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Beck – Odyssey (feat. Phoenix)

Segunda-feira, 26.06.23

A prepararem uma digressão conjunta em agosto, intitulada Summer Odyssey e que terá nomes como Jenny Lewis, Japanese Breakfast, Weyes Blood e Sir Chloe, a fazer a primeira parte dos concertos, Beck Hansen e a banda francesa Phoenix, formada atualmente por Thomas Mars, Deck D'Arcy, Laurent Brancowitz e Christian Mazzalai, acabam de divulgar um novo single, creditado por ambos, intitulado Odyssey.

Beck and Phoenix Team Up for New Song “Odyssey”: Stream

Produzida pelo próprio Beck e por Thomas Mars, o vocalista dos Phoenix e misturada por Serban Ghenea, Odissey é uma canção que está em simbiose com estes dias mais quentes, oferecendo-nos um festim de sintetizações cósicas e guitarras aguçadas, uma mescla que, exalando uma ímpar toada psicadélica e um apetitoso transe melódico, proporciona um inquestionável ambiente dançante humorístico. Confere...

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publicado por stipe07 às 13:40

Yann Tiersen – Kerber

Quinta-feira, 16.09.21

Criado e gravado no The Eskal, o estúdio que construiu em Ushant, a ilha onde mora e que se localiza a trinta quilómetros da costa oeste da Bretanha, no Mar Céltico, Kerber é o nome do novo disco do compositor francês Yann Tiersen, um compêndio sonoro com a mesma designação de uma capela situada nessa mesma ilha e, no fundo, um disco conceptual porque mapeia mapeia sonoramente a paisagem que circunda a casa do autor.

With “Kerber”, Yann Tiersen switches a little more towards electronics

Kerber é um verdadeiro oásis de beleza e melancolia, neste presente tão inquietante que nos assola, um mundo eletrónico de magníficas texturas, altamente envolvente e cuidadosamente construído. Nele, as teclas penetrantes do piano fundem-se com paisagens sonoras ondulantes, à medida que Tiersen explora as possibilidades criativas que um ano de isolamento lhe proprocionou, ainda por cima numa ilha em que o impossível é conseguir viver de um modo frenético ou massificado.

Kerber é, pois, o retrato de uma ilha em sete telas sonoras lindíssimas legendadas em bretão, mas também a almofada reconfortante que o autor criou para se recostar enquanto usufrui de uma paisagem única e que, pelos vistos, é incrivelmente capaz de trazer à tona uma diversidade rica e infinita de ideias musicais.

Logo a abrir o disco, Kerlann funicona como uma espécie de apresentação do esqueleto de Kerber e, no fundo, como uma espécie de personificação do corpo principal da própria ilha. Depois, em Ar Maner Kozh, através do movimento oscilante que os detalhes eletrónicos fazem em redor de um acordeão sublime e um registo percurssivo sagaz e no modo como em Kerdrall piano e sino nos afagam, de modo simples mas muito eficaz, visualizamos, caso queiramos e com notável grau de impressionismo, as diferentes paisagens que dão forma ao local que serviu de inspiração ao registo. Os tambores que mal se ouvem em Ker al Loch e o piano que neste tema flui como um curso contínuo de água, com reflexos e tons que se alteram pela ação de impressionantes sons modulares que agitam a sua textura com brilho repentino, podem muito bem servir para dar vida à cadência da luz que ilumina La Jument, o farol a oeste de Ushant e um dos ex-libris da ilha.

Registo claramente instintivo e onde o piano, como seria de esperar, é rei e senhor, Kerber é um notável marco de evolução compositória e sinfónica na carreira de Yann Tiersen. É um disco em que a tradicional definição de música clássica pode ser utilizada, sem receio, para embrulhar o seu conteúdo, mas que, no interior, esconde uma diversidade enorme de entalhes sintéticos e percurssivos que encontram eco na melhor eletrónica atual. É, em suma, um poderoso retrato de um homem em sintonia perfeita com a natureza e a sua beleza rude, oferecendo-nos uma visão única desta simbiose perfeita. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 18:27

Louis Philippe & The Night Mail - Thunderclouds

Sexta-feira, 08.01.21

Francês, mas a viver em Londres há já trinta e quatro anos, Louis Philippe tem já no seu catálogo discográfico um interessante cardápio com mais de uma dezena de discos dos quais é nome de destaque nos seus créditos. De facto, tem sido uma vida inteira dedicada à escrita, produção, composição e interpretação, de mãos dadas com nomes como os The High Llamas, Towa Tei, Martin Newell, Big Big Train, Testbild!, The Clientele e Bertrand Burgalat e produzindo para artistas abrigados pela É! Records de Mie Alway.

