man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Luke Sital-Singh – Still Young
O britânico Luke Sital-Singh, um artista muito querido para a nossa redação, lançou em setembro de dois mil e vinte e dois um excelente disco intitulado Dressing Like A Stranger, disponivel no bandcamp do artista, um alinhamento de onze canções que plasmavam de modo tremendamente fiel o espírito intimista e profundamente reflexivo deste artista e o habitual misticismo e inocência da sua filosofia sonora.
Agora, pouco mais de três anos depois desse registo, Luke Sital-Singh está de regresso aos discos com um alinahmento de onze canções intitulado Fool's Spring, que vai ver a luz do dia a vinte e um de fevereiro próximo, com a chancela da Nettwerk Music.
Já passaram por esta redação alguns dos temas que irão fazer parte do alinhamento de Fool's Spring, nomeadamente Saint And Thief, uma composição melodicamente rica e sonoramente bastante luminosa e Santa Fe, um tema que conta com a participação especial de Lisa Hannigan. Agora chega a vez de conferirmos Still Young, a canção que abre o alinhamento do álbum. Still Young tem o seu sustento em cordas acústicas dedilhadas com astúcia, que depois recebem uma explosão sónica sintética, que rapidamente se retira para voltar a oferecer o protagonismo do tema à viola e ao inconfundível falsete adocicado de Luke. Confere...
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Keaton Henson – A Christmas Song
Keaton Henson é um artista especial. O londrino é conhecido por seus trabalhos artísticos com lápis, mas também ganhou fama como cantor e compositor. Nos dois universos artísticos, Henson prefere sempre abordagens eminentemente cínicas, sombrias e sarcásticas, em vez de privilegiar o optimismo e a luz. No entanto, apesar de não ter sido na íntegra, em A Christmas Song, o tema de natal que o músico criou, a fuga ao clima habitual aconteceu e com sucesso.
De facto, A Christmas Song é uma animada composição que, tendo numa linha de baixo suave e numa pandeireta, nuances curiosas e numa viola acústica a sua grande força motriz, tem, no entanto, na postura vocal do autor, o grande trunfo. A mesma serve para declamar um lindíssimo poema sobre esta época, fazendo-o sem se coibir de apresentar, em idêntica medida, as virtudes desta época do ano, mas também os aspetos negativos que pode apresentar para todos aqueles que acabam por ver ampliada uma dor que sentem constantemente devido à ausência de algo ou de alguém que já não está, por um qualquer motivo, presente nas suas vidas. Confere...
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The KVB – Happy Xmas (War Is Over)
Quem também não ficou imune à febre natalícia foram, imagine-se, os londrinos The KVB de Nicholas Wood e Kat Day, que olharam com especial bom gosto para o clássico Happy Xmas (War Is Over), uma canção de 1971, assinada pelo mítico casal John Lennon & Yoko Ono, com a ajuda do coro the Harlem Community.
Sem colocar em causa a essência do original, os The KVB, atualmente, uma das melhores bandas a apostar na herança do krautrock e do garage rock, aliados com o pós punk britânico dos anos oitenta, criaram uma versão um pouco mais densa, progressiva e cósmica do que o original, mas que não coloca em causa o espírito que Lennon e Yoko quiseram recriar há pouco mais de meio século, nem o adn dos próprios The KVB. Uma conjugação improvável que, neste caso, foi muito bem sucedida. Confere...
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Bat For Lashes – Christmas Day (Harp Visions)
Sedeado em Londres, o projeto britânico Bat For Lashes, encabeçado pela cantora, compositora e milti-instrumentista Natasha Khan, divulgou recentemente um novo EP que resulta de uma colaboração com a tocadora de Harpa Lara Somogyi. É um alinhamento de cinco canções intitulado The Dream Of Delphi (Harp Visions) e nele são apresentadas novas versões de alguns temas do alinhamento de The Dream Of Delphi, o último disco de Bat For Lashes.
Uma das canções incluídas neste EP The Dream Of Delphi (Harp Visions) chama-se Christmas Day e encaixa perfeitamente no espírito da época em que vivemos. Impressionando pela delicadeza acústica e pelo clima clássico que a harpa confere sempre e que a voz cândida e sedutora de Natasha amplia, Christmas Day é um oásis contemplativo e comovente, que ajuda certamente os mais distraídos a sentirem-se tocados pela magia deste período festivo. Confere...
