man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Kevin Morby – This Is A Photograph II / Five Easy Pieces Revisited
Em maio do ano passado, Kevin Morby, um músico natural de Lubbock, no Texas, mas atualmente sedeado em Kansas City, depois de uma temporada a viver em Los Angeles, regressou aos discos com um alinhamento de doze composições intitulado This Is A Photograph, um registo que chegou aos escaparates com a chancela da insuspeita Dead Oceans e que fez parte da nossa lista dos melhores álbuns do ano passado.
Agora, quase um ano depois do lançamento de This Is A Photograph, Kevin Morby acaba de anunciar um novo projeto intitulado More Photographs (A Continuum), um alinhamento que pretende funcionar como complemento àquele que foi, na altura, o sétimo disco da carreira do autor. Assim, as nove canções de More Photographs (A Continuum) são revisitações de três das composições mais emblemáticas de This Is A Photograph e seis novos temas que ficaram de fora do alinhamento desse album, mas que Morby acha que devem encarnar uma espécie de segundo tomo do registo, acrescentando que não consegue avançar artisticamente para um novo trabalho e, ao mesmo tempo, deixar para trás estas canções que, de acordo com o próprio, apenas cabem naquela que foi a conceção filosófia do álbum lançado o ano passado e que, como certamente, se recordam, era um disco de memórias e de exorcização, já que bastante inspirado numa coleção de fotografias que estavam guardadas na casa onde Morby cresceu e que o artista começou a vasculhar na mesma noite em que o pai faleceu ao jantar.
Do alinhamento de More Photographs (A Continuum) é já possível escutar duas das três novas versões; uma roupagem mais experimental e caleidoscópica de This Is A Photograph, o tema homónimo do disco, com o título This Is A Photograph II e uma abordagem mais intimista a Five Easy Pieces, uma composição cujo original era uma bela balada que Morby dedicou a uma antiga namorada chamada Bobby, conduzida por um delicioso piano que tocava de mãos dadas com lindíssimas cordas e que agora se chama Five Easy Pieces Revisited. Confere as duas canções e a tracklist de More Photographs (A Continuum)...
01 This Is A Photograph II
02 Triumph
03 Bittersweet, Tennessee
04 Going To Prom
05 Lion Tamer
06 A Song For Katie
07 Five Easy Pieces Revisited
08 Mickey Mantle’s Autograph
09 Kingdom Of Broken Hearts
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Kevin Morby – This Is A Photograph
Pouco mais de um ano depois do magnífico registo Sundowner, o sexto disco da carreira, Kevin Morby, um músico natural de Lubbock, no Texas, mas atualmente sedeado em Kansas City, depois de uma temporada a viver em Los Angeles, está de regresso aos discos com um alinhamento de doze composições intitulado This Is A Photograph, um registo que chegou aos escaparates com a chancela da insuspeita Dead Oceans.
Produzido por Sam Cohene e com as participações especiais de Cassandra Jenkins, Makaya McCraven, Tim Heideker e Alia Shawkat, This Is A Photograph é um disco de memórias e de exorcização, já que é bastante inspirado numa coleção de fotografias que estavam guardadas na casa onde cresceu e que Morby começou a vasculhar na mesma noite em que o pai faleceu enquanto jantava.
É este o curioso e apelativo mote para um extraordinário acervo sonoro que, mais uma vez, nos oferece um retrato impressivo sobre a América dos anos setenta e oitenta do século passado, ainda a lamber as feridas do Vietname e em pleno Watergate. Uma América à época cada vez mais refém de um sedento capitalismo e de um processo de industrialização intenso, mas que ainda conseguia manter em algumas zonas mais rurais, principalmente no sul, em estados como o Kentucky, o Texas, o Arkansas, a Georgia ou o Alabama, profundas marcas identitárias de uma ancestralidade que é hoje parte importante da definição daquilo que é ser-se verdadeiramente americano. Ao longo do disco, em temas como Forever Inside A Picture ou Stop Before I Cry, à medida que Morby descreve algumas das fotografias que encontrou e confessa as memórias que as mesmas lhes suscitam, acabamos por assistir a um desfile desses tiques, em simples descrições do quotidiano da sua família de que ele se recorda e que acabaram por ser eventos únicos da infância de Morby.
Assim, além desta narrativa que o autor de modo altruísta nos oferece sobre algo tão privado como as memórias familiares, algumas delas particularmente únicas, This Is A Photograph comprova, uma vez mais, que situações com potencial elevado para suscitarem sentimentos negativos e depressivos são, muitas vezes, incubadoras das melhores obras, porque a tristeza traz mais facilmente à tona udo aquilo que de mais profundo e nostálgico guardamos no nosso âmago e que quando encontra um veículo expressivo privilegiado, como a criação musical criativa de elevado calibre, acaba por resultar em algo estranhamente belo e de maravilhosa contemplação, ou audição, como é o caso.
