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Franz Ferdinand – Night Or Day

Terça-feira, 26.11.24

Podemos novamente abrir alas para os jeans coçados escondidos no guarda fatos, sacar das t-shirts coloridas e pôr o congelador a bombar com cerveja e a churrasqueira a arder porque o velhinho rock n'roll feito sem grandes segredos, carregado de decibeis, que só os escoceses Franz Ferdinand sabem como replicar está de volta com um álbum intitulado Human Fear, um alinhamento de onze canções produzidas por Mark Ralph e que terá a chancela da Domino Recordings.

Franz Ferdinand revela videoclipe de “Night Or Day”, última música de seu novo álbum The Human Fear

Audacious, a canção que abre o alinhamento de Human Fear, foi o primeiro single retirado do registo, o sexto da banda de Glasgow liderada por Alex Kapranos e sucessor de Always Ascending, álbum dissecado por cá com minúcia em dois mil e dezoito. Divulgámos essa canção no final do último verão e agora temos para partilhar Night Or Day, o segundo single retirado do álbum e sexto tema do alinhamento do mesmo.

Night Or Day impressiona, desde logo, pelo modo como o piano toma as rédeas da canção, não só na definição da sua trama melódica, mas também no modo como define as diversas nunances rítmicas que sustentam uma composição que também tem em diversos efeitos sintetizados um dos aspetos mais interessantes, sempre com as guitarras e o baixo a cumprirem exemplarmente a função de adorno e de indução identitária. Em suma, Night Or Day exala, como seria de esperar, o melhor adn Franz Ferdinand, feito de um modus operandi que procura, quase sempre, calcorrear territórios sonoros que englobem algumas caraterísticas da pop, com o melhor punk rock em declarado ponto de mira. Confere Night Or Day e o vídeo esteticamente imponente da canção, assinado por Rianne White...

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publicado por stipe07 às 15:42

Franz Ferdinand – Audacious

Segunda-feira, 16.09.24

Podemos novamente abrir alas para os jeans coçados escondidos no guarda fatos, sacar das t-shirts coloridas e pôr o congelador a bombar com cerveja e a churrasqueira a arder porque o velhinho rock n'roll feito sem grandes segredos, carregado de decibeis, que só os escoceses Franz Ferdinand sabem como replicar está de volta com um álbum intitulado Human Fear, um alinhamento de onze canções produzidas por Mark Ralph e que terá a chancela da Domino Recordings.

Franz Ferdinand Tease 'The Human Fear' LP With 'Audacious' Song

Audacious, a canção que abre o alinhamento de Human Fear, é o primeiro single retirado do registo, o sexto da banda de Glasgow liderada por Alex Kapranos e sucessor de Always Ascending, álbum dissecado por cá com minúcia em dois mil e dezoito. Trata-se de uma canção que exala o melhor adn dos Franz Ferdinand, já que tem as guitarras como elemento indutor fundamental da sua base melódica, tocadas com aquele modo muito próprio e identitário que esta banda tem de entrelaçar riffs e distorções com efeitos sintetizados particularmente efusivos, um modus operandi que procura, quase sempre, calcorrear territórios sonoros que englobem algumas caraterísticas da pop. Confere Audacious e o artwork e a tracklist de Human Fear...

01 Audacious
02 Everyday Dreamer
03 The Doctor
04 Hooked
05 Build It Up
06 Night Or Day
07 Tell Me I Should Stay
08 Cats
09 Black Eyelashes
10 Bar Lonely
11 The Birds

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publicado por stipe07 às 15:52

Belle And Sebastian – What Happened To You, Son?

Quarta-feira, 24.04.24

Como os mais atentos certamente se recordam, nos últimos dois anos os Belle And Sebastian estiveram particularmente ativos, lançando os discos A Bit Of Previous e Late Developers, em dois mil e vinte e dois e em dois mil e vinte e três, respetivamente. Agora, em plena primavera de dois mil e vinte e quatro, o grupo escocês acaba de divulgar uma extraordinária nova canção intitulada What Happened To You, Son?, composição que, de acordo com a banda, ficou de fora do alinhamento de Late Developers, mas que não podia deixar de ver a luz do dia, e ainda bem.

