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Blur - The Narcissist

Domingo, 21.05.23

The Ballad Of Darren tem data de lançamento prevista para vinte e um de julho próximo, com a chancela da Parlophone e será o primeiro álbum dos britânicos Blur de Graham Coxon, Damon Albarn, Alex James e Dave Rowntree, desde o extraordinário The Magic Whip de dois mil e quinze. Este novo alinhameno de dez canções dos Blur é o tão badalado regresso à ribalta de uma banda fundamental da música ocidental das últimas três décadas, liderada pelo melancólico e sempre genial, brilhante, inventivo e criativo Damon Albarn, personagem central da cultura pop britânica contemporânea.

Blur The Narcissist

O curioso nome deste disco, The Ballad Of Darren, foi inspirado em Darren Smoggy Evans, guarda costas da banda há vários anos e ajudante pessoal de Damon Albarn. Com uma capa também bastante original, feita a partir de uma fotografia captada em dois mil e quatro por Martin Parr e que ilustra a piscina de uma localidade chamada Gourock, na Escócia, este registo funciona como uma espécie de tributo a essa personalidade sempre dedicada e leal e tem como single de avanço uma espetacular canção intitulada The Narcissist.

Inspirada na figura do Pierrot que se olha ao espelho e procura encontrar e descrever o seu próprio ego, The Narcissist é um portento de pop rock, assente numa inspirada e repetitiva linha de guitarra assinada por Coxon, que vai recebendo diferentes nuances instrumentais e rítmicas, à medida que a canção cresce em charme e majestosidade e, simultaneamente, em abrangência e ecletismo. Confere The Narcissist e o artwork e a tracklist de The Ballad Of Darren...

Blur Previews New 'The Ballad of Darren' LP With 'The Narcissist'

1. The Ballad
2. St. Charles Square
3. Barbaric
4. Russian Strings
5. The Everglades (For Leonard)
6. The Narcissist
7. Goodbye Albert
8. Far Away Island
9. Avalon
10. The Heights

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publicado por stipe07 às 16:19

Baxter Dury – Celebrate Me

Quinta-feira, 11.05.23

Cinco anos depois do excelente registo Prince of Tears, e dois de The Night Chancers, o irascível Baxter Dury, filho do icónico Ian Dury, vocalista dos extintos Blockheads, uma das bandas mais importantes do cenário pós punk britânico, está de regresso aos discos em dois mil e vinte e três com o seu sétimo álbum. É um trabalho intitulado I Thought I Was Better Than You, um alinhamento que terá a chancela da Heavenly Records e que irá ver a luz do dia em junho.

Baxter Dury shares new single ‘Celebrate Me’

Pic - Tom Beard

Temos estado particularmente atentos à divulgação dos singles que vão sendo apresentados do alinhamento de I Thought I Was Better Than You , um álbum produzido por Paul White e que conta com as participações especiais de Madeline Hart, habitual colaboradora de Dury, Eska e JGrrey, entre outros. Hoje temos mais uma amostra do disco para partilhar; É uma canção chamada Celebrate Me, que versa sobre os naturais absurdos do amor, do romantismo e, já agora, da vida boémia londrina. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:12

The KVB – Pictures Of Matchstick Men

Sexta-feira, 05.05.23

Os londrinos The KVB construiram na última meia década um firme reputação que permite afirmar, com toda a segurança, que são, atualmente, uma das melhores bandas a apostar na herança do krautrock e do garage rock, aliados com o pós punk britânico dos anos oitenta. Formados pela dupla Nicholas Wood e Kat Day, os The KVB deram nas vistas em dois mil e dezoito com o registo Only Now Forever, criaram semelhante impacto no ano seguinte com o EP Submersion e agora, no verão de dois mil e vinte e três, vão certamente enriquecer ainda mais o seu catálogo à custa de Artefacts (Reimaginings From The Original Psychedelic Era), um disco que vai chegar aos escaparates já a doze de maio com a chancela da Cleopatra Records, uma etiqueta independente sedeada em Los Angeles.

