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Villagers - A Matter Of Taste

Domingo, 08.12.24

Os irlandeses Villagers são, neste momento, praticamente monopólio da mente criativa de Conor O'Brien e estão já na linha da frente do universo indie folk europeu, pelo modo criativo como replicam o género, carregando-o com o típico sotaque irlandês, ainda por cima oriundos de um país com fortes raízes e tradições neste estilo musical. Com um trajeto musical bastante profícuo nos últimos anos, além de intenso e rico, com momentos discográficos significativos do calibre de Becoming a Jackal (2010), {Awayland} (2013), Darling Arithmetic (2015), The Art Of Pretending To Swim (2018), e The Fever Dream (2021), entre outros, os Villagers ofereceram-nos em maio um álbum intitulado That Golden Time, dez canções que, como certamente se recordam, estavam recheadas de trechos sonoros instrumentalmente irrepreensíveis e com uma delicadeza e um charme inconfundíveis.

Villagers - 'Mountain out of a Molehill' | Nialler9

Quase meio ano depois do lançamento de That Golden Time, os Villagers estão de regresso ao nosso radar à boleia de um par de singles que podem muito bem servir de antecipação a um nvo lançamento discográfico do projeto. O primeiro tema desta fornada foi Mountain Out Of A Molehill, canção com forte pendor cinematográfico que, como certamente se recordam, esteve em alta rotação na nossa redação há algumas semanas.

Agora, quase um mês depois de Mountain Out Of A Molehill, temos a oportunidade de escutar A Matter Of Taste, uma canção vibrante e com um groove bastante apelativo, em que sopros e cordas reluzentes, sustentam um edifício melódico de forte travo jazzístico, adocicado pelo já habitual registo sussurrante vocal de Conor O'Brien, sempre emotivo e profundo, mas também notavelmente doce.

À semelhança do que sucedia com Mountain Out Of A Molehill, A Matter Of Taste é mais uma extraordinária porta de entrada que nos escancara para um universo em que, sem dúvida nenhuma, poderemos vivenciar diferentes sensações, de um modo otimista e festivo, mas tambêm cândido e aconchegante, como é norma no catálogo dos Villagers, cada vez mais maduro e estilisticamente rico. Confere...

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publicado por stipe07 às 18:07

Inhaler – Your House

Domingo, 10.11.24

Os irlandeses Inhaler são um quarteto formado por Elijah Hewson, Robert Keating, Ryan McMahon e Josh Jenkinson, que se estrou nos discos em dois mil e dezoito com um registo intitulado It Won’t Always Be Like This, que atingiu o lugar cimeiro do top de vendas nas ilhas britânicas e causou imenso furor e burburinho, nomeadamente na crítica especializada.

Em dois mil e vinte e três, o projeto natural de Dublin, lançou o sempre difícil segundo disco, um trabalho intitulado Cuts & Bruises, que também chegou ao topo das tabelas e que já tem sucessor. O terceiro e novo álbum dos Inhaler chama-se Open Wide e vai chegar aos escaparates a sete de fevereiro do próximo ano com a chancela da Polydor Records.

Your House é o primeiro single revelado do alinhamento de Open Wide. Trata-se de uma canção vibrante, imponente e ambiciosa, com as guitarras a assumirem o papel cimeiro na construção melódica de uma composição que replica com ímpar destreza, uma visão muito própria daquele indie rock que contém um nada desprezável lado radiofónico, mas que, mesmo assim, gosta de se entrelaçar com alguns dos melhores tiques identitários do punk rock deste novo milénio. Confere...

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publicado por stipe07 às 19:07

Villagers – Mountain Out Of A Molehill

Quinta-feira, 10.10.24

Os irlandeses Villagers são, neste momento, praticamente monopólio da mente criativa de Conor O'Brien e estão já na linha da frente do universo indie folk europeu, pelo modo criativo e carregado com o típico sotaque irlandês, como replicam o género, ainda por cima oriundos de um país com fortes raízes e tradições neste estilo musical. Com um trajeto musical bastante profícuo nos últimos anos, além de intenso e rico, com momentos discográficos significativos do calibre de Becoming a Jackal (2010), {Awayland} (2013), Darling Arithmetic (2015), The Art Of Pretending To Swim (2018), e The Fever Dream (2021), entre outros, os Villagers ofereceram-nos em maio um álbum intitulado That Golden Time, dez canções que, como certamente se recordam, estavam recheadas de trechos sonoros instrumentalmente irrepreensíveis e com uma delicadeza e um charme inconfundíveis.

