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Elephant – For A Friend

Domingo, 15.09.24

Exatamente um ano depois do registo Shooting For The Moon, o coletivo neerlandês Elephant está de regresso ao nosso radar com um novo tema intitulado For a Friend, que ainda não traz atrelado um novo álbum do quarteto sedeado em Roterdão e que nesse registo de dez canções deu um tiro certeiro na recriação de um ambiente muito próprio, ligeiramente narcótico e implacavelmente sedutor, um daqueles discos que, feito com canções tocantes e imersivas, nos deixou, literalmente, no mundo da lua.

ELEPHANT

Com bandas como os Wilco ou os The Feelies como influências declaradas, os Elephant oferecem-nos em For A Friend uma composição muito luminosa, com um elevado travo orgânico e em que as guitarras assumem o comando estilístico e melódico. É, no fundo, uma contundente espiral elétrica, acamada por um baixo vigoroso, que marca, com elevado virtuosismo, uma canção com um charme muito próprio e intenso e com um polimento reluzente e impecavelmente burilado. Confere...

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publicado por stipe07 às 11:12

Elephant – Shooting For The Moon

Terça-feira, 19.09.23

Com três anos de existência, os Elephant são um coletivo dos Países Baixos, sedeado em Roterdão. Estrearam-se em dois mil e vinte e um com um EP homónimo que teve uma forte repercurssão no país natal e que valeu a chancela da etiqueta local Excelsior Recordings, que acabou por abrigar, no ano seguinte, o disco de estreia do projeto, um trabalho intitulado Big Thing, que foi destaque no verão de dois mil e vinte e dois na nossa redação.

Radar Agency – Elephant

Agora, apenas um ano depois de Big Thing, os Elephant estão de regresso aos álbuns com Shooting For The Moon, um alinhamento de dez canções que chegou por estes dias aos escaparates e que solidifica a excelente impressão que o quarteto nos tinha deixado com Big Thing. de facto, Shooting For The Moon personifica, conforme o título indica, um tiro certeiro na recriação de um ambiente muito próprio, ligeiramente narcótico e implacavelmente sedutor, um daqueles discos que, feito com canções tocantes e imersivas, nos deixa, literalmente, no mundo da lua.

A receita não tem grandes segredos mas é tremendamente eficaz; Existe no processo de recriação sonora dos Elephant uma inegável mestria no controlo melódico das canções, que apostam sempre num descarado perfil radiofónico, mas que não cai em redudâncias ou facilitismos. São temas orelhudos, é um facto, mas também são esteticamente ricos, compactos, heterógeneos e repletos de esquinas e nuances que vale bem a pena destrinçar com audições sucessivas.

The Morning, composição que conta com a participação especial da cantora Meskerem Mees, é um extroardinário exemplo deste modus operandi. É um tema luminoso, rico e apelativo, que, aposta num timbre metálico de uma viola acústica insinuante e de forte pendor experimental. Depois, a balada Baby Jean oferece também o protagonismo à viola, mas aqui o resultado final é eminentemente reflexivo e intimista, com diversos efeitos planantes a enredarem-se com um dedilhar astuto e tecnicamente intocável, oferecerendo, desse modo, à melodia um travo charmoso irresistível, impressões sonoras que são já imagem de marca deste projeto neerlandês. Descrevo esepcificamente estas duas canções porque deambulam por pólos aparentemente opostos, mas têm imensos pontos e aspetos em comum, ou seja, é na diversidade e na riqueza estilística, feita com equilíbrio e sem exageros desnecessários, que os Elephant sustentam a sua filosofia sonora e, no fundo, o seu adn, pleno de especificidades que cimentam uma identidade já bem delineada.

Shooting for The Moon é, portanto, um disco de confirmação de um caso sério no panorama indie e alternativo europeu, que tem o aclamado rock setentista com uma indecritível pitada de lisergia, como principal sustento e, partindo dess base, toda a herança do melhor indie pop rock alternativo das últimas décadas como territórios alvo de bicadas mais ou menos profundas, de canção para canção, num resultado final com um charme muito próprio e intenso e com um polimento reluzente e impecavelmente burilado. E um outro enorme atributo deste alinhamento é, liricamente, debruçar-se sobre as agruras de uma faixa etária cada vez mais confusa nas oportunidades disponíveis, mas consciente daquilo que quer, acabando por personificar aquele grito de raiva que muitas vezes é imprescindível soltar no clímax de um instante reflexivo, que pode muito bem ter Shooting For The Moon como banda sonora. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 16:37