The KVB Unveil "Pictures Of Matchstick Men" (Status Quo cover)

Pic George Katsanakis

Conforme o próprio nome indica, Artefacts (Reimaginings From The Original Psychedelic Era) terá um alinhamento de canções, neste caso onze, que irão encarnar versões de alguns dos temas preferidos da dupla e que fizeram parte do catálogo do melhor rock psicadélico dos anos sessenta do século passado. Uma dessas covers é a que se debruça sobre Pictures Of Matchstick Men, um original de mil novecentos e sessenta e oito dos míticos Status Quo e que com os The KVB ganha uma roupagem mais contemporânea, mas igualmente imponente e enleante, com o fuzz das guitarras a ser o grande atributo de uma cover que, como seria de esperar, espreita perigosamente, e ainda bem, uma sonoridade muito próxima da pura psicadelia.

Além dos Status Quo, nomes como os Them, The Troggs e The Pretty Things também irão aparecer nos créditos deste espetacular mergulho que os The KVB dão no melhor rock psicadélico de há meio século, à boleia de Artefacts (Reimaginings From The Original Psychedelic Era). Confere o original dos Status Quo e a versão dos The KVB de Pictures Of Matchstick Men...

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publicado por stipe07 às 16:24

Palace – How Far We’ve Come

Terça-feira, 02.05.23

Sedeados em Londres, os Palace deram-nos, no ano passado, um dos grandes momentos discográficos de dois mil e vinte e dois, encarnado em Shoals, um espetacular alinhamento de doze canções consumidas na esfera de um indie alt-rock expansivo e encharcado em emotividade, que encontrava fortes reminiscências no catálogo de nomes tão credenciados como os DIIV, Alt-J ou os Local Natives e que acabou por fazer parte, com toda a naturalidade, da nossa lista dos melhores álbuns desse ano.

PALACE Release Their New Single 'How Far We've Come' | XS Noize | Online  Music Magazine

Agora, na primavera de dois mil e vinte e três, e depois de uma aclamada digressão por terras de Sua Majestade, a banda londrina, que tem no centro das suas criações sonoras o inconfundível falsete de Leo Wyndham, o vocalista de um projeto ao qual se juntam Rupert Turner, Will Dorey e Matt Hodges, acaba de anunciar uma nova série de concertos, mas do outro lado do atlântico, aproveitando a ocasião para divulgar também que tem na forja um EP que irá ver a luz do dia em pleno verão, mas cujo título ainda não foi divulgado.

Há algumas semanas atrás tivemos a oportunidade de conferir a canção All We've Ever Wanted, um tema que parece ter sido construído propositadamente para grandes arenas e que irá, apostamos, fazer parte do alinhamento desse EP, assim como How Far We've Come, uma nova composição dos Palace que, sendo menos majestosa e imponente que a anterior, aposta no habitual ambiente fortemente sentimental do quarteto, com a insinuante distorção da guitarra no refrão a conferir, juntamente com as outras cordas acústicas que sustentam a melodia, um charme sofisticado e bastante atraente à canção. Mais um grande tema dos Palace que parecem dispostos a causar furor de novo e muito em breve. Confere...

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publicado por stipe07 às 15:51

Gengahr – In The Moment

Quinta-feira, 20.04.23

Dois anos depois do excelente registo Sanctuary, os londrinos Gengahr deram sinais de vida no passado mês de fevereiro com A Ladder, um novo tema da banda formada por Felix Bushe (vocal/guitarra), Hugh Schulte (baixo), Danny Ward (bateria) e João Victor (guitarra) e que acabou por surgir na sequência do anúncio de três concertos intimistas que o quarteto deu na mítica sala londrina The Waiting Room, nos três primeiros dias de março.

Gengahr Albums, Songs - Discography - Album of The Year

Agora, cerca de dois meses depois dessa novidade, os Gengahr regressam ao nosso radar devido a In The Moment, um novo tema do quarteto e que confirma, finalmente, os nossos maiores anseios, um novo disco do projeto. O novo álbum dos Gengahr chama-se Red Suns Titans, irá ver a luz do dia a nove de junho próximo com a chancela da Liberator Music e esta composição In The Moment é o single que acaba de ser divulgado do alinhamento de um registo que também deverá contar com A Ladder no seu conteúdo. 

In The Moment é um feliz tratado de indie pop, que mescla diversas nuances da melhor eletrónica contemporânea, habitando, como é hábito neste grupo, numa feliz simbiose entre sintetizações e guitarras. É mais uma daquelas canções que cimentam os atributos imensos de um projeto único no panorama indie e alternativo atual, contendo o ritmo e a cadência certas, que suportam arranjos verdadeiramente genuínos e criativos,num resultado final que reforça também o travo sonhador, aventureiro e alucinogénico deste grupo único e bastante inventivo. Confere...

