man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
LCD Soundsystem – New Body Rhumba
Depois de um hiato de praticamente meia década, imaginem só quem está de volta... Pois é, Nova Iorque volta a agitar-se a a espalhar réplicas dançantes por todo o mundo, à boleia dos LCD Soundsystem, o projeto liderado por James Murphy que, depois de American Dream e de um álbum ao vivo, intitulado Electric Lady Sessions, está a espantar-nos a todos com uma nova canção. Chama-se New Body Rhumba e irá fazer parte da banda sonora de White Noise, o novo filme da Netflix, do aclamado realizador indie Noah Baumbach, uma comédia apocalíptica que conta com Adam Driver e Greta Gerwig nos papéis principais e adaptada de um livro com o mesmo nome, escrito em mil novecentos e oitenta e cinco por Don DeLillo.
New Body Rhumba é exuberante no modo como nos recorda, com renovada e justificada excitação, aquela fórmula clássica, contagiante e lasciva que era e, pelos vistos, felizmente, ainda é, a imagem de marca de uma banda sempre disposta a levar o garage rock numa direção eminentemente dançável e psicadélica. O fuzz das guitarras, o vigor do baixo e a cosmicidade selvagem das sintetizações de New Body Rhumba, são ingredientes fulgurantes de quase sete minutos e meio de um indie dance post punk rock com uma assinatura muito identitária e que nos possibilita usufruir novamente de um mosaico declarado de referências, que se centram, essencialmente, numa mescla entre a típica eletrónica underground nova iorquina e o colorido neon dos anos oitenta, quase sempre com finais épicos e de maior exaltação, como é apanágio das melhores cançoes do catalogo dos LCD soundsystem. Confere New Body Rhumba e o trailer de White Noise...
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Beck – Tarantula
Quando nos últimos dias foram conhecidas as nomeações para edição deste ano dos Óscares, o filme Roma, escrito e dirigido por Alfonso Cuarón, que também o produziu, co-editou e cinematografou e protagonizado por Yalitza Aparicio, Marina de Tavira, Marco Graf, Daniela Demesa, Enoc Leaño e Daniel Valtierra, tornou-se, desde logo, num nome de peso no quadro final de nomeados, com as suas dez nomeações, entre elas as de Melhor Filme, Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Realizador, Melhor Argumento Original e Melhor Atriz, que o colocam na pole position para ser o grande vencedor da edição deste ano dos prémios de cinema de Hollywood. Curiosamente, ou talvez não, Roma não foi nomeado para a estatueta da melhor banda sonoroa original, exatamente porque as canções que escutamos durante o filme não são originais criados propositadamente para o drama.
Seja como for, ultimamente alguns artistas têm criado e revisitado temas inspirados no argumento de Roma, com When I Was Older, de Billie Eilish, a ser um desses casos. E, no seguimento destas recriações sonoras, a Sony prepara-se para lançar um álbum intitulado Music Inspired By The Film Roma, uma compilação que além de conter essa composição de Eilish, também conta com contributos de, entre outros, Patti Smith, El-P, Wilder Zoby, Laura Marling, DJ Shadow, Ibeyi, UNKLE e Beck que, para este alinhamento, recriou um clássico de synth pop de mil novecentos e oitenta e três, intitulado Tarantula, da autoria dos Colourbox.
O original com trinta e seis anos é um tratado de reggae new wave com uma toada eminentemente contemplativa, onde sobressai o baixo de Jason Falkner. Na cover de Beck, onde se escutam nos coros as vozes de Leslie Feist e Alex Lilly, foi mantida a essência do original, sem o artista deixar de lhe dar o seu cunho pessoal, num resultado final que ressuscita referências mais clássicas, consentâneas com a pop atual, e onde é indisfarçavel a busca de uma melodia agradável e marcante e rica em detalhes e texturas muito presentes na herança do músico natural de Los Angeles. Confere...