Elephant – Baby Jean

Terça-feira, 22.08.23

Com três anos de existência, os Elephant são um coletivo dos Países Baixos, sedeado em Roterdão. Estrearam-se em dois mil e vinte e um com um EP homónimo que teve uma forte repercurssão no país natal e que valeu a chancela da etiqueta local Excelsior Recordings, que acabou por abrigar, no ano seguinte, o disco de estreia do projeto, um trabalho intitulado Big Thing, que foi destaque no verão de dois mil e vinte e dois na nossa redação.

Elephant - vrijdag 9 december 2022 - Rotown, Rotterdam

Agora, apenas um ano depois de Big Thing, os Elephant estão de regresso aos álbuns com Shooting For The Moon, um alinhamento de dez canções que irá chegar aos escaparates a quinze de setembro. The Morning, composição que conta com a participação especial da cantora Meskerem Mees, foi o primeiro single que a nossa redação divulgou do alinhamento de Shooting For The Moon, um tema luminoso, rico e apelativo, que, como certamente se recordam, assentava predominantemente num timbre metálico de uma viola acústica insinuante e de forte pendor experimental. Agora chega a vez de conferirmos a balada Baby Jean. Nela, a viola é também a grande protagonista, mas o resultado final é eminentemente reflexivo e intimista, com diversos efeitos planantes a enredarem-se com um dedilhar astuto e tecnicamente intocável, oferecerendo, desse modo, à melodia um travo charmoso irresistível, nuances que são também imagem de marca deste projeto neerlandês. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:11

Elephant – The Morning ft. Meskerem Mees

Sábado, 05.08.23

Com três anos de existência, os Elephant são um coletivo dos Países Baixos, sedeado em Roterdão. Estrearam-se em dois mil e vinte e um com um EP homónimo que teve uma forte repercurssão no país natal e que valeu a chancela da etiqueta local Excelsior Recordings, que acabou por abrigar, no ano seguinte, o disco de estreia do projeto, um trabalho intitulado Big Thing, que foi destaque no verão de dois mil e vinte e dois na nossa redação.

Elephant - vrijdag 9 december 2022 - Rotown, Rotterdam

Agora, apenas um ano depois de Big Thing, os Elephant estão de regresso aos álbuns com Shooting For The Moon, um alinhamento de dez canções que irá chegar aos escaparates a quinze de setembro. The Morning, composição que conta com a participação especial da cantora Meskerem Mees, é o single mais recente divulgado de Shooting For The Moon. É um tema luminoso, rico e apelativo, que assenta predominantemente num timbre metálico de uma viola acústica insinuante e de forte pendor experimental e num registo percussivo simultaneamente hipnótico e contemplativo, mas também repleto de variações rítmicas, duas nuances que já eram imagem de marca de Big Thing e que acabam por misturar a melhor herança do aclamado rock noventista tipicamente norte-americano. Nomes como os Wilco serão, certamente, uma referência óbvia e importante para este coletivo neerlandês. Confere The Morning e o artwork e o alinhamento de Shooting For The Moon...

Elephant - Shooting For The Moon (pre-order) – Excelsior Recordings

Post-punk
The Morning
Enemy
Baby Jean
Dog in the Park
Bullets
The Magnet
April
Better Man
Moonlight

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publicado por stipe07 às 15:06

Elephant – Big Thing

Segunda-feira, 06.06.22

Com dois anos de existência, os Elephant são um coletivo dos Países Baixos, sedeado em Roterdão. Estrearam-se o ano passado com um EP homónimo que teve uma forte repercurssão no país natal e que valeu a chancela da etiqueta local Excelsior Recordings, que acabou por abrigar o disco de estreia do projeto, um trabalho intitulado Big Thing, que viu a luz do dia muito recentemente.

ELEPHANT

Produzido por Pablo van de Poel, Big Thing é um disco eminentemente solarengo e expansivo, versando sobre os habituais dilemas existenciais, mais ou menos mundanos, da nossa contemperaneidade e, mais concretamente, da geração que vive a transição para a vida adulta. Talvez por isso seja também um registo com uma elevada sensação intimista, com canções como Hometown ou Happiness a refletirem sobre a necessidade que todos temos de abandonar um dia o ninho e encontrar o nosso próprio caminho e o espaço que nos pertence.