Villagers - 'Mountain out of a Molehill' | Nialler9

Quase meio ano depois do lançamento de That Golden Time, os Villagers estão de regresso ao nosso radar à boleia de Mountain Out Of A Molehill, um novo single com forte pendor cinematográfico, sustentado em cordas luminosas e exuberantes, teclados insinuantes e o já habitual registo sussurrante vocal de Conor O'Brien, sempre emotivo e profundo, mas também notavelmente doce.

Mountain Out Of A Molehill é uma extraordinária porta de entrada que nos escancara para um universo em que, sem dúvida nenhuma, poderemos vivenciar diferentes sensações que nos levarão da alegria contagiante à tristeza contemplativa num abrir e fechar de olhos e quase sem darmos por isso, de um modo otimista e festivo, mas tambêm cândido e aconchegante, como é norma no catálogo dos Villagers, cada vez mais maduro e estiisticamente rico. Confere...

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publicado por stipe07 às 17:38

Fontaines D.C. – Romance

Sábado, 24.08.24

Dois anos depois de Skinty Fia, o curioso título do disco que os irlandeses Fontaines D.C. lançaram na primavera de dois mil e vinte e dois, a banda formada pelo vocalista Grian Chatten, os guitarristas Carlos O’Connell e Conor Curley, o baixista Conor Deegan, o contrabaixista Conor Deegan III no contra-baixo e o baterista Tom Coll, apostou em não colocar rédeas na sua veia criativa e está de regresso ao formato longa-duração, à boleia de Romance, um alinhamento de onze canções que viu a luz do dia com a chancela da XL Recordings, a nova etiqueta do grupo.

Fontaines DC review, Romance: Leaves post-punk in its dust and roars off  into broad new horizons | The Independent

Skinty Fia era um disco de contestação, um trabalho muito marcado pela realidade económica e social de uma Irlanda que oferecia poucas oportunidades de futuro para as gerações mais jovens. Era um álbum eminentemente político, que personificava ironicamente o ponto de vista de um bem sucedido irlandês que, de modo algo corrosivo, em forma de elogio fúnebre, se congratulava com o país onde vivia e o orgulho que sente no seu (in)sucesso, mesmo que deitasse para trás das costas questões tão prementes como a política climática ou a milenar e fraterna herança histórica da Irlanda.

Romance afaga essa filosofia conceptual, voltando-se para temáticas mais pessoais e sensitivas, enquanto, sonoramente, em contra-mão, amplia o percurso ambicioso e eclético do projeto, que no trabalho mais ambicioso e complexo da carreira materializa uma bem sucedida fusão de géneros, que oscilam entre o rock alternativo noventista, o rock progressivo, o hip-hop e aquela eletrónica que aposta em texturas eminentemente densas e pastosas. O punk rock, uma das imagens de marca do período inicial da carreira dos Fontaines D.C., não é colocado inteiramente de lado em Romance, mas tem um perfil mais marginal, servindo essencialmente como adorno em algumas canções.

Logo a abrir o registo, o perfil inicialmente intimista e depois cavernoso do tema homónimo marca a tal rutura com uma herança que sempre se fez notar por uma filosofia estilística de choque com convenções e normas pré-estabelecidas. A partir daí está dado o mote para uma parada sonora com onze robustas canções, que mantêm o já habitual grau superior de rugosidade dos Fontaines D.C., mas que, no geral, são menos imediatas, intuitivas e cruas do que as de Skinti Fia. Começa por fazer mossa na anca o tom épico, mas também algo sinistro e inquietante de Starbuster, uma canção inspirada num ataque de pânico que Chatten viveu na famosa estação ferroviária londrina St. Pancras e tinha uma sonoridade algo sinistra e inquietante. Depois, Here's The Thing prova o modo feliz como o projeto conseguiu olhar para a herança do melhor indie rock da última década do século passado, à boleia de guitarras abrasivas e cruas e de um registo melódico algo intuitivo, mas repleto de guinadas rítmicas, tudo rematado por um baixo exemplar no modo como acama um perfil interpretativo com elevado espírito garageiro.