Belle And Sebastian lançam nova música 'What Happened To You, Son? -  Confere Rock

What Happened To You, Son? é um tratado sonoro épico, luminoso e vibrante, que impressiona pela destreza melódica e que tem como detalhe interessante, a contundência de um solo protagonizado pelo baixo. O tema encarna uma superior agregação de diversas camadas instrumentais, num resultado final que nos conduz de volta ao indie pop mais orelhudo, com aquele requinte vintage que revive os gloriosos anos setenta e oitenta. What Happened To You, Son? é, em suma, um novo tema animado e festivo do grupo de Glasgow, que solidifica o espírito e a filosofia positiva e vibrante que carateriza a essência deste projeto liderado por Stuart Murdoch. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:58

Teenage Fanclub – Nothing Lasts Forever

Sexta-feira, 22.09.23

Trinta anos após o registo de estreia e quatro do excelente disco Here, os icónicos veteranos escoceses Teenage Fanclub, formados por Norman Blake, Raymond McGinley, Francis Macdonald, Dave McGowan e Euros Childs, voltaram em dois mil e vinte e um ao ativo e mais efusivos e luminosos do que nunca, com Endless Arcade, doze canções de um projeto simbolo do indie rock alternativo e que provou, nesse registo, que ainda tem um lugar reservado, de pleno direito, no pedestal deste universo sonoro.

Teenage Fanclub Announce New Album Nothing Lasts Forever, Share Video for  New Song: Watch | Pitchfork

Um ano depois desse belíssimo regresso, ou seja, o ano passado, o projeto escocês voltou a dar sinais de vida com uma nova composição intitulada I Left A Light On, que acabou por ser a primeira amostra de um novo trabalho dos Teenage Fanclub, um disco intitulado Nothing Lasts Forever, que acaba de chegar aos escaparates, com a chancela da Merge Records e da PeMa, etiqueta do próprio grupo.

A ideia de luz é o foco central de um portentoso alinhamento de dez canções que, no seu todo, encarnam um tratado de indie rock com aquele perfil fortemente radiofónico que sempre caracterizou os Teenage Fanclub. De facto, Nothing Lasts Forever, um álbum encharcado em positividade, sorridente melancolia, inocente intimismo e ponderado pendor reflexivo, é um caminho seguro, retílineo e consistente rumo aquele indie rock que provoca instantaneamente sorrisos de orelha a orelha, independentemente do estado de espírito inicial. É um disco cheio de canções leves, melodicamente sagazes e, se forem analisadas tendo em conta o catálogo já vasto do projeto, são imperiosas no modo como, com uma intensidade nunca vista no quinteto, desbravam caminho até uma mescla contundente entre os primórdios da indie folk, a britpop e o melhor rock oitocentista.

Logo a abrir o disco, em Foreign Land, o modo como uma rugosa e épica distorção é trespassada por cordas vibrantes e melodicamente irrepreensíveis, cativa de imediato o ouvinte, ao mesmo tempo que o esclarece devidamente acerca da caraterização do adn que fez dos Teenage Fanclub, ao longo destas décadas, uma banda de pedestal, ou seja, uma referência obrigatória para muitos outros grupos que também procuram o seu lugar ao sol. A guitarra elétrica que acama Tired Of Being Alone é outra imagem de marca e, ao mesmo tempo, um porto seguro para uma canção sentimentalmente desafiante e o piano de I Left A Light On, a prova do apurado ecletismo e da superior sagacidade interpretativa de um quinteto que, por incrível que pareça, pode muito bem estar, à boleia de Nothing Lasts Forever, no pináculo da carreira.

