Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


Spiritualized - And Nothing Hurt

Sexta-feira, 07.09.18

Chegou hoje mesmo aos escaparates e à boleia da Fat Possum And Nothing Hurt, disco que quebra um hiato de seis anos dos britânicos Spiritualized e que sucede ao muito aclamado Sweet Heart Sweet Light, um dos álbuns que mais rodou na nossa redação em 2012. And Nothing Hurt é o oitavo disco da carreira dos Spiritualized e foi gravado na íntegra por Jason Pierce, a.k.a. J. Spaceman, líder do grupo, numa pequena divisão da sua casa, contendo nove canções que, num processo contínuo de tentativa vs erro, se tornaram num verdadeiro desafio para o músico, que procurou um ambiente intimista e recatado sem colocar em causa o exigido som de estúdio que faz parte do adn do projeto.

Resultado de imagem para Spiritualized - And Nothing Hurt

Jason Pierce é um eterno insatisfeito e esse é um dos maiores elogios que se pode fazer a um artista que se serve desse eterno incómodo relativamente à sua obra, neste caso musical, para, disco após disco, tentar sempre superar-se e apresentar algo de inédito e que surpreenda os fãs. E no caso específico dos Spiritualized, uma daquelas bandas nada concensuais e, por isso, com seguidores que são, na sua esmagadora maioria, bastante devotos, como é o meu caso, ainda mais exigente se torna para o íntimo deste cantor, poeta e compositor britânico conseguir que esta sua filosofia de vida tenha efeitos práticos e seja bem sucedida. Assim, para Jason Pierce, não deverão haver dúvidas, neste dia em que o disco é finalmente colocado à venda, que And Nothing Hurt é a sua obra-prima, o melhor trabalho do catálogo dos Spiritualized, apesar de conter obras-primas do calibre de Songs In A&E (2008) ou ladies and gentlemen we are floating in space (1997), só para citar dois registos que são verdadeiros icônes sonoros da história da música das últimas duas décadas.

Logo em I'm Your Man, o segundo tema do disco, Jason Pierce expôe este seu modus operandi com ímpar clarividência e, além da o fazer através da letra da canção (I could be faithful, honest and true … dependable all down the line. But if you want wasted, loaded, permanently folded … I’m your man.), também no edifício melódico e instrumental da mesma, coloca todas as fichas em cima da mesa relativamente aquele que é o adn conceptual dos Spiritualized, exímios criadores de canções que assentam em guitarras que escorrem  pelas melodias com o notável travo lisérgico, exemplarmente preenchidas por arranjos de cordas, orquestrações, efeitos e vozes, uma receita onde tudo se movimenta de forma sempre estratégica, como se cada mínima fração de cada canção tivesse um motivo para ser audível dessa forma.

Este modo de criar acaba por ser transversal num alinhamento particularmente homogéneo, que nos permite aceder a uma outra dimensão, mística e cósmica, num subida feita à boleia de timbres, detalhes e harmonias, peças montadas e agregadas com uma assumida pompa sinfónica e inconfundível, sem nunca descurarem as mais básicas tentações pop e onde tudo soa, no final e no seu todo, utopicamente perfeito. De facto, se nos sopros de I'm Your Man há um calafrio na espinha que não nos deixa duvidar acerca das boas intenções de Pierce, se nas teclas sintetizadas, na bateria frenética e na guitarra agreste de On The Sunshine é possível obtermos uma portentosa tomada de consciência acerca dos nossos maiores atributos e se na delicadeza crescente e progressiva de Let's Dance escuta-se um convite explícito ao optimismo, é na soul da guitarra e no riff do refrão do single Here It Comes (The Road) Let’s Go, que se cerra os punhos (Take the road down to the stream, Be sure to keep your licence clean.) e que se deixa para trás todas as dúvidas acerca da capacidade que este álbum poderá ter para ser uma banda sonora indicada para instantes da nossa existência em que somos desafiados e superar obstáculos que à partida, por falta de coragem, fé e alento, poderiam ser insuperáveis, mas que durante a audição do registo sabem a meros precalçõs ou areias na engrenagem de fácil superação.

Esta capacidade que a música dos Spiritualized tem de fazer-nos sorrir sem razão aparente, de nos conseguir pôr a correr mais depressa, a pensar com mais clarividência e a sentir e a amar com maior arrojo, emoção e intensidade, está, mais uma vez, exemplarmente plasmada neste And Nothing Hurt, um disco onde gospel, rock, country, pop e psicadelia se juntaram mais uma vez para fazer a vontade a Pierce e, pelo menos por alguns meses, deixá-lo descansado, satisfeito e realizado com esta grandiosa e lindíssima obra, que tem tudo e mais alguma coisa para surgir no topo de algumas listas dos melhores registos do ano, lá para dezembro. Espero que aprecies a sugestão...