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Luke Sital-Singh – Santa Fe (feat. Lisa Hannigan)
O britânico Luke Sital-Singh, um artista muito querido para a nossa redação, lançou em setembro de dois mil e vinte e dois um excelente disco intitulado Dressing Like A Stranger, disponivel no bandcamp do artista, um alinhamento de onze canções que plasmavam de modo tremendamente fiel o espírito intimista e profundamente reflexivo deste artista e o habitual misticismo a a inocência da sua filosofia sonora.
Enquanto não chega um sucessor para esse registo, Luke Sital-Singh tem estado a oferecer-nos como aperitivo alguns singles novos. A safra começou há alguns dias atrás com Saint And Thief, uma composição melodicamente rica e sonoramente bastante luminosa e agora chega a vez de nos deliciarmos com Santa Fe, um tema que conta com a participação especial de Lisa Hannigan.
Santa Fe é uma lindíssima canção. Materializa pouco mais de cinco minutos particularmente emotivos e intimistas, com cordas dedilhadas com um charme intenso a receberem posteriormente, diversas sintetizações ecoantes, enquanto Luke, com a ajuda inspiradíssima e tocante de Lisa Hannigan, disserta sobre um dos períodos mais complicados da sua vida mais recente, o regresso, pelos vistos doloroso, a Londres, depois de uma temporada feliz em Santa Fe, na Califórnia. É uma canção desarmante, que relata na primeira pessoa uma experiência pessoal muito concreta, mostrando como a música pode servir, simultaneamente, como veículo de redenção e de terapia. Confere...
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The The – Some Days I Drink My Coffee By The Grave Of William Blake
Vinte e quatro anos depois de NakedSelf, o projeto The The, encabeçado por Matt Johnsson, está de regresso aos discos em dois mil e vinte e quatro com Ensoulment, um alinhamento de doze canções que irão ver a luz dia no final desta semana, com a chancela do consórcio Cinéola e earMUSIC.
Ensoulment foi escrito em Londres por Matt, que compôs as letras e criou o esboço de grande parte dos temas. O álbum foi depois burilado pelos restantes membros da banda, que afirmam que o disco entronca no adn dos The The, sem deixar de conter algumas nuances novas que vão ao encontro dos gostos musicais atuais dos membros do projeto. Tematicamente, o álbum tanto vai versar sobre a contemporaneidade política, o amor e as guerras em curso, como sobre alguns dilemas que hoje colocam em sobressalto o íntimo de Matt, colocando, desse modo, no centro da sua filosofia artística, a complexidade emocional da condição humana.
De Ensoulment já conferimos, no passado mês de maio, Cognitive Dissident, o tema que abre o disco. Cerca de seis semanas depois escutámos uma canção intitulada Linoleum Smooth To The Stockinged Foot, a nona do seu alinhamento, um tema escrito por Matt numa cama de hospital, sob efeito de morfina, enquanto recuperava de uma operação cirúrgica e que, sonoramente, contava com as participações especiais de Sonya Cullingford (violino), Terry Edwards (trompas), Gillian Glover (vozes) e Danny Cummings (percussão).
Agora, a poucos dias de Ensoulment ver a luz do dia, já podemos conferir Some Days I Drink My Coffee By The Grave Of William Blake, a segunda composição do alinhamento do álbum. Some Days I Drink My Coffee By The Grave Of William Blake começa por ser um nostálgico oásis de acusticidade intimista, que impressiona pelo clima jazzístico da percussão e por diversos entalhes metálicos. no entanto, o refrão oferece à canção o indispensável travo elétrico e rugoso com que está impregnado o adn dos The The, intocável há cerca de quatro décadas. Confere...
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Nick Cave & The Bad Seeds - Wild God
Já está nos escaparates Wild God, o décimo oitavo registo de originais da carreira de Nick Cave, sempre acompanhado pelos fiéis The Bad Seeds. Wild God foi gravado nos estúdios Miraval Studios, Provence e Soundtree, em Londres, misturado por David Fridmann, produzido pelo próprio Nick Cave, com a providencial ajuda de Warren Ellis e conta com as particpações especiais de Colin Greenwood, dos Radiohead e Luis Almau.