O disco prossegue e no embalo percurssivo de It's Alright, uma canção com um espírito veraneante anguloso, no travo surf punk de Falling Into The Sun, ou na singela acusticidade que atiça a lágrima fácil ao som de Middle Of My Mind, somos afagados por quase quarenta minutos feitos de canções assobiáveis, mas com substância, que dão vida a um bom disco de indie pop rock, feito da mais pura estirpe escocesa. Nothing Lasts Forever é calor e luz, mas ouve-se em qualquer altura do ano. Intenso, poético e cheio de alma, exala um sedutor entusiasmo lírico, uma atmosfera sempre amável e prova que, quando os intérpretes têm qualidade, escrever e compôr boa música não é uma ciência particularmente inacessível. Aliás, para os Teenage Fanclub nunca foi. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 16:39

Belle And Sebastian – A Bit Of Previous

Sábado, 18.06.22

Cordas acústicas ou eletrificadas e de diferentes fontes, mas dedilhadas com inusitado prazer e uma prestação melódica irrepreensível, são o prato forte dos escoceses Belle And Sebastian e do seu novo disco, um trabalho intitulado A Bit Of Previous, que sucede ao registo Girls in Peacetime Want to Dance, que foi editado há sete anos atrás e que, tal como este novo trabalho, tinha o selo da Matador Records.

Belle and Sebastian anuncia "A Bit Of Previous", seu primeiro álbum em sete  anos - A Rádio Rock - 89,1 FM - SP

A nossa redação tem estado particularmente atenta, nos últimos meses, ao lançamento deste disco, nomeadamente com a divulgação que fez dos temas If They’re Shooting At YouUnnecessary Drama e Young And Stupid, a canção que abre o alinhamento de A Bit Of Previous. E, de facto, as elevadas expetativas relativamente ao conteúdo global de A Bit Of Previous, um alinhamento de doze canções produzidas pela própria banda e por Brian McNeill, Kevin Burleigh, Matt Wiggins e Shawn Everett, confirmam-se. Estamos na presença de um registo animado e festivo, mas também nostáligo e encantador, principalmente em temas como Do It for Your Country, A World Without You e Deathbed of my Dreams. É um álbum repleto de canções melodicamente felizes e, mesmo com estes instantes menosefusivos, no seu todo, empolgante e frenético, com as canções a sucederem-se em catadupa sem quebrarem o espírito e a filosofia positiva e vibrante que carateriza a sua essência.

De facto, os Belle And Sebastian ainda conseguem fazer juz à sua riquíssima carreira e manter elevada a bitola, sem mostrarem desgaste ou erosão pelo tempo, neste já clássico. Pelo contrário, conseguem manter firme a sua identidade e, em simultâneo, acompanhar as novas tendências e dar sempre um cunho contemporâneo às suas canções, não resvalando para a repetição exaustiva de uma fórmula que, por muito bem sucedida que tenha sido nos já onze alinhamentos que fazem parte do catálogo do grupo natural de Glasgow, carece sempre de ajustes, inovação e modernidade.

Portanto, um superior registo interpretativo da vasta diversidade instrumental que acama um álbum que faz uma ponte feliz entre ironia e melancolia, delicados arranjos, uma superior agregação de diversas camadas instrumentais e vozes sempre efusiantes e exemplarmente acamadas e retocadas, são as grandes matrizes de um álbum que, como se pede em qualquer alinhamento dos Belle And Sebastian, nos conduz de volta ao indie pop mais orelhudo, com aquele requinte vintage que revive os gloriosos anos setenta e oitenta. Confere...

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publicado por stipe07 às 13:12

Belle And Sebastian – Young And Stupid

Quinta-feira, 21.04.22

Cordas acústicas ou eletrificadas e de diferentes fontes, mas dedilhadas com inusitado prazer e uma prestação melódica irrepreensível, são o prato forte dos escoceses Belle And Sebastian que se preparam para lançar em maio o disco A Bit Of Previous, álbum que irá suceder ao registo Girls in Peacetime Want to Dance, que foi editado há sete anos atrás e que terá o selo da Matador Records.