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Benjamim - Volkswagen & Doc. Auto Rádio
Depois do Walter Benjamin, o Luis Nunes resolveu ser só Benjamim, escrever em português, montar arraiais na pacatez de Alvito, deixando Londres para trás e nessa linda vila alentejana montou um estúdio de gravação, por onde têm passado alguns músicos e projetos nacionais que têm merecido amplo destaque por cá, neste espaço de crítica e divulgação sonora.
(pic Gonçalo Pôla)
Benjamim também abriu as hostilidades em relação à sua nova carreira a solo e Auto Rádio, um dos melhores discos nacionais de 2015, foi o primeiro passo de um percurso cheio de anseios e expectativas e que até resultou numa espécie de Volta a Portugal, materializada numa sequência de concertos de norte a sul do nosso país, durante trinta e três dias seguidos e que, nas palavras do próprio Benjamim, foi a digressão mais extensa e intensa que já aconteceu em Portugal, tendo passado por festas populares, associações culturais, festivais, bares, esplanadas, no meio da rua, num castelo, coretos e tabernas onde o músico tocou para todos os tipos de público que se pode encontrar. Gonçalo Pôla, amigo do músico, encarregou-se do registo foto-videográfico desta empreitada e elaborou um diário de estrada, um documento visual e sonoro precioso, não só para a percepção mais nítida do conteúdo musical e conceptual de Auto Rádio, mas também como documento de estudo de uma outra realidade muitas vezes ignorada do universo dos concertos no nosso país e de como é possível conceber espectáculos de música nos locais mais inusitados.
Agora, na primavera de 2016, este documento visual terá direito a edição na forma de documentário, acompanhado pelo lançamento, em formato single, de Volkswagen, um dos destaques maiores do conteúdo sonoro de Auto Rádio e uma canção que, num abrir e fechar de olhos e do nostálgico ao glorioso, oferece-nos uma espécie de indie-folk-surf-suburbano, feito por um dos mestres nacionais de um estilo sonoro com nuances e características muito particulares. A antestreia deste documentário acontece a 20 de Maio no Cinema Ideal, em Lisboa. Confere...
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Soulsavers – Kubrick
Do inspirador video do clássico The Universal dos Blur ao excerto de que Frank Ocean se apropriou, devidamente autorizado, de Eyes Wide Shut para o video do seu tema LoveCrimes, o universo da pop e do rock está recheado de créditos onde se pode conferir o nome de Stanley Kubrick, um dos produtores visuais mais inspirados e inspiradores e influentes do nosso tempo, apesar de já ter falecido e desta contemporaneidade cultural que nos assola constantemente com novidades e propostas de relevo, mas onde poucos autores se conseguem destacar e atingir uma mestria que os torne únicos e inconfundíveis, detentores de marcas identitárias próprias verdadeiramente inéditas e incomparáveis.
A obra de Stanley Kubrick é um edifício deslumbrante, que merece ser apreciado com particular devoção e não só por causa de Spartacus (1960), The Shining (1980), Full Metal Jacket (1987), ou 2001 : A Space Odissey (1968), além do filme referido acima, mas também devido ao modo como a música sempre foi uma componente essencial dos seus filmes. Depois de no início de outubro último a dupla Soulsavers de Rich Machin e Ian Glover ter editado um disco a meias com Dave Gahan, dos Depeche Mode, intitulado Angels & Ghosts, poucas semanas depois foi a vez de ver a luz do dia Kubrick, pouco mais de trinta minutos que homenageiam o malogrado cineasta norte americano, à boleia de oito instrumentais que replicam, de certo modo, a típica atmosfera visual e sonora do universo cinematográfico de Kubrick e cujos títulos são inspirados em personagens das obras mais significativas do cardápio do realizador.
Se a mercurial e exuberante DeLarge advém do segundo nome de Alex, o sociopata que protagoniza A Clockwork Orange (1971), já a contemplativa e iluminada canção Dax relaciona-se com o nome do coronel à volta do qual gira o argumento de Paths Of Glory (1957), protagonizado por Kirk Douglas. Estes são apenas dois exemplos do ideário sonoro detalhado e feliz que se pode escutar nesta obra sonora obrigatória não só para os verdadeiros apreciadores da cinematografia de Stanley Kubrick, mas também para todos aqueles que gostam de se deixar envolver por peças sonoras que os embalem num casulo de seda, criadas por uma dupla que possui uma soul claramente envolvente e uma espiritualidade invulgar e introspetiva, dois aspetos que transbordam deste conjunto de melodias doces com um leve toque clássico e que, tal como um filme de Kubrick, se escutam e se vêem com invulgar fluidez. Espero que aprecies a sugestão...