Sucessor do excelente Ghosteen, de dois mil e dezanove, Wild God tem o carimbo da PIAS Recordings e oferece-nos, uma vez mais, um impressionante e comovente testemunho de um músico, a oferenda desinteressada de uma pessoa igual a todas as outras, mas que viveu nos últimos anos a maior dor física e emocional que um ser humano pode vivenciar, a perda de dois filhos. Já em dois mil e dezasseis o álbum Skeleton Tree e o documentário One More Time With Feeling, tinham bem impressas as marcas desse luto que o tem obrigado a questionar-se ininterruptamente e sobre tudo, utilizando a criação musical como uma espécie de exorcização da dor, que se mantém bem viva. Recordo que em julho de dois mil e quinze Arthur Cave, filho de Nick Cave, com quinze anos, morreu na sequência de uma queda acidental de um penhasco de dezoito metros, em Brighton, na Inglaterra e há apemas dois anos Jethro, outro filho seu, com trinta e dois anos, também faleceu.
Wild God parece-nos ser o veículo que Cave utiliza para dar a volta por cima, porque é um disco que nos ajuda, sem qualquer dúvida, a sentir novamente paixão pela vida, dando-nos aquele impulso que às vezes precisamos para seguir em frente depois de uma fase menos positiva da nossa existência. Orquestralmente rico e intenso, exemplarmente burilado, com o piano a estar sempre omnipresente em quase todas as dez músicas do registo, mas também repleto de inebriantes e efusivos arranjos de cordas, sopros e percussivos, Wild God é um exemplar exercício de luxúria sonora, um contundente tratado sonoro no modo como transpira uma farta espiritualidade, que atinge neste caso uma dimensão inédita, devido a uma profundidade que comove, instiga, questiona, e quase esclarece, porque contamina e alastra-se, tornando-se compreensível por todos aqueles que testemunham e sentem na pele tudo o que é aqui descrito, com ímpar grau de realismo, por exemplo, logo a abrir, em Song Of The Lake, tema que nos ensina a todos que podemos ser reis, nem que seja por apenas um dia. São composições ampliadas por subtilezas instrumentais de raro requinte e intensidade e pela voz de Cave, mais grave e nasalada do que nunca e que parece não suspirar mas implorar ao nosso ouvido, com cruel nitidez e assombro.
As letras ajudam a este intimismo, já que além do omnipresente amor, estrondoso no modo como é endeusado em O Wow O Wow (How Wonderful She Is), uma fabulosa canção de amor e em Final Rescue Attempt, tema que nos faz refletir sobre as oportunidades perdidas e como raramente temosdireito a uma segunda oportunidade. Depois, elementos da natureza, como montanhas, cursos de água e árvores, abundam, juntamente com as já habituais referências à divindade e, amiúde, a uma hipotética incompreensão por parte de Deus relativamente ao sofrimento alheio, como é o caso do tema homónimo. Em contraponto, canções como Frogs ou Conversion incorporam todo um sentimento de amargura e mesmo de algum desprezo, mas numa perspetiva essencialmente orgânica, terrena e até racional, sendo temas que, de algum modo, nos esclarecem que Cave está disposto a olhar em frente e a manter-se fiel à crença no amor como sentimento maior.
Disco belo no modo como parece apaziguar o inapaziguável, mas também na forma como inquieta e recria aquela sensação de desespero comum e contínuo que nos assola a todos, enquanto nos oferece um indisfarçável sentido de esperança, Wild God contamina-nos com o bem e faz-nos ter a certeza que nada é irremediável e que o amanhã pode ser sempre um feliz recomeço. Espero que aprecies a sugestão...
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Hayden Thorpe – He
Cantor, compositor e multi-instrumentista inglês, natural de Kendal, Cumbria e atualmente a residir em Londres, Hayden Thorpe, vocalista dos Wild Beasts, tem uma profícua carreira a solo que vai ter um novo capítulo discográfico no próximo mês de setembro, com um álbum intitulado Ness, que verá a luz do dia a vinte e sete desse mês, com a chancela da Domino Recordings.
Com um alinhamento de treze canções inspiradas num livro com o mesmo nome, assinado pelo escritor Robert Macfarlane, Ness acaba de ver um dos seus temas editado em formato single. Trata-se de He, uma canção orquestralmente rica, aparentemente minimalista, mas repleta de curiosos detalhes percussivos e de outros sublimes entalhes, conferidos por sopros e cordas, num resultado final charmoso, optimista e com uma tonalidade que, entre o clássico e o contemporâneo e com uma elevada essência pop, nos oferece uma experiência auditiva inesquecível.