Belle And Sebastian: “Young And Stupid” - Música Instantânea

A nossa redação tem estado particularmente atenta ao lançamento deste disco, nomeadamente com a divulgação que já fez dos temas If They’re Shooting At You e Unnecessary Drama. Agora, no início da segunda metade do mês de abril, chega a vez de conferirmos Young And Stupid, a canção que abre o alinhamento de A Bit Of Previous. É uma composição que, sem deixar de ser melodicamente feliz, não deixa de ser empolgante e frenética, acomodando através de delicados arranjos, uma superior agregação de diversas camadas instrumentais, num resultado final que nos conduz de volta ao indie pop mais orelhudo, com aquele requinte vintage que revive os gloriosos anos setenta e oitenta. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:41

Martin Carr - New Shapes Of Life

Segunda-feira, 06.11.17

Já chegou aos escaparates New Shapes Of Life, o terceiro capítulo da exuberante obra discográfica do escocês Martin Carr e o segundo do artista editado pela Tapete Records. Este é um trabalho que sucede a The Breaks, um registo lançado em 2014 e onde o artista lidou com os sentimentos de separação do mundo que o rodeia mas, por algum motivo que não entende, ficou mais insatisfeito no final do disco do que quando o tinha começado a compôr e desta vez, quis ir mais fundo.

Martin_Carr_17__Credit_Mary_Wycherley_

Misturado por Greg Harver, um amigo de Martin também escocês mas residente na Nova Zelândia e de Clint Murphy, New Shapes Of Life é fortemente influenciado pela herança de David Bowie e tal sucede porque foi a morte desse ícone da cultura contemporânea que acabou por desencravar um período de crise criativa que Carr estava a viver no ano de 2015. O músico tinha-se refugiado no seu estúdio em Glasgow com o propósito de compôr novas canções, os resultados eram infrutíferos, mas a morte de Bowie despoletou em Carr o desejo de se embrenhar em toda a discografia do artista inglês, assim como em filmes e biografias sobre esse artista e tal experiência ensinou ao escocês a importância de se exprimir através dum determinado meio além de o ter feito refletir sobre a sua vida e nos anos que tinha desperdiçado a viver a vida dum artista mas a negligenciar a arte.

A lírica acabou por ser o ponto de partida das canções, ao contrário do habitual modus operandi de Carr e foi gasta bastante energia nessa componente essencial do processo de construção de uma canção, tendo o artista ido ao limite do seu próprio bem-estar mental, já que foi bastante auto-biográfico durante esse processo. Mas terá valido a pena todo o esforço dispendido já que poemas como o que conduz o tema homónimo ou Future Reflections são apenas dois bons exemplos da superior bitola qualitativa da escrita que se pode conferir neste disco. 

Quanto ao conteúdo sonoro, New Shapes Of Life projeta o autor para um universo sonoro bastante mais dinâmico e expansivo do que os trabalhos antecessores, onde melodias florescentes convivem lado a lado, com enorme frequência, com uma percussão imaculada e exuberante. O rock expansivo e dinâmico de Damocles ou a toda mais atmosférica e etérea de The Main Man acabam por condensar todo o espetro sonoro transversal a um alinhamento muito rico e intrincado instrumentalmente, inclusive ao nível da percussão, mas com os sintetizadores atmosféricos, amiúde um piano sedutor e até alguns sopros a fazerem parte do arquétipo sonoro que definitivamente retira Carr da sua zona de conforto sonora através de um verdadeiro concentrado de soluções melódicas e de arranjos programadas, onde tudo flui de maneira inventiva de modo exuberante e sentido.
Além dos temas já referidos, até ao final, canções como a divagante A Mess Of Everything e o rock épico e pulsante de Three Studies of The Mall Black afagam com notável eficácia as dores de quem se predispõe a seguir sem concessões a doutrina deste autor, plasmada num folk rock muito ternurento, mesmo que às vezes pareça escondido no seio de um humor mórbido e feito de alguma desolação.

