man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Violent Femmes – We Can Do Anything
Há bandas que resistem com firmeza ao definitivo ocaso e os norte americanos Violent Femmes são um excelente exemplo de um grupo que sabe como ir observando as novas tendências para depois, no momento certo, voltar a dar sinais de vida, o que, no caso, provoca sempre enorme burburinho e, tendo em conta o conteúdo habitual, enorme alegria e agitação. Editado no passado dia quatro à boleia da conceituada PIAS, We Can Do Anything é o novo compêndio de canções deste projeto liderado por Gordon Gano e o primeiro em quinze anos, após o bastante recomendável Freak Magnet (2000).
Nono disco da carreira dos Violent Femmes, We Can Do Anything é um excelente regresso da banda de Milwaukee e se canções como Traveling Solves Everything, a divertida I Could Be Anything, ou Memory mantêm intacta aquela faceta humorística que tipifica os Violent Femmes, agregada a uma folk com elevada estética punk, com a guitarra e as violas a piscarem sempre o olho ao blues e a alguns dos detalhes mais eminentes da música celta, já o clima mais acústico do baixo de What You Really Mean, uma canção escrita por Cynthia Gayneau, irmã de Gordon Gano, ou I'm Not Done, equilibram as contas, enquanto nos remetem para a típica américa profunda, tão bem descrita na discografia de ícones do calibre de um Bob Dylan ou Johnny Cash.
Produzido por Jeff Hamilton e misturado por John Agnello (responsável por discos dos Sonic Youth e dos Dinosaur Jr.) e Kevin Hearn, dos The Barenaked Ladies, artista que também fez a capa e toca guitarra e teclas em algumas canções do disco e gravado em várias cidades americanas, este é um álbum equilibrado, rico em detalhes preciosos e momentos de elevada vibração e intensidade, com a habitual produção rugosa e crua a fazer-se notar logo no timbre seco das cordas da já referida Memory, aquela caraterística que tão bem conhecemos dos Violent Femmes e que, independentemente da vivacidade ou da mensagem de cada canção, assim como dos subgéneros do indie rock que abraça, mantém-se sempre intata e bem audível.
We Can Do Anything acaba por ser um feliz regresso às origens e ao extraordinário disco homónimo de 1993, sendo capaz não só de nos fazer reavivar extraordinárias memórias desse tempo incrível, como até captar novos seguidores para um género sonoro de difícil aceitação, mas que tem seguidores fiéis e devotos que receberão de braços abertos e com uma enorme vontade de dançar este novo trabalho dos Violent Femmes. Espero que aprecies a sugestão...
01. Memory
02. I Could Be Anything
03. Issues
04. Holy Ghost
05. What You Really Mean
06. Foothills
07. Traveling Solves Everything
08. Big Car
09. Untrue Love
10. I’m Not Done
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Jaill – Brain Cream
Lançado a trinta de junho pela Burguer Records, a etiqueta que já os tinha abraçado em 2009, com There’s No Sky (Oh My My), o aclamado disco de estreia, Brain Cream é o novo lançamento discografico dos Jaill, uma banda norte americana oriunda de Milwaukee e formada por Vincent Kircher, Austin Dutmer e Andrew Harris, de regresso à casa de partida depois de dois trabalhos editados pela insuspeita Sub Pop.
Basta um olhar atento à capa de Brain Cream para se perceber que a indie pop psicadélica é a grande força motriz deste trio. Aliás, as vozes aditivas, a ligeira distorção da guitarra e os acordes coloridos, enérgicos e joviais de Got an F, o primeiro single divulgado do disco, transportam-nos até ao auge dos anos setenta e ao universo místico hoje muito em voga e que alguns projetos atuais tão bem replicam.