Spiritualized - And Nothing Hurt

01. A Perfect Miracle
02. I’m Your Man
03. Here It Comes (The Road) Let’s Go
04. Let’s Dance
05. On The Sunshine
06. Damaged
07. The Morning After
08. The Prize
09. Sail On Through

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 16:01

Arcade Fire – Everything Now

Sábado, 03.06.17

Arcade Fire - Everything Now

Três anos depois do excelente Reflektor e de dois discos a solo de Will Butler, os canadianos Arcade Fire aproveitaram a tomada de posse de Donald Trump e os seus devaneios para apresentarem ao mundo as primeiras canções do seu próximo álbum, que será um claro manifesto político e de protesto claro, parece-me, ao novo rumo tomado pelo país vizinho.

Assim, a nova canção divulgada pelo grupo chama-se Everything Now e segue um pouco a linha delineada já em Reflektor, ou seja, cada vez mais distante do rock impetuoso dos primórdios. Os Arcade Fire apostam agora na preponderância de sonoridades com outra luminosidade, com o formato eminemtemente pop a ser definitivamente relegado para primeiro plano e com o grupo a ter uma nova aúrea, completamente remodelada.

Infinite Content é o título mais plausível para o novo registo da banda, ainda sem data de lançamento definida. Confere...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 00:02

Arcade Fire - I Give You Power

Sexta-feira, 20.01.17

Arcade Fire - I Give You Power

Três anos depois do excelente Reflektor e de dois discos a solo de Will Butler, os canadianos Arcade Fire aproveitaram a tomada de posse de Donald Trump para apresentarem ao mundo aquele que é também um claro manifesto político e de protesto claro, parece-me, ao novo rumo tomado pelo país vizinho. A canção chama-se I Give You Power e conta com a participação especial vocal de Mavis Staples, importante diva do R&B e do gospel norte-americano.

Tema que deverá fazer parte do novo disco da banda, a editar ainda em 2017, I Give You Power segue um pouco a linha delineada já em Reflektor, ou seja, cada vez mais distantes do rock impetuoso dos primórdios, os Arcade Fire apostam agora na preponderância dos beats, com o formato eminemtemente pop a ser definitivamente relegado para primeiro plano e com o grupo a ter uma nova aúrea, completamente remodelada. Resta acrescentar que esta canção surge após o anúncio da edição do duplo DVD, The Reflektor Tapes + Live at Earls Court, que deverá ver a luz do dia já a vinte e sete de janeiro. Confere...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 21:26

Houndmouth – Little Neon Limelight

Quinta-feira, 19.03.15

Editado a dezassete de março através da Rough Trade, Little Neon Limelight é o novo álbum dos Houndmouth, uma banda orte americana natural de New Albani, em Indiana, formada por  Matt Myers, Shane Cody, Katie Toupin e Zak Appleby e que chama a si o tipico indie rock norte americano, temperado pela soul e pelo blues, resgatando influências hippies e fortalecendo um som de oposição ao que têm proposto ultimamente as guitarras típicas da cena indie norte americana, nomeadamente num registo mais punk, principalmente o que é oriundo da região de Brooklyn, Nova Iorque.

Os Houndmouth mergulham então numa psicadelia folk algo nostálgica e ligeira, muito à semelhança do que sucedeu nos primórdios do rock influenciado pelo sol da Califórnia e pela maré constante de fuzileiros que partiam para o Vietname, algures nos anos sessenta, além de se apoiarem num som montado em cima de um coletivo musical, que reproduz jovialmente uma força neo hippie que preenche cada instante das onze músicas deste álbum.

Da pop solarenga de Sedona, passando pela toada country de Otis e Honey Slider, a bucólica for No One e por aquele rock ritmado e musculado que Elvis cimentou há meio século e que 15 years replica numa visão mais contemporânea e com alguns tiques gospel a lançarem ainda mais achas para a fogueira, Little Neon Limelight parece uma visita guiada À herança sonora de uma América que inspira uma banda que se entrega de peito aberto a uma musicalidade calcada em antigas nostalgias, deixando-se consumir abertamente por ´varias referências típicas do outro lado do atlântico e que percorrem cada uma das onze canções e expandem os territórios deste grupo de Indiana.

A simbiose entre estes diferentes géneros possibilita também que eles se encontrem em alguns momentos, como em Gasoline, canção cuja viola acústica e um registo vocal coletivo irrepreensivel formaliza uma tentativa descarada de aproximação com o cancioneiro norte americano, ou no indie rock animado, certeiro e dançavel de Say It, canção que funde guitarras, baixo e teclados com uma percussão com invulgar mestria e que tanto pode animar uma movimentada praia californiana em hora de ponta, como uma quermesse de domingo bem no interior do Tennessee.