Há discos que à primeira audição até causam alguma repulsa e estranheza, mas que depois se entranham com enorme afinco, ou então há aqueles exemplos que logo à primeira audição nos conquistam de forma arrebatadora e visceral. Mas como a própria vida é, quase sempre, muito mais abrangente nos seus momentos do que propriamente a simples análise através de duas bitolas comparativas que tocam opostos, também na música há instantes em que somos assaltados por algo muito maior e mais belo do que a simples soma de duas ou três sensações que nos fazem catalogar e arrumar em determinada prateleira aquilo que escutamos. Álbum fortemente hermético porque que se fecha dentro de um campo muito próprio e por isso particularmente genuíno e emocionalmente pesado, New Shapes Of Life é um bom exemplo de como é possivel apresentar um trabalho artisticamente muito criativo, mesmo que assente a sua sonoridade numa amálgama aparentemente improvável que mistura folk, indie pop e indie rock, com post rock e alguns elementos eletrónicos. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 20:46

Belle And Sebastian – We Were Beautiful

Segunda-feira, 07.08.17

Belle And Sebastian - We Were Beautiful

Os escoceses Belle & Sebastian parecem já ter sucessor para o aclamado álbum Girls In Peacetime Want To Dance, um disco editado pela banda no início de 2015 e que tendo sido produzido pelo aclamado  Ben H. Allen (Animal Collective, Washed Out), estava recheado de versos confessionais que falam da infância do vocalista e da necessidade que muitas vezes sentimos de regressar às origens para dar um novo impulso à nossa existência.

Gravado em Glasgow, cidade-natal da banda, e produzido pela própria juntamente com Brian McNeill, We Were Beautiful é o novo tema divulgado pelo quarteto, uma canção que conduz-nos de volta ao indie pop mais orelhudo, com aquele requinte vintage que revive os gloriosos anos oitenta e que, por isso, é uma excelente porta de entrada para um futuro alinhamento que será, certamente, instrumentalmente irrepreensível. Confere...

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publicado por stipe07 às 14:33

American Wrestlers - Goodbye Terrible Youth

Segunda-feira, 12.12.16

American Wrestlers é um projeto liderado por Gary McClure, um escocês que vive atualmente nos Estados Unidos, em St. Louis, no estado do Missouri. A ele juntam-se, atualmente, Ian Reitz (baixo), Josh Van Hoorebeke (bateria) e Bridgette Imperial (teclados). Tendo Gary crescido em Glasgow, no país natal, mudou-se há alguns anos para Manchester, na vizinha Inglaterra, onde conheceu a sua futura esposa, com quem se mudou, entretanto, para o outro lado do Atlântico.

Resultado de imagem para American Wrestlers band 2016

Depois de em Manchester ter feito parte dos míticos Working For A Nuclear Free City, juntamente com o produtor Philip Kay, um projeto que chegou a entrar em digressão nos Estados Unidos e a chamar a atenção da crítica e a ser alvo de algumas nomeações, a verdade é que nunca conseguiu fugir do universo mais underground acabando por implodir.

Já no lado de lá do atlântico, Gary começou a compôr e a gravar numa mesa Tascam de oito pistas e assim nasceram os American Wrestlers. O projeto deu um grande passo em frente, ao assinar pela insuspeita Fat Possum e daí até ao disco de estreia, um homónimo editado na primavera do ano passado, foi um pequeno passo. American Wrestlers impressionou pelo ambiente sonoro com um teor lo fi algo futurista, devido à distorção e à orgânica do ruído em que assentavam grande parte das canções, onde não faltavam alguns arranjos claramente jazzísticos e uma voz num registo em falsete, com um certo reverb que acentuava o charme rugoso da mesma.

Se essa estreia, já na prateleira lá de casa, nos oferecia uma viagem que nos remetia para a gloriosa época do rock independente, sem rodeios, medos ou concessões, proporcionada por um autor com um espírito aberto e criativo, o sucessor, um trabalho intitulado Goodbye Terrible Youth e que viu a luz do dia em meados de novembro, cimenta essa filosofia vencedora. Mas no modo como, logo em Vote Tatcher, o sintetizador se relaciona com o fuzz da guitarra, esclarece-nos que à segunda rodada Gary libertou-se de uma certa timidez introspetiva, para se apresentar mais luminoso e expressivo. Aliás, isso também percebe-se em Give Up, a primeira amostra divulgada, canção que impressiona pela melodia frenética em que assenta e que oscila entre o épico e o hipnótico, o lo-fi e o hi-fi, com a repetitiva linha de guitarra a oferecer um realce ainda maior ao refrão e as oscilações no volume a transformarem a canção num hino pop, que funciona como um verdadeiro psicoativo sentimental com uma caricatura claramente definida e que agrega, de certo modo, todas as referências internas presentes na sonoridade de American Wrestlers, mas com superior abrangência e cor.

