man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
DIIV - Return Of Youth
Cerca de um ano depois de Frog In Boiling Water, os DIIV de Zachary Cole-Smith, Andrew Bailey, Colin Caulfield e Ben Newman estão de regresso ao nosso radar à boleia de Return Of Youth, um novo single da banda nova-iorquina que se estreou em dois mil e doze com o extraordinário álbum Doused.
pic by Coley Brown
Tema com um edifício melódico que apela ao mais íntimo de nós e que não descura uma elevada essência pop, Return Of Youth está repleto de diversas nuances orgânicas e sintéticas, com destaque para o timbre metálico das cordas, diversas distorções abrasivas enleantes, um baixo vigoroso e vários efeitos sempre algo cavernosos, que se vão revezando entre si, num resultado final pleno de densidade, nostalgia, crueza e hipnotismo.
Return Of Youth tem, de facto, uma forte marca impressiva, já que a canção foi escrita ainda antes do nascimento do primeiro filho de Cole-Smith, com o propósito de encarnar uma espécie de projeção, tentar recriar aquilo que o autor veria ao seu redor, imaginando que seria os olhos e a mente do seu progenitor. No entanto, acaba também por ter muito presente a tragédia que o músico e a sua família viveram no início deste ano. A casa onde Cole-Smith vivia com a sua companheira e os seus dois filhos, ainda bebés, em Altadena, nos arredores de Los Angeles, foi totalmente destruída pelos terríveis incêndios que assolaram a Califórnia há cerca de cinco meses. Foi um evento bastante traumático para o músico, como é natural, porque, segundo o próprio, com a casa desapareceram também todas as memórias construídas e vividas pelo casal e todos os planos que tinham feito, já que o recheio tinha sido planeado ao pormenor de modo a recriar um mundo muito próprio e aconchegante para os dois bebés. Confere Return Of Youth e o vídeo do tema que mostra a casa do músico em ruínas...
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Cass McCombs – Priestess
Foi há pouco mais de meia década, com o belíssimo registo Tip Of The Sphere, que o norte-americano Cass McCombs ficou definitivamente na mira da nossa redação, uma boa impressão que se acentuou um par de anos depois com o tema Vacation Thought, que resultou de uma parceria do músico com a banda de indie rock nova iorquina Weak Signal.
Pic by Ebru Yildiz
Agora, na primavera de dois mil e vinte e cinco, CassMcCombs está de regresso ao nosso ouvido à boleia de Priestess, a primeira canção que o músico divulga depois de ter regressado à chancela da Domino Recordings, etiqueta pela qual lançou já, o ano passado, a coletânea Seed Cake on Leap Year, após um período de ligação contratual à Anti-Records.
Gravada com a ajuda de Brian Betancourt (baixo), Frank LoCrasto (teclados) e Austin Vaughn (bateria), Priestess é uma composição que sobrevive à boleia do maravilhoso timbre uma guitarra que exala um vasto oceano de nostalgia que se espraia nos nossos ouvidos com fino recorte e com aquela vibração que carateriza o melhor indie tipicamente americano. Confere...
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Runner - Spackle
Runner é o pseudónimo do artista americano de indie rock Noah Henry Weinman, um artista que acaba de chamar a atenção da nossa redação devido a Spackle, o novo single do músico sedeado em Los Angeles, na Califórnia e que sucede aos temas Untitled October Song e Coinstar, também divulgados recentemente, os três com a chancela da Run For Cover Recordings.
Tema certeiro a dissertar sobre sentimentos, emoções e, em suma, a condição humana, Spackle olha para a pop e para o rock alternativo contemporâneos com sagacidade e dramatismo, enquanto testa a nossa capacidade de resistência à lágrima fácil. É um tema arrojado e vigoroso, com guitarras acústicas e elétricas, exemplarmente acompanhadas por diversas sintetizações subtilmente selecionadas, a oferecerem-nos uma espiral de indie rock pulsante e irresistivelmente grandioso. Confere...
