Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


The Feelies – Rewind

Sexta-feira, 11.07.25

Há mais de quatro décadas a ditar regras e a tornarem-se influência primordial no cenário do indie rock norte americano, os The Feelies estão de regresso aos discos com Rewind, uma coleção de nove covers abrigadas pela insuspeita Bar None Records e que foram sendo captadas pelo projeto liderado por Glenn Mercer nos anos oitenta e noventa do século passado, período em que lançaram, por exemplo, momentos discográficos tão relevantes como Crazy Rhythms (1980), ou o soberbo disco Only Life (1988). Exceção deste período temporal que abraça Rewind é a versão do clássico dos The Doors, Take It As It Comes, que foi gravada pela banda de Nova Jersei em dois mil e dezasseis.

THE FEELIES — Bar/None Records

Com revisitações de composições assinadas por nomes como The Rolling Stones, The Beatles,  os já referidos The Doors, ou os The Modern Lovers, Rewind mostra-nos os The Feelies a manterem intata a sua habitual filosofia sonora, que se tem abrigado, desde o início, à sombra de uma fórmula de composição muito específica e que faz da luminosidade lo fi das cordas e da criação de melodias aditivas a sua maior premissa. A opção por alguns verdadeiros clássicos intemporais do cenário indie, acaba por ser a cereja em cima do bolo, já que mostra, com clareza, aos seguidores do grupo, quem foram as suas influências maiores. Dancing Barefoot e Barstool Blues, dois originais assinados por Patti Smith e Neil Young são dois exemplos felizes, porque quer Patti Smith quer Neil Young têm tudo aquilo que os The Feelies sempre procuraram adicionar ao seu catálogo sonoro, texturas em que sobressaia uma curiosa leveza rugosa que incite os seus ouvintes a viajarem pelos recantos mais amplos de uma América também profundamente selvagem e mística.

Rewind é, em suma, uma demonstração cabal do modo exímio como os The Feelies, no período áureo da carreira, sentiam à vontade a recriar inflexões e variações, quer de sons quer de arranjos, enquanto navegavam com segurança e vigor nos meandros intrincados e sinuosos de um indie rock que, entre uma toada mais grunge, progressiva e psicadélica e uma leveza pop mais intimista, nunca deixou de exalar um sedutor entusiasmo lírico e uma atmosfera amável, mesmo no meio de algum fuzz ocasional. Espero que aprecies a sugestão...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 17:58

Still Corners – Summer Nights

Quinta-feira, 10.07.25

Pouco mais de meio ano depois do single The Creeps, a dupla britânica Still Corners está de regresso ao nosso radar com um novo tema intitulado Summer Nights, que poderá ser muito bem um declarado sinal de que está prestes o anúncio de um sucessor do excelente disco Dream Talk, que o projeto encabeçado por Greg Hughes e Tessa Murray lançou na primavera de dois mil e vinte e quatro.

Um baixo encorpado, uma bateria imponente e diversos arranjos eminentemente sintéticos, sustentam Summer Nights, canção assente num registo interpretativo ecoante e bastante envolvente, leve e sonhador, com um travo muito luminoso e sedutor, que acaba por ter um forte efeito lisérgico, ao mesmo tempo que nos convida a um anguloso abanar de ancas ao som de um recanto sonoro aconchegante, que pode muito bem ser a banda sonora perfeita para os finais de tarde de um verão que se tem revelado, dia após dia, esplendoroso. Confere...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 17:35

Old Sea Brigade – If Love Was The Answer

Quarta-feira, 02.07.25

Natural de Atlanta, na Georgia, mas a residir em Nashville, no Tennessee, Ben Cramer encabeça o projeto Old Sea Brigade, um dos nomes fundamentais da indie folk do lado de lá do atlântico. O artista prepara-se para lançar um novo EP intitulado If Only I Knew (Pt. 2), que irá ver a luz do dia a oito de agosto e que sucede ao registo 5am Paradise, que Cramer editou em dois mil e vinte e dois.

(pic by Laura Partain)

Deste novo EP de Old Sea Brigade já foram divulgados vários temas, nomeadamente According to PlannedDistant Skies e Green Tea, canção que contava com a contribuição especial vocal de Katie Pruitt, uma cantora que também é natural de Atlanta e que se debruçava sobre a força interior que todos precisamos de ter para seguir em frente sempre que perdemos alguém.