Big Thing é sonoramente um trabalho rico e apelativo. O arquétipo sonoro das suas dez composições assenta predominantemente num timbre metálico de uma guitarra plena de reverb e de forte pendor experimental e num registo percussivo vincadamente contemplativo, duas nuances transversais ao alinhamento e que acabam por misturar a melhor herança do aclamado rock setentista com uma indecritível pitada de lisergia. É, pois, um álbum que nos oferece um refúgio luminoso e aconchegante, um recanto sonoro sustentado por guitarras melodicamente simples, mas com um charme muito próprio e intenso, principalmente quando a elas se agregam outros arranjos, que acabam por dar um polimento ainda mais charmoso às canções.

Big Thing eleva os Elephant a um faustoso patamar criativo, à boleia de uma filosofia estilística bastante marcada e homogéna. E um dos maiores atributos do alinhamento é a quase indivisibilidade entre os temas, que podem ser apreciados como um todo, já que, liricamente, debruçando-se sobre as agruras de uma faixa etária cada vez mais confusa nas oportunidades disponíveis, mas consciente daquilo que quer, acaba por personificar aquele grito de raiva que muitas vezes é imprescindível soltar no clímax de um instante reflexivo, que pode muito bem ter este alinhamento como banda sonora. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 12:47

Elephant – Hometown

Terça-feira, 29.03.22

Com dois anos de existência, os Elephant são um coletivo dos Países Baixos, sedeado em Roterdão. Estrearam-se o ano passado com um EP homónimo que teve uma forte repercurssão no país natal e que valeu a chancela da etiqueta local Excelsior Recordings, que irá abrigar o disco de estreia do projeto, um trabalho intitulado Big Thing, que irá ver a luz do dia ainda em dois mil e vinte e dois.

ELEPHANT

Produzido por Pablo van de Poel, Big Thing tem em Hometown o mais recente single de apresentação do seu alinhamento, uma composição solarenga e intimista que reflete sobre a necessidade que todos temos de abandonar um dia o ninho e encontrar o nosso próprio caminho. Na canção, sonoramente o timbre metálico de uma guitarra plena de reverb e de forte pendor experimental e um registo percussivo vincadamente contemplativo, misturam a melhor herança do aclamado rock setentista com uma indecritível pitada de lisergia. Confere....

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publicado por stipe07 às 16:26

I Am Oak - The Passage

Terça-feira, 28.12.21

Oriundo dos Países Baixos, Thijs Kuijken lidera um fantástico projeto musical que assina as suas criações musicais como I Am Oak, sendo o grupo um nome de referência da insuspeita Snowstar Records, uma das etiquetas fundamentais do cenário indie desse país.

I Am Oak | Discography | Discogs

Esta banda de Utrecht deu nas vistas em dois mil e dezanove com o registo Osmosis, que tinha o piano como grande suporte melódico das suas onze composições e volta ao nosso radar devido a uma canção intitulada The Passage. É uma lindíssima composição, de forte travo lisérgico e que vai crescendo em emotividade e sentimentalismo. Isso acontece porque é instrumentalmente diversificada; Nela, sintetizadores de forte pendor ambiental, são acompanhados por uma bateria e um baixo exemplarmente entrelaçados e também por diversos detalhes conferidos por um saxofone sagaz e sóbrios arranjos de cordas, num resultado final bastante inédito, tendo e conta o habitual ambiente sonoro criado pelos I Am Oak, que parecem dispostos a arriscar ainda mais em propostas futuras. Confere...

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publicado por stipe07 às 17:46

Kovacs – Diggin’

Terça-feira, 17.03.15

Kovacs - Diggin'

A holandesa Kovacs acaba de revelar um extraordinário avanço para Shades Of Black, o seu mais recente álbum. O tema intitula-se Diggin' e coloca a nú todo o esplendor feminino e riqueza instumental e vocal desta artista pop imensamente criativa e absolutamente deslumbrante e que vale bem a pena escutar. Confere...