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Wavves – So Long
Os californianos Wavves de Nathan Williams, uma das grandes apostas da Fat Possum Records, estiveram em alta rotação na nossa redação em dois mil e vinte e um com Hideaway, o sétimo álbum deste grupo com praticamente duas décadas de estrada e que, atingindo, à época, este marco temporal importante para bandas contemporâneas, angariaram uma certa maturidade em torno de si, que se confirmou pouco tempo depois com um tema que o grupo também lançou nesse ano intitulado Caviar.
Agora, quatro anos depois, os Wavves estão de regresso com um novo single intitulado So Long que, para já, ainda não traz atrelado um novo disco do projeto, mas as novidades da banda não ficam por aí, porque também revelaram que lançaram uma nova empresa de síntese de canábis e que vão ser cabeças de cartaz de um concerto de beneficiência a favor das vítimas dos incêndios florestais de Los Angeles, que irá decorrer no final deste mês de março.
Relativamente a So Long, a canção mantêm a tonalidade rugosa e abrasiva que é imagem de marca das guitarras dos Wavves, particularmente efusivas no refrão, mas o polimento conferido pelo baixo e o registo arritmado da bateria dão ao tema um acabamento mais refinado, demonstrando que Nathan Williams tem sabido, ao longo do tempo, aprimorar as suas qualidades interpretativas e abrir o olhar para outros horizontes, mas nunca cedendo totalmente à radiofonia e à ditadura implacável do mercado. Confere...
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Wallows – Your New Favorite Song
Os Wallows têm a sua génese em Los Angeles há pouco mais de meia década e são atualmente formados por Dylan Minnette, Braeden Lemasters e Cole Preston. Logo em dois mil e dezassete começaram a divulgar música com o single Pleaser, que alcançou centenas de milhar de audições nas plataformas digitais, o que lhes valeu a atenção de Atlantic Records e um contrato com essa editora. Spring foi o título do EP de estreia do projeto, em dois mil e dezoito e o primeiro longa duração, Nothing Happens, chegou no ano seguinte, tendo como grande destaque do seu alinhamento o single Are You Bored Yet?.
A sequência discográfica ganhou nova vida em dois mil e vinte com o EP Remote, do qual fazia parte uma melancólica canção intitulada Wish Me Luck e que encerrava o alinhamento do registo. No início do outono de dois mil e vinte e um, os Wallows voltaram à carga com um single intitulado I Don’t Want to Talk, uma canção sobre inseguranças, que antecipou o segundo registo dos Wallows, um trabalho intitulado Tell Me That It's Over, que chegou aos escaparares a vinte e cinco de março desse ano e que teve sucessor o ano passado com Model, o terceiro álbum dos Wallows, um registo produzido por John Congleton e que teve a chancela da Atlantic Records.
Agora, no arranque de dois mil e vinte e cinco, o trio volta à carga com um novo single intitulado Your New Favorite Song. É um tema que sonoramente assenta num indie rock de superior calibre, que tem a sua génese num guitarra metálica vibrante, que depois recebe um trompete faustoso e uma bateria complacente, com o piano a ser a cereja no topo do bolo de uma canção solarenga e, ao mesmo tempo, intimista e tremendamente acolhedora. Confere...
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Luke Sital-Singh – Saint And Thief
O britânico Luke Sital-Singh, um artista muito querido para a nossa redação e agora radicado na costa oeste do outro lado do Atlântico, lançou em setembro de dois mil e vinte e dois um excelente disco intitulado Dressing Like A Stranger, disponivel no bandcamp do artista, um alinhamento de onze canções que plasmavam de modo tremendamente fiel o espírito intimista e profundamente reflexivo deste artista e o habitual misticismo a a inocência da sua filosofia sonora.
Enquanto não chega um sucessor para esse registo, Luke Sital-Singh oferece-nos como aperitivo um novo single intitulado Saint And Thief. Trata-se de uma composição melodicamente rica e sonoramente bastante luminosa e emotiva. Em Saint And Thief, um baixo vigoroso e uma guitarra intensa, entrelaçam-se com algumas sintetizações ecoantes, com o autor a servir-se de um arsenal instrumental faustoso para, numa simbiose entre folk, eletrónica ambiental e alguns dos melhores detalhes da pop contemporânea, criar uma canção com um clima quente e descontraído, mas que atinge, na nossa opinião, um elevado grau de brilhantismo. Confere...