01. DeLarge
02. Clay
03. Torrance
04. Dax
05. Joker
06. Hal
07. Mandrake
08. Ziegler
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Elbow – What Time Do You Call This?
Depois de The Take Off And Landing Of Everything , o sexto álbum da carreira dos britânicos Elbow de Guy Garvey, um trabalho que viu a luz do dia há pouco mais de um ano através da Fiction, What Time Do You Call This é o novo sinal de vida do grupo, um tema que faz parte da banda sonora do filme Man Up, que conta nos principais papéis com Simon Pegg e Lake Bell.
A banda sonora de Man Up foi editada há poucos dias pelo mesmo selo dos Elbow, a etiqueta Fiction e, de acordo com o diretor Ben Palmer, What Time Do You Call This encaixa perfeitamente no enredo do filme. A canção bonita e delicada, tem uma sonoridade tipicamente Elbow, ou seja, tem algo de grandioso e encorpado, com todos os espaços da canção a serem exemplarmente preenchidos pelos instrumentos e pelas voz. Confere...
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Star Wars: The Force Awakens Trailer #1
Terminou a espera... Finalmente foram divulgadas as primeiras imagens de Star Wars Episode VII - The Force Awakens, filme realizado por J.J. Abrams e que tem como data prevista de estreia, dezembro de 2015.
Em cerca de minuto e meio podemos deliciar-nos com os novos X-wings, as novas fardas e equipamento dos stormtroopers e uma sequência em que o Millennium Falcon combate TIE fighters enquanto sobrevoam um deserto.
A sequência começa com a personagem interpretada por John Boyega, possivelmente um dos novos heróis do filme, vestido de stormtrooper e depois surge um pequeno droide numa espécie de parque de material aoeronaútico desativado.
De seguida, os novos stormtroopers, completamente equipados, são largados em local desconhecido por uma nave de transporte e a personagem interpretada por Daisy Ridley surge em cima de um veículo inédito, deslocando-se em pleno deserto.
Finalmente, um piloto interpretado por Oscar Isaac surge no cockpit de um X-wing Starfighter e depois uma esquadrilha completa sobrevoa, a baixa altitude, um lago. De seguida, o dramatismo aumenta com a sequência de combate entre o Milleniun Falcon e os TIE Fighters e o trailer termina com uma figura sombria, no meio de uma floresta gelada, possivelmente Luke Skywalker, que murmura The dark side... and the light, empunhando um sabre de luz idêntico a uma espada medieval.
É possível fazer várias conjeturas acerca do enredo a partir deste trailer e a mais sombria é imaginar Luke no lado negro da força. Será? Que achas do trailer e que hipóteses colocas para a história?
- Ficha Técnica:
- Realizador: J.J. Abrams
- Produtores: Kathleen Kennedy, J.J. Abrams e Bryan Burk
- Argumento: Lawrence Kasdan, J.J. Abrams
- Atores: John Boyega, Daisy Ridley, Adam Driver, Oscar Isaac, Andy Serkis, Lupita Nyong’o, Gwendoline Christie, Domhnall Gleeson, Max von Sydow, Harrison Ford, Carrie Fisher, Mark Hamill, Anthony Daniels, Peter Mayhew, Kenny Baker
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heklAa - My Name Is John Murdoch
Alsaciano de nascimento, mas inspirado sonoramente por latitudes mais a norte, Sébastien Touraton é um francês apaixonado pela islândia, além de um músico talentoso que adora post rock. Líder do projeto heklAa, o nome de um vulcão islandês, tem um novo álbum intitulado My Name Is John Murdoch, um trabalho inspirado em Dark City, um dos filmes preferidos de Sébastien, mas com referências a outras fitas, nomeadamente o Batman de Tim Burton.