No ocaso de maio escutámos Speaking Of You, composição intimista, mas também com um perfil sonoro solarengo e encorajador e agora, cerca de cinco semanas depois, propomos a audição de If Love Was The Answer, mais um tema melodicamente intrincado, mas também bastante sedutor, como é norma em Cramer, que tem nos fundamentos da sua arquitetura interpretativa e estilística uma coabitação eficaz entre a melhor herança do cancioneiro norte-americano e a ascenção de uma instrumentação que também não coloca de parte um arsenal tecnológico sempre diversificado e sofisticado. Confere...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 20:02

Kurt Vile – Classic Love

Domingo, 29.06.25

Três anos depois de (watch my moves), o oitavo disco da carreira, Kurt Vile tem apostado no formato EP, tendo iniciado a safra em novembro de dois mil e vinte e três com Back To Moon Beach. No próximo dia vinte e cinco de julho, este músico que descende da melhor escola indie rock norte americana e que adora piscar o olho à melhor folk nativa do outro lado do atlântico, quer através da forma como canta, quer nos trilhos sónicos da guitarra elétrica que abraça há duas décadas, sempre com elevado requinte, regressa ao mesmo formato com Classic Love, um alinhamento de cinco canções que conta com a participação especial de Luke Roberts, um cantor e compositor também norte-americano, mas natural de Nashville.

Kurt Vile e Luke Roberts conheceram-se há alguns anos na plataforma MySpace e Roberts andou em digressão com Vile em dois mil e quinze. No ano seguinte, Kurt Vile participou no tema Silver Chain de Luke Roberts e agora o cantor retribui fazendo parte dos créditos de um EP que também tem como curiosidade contar com uma versão do clássico Wildflower, um original dos Beach House.

O tema que temos hoje para partilhar é o que batiza o EP. Classic Love oferece-nos um luminoso e lisérgico instante sonoro que olha para a folk de espírito livre e aberto, uma opção criativa que deu origem a uma composição sublime no modo como aprimora o melhor adn identitário de Vile, feito, neste caso, de uma melodia conduzida por cordas acústicas inspiradas, em quase cinco minutos de enorme beleza, emoção, arrojo e, acima de tudo, contemplação, caraterísticas que o timbre vocal grave de Roberts amplifica com mestria. Confere Classic Love e a tracklist de Classic Love EP... 

classic love
hit of the highlife
classic love (kv version)
slow talkers ’22
wildflower

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 19:21

Message To Bears – Half Light

Sexta-feira, 27.06.25

Message To Bears é o nome do projeto a solo do cantor, compositor e multi-instrumentista inglês Jerome Alexander. Esta banda de um homem só estreou-se em 2007 com um EP que chamou a atenção pelo conteúdo um pouco confuso, com algumas distorções tímidas, violinos, ecos e susurros. Message To Bears encontrou um rumo mais definido no álbum seguinte, The Soul's Release, com uma sonoridade que passava pela pop atmosférica, a folk e o post rock, com destaque para as canções Joy LeavesCathing Fireflies e principalmente Where the Trees are Painted White. A esta promissora estreia nos álbuns sucedeu, em dois mil e nove, Departures, um disco ainda mais sólido, com melhor definição sonora e bastante hipnótico e, três anos depois, Jerome brindou-nos com Folding Leaves, um álbum surpreendente, rústico e orgânico, lançado pela Dead Pilot Records. Nessa altura Jerome mudou-se de Bristol para Londres, lançou mais dois discos e em dois mil e dezanove, já de regresso a Bristol, chamou a nossa atenção com Constants, o seu quinto longa duração, um alinhamento de onze canções emocionalmente poderosas e que foram um marco discográfico desse ano dentro do espetro sonoro em que se situa.

Message To Bears (@MessageToBears) / X

Agora, mais de meia década depois, Message to Bears está de regresso ao nosso radar com Half Light, um novo single, um lindíssimo instrumental que nos abre de par em par um portal de luz, magia e cor, incomparável a algo que faça parte do mundo concreto em que vivemos, tal é a magia, a força e o poder das sensações que espevita no mais íntimo de nós.

Em Half Light, canção claramente pensada com o intuíto de não passar despercebida, mesmo aos ouvidos mais incautos, Jerome combinou um piano sublime e diversas camadas de cordas, com elementos percurssivos eminentemente orgânicos e uma melodia sintetizada única, criando, assim, um ambiente aconchegante, difícil de definir, mas pleno de graciosidade, religiosidade e misticidade. Confere...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 21:23

Cass McCombs – Peace

Quarta-feira, 25.06.25

Presença assídua na nossa redação e neste espaço de crítica e divulgação musical, Cass McCombs está de regresso ao nosso ouvido à boleia de Peace, o mais recente avanço divulgado de Interior Live Oak, o disco que o músico vai lançar em agosto próximo e o primeiro tomo de originais do artista natural de Concord, na Califórnia, com a chancela da Domino Recordings.