Este início prometedor e bem sucedido, mantém-se no assalto bem sucedido à herança do melhor rock clássico em Desire e na subtileza hipnótica das guitarras que acamam diversos violinos em In The Modern World, uma composição com uma essência pop assinalável. Depois, a acusticidade tipicamente british de Bug e de Motorcycle Boy, duas canções que despertam na nossa mente, de imediato, a melhor herança dos manos Gallagher, a cosmicidade lisérgica de Sundowner, canção repleta de sintetizações pastosas que nao defraudam o superior desempenho interpretativo da guitarra de Carlos O’Connell e o superior tom alternativo noventista de Favourite, uma verdadeira canção de amor, que reflete sobre a rapidez com que esse sentimento nos leva da euforia à tristeza, sem meio-termo, rematam um álbum que é um desfilar efusiante e esplendoroso dos atributos maiores do quinteto, mas que também possibilita ao seu catálogo, obter uma subida alguns degraus acima na sua bitola qualitativa.

Numa época do vale tudo, custe o que custar e seja contra quem for e em que a individualidade se deixa facilmente manietar, quase sem se aperceber, pelas solicitações dos media e das redes sociais, Romance puxa pelo nosso lado mais emocional e sensível e faz com que nunca nos esqueçamos que o amor, a solidariedade e a compaixão pelo próximo fazem parte da natureza humana. Ao fazê-lo, comprova também que os Fontaines D.C. não são, nem devem ser, mais vistos como um cometa que passa, brilha no momento e que depois corre o risco de ser esquecido no ocaso do tempo e do espaço negro e profundo, mas que são, já e com pleno direito, uma das melhores bandas do rock alternativo mundial contemporâneo. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 14:46

Fontaines D.C. – Here’s The Thing

Segunda-feira, 12.08.24

Dois anos depois de Skinty Fia, o curioso título do disco que os irlandeses Fontaines D.C. lançaram na primavera de dois mil e vinte e dois, a banda formada pelo vocalista Grian Chatten, os guitarristas Carlos O’Connell e Conor Curley, o baixista Conor Deegan, o contrabaixista Conor Deegan III no contra-baixo e o baterista Tom Coll, parece verdadeiramente apostada em não colocar rédeas na sua veia criativa, tendo anunciado há pouco mais de dois meses, como certamente se recordam, o regresso ao formato longa-duração, à boleia de Romance, um alinhamento de onze canções que irá ver a luz do dia daqui a alguns dias, com a chancela da XL Recordings, a nova etiqueta do grupo.

Fontaines D.C. share “anxious” new single 'Here's The Thing'

Starbuster, o segundo tema do alinhamento de Romance, foi o primeiro single retirado do disco e passou por ca em abril. Era uma canção inspirada num ataque de pânico que Chatten viveu na famosa estação ferroviária londrina St. Pancras e tinha uma sonoridade algo sinistra e inquietante.

Depis, no final de junho, escutámos Favourite, o tema que encerra o alinhamento de Romance, uma verdadeira canção de amor, que reflete sobre a rapidez com que esse sentimento nos leva da euforia à tristeza, sem meio-termo. Agora chega a vez de escutarmos Here's The Thing, a terceira canção do alinhamento de Romance, um tema vibrante e empolgante, que olha com especial gula para a herança do melhor indie rock da última década do século passado, à boleia de guitarras abrasivas e cruas, um registo melódico algo intuitivo, mas repleto de guinadas rítmicas e um baixo exemplar no modo como acama um perfil interpretativo com elevado espírito garageiro. Confere Here's The Thing e o vídeo do tema assinado por Luna Carmoon...