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Cold War Kids – Meditations
A comemorar vinte anos de carreira com uma digressão interna, os norte-americanos Cold War Kids de Nathan Willett estão de regresso ao nosso radar quase dez anos depois do disco Hold My Home, lançado em dois mil e catorze e que foi, nessa época, dissecado minuciosamente na nossa redação. Tal acontece devido a um novo single intitulado Meditations, gravado já este mês de outubro com a ajuda de Jonathan Rado e que sucede ao álbum homónimo que a banda de Silverlake, nos arredores de Los Angeles, lançou o ano passado.
Meditations é uma canção intensa e com um registo percussivo dominante. Depois, a envolvência dos teclados e o modo como se cruzam sagazmente com guitarras que mudam constantemente de sonoridade e distorção, são outra nuance importante de um tema em que o ritmo sempre bem marcado da bateria é o suporte ideal destes dois edifícios sonoros enérgicos e intencionalmente meticulosos. A tensão permanente entre a intepretação vocal de Willett e o solo de guitarra criam na melodia de Meditations, um elevado sentido de urgência e de impetuosidade, num resultado final poderoso e orquestral. Confere...
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Wand - Vertigo
Os Wand são uma banda norte americana, oriunda de Los Angeles e liderada por Cory Hanson, um músico que toca regularmente com Mikal Cronin e os Meatbodies. Tocam um indie punk rock psicadélico, progressivo, experimental e fortemente aditivo e Ganglion Reef, o disco de estreia, editado em dois mil e catorze, foi um marco e uma referência para os amantes do género. No ano seguinte, Golem, o sempre difícil segundo disco, tinha no fuzz rock a sua pedra de toque, talvez a expressão mais feliz para caraterizar o caldeirão sonoro que os Wand reservam para nós.
Agora, quase uma década depois, os Wand estão de regresso aos discos à boleia deVertigo, um espetacular alinhamento de oito canções, que sucede ao álbum Laughing Matter, editado em dois mil e dezanove e que tem tudo para figurar na lista dos melhores registos discográficos de dois mil e vinte e quatro e em posição de assumido destaque.
Vertigo tem a assinatura de um dos projetos mais negligenciados do panorama sonoro alternativo atual, um belo segredo que não deveria estar tão escondido e que deve chegar a todos os ouvidos dos apreciadores do género sonoro em que navega. Parece claro que os seus quase quarenta minutos que foram incubados de modo a materializarem uma espécie de banda sonora ideal para um western contemporâneo que tem como propósito o bem comum e a sua audição com esse propósito, não irá defraudar as expetativas iniciais de todos, mesmo as mais otimistas.
Logo a abrir o registo, o travo enevoado da guitarra e o registo sombrio vocal de Hanson, nuances que sustentam com mestria Hangman, comprovam a excelência da essência sonora que orientou os Wand no momento de compôr este seu sexto álbum. Curtain Call, logo de seguida, aprimora um certo perfil psicotrópico e denso, com o clima jazzístico da bateria e uma constante distorção planante e abrasiva a deixarem numa dúvida permanente relativamente ao rumo que o disco vai tomar daí em diante. E, de facto, no clima progressivo de Mistletoe, uma canção que consegue, imagine-se, conjugar em simultâneo eletrónica com rock alternativo, funk, noise rock, avant garde, post punk, fica bem expressa a tal cinematografia que inicialmente serviu para introduzir o ouvinte relativamente à primeira impressão que Vertigo criou na redação, após a primeira audição.
O disco prossegue e ao quarto tema, chegamos ao âmago do alinhamento. JJ é uma intrincada e intimista canção, uma espécie de upgrade de adição psicotrópica com elevada lisergia. Sintetizadores munidos de um infinito arsenal de efeitos e sons originários das mais diversas fontes instrumentais, reais ou fictícias, uma secção rítmica feita com um baixo pulsante e uma bateria com um forte cariz étnico, que é várias vezes literalmente cortada a meio por riffs de guitarra, numa sobreposição instrumental em camadas, onde vale quase tudo, é a essência sonora de uma desarmante canção, que também não descura um forte sentido melódico e uma certa essência pop, numa busca de acessibilidade que se saúda. Depois, no rock imperialmente cavernoso de Smile, na melancolia maquinal de Lifeboat, na cosmicidade celestial do manto rugoso de distorções que afagam High Time, temos a confirmação da já declarada abrangência, que parece sempre, ao longo do disco, estranhamente fluída, intuitiva e natural, provando a incomparável mestria e a hipnótica subtileza de um alinhamento que, no fundo e de um modo geral, assenta muita da sua riqueza na dicotómica e simbiótica relação entre o fuzz da guitarra e vários efeitos sintetizados arrojados, com uma voz sempre peculiar a rematar este ménage espetacular.