O autor do disco nega que My Name Is John Murdoch seja uma banda sonora alternativa de Dark City mas, na verdade, tendo o filme na mente e escutado estas canções, é possivel fazer um paralelismo entre as duas obras, até porque o alinhamento de nove canções procura recriar o filme, com cada tema a servir como banda sonora de um capítulo da trama, descrita abaixo pelo próprio autor do disco.
heklAa começou a trabalhar no álbum há cerca de dois anos e ideias e sentimentos como a nostalgia, o fim precoce da inocência e a auto-descoberta estão muito presentes nas canções que trespassam esses conceitos para algumas personagens do filme, à medida que a história se desenrola.
Com uma forte componente instrumental e com a voz a servir esencialmente como suporte narrativo, My Name Is John Murdoch tem momentos coloridos e cheios de emoção e, ao mesmo tempo, instantes que se tornam profundamente pensativos, nostálgicos e melancólicos. No entanto, é nos instantes em que o autor pretende recriar uma aúrea mais sombria e dramática que sobressai a sua capacidade de composição e a grandiosidade instrumental que não descura praticamente nenhuma secção ou classe de instrumentos. Das cordas, acústicas e eletrificadas, à percussão, passando pelos instrumentos de sopro, arranjos com metais e efeitos sintetizados que replicam sons de diversas proveniências, Sébastien conseguiu atingir o pleno orquestral e com isso fazer com que My Name Is john Murdoch criasse uma impressionante sensação de beleza e de efeitos contrastantes dentro de nós, além da possibilidade de podermos visualizar a trama.
Claramente apaixonado pela música erudita, heklAa foi corajoso na ideia e no modo como a colocou em prática, apropriando-se de uma forma de experimentação sonora e musical algo inédita, o que atesta a sua enorme capacidade para pintar verdadeiras telas sonoras cheias de vida e cor, utilizando uma fórmula básica que serve de combustível a nuances variadas e harmonias magistrais, onde tudo se orienta de forma controlada, em nove canções avassaladoras e marcantes, claramente à altura do enredo que procuram musicar. Espero que aprecies a sugestão...
The Story.
The movie tells the story of John Murdoch, a music journalist, expert of Miles Davis’ work. After years, he comes back in sirenZ, the big city where he grew up, to cover a set of jazz concerts. As he is walking along the main street, he has the strange feeling that nothing is like it used to be. Did the city change so much? Did he change so much? Did time just go by?
(Episode 1: The Dark City of sirenZ) A whole series of events is going to intensify his conviction that something is wrong: that beautiful woman he meets in the “Hopper’s bar”; he does not know any Selina Kyle, but he could swear that he knows that woman, like a reminiscence from yesteryears, he knows that he had dinner once with her, that they have spent the night after that together, too. (Episode 2: L’Inconnue ) There is also this original recording of Miles Davis’ soundtrack for “Elevator of the Gallows” that he finds in an old music store; as an expert, he knows full well that this milestone in jazz was celebrated in 1958. “Générique”, the perfection of music according to John, this permanent catchy tune in his head could not be just a creation of his own mind. But, the calendar in the store still indicates that John is living in the year 1946… Last but not least, in place of Miles Davis’ music, John discovers a recording made by a Louis Malville who introduces himself as a French movie director. Louis reveals that sirenZ is a shameless lie, a Dark City like many others, where nothing is real. (Générique)
Nothing? What about Shell Beach, this sunny happy place of his childhood, where he used to fly a kite or go sailing and fishing with his father? So many memories of brighter times… (Episode 5: Remembering Shell Beach)
After days of investigating, at last, John finds out the truth, as he is walking by a souvenir shop. Behind the window, a glass snow ball representing sirenZ. He understands, terrified, that this is not just a trinket for tourists, but reality: The city is lying in the depths of the sea, under a giant bell. (Episode 3: The Dome) Shell Beach does exist, but only in his head, nothing more than pretty pictures in a photo album. Why? When? How? John will never get the answer. (Episode 4: Dance with the Shadows)
John’s world has collapsed. (Ep 7: Say hurray! ‘cause it’s the End of the World!). Now that he knows the whole truth, what comes next? Should he tell everything and run the risk of becoming a curse, an incurable decease for everyone in the city? Should he just live a normal, quiet life by the woman he loves? No, he will not be a tragic hero. He knows who he is. (Episode 6: My name is John Murdoch). Selina is waiting for him. (Epilogue).