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publicado por stipe07 às 17:47

Westerman - Take

Segunda-feira, 27.03.23

O cantor e compositor britânico Will Westerman está prestes a regressar aos discos com um alinhamento de nove canções intitulado An Inbuilt Fault. Será o sucessor do extraordinário registo Your Hero Is Not Dead, lançado em dois mil e vinte, e irá ver a luz do dia a cinco de maio com a chancela da Partisan Records.

Westerman: 'Music is an incredibly helpful thing to have in difficult  times' | Music | The Guardian

An Inbuilt Fault começou a ser desvendado no final do ano passado com a divulgação do single CSI: Petralona, uma extraordinária canção que criou, desde logo, enormes expetativas relativamente ao futuro discográfico do artista natural de Londres e que ficaram reforçadas, pouco tempo depois, com Idol; RE-run, um tema que conta com a participação especial de James Krivchenia dos Big Thief, que assina, também, a produção de An Inbuilt Fault.

Agora, no início da primavera, chega a vez de contemplarmos a jazzística Take, outra fabulosa canção encharcada em charme e intimismo, uma composição em que Westerman reflete sobre os dois anos de solidão, isolamento e desgosto pandémicos e que agrega, com indistinta sabedoria interpretativa, detalhes eletrónicos com um ímpar registo acústico, num resultado final repleto de um insinuante groove tremendamente apelativo. Confere Take e o vídeo do tema assinado por Edwin Burdis...

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publicado por stipe07 às 13:05

Django Django – Don’t Touch That Dial (feat. Yuuko Sings)

Terça-feira, 21.03.23

Os londrinos Django Django, quatro músicos que, entre muitas outras coisas, tocam baixo, guitarra, bateria e cantam, sendo isto praticamente a única coisa que têm em comum com qualquer outra banda emergente no cenário alternativo atual, estão de regresso em dois mil e vinte e três e ao mais alto nível, com a firme intenção de causar furor e de se tornarem projeto fundamental no momento de fazer o balanço discográfico do ano. Assim, a dezasseis de junho próximo, exatamente dois anos depois do registo Glowing In The Dark, o grupo formado por Dave Maclean, Vincent Neff, Tommy Grace e Jimmy Dixon irá fazer chegar aos escaparates aquilo que se pode chamar de uma verdeira obra megalómana, um registo intitulado Off Planet, que terá a chancela da Beacuse Music.

Django Django share new track 'Beginning To Fade'

Off Planet é uma obra grandiosa porque irá dividir-se em quatro capítulos, com o propósito de adicionar ao catálogo e à identidade dos Dajngo Django novas vozes, ritmos, experimentações, contando, para isso, com as contribuições especiais de nomes como Self Esteem, Jack Peñate, Stealing Sheep, Toya Delazy e muitos outros. Assim, do pop blues e de influências orientais, passando pelo eletro, o house e o afro, será um registo sonoramente multifacetado e bastante abrangente, encarnando, apostamos, uma visão bastante contemporânea e feliz do modo como este projeto britânico olha para a pop e para a eletrónica dos nossos dias e encharcando essa visão com um groove que apelará, de certeza, instantaneamente à dança.

Assim, depois de há algumas semanas atrás ter sido revelado o tema Complete Me, que conta nos créditos com Self Esteem, agora chega a vez de ouvirmos Don’t Touch That Dial, o segundo single retirado do alinhamento de Off Planet. Don't Touch That Dial conta com a participação especial da rapper japonesa Yuuko Sings e contém esse pendor vincadamente sintético, experimental e de forte pendor urbano, assente numa linguagem melódica algo hipnótica e incisiva e, já agora, numa letra muito atual e contagiante. Confere...

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publicado por stipe07 às 19:04

Baxter Dury – Aylesbury Boy

Quinta-feira, 16.03.23

Cinco anos depois do excelente registo Prince of Tears, e dois de The Night Chancers, o irascível Baxter Dury, filho do icónico Ian Dury, vocalista dos extintos Blockheads, uma das bandas mais importantes do cenário pós punk britânico, está de regresso aos discos em dois mil e vinte e três com o seu sétimo álbum. É um trabalho intitulado I Thought I Was Better Than You, um alinhamento que terá a chancela da Heavenly Records e que irá ver a luz do dia em junho.