Momento mais alto do catálogo dos Wand, Vertigo é a ambiciosa materialização de um todo sonoro, porque as canções não devem ser apreciadas de modo estanque, nem desalinhadas da posição em que se encontram. Cada composição é uma parte metamórfica de um esplendoroso edifício sonoro, minuciosamente arquitetado para encarnar uma espécie de verdade científica que diz que a música dos Wand pode muito bem ser um atalho rapidíssimo para aceder a uma dimensão sonora que aconchega, anima e cura quem andar mais avesso relativamente ao que de bom a vida tem para nos oferecer. Espero que aprecies a sugestão...
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Saint Motel – Stay Golden
Formados em Los Angeles no já longínquo ano de dois mil e sete, os Saint Motel de A/J Jackson, Aaron Sharp, Dark Lerdamornpong e Greg Erwin são um dos segredos mais interessantes e mais bem guardados da indie pop contemporânea. Mereceram destaque na nossa redação na primavera de dois mil e vinte e um por causa de um tema intitulado Feel Good e que fazia parte da banda sonora da comédia Yes Day, um dos filmes de maior sucesso da plataforma de streaming Netflix nesse ano, realizado por Miguel Arteta e que contava no elenco com nomes como Jennifer Garner, Edgar Ramirez, Jenna Ortega, Julian Lerner, Everly Carganilla, Arturo Castro, Nat Faxon, Fortune Feimster e Molly Sims.
Há aproximadamente um ano os Saint Motel chamaram a atenção da nossa redação devido a Fine Wine, à época um novo single do quarteto, um verdadeiro portento sonoro, de que os leitores e ouvintes mais atentos deste espaço certamente se recordam.
Agora, em pleno verão de dois mil e quatro, o projeto norte-americano está de regresso ao nosso radar à boleia de Stay Golden, uma nova canção do quarteto californiano, que assenta num bateria exemplarmente marcada e acompanhada por um baixo pulsante, elementos percussivos que são depois trespassados por diversos arranjos sintetizados insinuantes e por sopros e violinos, detalhes que dão à composição uma tonalidade luminosa e, ao mesmo tempo, reflexiva, assentando que nem uma luva neste tempo quente que vivemos.
Stay Golden é, uma vez mais, resultado de uma filosofia sonora que plasma um cruzamento feliz entre pop contemporânea, eletrónica e indie rock, à boleia de uma vasta heterogeneidade de elementos instrumentais que dão vida a uma formatação primorosa de diferentes nuances melódicas, com uma atmosfera sonora eminentemente lisérgica. Confere...
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Jane’s Addiction – Imminent Redemption
Trinta e quatro anos depois Ritual de lo Habitual, um verdadeiro clássico, os norte-americanos Jane's Addiction seguem uma certa tendência revivalista que tem estado na moda em bandas que fizeram história há três ou quatro décadas atrás e que já tinham cessado hostilidades e estão de regresso com uma digressão mundial e um novo tema intitulado Imminent Redemption.
A banda de Los Angeles mantém a sua formação inicial, constituída por Perry Farrell, Dave Navarro, Stephen Perkins e Eric Avery e oferece-nos, neste seu novo tema que ainda não traz atrelado o anúncio de um novo disco do quarteto, um verdadeiro festival de guitarras contundentes e abrasivas, exemplarmente acompanhadas por uma bateria com um travo tribal bastante pronunciado, num resultado final efervescente, épico e que não defrauda o melhor catálogo da banda. Um feliz regresso ao passado, assinado por uns Jane's Addiction que prometem mais canções novas nas próximas semanas. Confere...