Quando no início da última década algumas bandas alicercadas na pop, mas com orquestrações alternativas, começaram a receber bastante atenção dos média especializados, fazer e ouvir música recheada de nuances detalhadas e sons coloridos parecia ser uma excelente proposta para a música naquele momento. A mim, um entusiasta de novas sonoridades e do experimentalismo, confesso que me seduziu! Assim que naquela altura ouvi algumas bandas que trilhavam este caminho, rapidamente senti-me atraído por esta sonoridade, à boleia de uns Architecture In Helsinki, por exemplo e, mais recentemente, rendido aos Unknown Mortal Orchestra ou aos Tame impala. e na verdade, estes Jaill parecem ser fortes candidatos a fazer parte desta cartilha, suportados numa base eminentemente pop, bastante coerente e dinâmica e estruturalmente cheia de preciosos detalhes.
Além do tema já referido e que, sucintamente, agrega a estirpe sonora destes Jaill, nos dois pólos do disco, temas como a frenética e intuitiva Sweet Tooth Lovers, ou a solarenga Just A lovely Day são dois exemplos inebriantes e festivos de um trabalho que se espraia por treze canções que fazem o tempo passar mais lentamente, mesmo quando o pedal das guitarras descontrola-se em Look At You, ou procura ambientes melódicos mais nostálgicos e progressivos, como é o caso do fuzz de Draggin' ou na intensa e ampla Chocolate Poison Time.
Brain Cream é uma verdadeira sequência de músicas divertidas e com minuciosos detalhes. Tanto Change Reaction como Slides And Slips aproximam o trio de uma linguagem sonora com aproximação a elementos folk e as boas sequências de arranjos de guitarras, elétricos e acústicos, a tematização alegre e alguns leves toques de psicadelismo fazem com que o trabalho cresça e cada nova canção, dividem o álbum em vários momentos e evitam que os melhores se concentrem quer na abertura, quer no término do disco. Falo de um disco sem ondas, homogéneo e lineado por alto, com a banda a orientar-se de uma forma bastante dançante e espontânea, próxima de um clima festivo, relaxante e solarengo.
Brain Cream é a consolidação definitiva de um projeto que andava tremido pelo desgaste do tempo e necessitava urgentemente deste ponto alto, feito através de um ensaio de assimilação de heranças, como se da soma que faz o seu alinhamento nascesse um mapa genético que define o universo que motiva os Jaill. É um apanhado sonoro vintage, fruto do psicadelismo que, geração após geração, conquista e seduz, com as visões de uma pop caleidoscópia, cheia de sentido de liberdade e prazer juvenil . Espero que aprecies a sugestão...
01. Just A Lovely Day
02. Getaway
03. Got An F
04. Slides And Slips
05. Symptoms
06. Change Reaction
07. Picking My Bones
08. Little Messages
09. Draggin
10. Pointy Fingers
11. Chocolate Poison Time
12. Look At You
13. Sweet Tooth Lovers (bonus track)
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Canopies - Maximize Your Faith
Foi a nove de dezembro, através da Forged Artifacts, que chegou aos escaparates Maximize Your Faith, o primeiro longa duração dos norte americanos Canopies, um coletivo do Milwaukee, no Wisconsin, que se estreou em maio de 2011 com um EP homónimo e que constrói paisagens sonoras verdadeiramente deslumbrantes, sempre com a synth pop e uma elevada dose de psicadelia a orientarem o processo de composição.
Assim que foi divulgado Choose Your Own Adventure, o primeiro avanço para Maximize Your Faith, uma canção que vive de uma linha de guitarra inebriante e à volta da qual borbulham detalhes e efeitos inspirados, percebeu-se, desde logo, que estes Canopies orbitram em redor do indie rock de cariz mais melódico e que aposta no revivalismo de outras épocas. Este é o código genético de uma banda fiel aos princípios que estiveram na génese da sua formação e Maximize Your Faith tresanda essa honestidade desde o início, como se percebe na toada épica e luminosa de Getting Older, ampliada por um sintetizador que conduz a canção e impregnado com uma forte componente vintage.