Sonoramente, tal desiderato é alcançado num alinhamento que mistura com fino recorte folk, blues, rock e country, idealizado por um artista que começou a carreira aventurando-se no rock clássico, depois deu-lhe algumas pitadas indie e agora, mais maduro e na melhor fase da carreira, navega confortavelmente nas águas agitadas que misturam tudo aquilo que é, por definição, a força da música americana mais pura e genuína. O delicioso piano que conduz, de mãos dadas com lindíssimas cordas, Five Easy Pieces, uma bela balada que Morby dedica a uma antiga namorada chamada Bobby, o fuzz da guitarra que sustenta a angulosa rugosidade de Rock Bottom, o clima melancólico intenso que resvala de alto a baixo pela hipnótica A Coat of Butterflies, o travo climático e introspetivo de Disappearing, o modo desarmante como a flauta e a harpa nos emocionam em Stop Before I Cry, uma sentida e melosa declaração de amor do músico à sua atual companheira Katie Crutchfield, aka Waxahatchee e, ainda nas homeagens, as referências aos gurus da soul Otis Redding e Tina Turner, são belíssimas odes à celebração da vida e à possibilidade que ela nos oferece, diariamente, de podermos homenagear quem já partiu e, desse modo, tornar essas pessoas que nos marcaram bem presentes.
Em suma, This Is A Photograph consolida o modo com Kevin Morby vem, disco após disco, aprimorando um modus operandi bem balizado, que se define por opções líricas em que dominam ambientes nublados, intimistas e reflexivos e um catálogo sonoro emimentemente delicado e fortemente orgânico, sem artifícios desnecessários, ou uma artilharia instrumental demasiado intrincada. E é este, claramente, o travo geral de um disco repleto de tonalidades e que procura a interação imediata, mas também profunda, com o ouvinte, tendo no piano e nas cordas as armas de arremesso preferenciais, mas não as únicas. Kevin Morby é sagaz no modo como sobe mais alguns degraus no que concerne ao conteúdo qualitativo dos seus registos, fazendo-o com segurança e altivez e nunca beliscando uma apenas aparente dicotomia entre aquilo que é a grandiosidade da sua filosofia criativa e o modo simples e direto como a expôe, através de canções repletas de beleza, sensibilidade e conteúdo. Espero que aprecies a sugestão...
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Kevin Morby – This Is A Photograph
Pouco mais de um ano depois do magnífico registo Sundowner, o sexto disco da carreira de Kevin Morby, o músico natural de Lubbock, no Texas e atualmente sedeado em Kansas City, depois de uma temporada a viver em Los Angeles, está de regresso aos discos com um alinhamento intitulado This Is A Photograph, que irá chegar aos escaparates a treze de maio, com a chancela da insuspeita Dead Oceans.
Produzido por Sam Cohene com as participações especiais de Cassandra Jenkins, Makaya McCraven, Tim Heideker e Alia Shawkat, This Is A Photograph será um disco de memórias e de exorcização, já que é bastante inspirado numa coleção de fotografias que estavam guardadas na casa onde cresceu e que Morby começou a vasculhar na mesma noite em que o pai faleceu enquanto jantava.
O tema homónimo do registo, uma magnífica canção, intensa, tocante e vibrante, tem já direito a um vídeo que documenta este acervo de imagens e sonoramente é um portento de indie folk fortemente orgânico, repleto de vistosas cordas que dão vida a uma espécie de grito de revolta que Morby exala despudoradamente e que estava há já demasiado tempo aninhado no seu âmago. Confere...
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Kevin Morby – Dumcane
Ainda não tem meio ano de vida Sundowner, o sexto disco da carreira de Kevin Morby, um músico natural de Lubbock, no Texas e que estava muito marcado pelo regresso do músico a Kansas City, depois de uma temporada a viver em Los Angeles, a sua relação com a também cantora e compositora Katie Crutchfield, do projeto Waxahatchee e a realidade pandémica atual, um triângulo filosófico que também teve o propósito de colocar a América mais profunda no centro das atenções, de acordo com o próprio Morby.