Quase sempre com a mira apontada aos pilares essenciais da mais pura indie folk, em Peace Cass McCombs faz uma ligeira e feliz inflexão para territórios mais exuberantes e elétricos, com guitarras frenéticas, acústicas e ligeiramente distorcidas, a sustentarem um elevado apuro e bom gosto melódico, que se espraia nos nossos ouvidos com fino recorte. Confere Peace e o artwork e a tracklist de Interior Live Oak...

01 Priestess
02 Peace
03 Missionary Bell
04 Miss Mabee
05 Home At Last
06 I’m Not Ashamed
07 Who Removed The Cellar Door?
08 A Girl Named Dogie
09 Asphodel
10 I Never Dream About Trains
11 Van Wyck Expressway
12 Lola Montez Danced The Spider Dance
13 Juvenile
14 Diamonds In The Mine
15 Strawberry Moon
16 Interior Live Oak

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 18:14

Ulrika Spacek – Interesting Corners

Domingo, 22.06.25

Pouco mais de dois anos depois de Compact Trauma, os britânicos Ulrika Spacek de Rhys Edwards, Rhys Williams, Joseph Stone, Syd Kemp e Callum Brown, estão de regresso com Interesting Corners, um novo single do quinteto, que ainda não traz atrelado um novo álbum do projeto.

Ulrika Spacek announce new EP ‘Suggestive Listening’

Interesting Corners é uma composição com um clima um pouco mais lisérgico e contemplativo do que as habituais propostas dos Ulrika Spacek, sempre exímios a replicar uma sonoridade punk, feita com fortes reminiscências naquela faceta sessentista ácida e psicotrópica, burilada, com um timbre metálico de guitarra rugoso, acompanhado, quase sempre, por uma bateria em contínua contradição.

Neste caso, em Interesting Corners temos um tema com uma sonoridade que aposta, acima de tudo, em fontes sonoras sintéticas, que são a grande força motriz de arranjos eminentemente detalhísticos, numa espécie de indie-folk-surf-suburbano, feito por intérpretes de um arquétipo sonoro que exala um intenso charme, fazendo-o com um acabamento exemplar. Confere...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 16:15

Hot Air Balloon - Keep Me Going

Sexta-feira, 20.06.25

Os Hot Air Balloon são o Tiago e a Sarah-Jane, uma dupla luso-irlandesa que partilha não apenas a vida, mas também uma paixão profunda pela música. O seu encontro em Vigo, Galiza, na Espanha, em dois mil e nove, marcou o início de uma jornada artística e, desde aí, têm levado a sua música a diferentes palcos e criado laços com audiências em Portugal, Espanha e Irlanda.

Foto Hot Air Balloon, Capa Single / Crédito Margarida Ramos

O seu álbum de estreia, Behind The Wall, lançado em dois mil e dezasseis, foi muito bem recebido pela crítica e pelo público. Além disso, nesse mesmo ano, foram nomeados na categoria “Singer-songwriter” nos Independent Music Awards em Nova Iorque, que contava com artistas icónicos como Tom Waits e Suzanne Vega entre os membros do júri.

Os Hot Air Balloon acabaram por chamar a nossa atenção em abril último, devido a Come This Far, o primeiro single divulgado daquele que foi o segundo álbum do projeto, com esse mesmo nome, que viu a luz do dia a vinte e três de maio. Trata-se de um alinhamento de sete canções, construídas de forma orgânica, sempre partindo da simplicidade da guitarra e da voz. A partir desse ponto de partida íntimo, as composições ganharam forma, explorando camadas sonoras e emoções que se entrelaçaram naturalmente. O disco explora a jornada da sua vida em comum – os desafios, as alegrias e os momentos íntimos – convidando os ouvintes a entrar numa história que é deles, mas que ressoa com muitas outras. Embora profundamente pessoal, é um álbum universalmente relacionável.

Deste Come This Far dos Hot Air Balloon, temos hoje para partilhar Keep Me Going, o segundo single extraído do registo. Trata-se de uma canção em que o duo luso-irlandês cria uma ponte entre a saudade e a celebração. Com uma base de folk intimista enriquecida por arranjos de indie alternativo, a canção transforma a dor da perda num hino de esperança e continuidade. O videoclipe que acompanha o single foi inteiramente gravado e editado pela própria banda. Confere...