Website
[mp3 320kbps] ul ob zs zs

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publicado por stipe07 às 22:10

Mozes And The Firstborn - Mozes And The Firstborn

Sábado, 22.11.14

Numa esplendorosa embalagem de discos que me chegou hoje à redação, enviada pelo simpático pessoal da Siluh Records e que inclui rodelas de nomes tão fantásticos como os Dust Covered Carpet, Mile Me Deaf, M185, Francis International Airport ou Scarlet Chives, entre outros, começo por destacar o disco de estreia de uma banda holandesa chamada Mozes And the Firstborn. Foi entre Eindhoven e Antuérpia que nasceram em 2010 os Mozes And The Firstborn e o disco homónimo que vos sugiro foi lançado em feveriero deste ano. A edição está disponivel no bandcamp, com a possibilidade de doares um valor pela mesma ou de a obteres gratuitamente. O lançamento do álbum tinha sido antecedido de um ep intitulado I Got Skills, o mesmo nome do principal single do disco, trabalho esse também disponível para download gratuito no bandcamp deste grupo formado por Raven Aartsen, Corto Blommaert, Melle Dielesen e Ernst-Jan van Doorn.

Os Mozes And The Firstborn estão atrasados ou adiantados quase meio século, depende da perspetiva que se possa ter acerca do conteúdo sonoro que replicam. Se na década de sessenta seriam certamente considerados como uma banda vanguardista, na linha da frente e um exemplo a seguir, na segunda década do século XXI conseguem exatamente os mesmos pressupostos porque, estando novamente o indie rock lo fi e de cariz mais psicotrópico na ordem do dia, são, na minha modesta opinião, um dos projetos europeus que melhor o replica, assim como o garage rock dos anos sessenta e a psicadelia da década seguinte.

Nesta estreia bastante feliz, estes quatro holandeses convidam-nos a embarcar numa viagem aos período aúreo do rock e conseguem apresentar, em simultâneo, algo inovador e diferente, através de uma sonoridade muito fresca e luminosa, assente numa guitarra vintage, que de Creedance Clearwater Revival a Velvet Underground, passando pelos Lynyrd Skynyrd, faz ainda alguns desvios pelo blues dos primórdios da carreira dos The Rolling Stones e pela irremediável crueza dos The Kinks.

Começa-se a escutar Bloodsucker e seguimos a caminho da praia ao som dos Mozes And The Firstborn e de volta ao surf rock luminoso dos anos sessenta, aquele rock solarengo que nos impressiona com a contemporaneidade vintage nada contraditória, que se sente depois nos acordes sujos de What's Wrong Momma e no groove da guitarra e de uma voz que parece planar sobre o tal single I Got Skills e Peter Jr., dois dos melhores temas do disco.

Uma das composições mais curiosas de Mozes And The Firstborn é Seasons, uma canção que inicia com um teclado, ao qual se junta depois uma guitarra que repete uma distorção hipnótica contínua, exemplarmente acompanhada pela bateria, a fazer recordar alguns dos melhores momentos do período aúreo dos britânicos Kasabian. Depois, Time's A Headache e Heaven são rock sujo e cru, com um experimentalismo instrumental que se aproxima do blues marcado pela pujança das guitarras, além dos metais e de alguns ruídos que assentam muito bem nas canções. Skinny Girl obedece integralmente à toada surf revivalista e plena de luz, uma canção com uma sonoridade simultaneamente grandiosa e controlada. Já as cordas de Gimme Some e o efeito que as acompanham, assim como a percussão groove do tema, sustentam uma das mais belas melodias de um disco que até abraça a folk e o country sulista americano em Down With The Band, uma das peças mais psicadélicas e com um jogo de vozes inédito.

Disco feito de referências bem estabelecidas e com uma arquitetura musical carregada de emoção, cor e rebeldia, Mozes And The Firstborn garante a esta banda holandesa a impressão firme da sua sonoridade típica e ainda permite terem margem de manobra para futuras experimentações. Há neste carápio sonoro uma intemporalidade que se expressa na forma como o quarteto plasma com elevada dose de criatividade o que de melhor recria atualmente o vintage, mas também no esforço evidente como expressam uma demanda por algo genuíno e que depois sirva de modelo e de referencial sonoro.