Na verdade, o quarto onde McClure compôs o registo de estreia transformou-se num grande palco, sem colocar em causa aquele clima algo misterioso que define este projeto American Wrestlers, mas oferecendo ao ouvinte uma maior multiplicidade de detalhes e caraterísticas dos vários espetros sonoros que definem o indie rock alternativo. O grunge que exala de So Long, o crescente frenesim psicadélico que nos envolve em Hello, Dear, o fuzz inebriante do baixo de Someone Far Away e o modo como o riff da guitarra ácido e extremamente melódico rebarba de alto a baixo a secção rítmica de Terrible Youth, permitem-nos contemplar todo este charme rugoso que os American Wrestlers replicam hoje melhor que ninguém e dão-nos o mote para um álbum curioso e desafiante, que impressiona pela forma livre e espontânea como os vários instrumentos, mas em especial as guitarras, se expressam, guiadas pela nostalgia e pelas emoções que Gary pretende transmitir. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 23:15

American Wrestlers - Give Up

Segunda-feira, 15.08.16

American Wrestlers é um projeto liderado por Gary McClure, um escocês que vive atualmente nos Estados Unidos, em St. Louis, no estado do Missouri. Tendo crescido em Glasgow, no país natal, mudou-se há alguns anos para Manchester, na vizinha Inglaterra, onde conheceu a sua futura esposa, com quem se mudou entretanto para o outro lado do Atlântico.

Depois de em Manchester ter feito parte dos míticos Working For A Nuclear Free City, juntamente com o produtor Philip Kay, um projeto que chegou a entrar em digressão nos Estados Unidos e a chamar a atenção da crítica e a ser alvo de algumas nomeações, a verdade é que nunca conseguiu fugir do universo mais underground acabando por implodir.

Já no lado de lá do atlântico, Gary começou a compôr e a gravar numa mesa Tascam de oito pistas e assim nasceram os American Wrestlers. O projeto deu um grande passo em frente, ao assinar pela insuspeita Fat Possum e daí até ao disco de estreia, um homónimo editado na primavera do ano passado, foi um pequeno passo. American Wrestlers impressionou pelo ambiente sonoro com um teor lo fi algo futurista, devido à distorção e à orgânica do ruído em que assentavam grande parte das canções, onde não faltavam alguns arranjos claramente jazzísticos e uma voz num registo em falsete, com um certo reverb que acentuava o charme rugoso da mesma.

Se essa estreia nos oferecia uma viagem que nos remetia para a gloriosa época do rock independente, sem rodeios, medos ou concessões, proporcionada por um autor com um espírito aberto e criativo, o sucessor, um trabalho intitulado Goodbye Terrible Youth e que irá ver a luz do dia em meados de novembro, deverá cimentar essa filosofia vencedora, com Give Up, a primeira amostra divulgada, a impressionar pela melodia frenética em que assenta e que oscila entre o épico e o hipnótico, o lo-fi e o hi-fi, com a repetitiva linha de guitarra a oferecer um realce ainda maior ao refrão e as oscilações no volume a transformarem a canção num hino pop, que funciona como um verdadeiro psicoativo sentimental com uma caricatura claramente definida e que agrega, de certo modo, todas as referências internas presentes na sonoridade de American Wrestlers. Goodbye Terrible Youth será, de certeza, um dos grandes lançamentos do ocaso de 2016. Confere Give Up e o alinhamento do disco...

01 “Vote Thatcher”
02 “Give Up”
03 “So Long”
04 “Hello, Dear”
05 “Amazing Grace”
06 “Terrible Youth”
07 “Blind Kids”
08 “Someone Far Away”
09 “Real People”

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publicado por stipe07 às 18:15






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