Confere He e o extraordinário vídeo assinado por Sam Potter, que combina elementos da flora e fauna de um local chamado Orford Ness, uma reserva natural situada em Suffolk, na costa leste de Inglaterra, algures entre Londres e Norwich...
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The The – Cognitive Dissident
Vinte e quatro anos depois de NakedSelf, o projeto The The, encabeçado por Matt Johnsson, está de regresso aos discos em dois mil e vinte e quatro com Ensoulment, um alinhamento de doze canções que irão ver a luz dia a seis de setembro com chancela do consórcio Cinéola e earMUSIC.
Ensoulment foi escrito em Londres por Matt, que compôs as letras e criou o esboço de grande parte dos temas. O álbum foi depois burilado pelos restantes membros da banda, que afirmam que o disco entronca no adn dos The The, sem deixar de conter algumas nuances novas que vão ao encontro dos gostos musicais atuais dos membros do projeto. Tematicamente, o álbum tanto vai versar sobre a contemporaneidade política, o amor e as guerras em curso, como sobre alguns dilemas que hoje colocam em sobressalto o íntimo de Matt, colocando, desse modo, no centro da sua filosofia artística, a complexidade emocional da condição humana.
De Ensoulment já é possível escutar Cognitive Dissident, o tema que abre o disco. É uma canção poderosa e vibrante, um portento de punk rock progressivo com um curioso travo jazzístico e com um forte cariz experimental, conduzido por um baixo imponente e cavernoso, que vai sendo exemplarmente trespassado por diversas distorções abrasivas e subtis sintetizações, num resultado final que encarna uma fina e vigorosa interseção entre o melhor dos dois mundos, o do orgânico e o do sintético, fazendo-o de modo exemplarmente burilado. Confere Cognitive Dissident e a tracklist de Ensoulment...
Cognitive Dissident
Some Days I Drink My Coffee By The Grave Of William Blake
Zen & The Art Of Dating
Kissing The Ring Of POTUS
Life After Life
I Want To Wake Up With You
Down By The Frozen River
Risin’ Above The Need
Linoleum Smooth To The Stockinged Foot
Where Do We Go When We Die?
I Hope You Remember (the things I can’t forget)
A Rainy Day In May
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Orlando Weeks – Dig (feat. Rhian Teasdale)
Vocalista e membro fundador dos londrinos The Maccabees, Orlando Weeks tem também apostado na lançamento de uma carreira a solo que promete vir a ser promissora, tendo em conta as canções que já revelou e que têm a sua própria assinatura. A mais recente chama-se Dig, composição que teve uma primeira versão gravada em fevereiro do ano passado, nos estúdios Chale Abbey Studios, situados na ilha de Wight, com a ajuda dos músicos William Doyle, Luca Caruso, Sami El-Enany e Alexander Painter.
Quando Orlando Weeks gravou essa primeira versão de Dig, afirmou, logo nessa altura, que o tema iria ter direito a uma versão em formato dueto, algo que acontece agora, pouco mais de um ano depois, com a ajuda de Rhian Teasdale uma das duas metades da dupla Wet Leg. O resultado final é estrondoso, em quase três minutos assentes num clima punk que pisa um terreno bastante experimental, através de uma lisergia cósmica repleta de têmpora e invulgarmente pop, feita com sintetizações pulsantes e uma batida de forte travo disco, criando um ambiente sonoro que nos remete para aquele universo setentista algo corrosivo e exótico.
Dig é o primeiro avanço revelado do novo álbum de Orlando Weeks intitulado LOJA, que irá ver a luz do dia a seis de junho e que é inspirado num pequeno estabelecimento comercial que o músico possui em Lisboa. Cada tema de LOJA terá direito a uma ilustração concebida pelo próprio músico e o vídeo de Dig tem a assinatura de Matt Harris Freeth, mostrando uma sequência cinematográfica a preto e branco protagonizada por Weeks e por Teasdale, que vão juntos em busca de um tesouro em forma de coração. Confere Dig, o artwork do single e o artwork e a tracklist de LOJA...
Longing
Best Night
Wake Up
Dig (Ft. Rhian Teasdale)
You & The Packhorse Blues
Good To See You
My Love Is (Daylight Saving)
Please Hold
Sorry Lyrics
Tomorrow Lyrics
Beautiful Place