind e, pouco depois, na tonalidade oitocentista vincada de Ghost Writer, percebe-se que, no modo como essas mesmas cordas são eletrificadas, o registo contém também a força de uma pop distinta, acondicionando não só cenários melódicos eminentemente acústicos, mas também algumas das principais linhas orientadoras da country, da folk norte-americana e do melhor rock alternativo das últimas três décadas.

Seja como for, apesar da evidente predominância das cordas, se o ouvinte escutar com a devida e merecida devoção Winter Sun, certamente perceberá que teclados charmosos e de forte cariz vintage e um registo vocal intrincado e até algo complexo, a espaços, são também a alma de um registo lirica e melodicamente profundo e que também convive da combinação de detalhes e nuances opostas, justificados pela opção por elementos acústicos ou elétricos, orgânicos e sintéticos e mais reflexivos ou expansivos, muitas vezes numa mesma canção.

De facto, os Elva sabem muito bem como transmitir e explorar sensações únicas e intensas através de uma sonoridade sempre sóbria e adulta, mas também com um forte cunho envolvente, climático e melancólico. Em Airport Town, na nuance do efeito da guitarra e no modo como os restantes instrumentos se encaixam na mesma enquanto intercalam epicidade com intimismo e no timbre vocal grave de Elizabeth, percebe-se esse elevado índice de maturidade e abrangência, com o odor que afaga e adoça em Everything Is Strange e o travo algo setentista e lisérgico que exala do sereno dedilhar da guitarra de Don't Be Afraid, a reforçarem toda uma complexidade de abordagens felizes a diferentes géneros sonoros e que, numa mistura de força e fragilidade, nas vozes, na letra e na instrumentação, se equilibram sempre de forma vincada e segura.

Disco intenso, mas também bastante relaxante e até, em alguns instantes, algo soporífero, Winter Sun conquista o coração de quem escuta estes Elva, que usam melodias doces para nos fazer despertar no nosso âmago sentimentos que muitas vezes são apenas visíveis numa cavidade anteriormente desabitada e irrevogavelmente desconhecida do nosso ser. Espero que aprecies a sugestão...

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  1. Athens
  2. Tailwind
  3. Dreaming With Our Feet
  4. Ghost Writer
  5. Harbour In The Storm
  6. Airport Town
  7. Don't Be Afraid
  8. Everything Is Strange
  9. I Need Love
  10. Winter Sun

 

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publicado por stipe07 às 16:31

Kakkmaddafakka – Diplomacy

Quinta-feira, 28.03.19

Ativos desde dois mil e quatro, sedeados em Bergen, na Noruega, e formados por Axel Vindenes, Pål Vindenes, Stian Sævig, Kristoffer Wie van der Pas, Lars Helmik Raaheim-Olsen e Sebastian Kittelsen, os Kakkmaddafakka estrearam-se nos discos em dois mil e sete com Down To Earth e contam já com quatro registos no seu cardápio, sendo o último Hus, um trabalho lançado há cerca de dois anos e que tem sucessor este ano, um alinhamento lançado recentemente pela Bergen Mafia Records e produzido por Matias Tellez. De acordo com a banda, este quinto álbum dos Kakkmaddafakka é o mais intimista e honesto do grupo, porque se inspira bastante em Bergen e porque aborda temáticas relacionadas com problemas de saúde mental, pelos vistos na ordem do dia em muitas bandas e projetos, como tem sido possível verificar nas publicações mais recentes deste blogue.

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Diplomacy é uma espécie de grito de alerta para o quanto difícl é, para mais pessoas do que se julga, viver nos dias de hoje numa sociedade profundamente dividida e carente de um rumo que agregue toda a amálgama de etnias, raças e povos que fazem desta nova Europa, um dos continentes mais heterogéneos e conturbados deste nosso mundo, apesar de apregoar muitas vezes aos sete ventos ser o mais civilizado, acolhedor e desenvolvido dos cinco. O segredo para a pacificação e para a sanidade e o equilíbrio que todos precisamos acaba por estar, no fundo, no encontro de pontos comuns e a música dos Kakkmaddafakka é fértil a deixar pistas nesse sentido, porque para este grupo a felicidade não olha a cores de pele, origens, heranças ou deuses para se manifestar. Basta ouvir o single Runaway Girl, uma luminosa e imponente canção sobre um amor proibido, assente num sintetizador cintilante, numa percussão frenética e numa guitarra plena dereverb, para se perceber a aúrea de otimismo e cor que a música deste grupo norueguês é capaz de transmitir ao ouvinte.

Para obter tal desiderato, Diplomacy aposta todas as fichas num receituário eminentemente pop que nos remete para a melhor herança da mescla de nomes como os The War On Drugs ou os Friendly Fires, só para citar os projetos que saltam logo ao ouvido durante a audição do disco. É uma filosofia interpretativa com um travo indie de excelência, assente também em rimas simples e de perceção quase intuitiva de uma espécie de humor melancólico e que a cadência e o polimento de Naked Blue, o travo oitocentista das sintetizações e das guitarras de Sin e Get Go também exemplificam e comprovam, num resultado final promissor e que não desilude minimamente. Espero que aprecies a sugestão...