Baxter Dury - I'm Not Your Dog (Official Music Video) - YouTube

I Thought I Was Better Than You terá Paul White nos créditos da produção e conta com as participações especiais de Madeline Hart, habitual colaboradora de Dury, além de Eska e JGrrey. Este último surge, juntamente com Hart, nos créditos de Aylesbury Boy, o primeiro single revelado de I Thought I Was Better Than You, uma composição bem humorada e mordaz, sonoramente minimal e crua,  impressionado pela baixo contundente e pela bateria com um inconfundível travo hip-hop. Confere...

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publicado por stipe07 às 21:45

Ulrika Spacek – Compact Trauma

Sexta-feira, 10.03.23

Criadores do melhor disco do ano de dois mil e dezassete para a redação deste blogue, os britânicos Ulrika Spacek de Rhys Edwards, Rhys Williams, Joseph Stone, Syd Kemp e Callum Brown, estão de regresso com um disco intitulado Compact Trauma, um trabalho que sucede ao EP Suggestive Listening, que foi gravado, produzido e misturado, em dois mil e dezoito, numa galeria de arte chamada KEN e à qual os Ulrika Spacek chamam de sua casa, a bolha onde se refugiam para compôr, idealizar vídeos e expressar-se através de outras formas de arte além da música.

Music | Ulrika Spacek

Compact Trauma tem dez canções e foi incubado no mesmo local e com um modus operandi semelhante a Suggestive Listening. No entanto, o registo também foi sendo burilado num estúdio mais profissional, localizado em Hackney, uma experiência bastante intensa para a banda, que sempre esteve habituada ao seu casulo KEN e que se viu envolta em tensões várias no seu seio devido a esta saída da habitual zona de conforto. Aliás, essa nova nuance na rotina e na estratégia do grupo foi algo traumática, um facto que, curiosamente, ou talvez não, acabou por inspirar o conteúdo de Compact Trauma.

Portanto, esta experiência nova dos Ulrika Spacek acabou por ser, no fundo, o cimento que agrega e compacta o conteúdo de Compact Trauma, um disco que volta a colocar a banda, aprimorada com uma faceta mais pop, na órbitra da sua já habitual sonoridade punk, feita com fortes reminiscências naquela faceta sessentista ácida e psicotrópica, burilada, como sempre, com um timbre metálico de guitarra rugoso, acompanhado, quase sempre, por uma bateria em contínua contradição.

A filosofia de composição musical destes Ulrika Spacek baliza-se, portanto, através de um assomo de crueza, tingido com uma impressiva frontalidade, quer lírica quer sonora. O minimalismo é aqui um conceito enganador, porque se a guitarra é, quase sempre, o grande suporte das canções, em seu redor gravitam diferentes arranjos, quer orgânicos, quer sintéticos. E se a guitarra nunca perde identidade, a bateria mantém-se precisa no modo como confere alma e robustez ao ritmo de cada composição.

Se em The Sheer Drop não são propriamente as cordas quem primeiro deslumbram no alinhamento de Compact Trauma, mas um sintetizador hipnotizante, ainda antes do primeiro minuto do tema já estão a assumir as rédeas, algo que sucede logo a partir do primeiro instante de Accidental Momentary Blur, composição que rompe com todas as dúvidas relativamente a uma possível ausência de autenticidade ou a um hipotético desgaste de uma fórmula que até pode inquietar os ouvidos mais sensíveis, mas que é e foi amplamente bem sucedida, quer em The Album Paranoia e, principalmente, em Modern English Decoration. Depois, se It Will Come Sometime acentua a já referida rugosidade punk com uma tonalidade um pouco mais intimista que o habitual, se Diskbänksrealism é um tratado de rock noventista alternativo sem espinhas, se If The Wheels Are Coming Off, The Wheels Are Coming Off vira agulhas para uma filosofia mais ambiental e narcótica e se Lounge Angst coloca todas as fichas numa certa indulgência acústica intensamente reflexiva, No Design, fecha em grande o disco, à boleia de uma espécie de shoegaze progressivo, que se baliza num registo percussivo com um travo jazzístico muito charmoso, adocicado por diversas sintertizações planantes e um teclado insinuante.