Como se percebe, logo a seguir, na dança que se estabelece entre a guitarra e os teclados de New Memories, ou, mais adiante, nos efeitos do teclado que borbulham em The Year Of Jubilee, o disco também exala uma apreciável veia experimentalista, com a adição destes detalhes que vão sendo disparados ao longo das canções e fazerem balançá-las entre o indie rock luminoso e épico e aquela toada mais sensível e sombria, que o rock alternativo dos anos oitenta ajudou a disseminar e que as guitarras e a percurssão do baixo e da bateria de The Plunderers And The Pillagers ou de Enter Pure / Exit Pure também replicam, revisitam e resumem.
A voz parece ser um trunfo importante para os Canopies, já que não descola de um elevado e constante grau de emotividade que é colocada na interpretação que, ao longo do disco, evidencia uma elevada elasticidade e a capacidade de reproduzir diferentes registos e dessa forma atingir um significativo plano de destaque.
Recheado de sensações positivas, plasmadas em temas expansivos e, ao mesmo tempo, imbuídas por um forte caráter intimista, Maximize Your Faith são dez canções dominadas pelo rock festivo e solarengo, mas onde a eletrónica tem também uma palavra importante a dizer, já que os sintetizadores conduzem, quase sempre, o processo melódico, de modo a replicar uma sonoridade que impressiona pelo charme vintage. Os riffs de guitarra harmoniosos e a percurssão vincada de temas como Sparkle And Hum e Miss You Now, além de outros já citados, abrem-nos uma janela imensa de luz e cor e convidam-nos a espreitar para um mundo envolvido por uma psicadelia luminosa, fortemente urbana, mística, mas igualmente descontraída e jovial, que está sempre presente durante os cerca de quarenta minutos que dura o disco. Espero que aprecies a sugestão...
01. Getting Older
02. New Memories
03. The Plunderers And The Pillagers
04. Enter Pure / Exit Pure
05. Miss You Now
06. Choose Yer Own Adventure
07. The Year Of Jubilee
08. Sparkle And Hum
09. All That’s Left Is All We Need
10. Deliverance
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Canopies – Choose Yer Own Adventure
É já a nove de dezembro, através da Forged Artifacts, que chega aos escaparates Maximize Your Faith, o primeiro longa duração dos norte americanos Canopies, um coletivo do Milwaukee, no Wisconsin, que se estreou em maio de 2011 com um EP homónimo e que constrói paisagens sonoras verdadeiramente deslumbrantes, sempre com a synth pop e uma elevada dose de psicadelia a orientarem o processo de composição.
Choose Your Own Adventure é o primeiro avanço para Maximize Your Faith, uma canção que vive de uma linha de guitarra inebrainte e à volta da qual borbulham detalhes e efeitos inspirados. Confere...
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Field Report - Wings
Os norte americanos Field Report são de Milwaukee e liderados Chris Porterfield, a quem se junta Travis Whitty e Shane Leonard. O grupo não divulgava nenhuma canção desde 2012, mas vão regressar aos discos a 7 de outubro com Marigolden, através da Partisan Records.
Wings é o primeiro single divulgado do disco, um tema que fala de complicada relação de Chris com o álcool, além de refletir sobre a sua vida atribulada, muito por causa das constantes digressões a que um músico está sujeito. Confere...
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The Delphines - Strut
Editado a quinze de agosto de 2013, Careless é o mais recente single dos The Delphines, uma banda norte americana, natural de Milwaukee, formada por Jami Eaton, Harrison Colby, Lucas Riddle e Jeremy Ault e que se estreou em 2012 com dois EPs. Fear, foi editado em agosto e God Help The Delphines, quatro meses depois, dois trabalhos que partilho abaixo e disponíveis no bandcamp da banda pelo preço que quiseres.
Strut é a mais recente música disponibilizada gratuitamente pelos The Delphines, o lado b de Careless; São pouco mais de dois minutos e meios de um excelente rock de garagem e psicadélico, com um forte cariz lo fi.
Apesar da ainda curta discografia, este é um grupo que vale a pena conhecer e ficar atento a futuros lançamentos, nomeadamente o longa duração de estreia. Confere...