Kakkmaddafakka - Diplomacy

01. My Name
02. Runaway Girl
03. The Rest
04. Sin
05. Get Go
06. Frequency
07. Moon Man
08. Naked Blue
09. This Love

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publicado por stipe07 às 10:43

I Was A King – Slow Century

Terça-feira, 19.03.19

Já viu a luz do dia, à boleia da Coastal Town Recordings, Slow Century, o novo registo de originais dos noruegueses I Was A King, um coletivo formado por Frode Strømstad, Anne Lise Frøkedal, Ole Reidar Gudmestad e Arne Kjelsrud Mathisen e oriundo de Egersund, nos arredores de Oslo. Liderados pelos dois primeiros, Frode Strømstad e Anne Lise Frøkedal, e a compôr belíssimas canções pop há já mais de uma década, os I Was A King já têm cinco discos em carteira e uma enorme reputação não só no circuito local, mas também no panorama indie nórdico e britânico, inclusive e este novo disco do grupo veio acentuar ainda mais a boa impressão da crítica e de uma já vasta legião de seguidores relativamente ao seu percurso musical.

A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas em palco e pessoas a tocarem instrumentos musicais

Os I Was A King admitem ter como principal bitola a pop dos anos sessenta e setenta, mas também abordagens mais contemporâneas deste amplo género musical. Nomes como os The Byrds, Big Star, Robyn Hitchcock, Teenage Fanclub, The Beatles, Incredible Stringband, Guided By Voices, Olivia Tremor Control e Neil Young, entre outros, são declaradas influências. Por isso, sem escutarmos Slow Century, um disco produzido por uma das suas infuências, Norman Blake, dos Teenage Fanclub, quase que conseguimos antecipar o seu conteúdo sonoro e a respetiva base melódica, sabendo de antemão todo este manancial rico e eclético de referências. E de facto, o que se escuta neste alinhamento de doze canções, divididas em cerca de meia hora e que começam logo a impressionar com a ímpar luminosidade da guitarra que conduz Clouds, confirma essas suspeitas que poderiam ter sido formuladas à priri, de estarmos na presença de canções perfeitas para os apreciadores da típica sonoridade pop, feita de imensas cordas, às vezes distorcidas, mas sempre muito melódicas, vozes concisas, límpidas e bem audíveis, cheias de mudanças no tom e, finalmente, uma excelente escrita, daquela que denota um apreciável sentido crítico e uma enorme sensibilidade.

Havendo em Slow Century aquela saudável linearidade, que faz com que o disco seja ouvido de uma vez só sem quase se notar, há, no entanto, canções que de destacam e que denotam sentido criativo e uma vontade expressa de procurar diferentes ritmos e abrodagens instrumentais, nomeadamente com recurso à percurssão, sem fugir à sonoridade padrão adotada. Assim, além da já descrita Clouds, no single Bubble é possível contemplar uma subtil mistura entre sintetizações inebriantes e uma abordagem clássica, mas sempre eficaz às guitarras, num resultado final particularmente efusivo e luminoso. Por outro lado, se o tema homónimo oferece-nos um instante um pouco mais lisérgico e contemplativo, mas igualmente recompensador, já Folksong, mantendo essa abordagem mais intimista, comprova que este grupo também se movimenta com à vontade por climas mais acústicos e orgânicos.

Slow Century é um bom disco de indie pop da mais pura estirpe nórdica, ouve-se em qualquer altura do ano, tem belíssimas canções, está cheio de potenciais singles e prova que, quando os intérpretes têm qualidade, escrever e compôr boa música não é uma ciência particularmente inacessível. Espero que aprecies a sugestão...

I Was A King - Slow Century

01. Clouds
02. Bubble
03. Shake
04. Tiny Dots
05. Hatchet
06. Tanker
07. Slow Century
08. No Way Out
09. Folksong
10. Egersound
11. Run
12. Lighthouse

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publicado por stipe07 às 21:26

Kakkmaddafakka – Runaway Girl

Quinta-feira, 07.02.19

Kakkmaddafakka - Runaway Girl

Ativos desde dois mil e quatro, sedeados em Bergen, na Noruega, e formados por Axel Vindenes, Pål Vindenes, Stian Sævig, Kristoffer Wie van der Pas, Lars Helmik Raaheim-Olsen e Sebastian Kittelsen, os  Kakkmaddafakka estrearam-se nos discos em dois mil e sete com Down To Earth e contam já com quatro registos no seu cardápio, sendo o último Hus, um trabalho lançado há cerca de dois anos e que irá ter sucessor ainda este ano, um alinhamento a ser lançado pela Bergen Mafia Records e produzido por Matias Tellez. De acordo com a banda, este quinto álbum dos Kakkmaddafakka será o mais intimista e honesto do grupo, porque se inspira bastante em Bergen e porque aborda temáticas relacionadas com problemas de saúde mental, pelos vistos na ordem do dia em muitas bandas e projetos, como tem sido possível verificar nas publicações mais recentes deste blogue. 

Depois do tema Naked Blue, Runaway Girl é o mais recente single conhecido desse novo album dos Kakkmaddafakka, um trabalho sem nome anunciado mas já com data prevista, vinte e dois de março. Runaway Girl é uma luminosa e imponente canção sobre um amor proibido, assente num sintetizador cintilante, numa percussão frenética e numa guitarra plena de reverb, um receituário eminentemente pop com um resultado final que nos remete para a melhor herança de nomes como os The War On Drugs ou os Friendly Fires, só para citar os projetos que saltam logo ao ouvido durante a audição do tema. Confere...

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publicado por stipe07 às 10:37






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