Parecendo não se importar por transmitir em alguns momentos uma óbvia sensação de despreocupação, claramente audível na inserção de sons típicos de um convivio em pleno estúdio e que são deixados propositadamente para dar um ar mais natural a algumas canções, Little Neon Limelight cativa pelo modo como espalha um charme e uma delicadez algo invulgares, ao mesmo tempo que transmite sensações onde a nostalgia do nosso quotidiano facilmente se revê enquanto plasma o que de melhor o indie rock norte americano mais genuino ofereceu ao mundo no último meio século. Espero que aprecies a sugestão...

Houndmouth - Little Neon Limelight

01. Sedona
02. Otis
03. 15 Years
04. For No One
05. Black Gold
06. Honey Slider
07. My Cousin Greg
08. Gasoline
09. By God
10. Say It
11. Darlin’

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 21:39

Damon Albarn And The Heavy Seas – Live At The De De De Der

Segunda-feira, 15.12.14

O melancólico, mas sempre genial, brilhante, inventivo e criativo Damon Albarn, personagem central da pop britânica das últimas duas décadas, regressou este ano aos discos em nome próprio e em grande estilo com Everyday Robots, um trabalho que viu a luz do dia a vinte e oito de abril e um belíssimo compêndio de doze canções produzidas por Richard Russell e lançadas por intermédio da Parlophone, que entraram diretamente para o top dos melhores discos de 2014 para este blogue.

A quinze e dezasseis de novembro últimos, Damon Albarn deu dois excelentes espetáculos no mítico Royal Albert Hall, em Londres, com a particularidade de terem sido gravados pelos técnicos dos estúdios de Abbey Road e terem ficado imediatamente disponíveis para venda após cada um dos concertos. Além dos The Heavy Seas, a banda que acompanha Albarn em estúdio e ao vivo, os concertos contaram com as participações especiais de Brian Eno, De La soul, Kano e Graham Coxon, seu parceiro nos Blur.

Escutar estes dois concertos permite-nos fazer uma visita guiada sobre toda a herança sonora essencial que Damon Albarn nos deixou, principalmente nas duas últiams décadas, num alinhamento que contém temas dos Gorillaz, dos The Good The Bad And The Queen, dos Blur, Mali Music e, obviamente, do seu projeto a solo, com destaque para o mais recente e acima citado Everyday Robots.

Falar de Damon Albarn como artista a solo e não abordar as experiências musicais do artista em projetos tão significativos como os Blur, os Gorillaz ou os The Good The Bad and The Queen é algo impossível e Live At The De De De Der transpira a tudo aquilo que Albarn idealizou e criou nestes projetos, com canções que vale bem a pena escutar num formato mais cru e orgânico, umas mias despidas e outras notavelmente enriquecidas e que, desse modo, ganham uma outra personalidade.

Albarn é, por excelência, um minimalista viciado pelos detalhes, uma contradição apenas aparente e que se torna ainda mais audível no modo como, ao vivo, este artista viciado em tecnologia, mas também apaixonado pela natureza orgânica de um enorme espetro de instrumentos e permanentemente inquieto e numa pesquisa constante sobre o modo como os pode tocar, transborda modernidade, juntamente com uma extraordinária sensação de proximidade com o público, a que não será também alheio o facto de ter-se feito sempre acompanhar por outros músicos extraordinários, mesmo nunca tendo deixado de ser o protagonista maior de todas as bandas e projetos que criou.

Impecavelmente produzido e conseguindo transpirsar todas aquelas boas sensações que distinguem um espetéculo ao vivo das versões de estúdio, Live At The De De De Der é absolutamente fundamental para quem quiser rever o cardápio de um músico que é, antes de tudo, um homem comum, às vezes também solitário e moderno. Em palco o coração traiçoeiro de Albarn converte-se num portento de sensibilidade e optimismo, a transbordar de um amor que o liberta definitivamente de algumas das amarras que filtrou ao longo do seu percurso musical e, sem deixar completamente de lado a melancolia que, como ele tão bem mostra, tem também um lado bom, diante de um público entusiasta e que o venera, empenha-se em mostrar-nos que a existência humana e tudo o que existe em nosso redor, por mais que esteja amarrada à ditadura da tecnologia, pode ser um veículo para o encontro do bem e da felicidade coletivas. Espero que aprecies a sugestão...

