man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Blue October – Hot Stuff
Os gurus do alt-rock norte-americano Blue October acabam de divulgar um espantoso novo tema intitulado Hot Stuff, o primeiro avanço daquele que deverá ser um novo disco da banda natural de Houston, no Texas e atualmente formada por Ryan Delahoussaye, CB Hudson, Matt Noveskey e os irmãos Jeremy Furstenfeld e Justin Furnstenfeld.
Hot Stuff é um inspiradíssimo tratado de indie punk rock, assente numa postura instrumental vibrante e épica, íntima de uma natureza abrasiva e contundente e onde as guitarras são rainhas, mas onde também cabem alguns efeitos sintetizados induzidos por teclados com uma índole particularmente cósmica, resultando esta mescla num inebriante esplendor de eletrificação festiva, visceral e pleno de emotividade e de têmpera. Confere...
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Y La Bamba – Lucha
Quase meia década após o excelente Mujeres, e quatro anos do EP Entre Los Dos, o projeto norte americano Y La Bamba, liderado por Luz Elena Mendoza, está de regresso aos lançamentos discográficos com Lucha, um novo tomo de canções deste grupo sedeado em Portland, masterizado e produzido por Coco Hernán Godas e Ryan Neil Oxford e que chegou aos escaparates por estes dias através da Tender Loving Empire, a etiqueta de sempre dos Y La Bamba.
Elena Mendoza é uma ativista e uma poetisa ímpar, e obteve desde muito nova essas duas caraterísticas pessoais naturalmente, como não podia deixar de ser tendo em conta a sua ascendência e o país onde reside, mas também por ser alguém que se intitula como uma transmissora dos ecos que recebe dos espíritos dos seus ancestrais. Tomando esse ponto de partida filosófico e pessoal como fundamental no seu processo criativo, os movimentos migratórios da América Central para norte, em direção ao chamado El Dorado e o modo como essas comunidades se tentam inserir e viver no seio de uma suposta multiculturalidade que é cada vez mais conservadora e menos acolhedora, acaba por ser a grande inspiração para a sua música. Nela, através de alguns dos traços identitários da música tradicional mexicana, cruzados, de modo particularmente etéreo e contemplativo, com aspetos essenciais da folk do lado da fronteira onde reside, a autora reflete as lutas, as angústias, os anseios e as pequenas vitórias de uma comunidade que lucha diariamente para viver um sonho que, na verdade, acaba por se tornar, geralmente, um prolongar agonizante de um pesadelo que começou, logo à nascença, no país natal.
Assim, ao sétimo disco, Elena expôe-se uma vez mais, enquanto explora toda uma multiplicidade cultural e o modo como a mesma choca com a batalha diária que os gringos travam para serem aceites, ao mesmo tempo que uma pandemia reforça os sentimentos de isolamento e de rejeição. E, de facto, a sonoridade das onze composições do disco têm esse perfil etéreo, introvertido e intimista, que se opôe aquela alegria e vivacidade que carateriza a música tradicional mexicana e dos restantes países da América Central.
Logo a abrir o registo, em Eight, as cordas tensas, o piano enferrujado e a voz complacente de Elena, que clama por libertação (quiero vivir e gozar) induzem-nos nesta atmosfera muito peculiar e de algum modo sofrida. Depois, Dibujos De Mi Alma amplifica este olhar crítico e até algo impressionista e cínico que a autora faz sobre si própria, no modo como se deixa aprisionar por um amor que não é particularmente saudável, uma fórmula que, de certo modo, se repete em Hues, tema que conta com a participação especial de Devendra Banhart, um autor e compositor de ascendência venezuelana e natural de Houston, que ajuda Elena a criar um verdadeiro retrato musical vivo de tudo aquilo que esta artista única guarda dentro de si, uma materialização das suas emoções, que ganha impressionante clareza devido ao sedutor jogo vocal que se estabelece entre os dois protagonistas, nuance que amplia ainda mais o perfil luminoso e charmoso de uma canção lindíssima. Collapse oferece-nos um clima um pouco mais sintético e caliente, mas mantém a aposta num registo poeticamente intenso, com a cover tremendamente orgânica e vintage do clássico de Hank Williams, I’m So Lonesome I Could Cry, a ter neste disco o papel central de exorcização de algumas memórias da infância que ainda dilaceram a autora, um tema também é muito querido na discografia de Y La Bamba.