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publicado por stipe07 às 09:31

Snow Patrol – This Is The Sound Of Your Voice

Quarta-feira, 17.07.24

Não é segredo nenhum para ninguém que os irlandeses Snow Patrol são uma das minhas bandas prediletas, sendo sempre aguardado por mim com enorme e redobrada expetativa cada novo disco deles. E The forest Is The Path, disco que esta banda formada em mil novecentos e noventa e quatro em Dundee, vai lançar a treze de setembro, naturalmente não será exceção. The Forest Is The Path será o oitavo trabalho de estúdio desta banda formada por Gary Lightbody, Nathan Connolly e Johnny McDaid e foi produzido por Fraser T Smith, a meias com a própria banda.

Snow Patrol release new single 'This Is The Sound Of Your Voice' | Hotpress

Depois de em maio ter sido revelada a canção The Beginning, a segunda do alinhamento do álbum, This Is The Sound Of Your Voice é o mais recente single divulgado de The Forest Is The Path, um catálogo de doze canções que, de acordo com os próprios Snow Patrol, tem tudo para se tornar no melhor registo do catálogo do trio.

This Is The Sound Of Your Voice faz-nos acreditar um pouco nessa promessa e eleva as nossas expetativas relativamente ao disco, já que se trata de uma canção uma composição vibrante e majestosa. São pouco mais de quatro minutos que nos oferecem, na impetuosa delicadeza das cordas, no toque suave do piano e nos diversos efeitos cósmicos planantes, uma sensação de nostalgia que nos leva numa viagem no tempo até à melhor herança dos anos oitenta do século passado. Também conduzida pela rugosidade vocal adocicada de Lightbody, This Is The Sound Of Your Voice vai crescendo em arrojo e emotividade, num resultado final épico e vibrante. Confere...

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publicado por stipe07 às 10:19

Fontaines D.C. – Favourite

Terça-feira, 25.06.24

Dois anos depois de Skinty Fia, o curioso título do disco que os irlandeses Fontaines D.C. lançaram na primavera de dois mil e vinte e dois, a banda formada pelo vocalista Grian Chatten, os guitarristas Carlos O’Connell e Conor Curley, o baixista Conor Deegan, o contrabaixista Conor Deegan III no contra-baixo e o baterista Tom Coll, parece verdadeiramente apostada em não colocar rédeas na sua veia criativa, tendo anunciado há algumas semanas, como certamente se recordam, o regresso ao formato longa-duração, à boleia de Romance, um alinhamento de onze canções que irá ver a luz do dia a vinte e três de agosto, com a chancela da XL Recordings, a nova etiqueta do grupo.

Fontaines D.C. Take a Trip to Madrid in 'Favourite' Music Video

Starbuster, o segundo tema do alinhamento de Romance, foi o primeiro single retirado do disco e passou por ca em abril. Era uma canção inspirada num ataque de pânico que Chatten viveu na famosa estação ferroviária londrina St. Pancras e tinha uma sonoridade algo sinistra e inquietante.

Agora chega a vez de nos debruçarmos sobre Favourite, o tema que encerra o alinhamento de Romance. Trata-se de uma verdadeira canção de amor, que reflete sobre a rapidez com que esse sentimento nos leva da euforia à tristeza, sem meio-termo. Favourite é uma composição melodicamente rica e encharcada em versos inspirados, com cordas reluzentes e um registo percurssivo tremendamente envolvente a conferirem ao tema uma luminosidade e uma acessibilidade que nem sempre é audível nas propostas sonoras do quinteto.

Confere Favourite e o vídeo do tema dirigido pelos próprios Fontaines D.C., que mostra imagens de uma recente viagem do grupo a Madrid, cidade onde o guitarrista Carlos O’Connell nasceu e cresceu e a cidade que inaugurou a primeira digressão do grupo, além de imagens da infância dos cinco membros da banda...