Damon Albarn And The Heavy Seas - Live At The De De De Der

CD 1
01. Spitting Out The Demons
02. Lonely Press Play
03. Everyday Robots
04. Tomorrow Comes Today
05. Slow Country
06. Kids With Guns
07. Three Changes
08. Bamako City
09. Sunset Coming On
10. Hostiles
11. Photographs (You Are Taking Now)
12. Kingdom Of Doom
13. You And Me
14. Hollow Ponds

CD 2
01. El Manana
02. Don’t Get Lost In Heaven
03. Out Of Time
04. All Your Life
05. End Of A Century
06. The Man Who Left Himself
07. Tender
08. Mr. Tembo
09. Feel Good
10. Clint Eastwood
11. Heavy Seas

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 17:44

Joan As Police Woman - The Classic

Segunda-feira, 24.11.14

Joan Wasser, que o mundo conhece como Joan As Police Woman e como a eterna namorada de Jeff Buckley, está de regresso aos discos com The Classic, um trabalho produzido pela própria Joan Wasser e por Tyler Wood, editado através da PIAS Recordings e que contou com a participação especial de um vasto leque de músicos, dos quais se destacam Joseph Arthur, Steve Bernstein, Oren Bloedow, Doug Wieselman e Reggie Watts, entre outros. Todas estas aparições enriquecem imenso Classic, quer ao nível instrumental, quer da voz, mas não posso deixar de destacar a presença de Reggie Watts no tema homónimo do disco, pelo modo como confere uma toada gospel incrível à canção.

Incubado na mente criativa de uma artista que já fez parte dos projetos Dambuilders, Those Bastard Souls e Mind Science Of The Mind e de ter cantado com Lou Reed, Antony & The Johnsons ou Rufus Wainwright, The Classic conquista-nos logo no início com Witness, Holy City e The Classic, três canções que nos colocam bem no centro do que melhor se pode encontrar na música negra norte americana e atestam definitivamente que Joan As Police Woman é uma das mais talentosas, vibrantes, originais e carismáticas escritoras de canções da atualidade e que a sua música pede e merece um ambiente especial e muito próprio para ser devidamente disfrutada.

Gravado quase na totalidade ao vivo, este trabalho que mistura então o indie rock, com alguns dos detalhes mais importantes do jazz, do funk, do R&B e da soul, prossegue sempre de forma sofisticada e com um esplendor e uma luminosidade incomuns, de algum modo expressas no artwork de um disco que vale ouro, como o tom dessa imagem.

Depois de um arranque de carreira em grande forma, com Real Life (2006) e To Survive (2008), nem em Cover (um disco de covers, como o nome indica, lançado em 2009), ou The Deep Field (2011) ela deu sequência a essa mestria inicial. Mas agora, em 2014 está de regresso a Joan As Police Woman intensa e apaixonante, que tanto expôe tristezas e receios e até ideias relacionadas com a própria morte (What Would You Do), como nos indica caminhos mais ou menos diretos para a felicidade (Stay), que pode até ser a carnal, fazendo tudo isso sempre de mãos dadas com aquela soul que vai buscar inspiração à motown. E, mesmo tendo em conta que a intimista Get Direct é uma das melhores canções do disco, fá-lo com aquela exuberância que antes o uso quase exclusivo do piano, como suporte do processo de construção melódica, de algum modo restringia, para agora, tendo optado por uma vasta miríade de instrumentos e coros, conseguir mostrar-se mais positivista, emotiva e até interessante, principalmente porque mostra ser capaz de se mover com à vontade por territórios sonoros mais diversificados, mantendo uma elevada bitola qualitativa nas suas composições. Esse tal piano, agora é muitas vezes subsituido por um orgão sintetizado, que dá ao som de Joan As Police Woman um travo mais masculino, alternativo e até psicadélico.

The Classic termina com a reggae Ask Me e damos por nós a lamentar porque, infelizmente e por razões do foro pessoal, Joan As Police Woman teve de cancelar alguns concertos que iria dar no nosso país durante este mês de novembro. Seja como for, isso não retira brilho a um disco que nos faz recuar musicalmente algumas décadas, de um modo cativante e tão intenso que é possivel imaginarmos que estamos num daqueles ambientes smokey dos bares de música ao vivo, enquanto escutamos este The Classic, que também não fica nada mal como banda sonora para usufruirmos de uma boa companhia de serão. Espero que aprecies a sugestão...

Witness

Holy City

The Classic

Good Together

Get Direct

What Would You Do

New Year’s Day

Shame

Stay

Ask Me

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 23:18






mais sobre mim

foto do autor


Parceria - Portal FB Headliner

HeadLiner

Man On The Moon - Paivense FM (99.5)

Man On The Moon · Man On The Moon - Programa 570


Disco da semana 176#


Em escuta...


pesquisar

Pesquisar no Blog  

links

as minhas bandas

My Town

eu...

Outros Planetas...

Isto interessa-me...

Rádio

Na Escola

Free MP3 Downloads

Cinema

Editoras

Records Stream


calendário

Março 2024

D S T Q Q S S
12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930
31

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.