Link Spotify

Link Facebook

Link Instagram

WEB

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 16:30

Iron And Wine – Robin’s Egg (feat. I'm With Her)

Terça-feira, 17.06.25

Nascido a vinte e cinco de julho de mil novecentos e setenta e quatro na localidade de Chapin, na Carolina do Sul, Sam Bean é um dos nomes essenciais da melhor folk norte-americana contemporânea, assinando as suas criações sonoras com o nome artístico Iron And Wine. O músico e compositor estreou-se nos discos há pouco mais de vinte anos com o registo The Creek Drank the Cradle que, na altura, já tinha a chancela da insuspeita Sub Pop, ainda a etiqueta do músico, tendo já um acervo de sete álbuns em carteira, sendo o último Light Verse, um álbum que viu a luz do dia na primavera do ano passado e que esteve em alta rotação nesta redação.

Iron And Wine releases new single Robin's Egg feat. I'm With Her |  Live4ever Media

Agora, pouco mais de um ano depois do lançamento de Light Verse, Iron And Wine regressa ao nosso radar devido a Robin's Egg, uma nova canção do projeto, que conta com a participação especial do coletivo feminino I’m With Her, formado por Sarah Jarosz, Aoife O’Donovan e Sara Watkins e que muito recentemente lançou o registo Wild And Clear And Blue, o segundo disco do trio, que sucede a See You Around, o trabalho de estreia, lançado em dois mil e dezoito.

Robin’s Egg é um tema reluzente e animado, com o violão e a bateria a serem os grandes sustentáculos de um verdadeiro tratado de indie folk, melodicamente rico e que também impressiona pela destreza e vigor do jogo vocal que os intervenientes vão protagonizando e pelo inedetismo dos arranjos que vão cirandando por pouco mais de três minutos claramente reveladores da singularidade de uma canção sonoramente faustosa e que, também por isso, irradia uma luz que cativa instantaneamente qualquer ouvinte mais incauto. Confere...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 20:38

Ólafur Arnalds e Talos – Bedrock (feat. Sandrayati)

Segunda-feira, 16.06.25

Natural da belíssima Islândia, o compositor Ólafur Arnalds estreou-se em dois mil e sete com o disco Eulogy For Evolution, sendo um dos mais reputados compositores da atualidade. Combina música de orquestra com eletrónica, sempre com elevada elegância e com um cunho sentimental intenso. Estas serão certamente permissas muito presentes em A Drawning, um registo que vai chegar aos escaparates a onze de julho com a chancela do consórcio OPIA / Mercury KX.

A Drawing resultou de uma colaboração do músico irlandês com Eoin French, que assinava a sua música como Talos e que faleceu subitamente em agosto do ano passado, depois de doença prolongada. Ólafur e French tinham começado a incubar as oito canções de A Drawing no início de dois mil e vinte e três, quando ambos se conheceram no Safe Harbour Festival, que se realizou na cidade irlandesa de Cork, por intermédio de Mary Hickson, um amigo comum, que os incitou a comporem juntos.

O esqueleto das canções de A Drawning ficou pronto ainda antes do desaparecimento de French e Ólafur deu-lhes os retoques finais, que poderão ser contemplados por todos nós num álbum que vai ser, com toda a certeza, um marco discográfico do ano, no espetro da música clássica de perfil mais eletrónico e ambiental.

Essa certeza ficou logo patente em Signs, a segunda composição do alinhamento de A Drawning, o primeiro tema que os dois artistas criaram juntos e escolhido como single de apresentação do disco. Agora, cerca de três semanas depois de termos escutado Signs, uma canção sonoramente muito complexa e encantadora, desenvolvida dentro de uma ambientação essencialmente experimental e que exalava uma sensação única de beleza e de efeitos contrastantes dentro de nós, temos a possibilidade de conferir Bedrock, o terceiro tema do alinhamento de A Drawning e que conta com a participação especial de Sandrayati.

Bedrock é uma canção carregada de contrastes, um sereno, comovente e encantador minimalismo, feliz no modo como a voz da filipina Sandrayati se entranha com ímpar destreza no falsete imperturbável de Talos, em quase cinco minutos que enquanto nos convidam à reflexão e à interioridade, nos transportam para um oásis de sonho e tranquilidade. Confere...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 21:31






mais sobre mim

foto do autor


Parceria - Portal FB Headliner

HeadLiner

Man On The Moon - Paivense FM (99.5)



Disco da semana 198#


Em escuta...


pesquisar

Pesquisar no Blog  

links

as minhas bandas

My Town

eu...

Outros Planetas...

Isto interessa-me...

Rádio

Na Escola

Free MP3 Downloads

Cinema

Editoras

Records Stream


calendário

Julho 2025

D S T Q Q S S
12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.