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publicado por stipe07 às 15:50

Fontaines D.C. – Starburster

Terça-feira, 23.04.24

Dois anos depois de Skinty Fia, o curioso título do disco que os irlandeses Fontaines D.C. lançaram na primavera de dois mil e vinte e dois, a banda formada pelo vocalista Grian Chatten, os guitarristas Carlos O’Connell e Conor Curley, o baixista Conor Deegan, o contrabaixista Conor Deegan III no contra-baixo e o baterista Tom Coll, parece verdadeiramente apostada em não colocar rédeas na sua veia criativa, tendo acabado de anunciar o regresso ao formato longa-duração, à boleia de Romance, um alinhamento de onze canções que irá ver a luz do dia a vinte e três de agosto, com a chancela da XL Recordings, a nova etiqueta do grupo.

Fontaines D.C. announce 4th album 'Romance' with new single 'Starburster' —  THE INDIE SCENE

Starbuster, o segundo tema do alinhamento de Romance, é o primeiro single retirado do disco. A canção é inspirada num ataque de pânico que Chatten viveu na famosa estação ferroviária londrina St. Pancras e tem uma sonoridade algo sinistra e inquietante. Um trecho de violinos e um piano fugídio introduzem um desfile sonoro encorpado e vigoroso, feito de guitarras sujas e abrasivas e um baixo tremendamente encorpado, com o rap a ser a inspiração do registo vocal de Chatten, nuance à qual não deverá ser alheia a colaboração que o músico encetou com o trio de hip-hop Kneecap, numa canção intitulada Better Way To Live, lançada no último outono. Confere o vídeo de Starburster dirigido por Aube Perrie e o artwork e a tracklist de Romance...

Romance
Starburster
Here’s The Thing
Desire
In The Modern World
Bug
Motorcycle Boy
Sundowner
Horseness Is The Whatness
Death Kink
Favourite

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publicado por stipe07 às 16:46

Villagers – That Golden Time

Quarta-feira, 24.01.24

Os irlandeses Villagers são, neste momento, praticamente monopólio da mente criativa de Conor O'Brien e estão já na linha da frente do universo indie folk europeu, pelo modo criativo e carregado com o típico sotaque irlandês, como replicam o género, ainda por cima oriundos de um país com fortes raízes e tradições neste estilo musical. Com um trajeto musical bastante profícuo nos últimos anos, além de intenso e rico, com momentos discográficos significativos do calibre de Becoming a Jackal (2010), {Awayland} (2013), Darling Arithmetic (2015) e The Art Of Pretending To Swim (2018), entre outros, os Villagers têm finalmente nos escaparates um sucessor para o também fantástico The Fever Dream, de dois mil e vinte e um.

RobMoro TV | Villagers – 'That Golden Time' – RobMoro

Chama-se That Golden Time o novo álbum dos Villagers, um alinhamento de dez canções que irá ver a luz do dia a dez de maio próximo, bem a tempo de incendiar com encanto uma primavera que todos já ansiamos e que poderá muito bem ser ainda mais bonita ao som de um álbum que será, com toda a certeza, um alinhamento recheado de composições instrumentalmente irrepreensíveis e com uma delicadeza e um charme inconfundíveis, tendo em conta o tema que lhe dá nome e que acaba de ser lançado em formato single.

De facto, a canção That Golden Time é um portento de sentimento e cor, abraçado por cordas reluzentes e com uma amplitude sónica impressiva. É, portanto, uma porta de entrada que se escancara para um universo em que, sem dúvida nenhuma, poderemos vivenciar diferentes sensações que nos levarão da alegria contagiante à tristeza contemplativa num abrir e fechar de olhos e quase sem darmos por isso, de um modo otimista e festivo, mas tambêm cândido e aconchegante. Confere...

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publicado por stipe07 às 19:24

SPRINTS - Letter To Self

Segunda-feira, 08.01.24

Formados em dois mil e dezanove, os irlandeses SPRINTS de Karla Chubb (vocalista), Colm O’Reilly (guitarrista), Jack Callan (baterista) e Sam McCann (baixista), são uma das grandes sensações deste já vertiginoso início sonoro de dois mil e vinte e quatro. Sedeados em Dublin, apostam num indie rock incisivo, cru e imponente, à sombra de um catálogo interessante de influências que abraçam os cânones essenciais do grunge, do garage e do gótico, estilos que se cruzam e se mesclam sem receios nas suas criações sonoras, nomeadamente num alinhamento de onze canções intitulado Letter To Self, produzido por Daniel Fox e que viu a luz do dia por estes dias, com a chancela da City Slang.