Mais um intrigante exemplo sonoro de mescla de diversas culturas, num pacote seguro e familiar, Lucha oferece a Luz outra oportunidade de vincar, uma vez mais, a sua naturalidade, personalidade e as influências americanas que carrega, mas sempre com um toque da personalidade mexicana. Nestas suas novas canções ela continua a contornar todas as referências culturais que poderiam limitar o seu processo criativo para, isenta de tais formalismos, não recear misturar tudo aquilo que ouviu, aprendeu e assimilou e fazê-lo com enorme mestria e um evidente bom gosto, ao mesmo tempo que reflete com indisfarçável temperamento sobre si própria. De facto, esta vontade de conjugar o melhor da sonoridade de realidades tão díspares, a folk e a música tradicional e, ao mesmo tempo, criticar a raíz das mesmas, não é inédita, mas a forma inspirada como o demonstra, fazem dela e dos Y La Bamba uma referência atual, não só na pop, como na world music atual. Espero que aprecies a sugestão...
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Y La Bamba – Hues (feat. Devendra Banhart)
Quase meia década após o excelente Mujeres, e quatro anos do EP Entre Los Dos, o projeto norte americano Y La Bamba, liderado por Luz Elena Mendoza, está de regresso aos lançamentos discográficos com Lucha, um novo tomo de canções deste grupo sedeado em Portland, que irá chegar aos escaparates por estes dias através da Tender Loving Empire, a etiqueta de sempre dos Y La Bamba.
Lucha será o sétimo disco dos Y La Bamba e do seu alinhamento já foram divulgadas várias canções. A mais recente é Hues, tema que conta com a participação especial de Devendra Banhart, um dos artistas mais queridos da nossa redação. Com a preciosa ajuda deste autor e compositor de ascendência venezuelana e natural de Houston, Luz oferece-nos, em pouco mais de quatro minutos, outro retrato musical vivo de tudo aquilo que esta artista única guarda dentro de si, uma materialização das suas emoções, que é feita, sonoramente, através de alguns dos traços identitários da música tradicional mexicana, cruzados, de modo particularmente etéreo e contemplativo, com aspetos essenciais da folk do lado da fronteira onde ela reside, uma sonoridade onde Banhart se sente, como se percebe em Hues, tremendamente confortável. Aliás, o sedutor jogo vocal que se estabelece entre os dois protagonistas amplia ainda mais o perfil luminoso e charmoso de uma canção lindíssima. Confere...
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Young Girls – Party Blood
Houston, no Texas, é o habitat natural dos norte americanos Young Girls, uma banda formada por Charlie Tijerina, Pete Tijerina e Nicholas Dudek e de regresso aos discos com Party Blood, doze canções impregnadas com um excelente indie rock e que viram a luz do dia a vinte de maio à boleia da local ATH Records.
Logo na distorção da guitarra e no ritmo frenético da bateria de For Me, estes Young Girls mostram ao que vêm, com um indie rock boémio e bastante atrativo, feito de canções melodicamente simples e diretas, mas exemplarmente estruturadas e com uma frescura e uma luminosidade muito próprias, como convém a quem toca à sombra do sol texano. E a viagem não fica por aqui porque, logo depois, em What We Do e Marfa, vamos, num ápice, do Texas até outro sol, agora o hawaiano, à boleia de uma toada pop muito sessentista, para em New York City Love e Broke for Dreaming, a tríade ficar completa, nos antípodas do país de origem da banda, em plena costa leste, numa sentida homenagem ao melhor punk rock fermentado na big apple e que tem nos The Strokes um dos pilares maiores, uma banda que é, claramente, referência obrigatória para este trio texano.
Está apresentada a fórmula destes Young Girls, assente numa abordagem aos melhor rock norte americano, nos seus diferentes parâmetros, sempre com uma acertada tomada de consciência de que, por muita liberdade que exista para se experimentar novos ângulos sonoros e abordagens, quase sempre, o segredo para o sucesso é não deixar a habitual zona de conforto e não mexer numa fórmula vencedora que, por o ser, nunca se desgasta. Desse modo, e conforme o nome indica, Party Blood é um convincente convite à festa, que só termina, como seria de esperar, com toda a gente muito feliz, em Six Pack Backstab e Behind These Lines, duas canções que serão mais dois clássicos do grupo e onde as guitarras, rugindo alegremente, oferecem-nos a genuína energia do melhor e mais orelhudo punk rock atual. Espero que aprecies a sugestão...
01. For Me
02. What We Do
03. Marfa
04. New York City Love
05. Losing It
06. Broke For Dreaming
07. Lucy
08. Texas
09. West Coast
10. Street Lights
11. Six Pack Backstab
12. Behind These Lines