Agora, em plena primavera de dois mil e vinte e um e numa altura em que celebra meia década de vida, Singing Saw, o terceiro disco da carreira de Morby, o músico presenteia-nos com uma versão aprimorada de Dumcane, uma canção gravada durante as sessões de Singing Saw, mas que não fez parte do alinhamento desse registo. É um belíssimo tema, que aprimora, de certa forma, o modus operandi bem balizado do catálogo de Kevin Morby, que se define por opções líricas em que dominam ambientes nublados, intimistas e reflexivos e um registo sonoro emimentemente delicado e fortemente orgânico, sem artifícios desnecessários, ou uma artilharia instrumental demasiado intrincada. E é este, claramente, o travo geral de Dumcane, uma canção minimalista, que procura a interação imediata, mas também profunda, com o ouvinte e que tem nas cordas a arma de arremesso preferencial. Confere...
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Kevin Morby – Wander vs Don’t Underestimate Midwest American Sun
Foi em dois mil e dezanove que Kevin Morby nos presenteou com Oh My God, um compêndio de catorze excelentes canções que exploravam até à exaustão o conceito de religiosidade, em temas como OMG (abreviatura de Oh My God), Congratulations, canção em que eram audíveis várias mulheres de diferentes idades a pedir a Deus por misericórdia ou Sing A Glad Song, canção que evocava as qualidades de um Deus chamado Bob Dylan, só para citar alguns exemplos de um trabalho que foi muito bem aceite pela crítica e que assentava numa folk rock de primeira água.
Esse registo Oh My God já tem sucessor, um trabalho intitulado Sundowner, o sexto da carreira do músico natural de Lubbock, no Texas e que começou a ser gravado depois de Morby ter regressado aos arredores de Kansas City, após uma temporada em Los Angeles. Esse regresso a casa, a relação com a também cantora e compositora Katie Crutchfield, do projeto Waxahatchee e a realidade pandémica atual acabam por definir o triângulo filosófico de um trabalho que também tem o propósito de colocar a América mais profunda no centro das atenções, de acordo com o próprio Morby (Sundowner is a attempt to put the Middle American twilight, its beauty profound, though not always immediate, into sound).
Depois de há algumas semanas ter sido divulgado o primeiro single de Sundowner, a canção Campfire, agora Kevin Morby extrai do registo, em dose dupla, as composições Wander e Don’t Underestimate Midwest American Sun, esta última a canção preferida de Morby de todo o disco (Don’t Underestimate Midwest American Sun is my favorite song off of the new album, and the one I’m most proud of. I consider space to be a prominent instrument on the song, and here it is as important as anything else you hear on the track. It was my goal to capture the vast openness of the middle American landscape sonically. To this end, there is a whole track of nothing but Texas air, birds and wind chimes living beneath the song).
Se Wander é uma composição intensa e com aquele travo típico da melhor folk norte-americana, tendo já direito a um vídeo filmado nas proximidades de Kansas e que mostra a já referida Katie Crutchfield a conduzir uma carrinha de caixa aberta por uma estrada vazia, já Don’t Underestimate Midwest American Sun, conduzida por uma viola acústica, é uma canção bastante melancólica e climática, mas intensa e com uma amplitude muito vincada, fazendo juz à descrição da mesma, feita por Morby e transcrita acima. Confere...
01. Wander
02. Don’t Underestimate Midwest American Sun
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Shy Boys - Shy Boys
Oriundos do estado do Kansas, os norte americanos Shy Boys são Collin Rausch, Kyle Rausch e Konnor Ervin, um trio que surpreendeu em 2013 com Peachy, o disco de estreia. Pouco mais de um ano depois, estão de regresso aos lançamentos discográficos com um trabalho homónimo que viu a luz do dia por intermédio da High Dive Records.
Os Shy Boys servem-se daquela cartilha vintage que alicerça o processo de composição melódica nos primórdios da pop e do surf rock dos anos sessenta, mas que depois vai também beber alguns detalhes e arranjos ao rock alternativo de finais do século passado. É uma receita muito em voga nos dias de hoje e onde, neste caso, também cabe o punk de cariz mais lo fi e a chamada psicadelia. Uma percurssão sóbria e inspirada, teclados, guitarras, baixo e voz, são o arsenal particular destes Shy Boys, onde reina a simplicidade estrutural, algo bem evidente logo na abertura, em Is This What You Are, um dos grandes destaques do disco, um tema que nos remete, no imediato, para essa teia intrincada de influências, incluindo a tal psicadelia.