Sprints: Letter to Self review — the explosive Irish band join a thriving  scene

Cada vez é mais difícil escutar um disco e sermos, no imediato, trespassados pelo seu conteúdo e tal suceder sem apelo nem agravo. Letter To Self é um forte, seco e contundente murro no estômago, um registo que nos recorda que a música ainda consegue surpreender e que ainda há esperança para quem já não acredita que é possível agitar as águas com algo de sustancialmente diferente do que o habitual e, melhor do que isso, inovador. Os SPRINTS não inventaram nenhuma fórmula nova, não descobriram a pólvora, como se costuma dizer, mas constate-se, em abono da verdade, que foram tremendamente eficazes no modo como sugaram para o seu âmago um leque de influências bem delineado e, dando-lhe um cunho pessoal que se transformou rapidamente em adn indistinto, criaram, logo na estreia, uma verdadeira obra-prima, porque é disso que Letter To Self se trata.

Logo a abrir o disco, na guitarra abrasiva e no modo como a bateria cresce em Ticking até à explosão eufórica rebarbada que é depois afagada pela voz de Karla, fica explícita a cartilha destes SPRINTS. Depois, em Heavy, com um ímpeto de imediatismo e de urgência indisfarçáveis e nos braços de uma melodia algo hipnótica e sombria, torna-se ainda mais óbvio o receituário que nos é aplicado, atingindo terrenos algo progressivos em Cathedrals, um festim punk que racha de alto a baixo qualquer convenção ou alicerce. Shaking Their Hands ainda tenta, sem sucesso felizmente, afagar um pouco a toada, através de um clima mais íntimo e clemente, mas o hino de estádio Can't Get Enough Of It, o travo psicadélico de Adore Adore Adore e, principalmente, o modo principesco como em A Wreck (A Mess) e Up And Comer o ruído torna-se sinónimo de coerência, enquanto estabelece uma relação íntima conosco que preenche, esclarecem-nos que este naipe de composições foi pensado para satisfazer até à exaustão a ânsia de todos aqueles que procuram projetos sonoros que fujam ao apelo radiofónico e que, simultaneamente, ofereçam ao rock novos fôlegos e heróis.

Neste disco ímpar, fabuloso, potente e visceral, o modus operandi é, portanto, coerente, claro, incisivo e explicito; Canção após canção é a guitarra que dá o mote, depois a bateria vai ao encontro dela, chocando os dois, muitas vezes, de frente e o baixo faz depois o trabalho sujo de contrabalançar e impôr ordem nessa luta satânica, mas que nunca se mostra desigual, entre cordas e baquetas. Em resultado disso, crueza, vigor, monumentalidade e destreza interpretativa andam sempre de mãos dadas, em quase quarenta minutos que se escutam, como tem que ser, com os punhos cerrados, o queixo altivo e as ancas desgovernadas. A energia e a vibração são constantes e enquanto isso sucede, exorcizamos demónios, enfrentamos os nossos medos e atiramos para trás das costas as nossas hesitações, gritando letras que falam das agruras típicas de quem entra na vida adulta e nem sempre sabe como lidar com os dilemas do amor, o peso da desilusão, as angústias do amanhã ou as marcas que o ontem nos deixou e que teimam em não passar.

Letter To Self é um disco que seduz, instiga e maravilha pela crueza e pela espontaneidade do rock que exala e que contendo aspetos identitários deslumbrantes de todo o espetro sonoro acima identificado, agrega-os com enorme mestria, ao mesmo tempo que define o adn de uma banda que vai ser, apostamos, referência e inspiração para outras. E quando esse patamar se atinge, um pódio ao alcance de poucos, mas que os SPRINTS já ocupam, estamos, obviamente, na presença de uma referência incontornável do indie rock atual. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 16:01






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