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The Medicine - 1975
O produtor Zane Lowe está a reescrever Drive, já um clássico do cinema de Hollywood, apesar de ter sido realizado recentemente, em 2011, pelo dinamarquês Nicolas Winding Refn.
Os britânicos The 1975 acabam de revelar a sua contribuição para a banda sonora do filme, com o tema Medicine. Confere a canção e uma citação do líder da banda acerca do projeto.
After we stole him we made our way from Los Angeles through the Californian desert to Las Vegas. Drowning my sorrows and (narrowly) avoiding conflict from many directions..... I sat down with Jim (Zane Lowe's Producer) and he began to explain to me how he was in the process of re-scoring a movie and did we want to be involved. The film in question was the modern classic ‘Drive’. So of course my answer was ‘yes’. We wrote Medicine for our chosen scenes. Medicine, it’s title and sentiment, goes all the way back to the original The 1975 project that was based in my bedroom. It’s a new piece of music informed by the genesis of our band and our love for ‘Drive’ as a film. Having the opportunity to re-score a movie of which we were already so familiar provided us with a sense of knowing and allowed us to be slightly more introspective than we maybe would have been approaching something unknown. The movie itself plays with the duality of resignment and hope - and this is most obvious and stirring in the scenes we chose to score. The song is a testament to that same idea and has in turn become one of our most personal and best loved pieces of music to date. I won’t delve into what the song is about lyrically because frankly I want to put those ideas to bed; but being provided with the context in which Medicine came to be, it allowed the song to become a mausoleum for those ideas, captured, diverted and frozen forever. Which is pretty cool x
Matthew Healy
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Gruff Rhys – American Interior
Gruffydd Maredudd Bowen Rhys, nascido em 18 de julho de 1970, é um músico do País de Gales conhecido tanto pela sua carreira a solo como pela sua presença nos Super Furry Animals, banda que obteve relativo sucesso na década de noventa. Paralelo ao eficiente trabalho com os Super Furry Animals, Gruff Rhys também tem uma bem sucedida carreira a solo onde testa novas fórmulas, um pouco diferentes do rock alternativo com toques de psicodelia da banda.
A aventura a solo deste músico começou em 2005 com Yr Atal Genhedlaeth, um disco divertido e cantado inteiramente no idioma galês. Dois anos depois, com Candylion, o músico atinge ainda maior notoriedade com esse projeto que a crítica descreve como delicado e repleto de bons arranjos e onde se destaca também a participação especial do grupo de post rock Explosions in The Sky, além da produção impecável de Mario Caldato Jr, que já trabalhou com os Beastie Boys e os Planet Hemp, entre outros. Em 2011, com Hotel Shampoo, Gruff apostou em composições certinhas feitas a partir de melodias pop e uma instrumentação bastante cuidada, que exalava uma pop pura e descontraída por quase todos os poros. Três anos depois o galês está de regresso com American Interior, a banda sonora de um filme onde Rhys é também o ator principal e embarca numa viagem musical pela América repetindo a aventura do explorador e seu antepassado, John Evans, no século XVIII.
John Evans partiu em 1792 em busca de uma tribo de índios americanos que julgava ser composta por seguidores de Madoc, o príncipe galês que a lenda diz ter embarcado para a América trezentos anos antes da viagem de Cristóvão Colombo. Gruff Rhys, acompanhado por Dylan Goch, que com ele assume a realização de American Interior (depois de já terem realizado juntos Separado!, em 2010), e pelo avatar do explorador com um metro de altura, partem para o interior da América e percorrem o caminho de Evans, tentando juntar as peças da vida misteriosa desta figura a quem se deve um dos primeiros mapas do Rio Missouri. Pelo caminho vão dando palestras e concertos, pesquisando os arquivos, a geografia e as gentes locais e compondo o álbum que resulta desta mesma viagem.