Em suma, Mozes And The Firstborn é, como de algum modo já referi, coerente com vários discos que têm revivido os sons outrora desgastados das décadas de sessenta e setenta e é uma viagem ao passado sem se desligar das novidades e marcas do presente. É um ensaio de assimilação de heranças, plasmado na soma do seu alinhamento, fruto do psicadelismo que, geração após geração, conquista e seduz, com visões de liberdade e prazer juvenil e suficientemente atual, exatamente por experimentar tantas referências antigas. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 21:54

The Vagary – Salute

Quarta-feira, 05.11.14

Lançado no passado dia vinte e dois de agosto com a chancela da PIAS, Salute é o registo discográfico de estreia dos holandeses The Vagary, um grupo formado por Thijs Havens, Julien Staartjes, Lukas Verburgt e Bowie Verschuuren. Salute foi misturado por Shai Solan e masterizado por Darius van Helfteren, estando disponível para audição no bandcamp do projeto.

Sustentados pela habitual melancolia que muitas vezes só os grupos do norte da Europa sabem transmitir e donos de um som épico e eloquente, mas que exige dedicação, os The Vagary estream-se nos álbuns com um trabalho que, no entanto, tem as suas raízes no outro lado do Canal da Mancha e do Atlântico. Manchester e Nova Iorque, dois pontos do globo artisticamente muito criativos, são, em momentos diferentes, verdadeiras escolas do universo sonoro algo sombrio e fortemente entalhado numa forte teia emocional amargurada, com Joy Division, no reino de sua Majestade e, duas décadas depois, os Interpol, a darem cartas, mas, com os Gang of Four e, os mais contemporâneos The Strokes e Franz Ferdinand, a serem também, de uma forma mais ligeira, dançável e luminosa, outros nomes a reter de cada um dos dois lados da barricada.

Estes The Vagary parecem apostar nestes importantes faróis no seu processo de criação musical, já que ssentam a sua sonoridade numa mistura de indie pop e indie rock com o punk e o post rock e sem descurar também alguns detalhes da eletrónica, em canções que muitas vezes crescem em emoção, arrojo e amplitude sonora, sempre de forma progressiva, algo que o sintetizador e os efeitos de temas como Mirage ou Young Turks, a versão do clássico de Rod Stewart, claramente comprovam e onde até não falta um piano, bastante inspirado no tema homónimo do disco. Com estas referências como pano de fundo é com naturalidade que se confere em Salute boas letras e belíssimos arranjos, assentes num baixo vibrante adornado por uma guitarra jovial e pulsante e com alguns efeitos e detalhes típicos do rock alternativo e do punk dos anos oitenta.

Come Back, o tema de abertura e single já extraído de Salute, coloca de imediato a nú a zona de conforto sonora estabelecida e pregada pelos The Vagary, que prima por uma composição melódica que procura dar vida a um conjunto volumoso de versos sofridos e sons acinzentados, como se fosse a banda sonora de um desmoronamento pessoal que nos arrasta sem dó nem piedade para o tal ambiente sombrio e nostálgico, mas onde também cabem os jeans coçados escondidos no guarda fatos, as t-shirts coloridas e um congelador a bombar com cerveja e a churrasqueira a arder porque é hora de festa. 

Com o registo vocal de Thijs Havens a soar a uma aproximação perfeita a alguns dos nomes de maior relevo do universo indie e muitas vezes a ecoar de forma algo lo fi, Salute carimba uma certa ideia de maturidade de um coletivo que parece caminhar confortavelmente por cenários que descrevem dores pessoais e escombros sociais, com uma toada simultaneamente épica e aberta, fazendo-o demonstrando a capacidade eclética de compôr, em simultâneo, temas com algum teor introspetivo, como Creatures, mas, acima de tudo, verdadeiros hinos de estádio; Além de They Say She's Still Asleep e de Time Machine, duas canções verdadeiramente arrebatadoras, a já referida versão de Young Turks é uma excelente canção para domar multidões sedentas de festa e diversão, fazendo jus ao original, uma das canções mais animadas e festivas da carreira de Stewart.

Salute exige tempo porque se revela a pouco e pouco e só será devidamente entendido após várias e dedicadas audições. É um álbum muito bem produzido e sem lacunas, transversal a várias épocas e espetros sonoros, contém um alinhamento com elevada coerência e sequencialidade, mas é sobretudo um exercício de audição individual das canções. Com ele os The Vagary firmam a sua posição na classe dos artistas que merecem logo na estreia um crédito imenso. Espero que aprecies a sugestão...

The Vagary - Salute

01. Come Back
02. Palm Tree Shadow
03. Mirage
04. Whispers
05. They Say She’s Still Asleep
06. Salute
07. Time Machine
08. Creatures
09. Young Turks
10. Tigerstripes

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publicado por stipe07 às 21:43






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