Compact Trauma é, em suma, mais um contínuo exercício insinuante de tornar aquilo que é descrito habitualmente, na música, como algo aparentemente desconexo e texturalmente incómodo, em algo que, quer ritmíca, quer melodicamente, é grandioso, sedutor e instigador, enquanto expressa, com nota máxima, um modo bastante textural, orgânico e imediato de criar música e de fazer dela uma forma artística privilegiada na transmissão de sensações que não deixam ninguém indiferente. De facto, Compact Trauma atesta a segurança, o vigor e o modo criativamente superior como este grupo britânico entra em estúdio para compôr e criar um shoegaze progressivo que se firma com um arquétipo sonoro sem qualquer paralelo no universo indie e alternativo atual. Um dos discos obrigatórios do ano, claramente. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 16:41

Shame - Food For Worms

Quinta-feira, 09.03.23

Dois anos depois do extraordinário registo Drunk Tank Pink, os britânicos Shame, um quinteto formado por Eddie Green, Charlie Forbes, Josh Finerty, Sean Coyle-Smith e Charlie Steen e que se estreou em dois mil e dezoito com o disco Songs Of Praise, que fez furor na nossa lista dos melhores lançamentos discográficos desse ano, estão de regresso com mais uma obra-prima. Chama-se Food For Worms, tem a chancela da Dead Oceans e em dez canções oferece-nos um punk rock de primeira água, com um espetro identitário abrangente que, dos The Fall aos Stone Roses, passando pelos Buzzcocks, Ride, os Blur, os Primal Scream, os Joy Division e os mais contemporâneos Parquet Courts ou Interpol, encontra as suas origens no rock psicadélico setentista e no punk da década seguinte e que não renegando algumas caraterísticas essenciais do rock alternativo noventista, também não enjeita abraçar a herança nova iorquina que tentou salvar o rock no início deste século.

Shame chat new album 'Food For Worms' | DIY Magazine

É com as guitarras viscerais e ruidosas de Fingers Of Steel que os Shame nos introduzem no alinhamento de Food For Worms, um disco que seduz, instiga e maravilha pela crueza e pela espontaneidade do rock que exala e que contendo aspetos identitários deslumbrantes de todo o espetro sonoro acima identificado, agrega-os com enorme mestria, ao mesmo tempo que consolida o adn de uma banda que começa a ser referência e inspiração para outras. E quando esse patamar se atinge, um pódio ao alcance de poucos, estamos, obviamente, na presença de uma referência incontornável do indie rock atual. Food For Worms carimba, definitivamente, os Shame nesse grupo restrito.

Food For Worms instiga o ouvinte pelo modo cuidado como foi produzido, através do trabalho exemplar de Flood (Nick Cave, U2, PJ Harvey, Foals), ao mesmo tempo que preserva um dos aspetos essenciais que distinguem esta banda de muitas outras que se movem no mesmo espetro sonoro; A capacidade de oferecerem a mesma energia e a mesma vibração, num disco, que conseguem transmitir ao seu público nos concertos. As distorções das guitarras, quase sempre posicionadas no plano cimeiro do arsenal instrumental dos temas, sendo bom exemplo disso a frenética Six-Pack, o vigor do baixo e o timbre seco da bateria, fabuloso na piscadélica Yankees, são reproduzidas fielmente nas versões ao vivo e o próprio modo como as canções se sucedem, quase ininterruptamente, tem também esse travo de imediatismo e de frenesim que os concertos nos oferecem. Mesmo na mais íntima e intrincada Alibis, nos arranjos acústicos que introduzem Orchid, na instabilidade de The Fall Of Paul, ou no inconfundível travo pop de Aderall, o momento maior do disco, nunca é colocado em causa este modus operandi que pretende comunicar diretamente com o ouvinte e de modo a deixar mossa. Aliás, mesmo na componente escrita existe essa vontade de estabelecer uma relação íntima conosco, como tão bem documentam os versos contundentes de Different Person.

Em suma, Food For Worms alimenta a ânsia de todos aqueles que procuram projetos sonoros que fujam ao apelo radiofónico e que, simultaneamente, oferecam ao rock novos fôlegos e heróis. Os Shame conseguem este desiderato há já meia década e, mesmo abraçando, nas suas canções, o lado mais negro do amor e as suas habituais agonias e as dores e os medos de quem procura sobreviver nesta típica urbanidade ocidental cada vez mais decadente de valores e referências, fazem-no sem medo, como seria de esperar num grupo de cinco jovens britânicos de gema, rudes e efervescentes, que têm o seu modus operandi bem presente e, devido a este fantástico registo, a certeza de um futuro devidamente consolidado na primeira linha do indie rock alternativo. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:42






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