Este disco, lançado no passado dia cinco de maio na etiqueta Turnstile, é um projeto multimédia que prevê também a publicação de um livro e um filme, ambos com o mesmo nome do disco, para que, através da fusão de diferentes plataformas seja possível criar uma experiência multi-sensorial que conte a incrível história real de John Evans.
As treze canções de American Interior são o resultado esperado quando um relato histórico de viagens de exploração de território se une a um universo de sons psicadélicos. Há diversos instrumentais e logo em American Exterior, com os sintetizadores, é dado o mote que depois com o piano, a voz sintetizada e a percussão de American Interior. A típica soul e a folk norte americana invade os nossos ouvidos em 100 Unread Message, uma música que, por si só, é já uma verdadeira viagem pela América, com arranjos acústicos particularmente deslumbrantes e cheios de luz.
A partir daí mergulhamos fundo na psicadelia folk que definiu a música dos anos sessenta, com American Interior a aproximar-se frequentemente de uma musicalidade calcada em antigas nostalgias, num disco que se deixa consumir abertamente tanto pela música country como pela soul, numa simbiose entre a pop e o indie rock com estes dois géneros, num processo que possibilita que eles se encontrem, como em The Wheter (Or Not) e The Last Conquistador, canções onde a folk, na primeira e a soul na segunda, são referências exploradas de igual forma, o que prova que há uma tentativa descarada, mas feliz, de aproximação com o cancioneiro norte americano
Ao longo do disco, umas vezes somos embalados e outras dançamos ao som de simples acordes, várias vezes dispostos em várias camadas sonoras, com uma naturalidade que impressiona os mais incautos, à semelhança da naturalidade com que a voz do Rhys encaixa na melodia das canções. Percebe-se com naturalidade que o músico mantém-se inventivo, principalmente quando converte o que poderia ser compreendido por uma maioria de ouvintes como meros ruídos em produções volumosas e intencionalmente orientadas para algo épico.
America Interior é, sem dúvida, um trabalho coeso, dinâmico e concetual e um marco na trajetória deste músico. O melhor exemplo dessa aproximação com um resultado temático está na condução pop do single homónimo, mas tão grande quanto o território que carrega no título, America Interior transporta um infinito catálogo de sons e díspares referências que parecem alinhar-se apenas na cabeça e nos inventos nada óbvios de Rhys. Espero que aprecies a sugestão...
01. American Exterior
02. American Interior
03. 100 Unread Messages
04. The Whether (Or Not)
05. The Last Conquistador
06. Lost Tribes
07. Liberty (Is Where We’ll Be)
08. Allweddellau Allweddol
09. The Swamp
10. lolo
11. Walk Into the Wilderness
12. Year Of The Dog
13. Tiger’s Tale
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Edge Of Tomorrow - Trailer 1
A Warner Bros. disponibilizou o primeiro trailer do novo filme de Doug Liman, uma das obras cinematográficas que aguardo com maior expetativa no próximo ano. Edge of Tomorrow coloca Tom Cruise de regresso ao género de ficção-cientifica, onde interpreta um militar assassinado em acção, numa batalha contra forças alienígenas. Contudo, poderá reviver e aprender com os erros, tornando-se numa máquina de guerra, orientada pela personagem de Emily Blunt.
Há quem diga que Edge of Tomorrow é uma versão futurista, e de ficção-científica, de Groundhog Day, um filme de culto com Bill Murray. O trailer não é assim tão comprometedor, mas uma das ferramentas em destaque é o CGI, aplicado nas cenas de acção. O elenco conta ainda com Bill Paxton, Laura Pulver e Jeremy Piven. Edge of Tomorrow estreia a seis de Junho de 2014.
O músico dos Snow Patrol, Johnny McDaid, escreveu a música que se escuta neste trailer; A canção chama-se This Is Not The End e foi editada pela Polar Patrol Recordings, com o nome do projeto de que faz parte este músico a chamar-se Fieldwork.