Se esse arranque é perfeito para balizar a nossa bússola no ideário sonoro que nos espera, todos os contrastes que, de algum modo, descrevem o ideário sonoro deste Shy Boys, encontram-se bem audíveis ao longo do alinhamento; Se Notion entra no nosso ouvido do mesmo modo bizarro que o som de um búzio que resgata para nós o barulho das ondas de uma praia havaina frequentada há meio século pelos The Birds ou os Beach Boys, já um pouco adiante, a banda sonora ideial para um instante cinéfilo western spaghetty é proposto em And I Am Nervous, enquanto Heart Is Mine e Fireworks trazem de volta tudo aquilo que de icónico, sensual e apelativo tem o universo criado em tempos pelos míticos The Velvet Underground. No entanto, um dos temas mais curiosos do disco e que aponta num sentido distinto do restante cardápio é Submarine, um título feliz para uma canção em que, ajudados por um baixo monocórdico, os Shy Boys submergem-nos numa atmosfera nosdisctálgica, hipnotizante e algo claustrufóbica.
As vocalizações de Collin são únicas e particularmente originais. Produzido com o vintage eco lo fi tão em voga atualmente e conduzido por uma percurssão acelerada e distorções de guitarra que vão beber ao cruzamento da surf music com a psicadelia, é um falsete melódico e harmonioso, que se mistura com mestria com as letras e os arranjos das melodias, o que faz com que o próprio som da banda ganhe em harmonia, delicadeza e melancolia o que perde em alguma distorção, apesar de, felizmente, o red line das guitarras não deixar de fazer parte do cardápio sonoro dos Shy Boys.
Para quem procura aquela sonoridade indie mais inocente e etérea, que nos recorda aquelas cassetes antigas que temos lá em casa, empoeiradas, cheias de gravações caseiras e lo fi, mas onde não falta uma dose equilibrada de ruído, está aqui uma proposta que certamente irá encher as medidas e que traz-nos à memória aquela fita magnética mais bem cuidada e onde guardámos os nossos clássicos preferidos que alimentaram os primórdios do rock alternativo. Estas dez canções bastante fiáveis estão cheias dessa inocência regada com acne, mas também imploram para serem levadas muito a sério, até porque foram criadas por um grupo que quer muito ser uma referência obrigatória no universo sonoro em que se situa, enquanto espelha com precisão o manto de transição e incerteza que tem invadido o cenário da pop de cariz mais experimental, alternativo e independente. Espero que aprecies a sugestão...
Is This Who You Are
Keeps Me On My Toes
Notion
Bully Fight
And I Am Nervous
Heart Is Mine
Postcard
Submarine
Fireworks
Trim
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Shy Boys - Life Is Peachy
Oriundos de Kansas City, os norte americanos Shy Boys são Collin Rausch, Kyle Rausch e Konnor Ervin, um trio que surpreendeu em 2013 com Peachy, o disco de estreia e que está de regresso com Life Is Peachy, um novo single, que terá edição física no próximo dia quinze de julho, via High Dive Records.
Uma voz única, produzida com o vintage eco lo fi tão em voga atualmente e conduzida por uma percurssão acelerada e distorções de guitarra que vão beber ao cruzamento da surf music com a psicadelia, fazem a receita desta nova canção dos Shy Boys, disponbilizada para download e que se espera ser o avanço para um novo trabalho da banda. Confere...
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The Capsules - Northern Lights & Southern Skies
Os The Capsules são uma banda norte americana de dream pop, natural do Kansas e formada pelo casal Julie Shields e Jason Shields e pelo baterista Kevin Trevino. Lançaram ontem Northern Lights & Southern Skies, o seu quarto disco de originais, através da Vespera Records.
Os The Capsules já têm algum historial discográfico, mas são uma banda ainda relativamente desconhecida; São uma espécie de grupo rock underground, que tem ganho notoriedade em alguns programas de televisão e na participação na banda sonora de jogos de vídeo, nomeadamente o Borderlands 2.
A voz de Julie é uma daquelas vozes pouco consensuais, ou seja, gosta-se imenso, ou não se aprecia mesmo nada; Pessoalmente, encantou-me o desempenho vocal dela e a melhor forma que encontro para descrever esta voz bastante açucarada é que soa-me a um cruzamento entre Belinda Carlisle e Dolores O'Riordan, dos Cranberries.
Quanto às canções, os trinta e oito minutos de Northern Lights & Southern Skies estão formatados numa linguagem eminentemente pop, já que os dez temas assentam nas tradicionais guitarras e em linhas e batidas feitas de sintetizadores, numa busca nada disfarçada de quererem ser etéreos e algo excêntricos, em simultâneo. Se em determinados momentos apontam às pistas de dança, noutros convocam o recanto mais confortável e escondido do nosso quarto, numa estranha pose sonora que acaba por não soar tão mal como à primeira vista se possa pensar. Espero que aprecies a sugestão...
01. Across the Sky
02. From the Start
03. Our Apocalypse
04. With Signs Of Repeating
05. The Heartbreaker
06. Time Will Only Tell
07. Test Drive The Other Side
08. Where It All Begins
09. All At Once
10. Magnetic Fields