Louis Philippe & The Night Mail editam “Thunderclouds” – Glam Magazine

Assim, depois de Louis Philippe ter aberto as hostilidade em dois mil e vinte com o lançamento de The Devil Laughs, a sua segunda colaboração com Stuart Moxham (Young Marble Giant), perto do ocaso desse ano atípico e através da Tapete Records divulgou Thunderclouds, o título da sua nova obra-prima e o primeiro álbum do músico feito com uma banda ao vivo em estúdio, neste caso  os The Night Mail, um trio formado pelo músico e jornalista Robert Rotifer na guitarra (ex-Acid Jazz e Weller), o DJ, produtor e enciclopédia ambulante de pop Andy Lewis no baixo e o supremo Papernut Cambridge, ex-membro de Thrashing Doves e Death in Vegas Ian Button na bateria. Já agora, esta colaboração entre Louis Philippe e os The Night Mail, começou a ser incubada  em dois mil e dezassete, na festa de duas noites do aniversário dos quinze anos da Tapete Records no Lexington de Londres, quando tocaram juntos, pela primeira vez, na segunda noite.

Thunderclouds contém treze composições encharcadas por uma pop bastante inspirada e concebidas quer por Louis Philippe quer por Rotifer, dois amigos de há muitos anos que se inspiraram na sua experiência compartilhada de espectadores democraticamente marginalizados da agitação em torno da saída da Grã-Bretanha da União Europeia e da confluência dessa crise crescente com a pandemia atual para criarem um disco no momento certo das vidas de ambos.

No final do primeiro período de confinamento, Rotifer foi ver Louis Philippe para lhe mostrar a infindável pilha de demos musicais que ele tinha acumulado ultimamente. No início de setembro, a banda finalmente reuniu-se para dois ensaios antes de ir para os Rimshot Studios na zona rural de Kent gravar as faixas de base para todas as treze músicas do álbum, bem como as cordas (tocadas pela violinista Rachel Hall de Big Big Train) e partes do trompete (por Shanti Jayasinha), seguido por outra sessão de vozes, teclados, percussão e mais algumas guitarras, habilmente projectadas por Andy Lewis no estúdio caseiro de Rotifer em Canterbury. O resultado é um álbum que evoca a marca lendária do progressivo caprichoso daquela cidade, tanto quanto as raízes profundas de Philippe na arte da música francesa e um amor compartilhado pelo lado outonal da pop ensolarada.

Transcrevendo a press release de lançamento do registo, Thunderclouds inicia as hostilidades com “Living on Borrowed Time, um cativante tema que soa a uma música de um filme perdido de Lemmy Caution. Enquanto a faixa-título do álbum esconde a antecipação de uma tempestade de acordes Wyattesque com toques de jazz que se erguem magicamente do barulho musical que emana de umas obras dum edifício junto à casa de Shepherd's Bush de Louis Philippe, valsas leves como "Fall in a Daydream" e “Once in a Lifetime of Lies” conseguem fazer Londres parecer Paris, antes da faixa de encerramento “When London Burns” convidar o ouvinte para uma pista de dança imaginária onde o anglófono Michel Polnareff encontra o disco. Entre tudo isso, atravessamos as misteriosas paisagens urbanas aurais de “Alphaville”, a ampla gama dinâmica de duas suítes de música (“The Man who had it All” e “Rio Grande”), a Tropicália/ subtileza folk de “The Mighty Owl ”, os surpreendentes ritmos gospel de“ Love is the Only Light ”, os cativantes dramáticos de“ No Sound ”, os tons celtas inesperados de“ Do I ”e o igualmente maluco e belo semi-instrumental“ Willow ”.

Como Louis Philippe conseguiu manter todas estas ideias reprimidas dentro de si por todos estes anos permanece um mistério, mas assim que elas começam a jorrar, ele é verdadeiramente imparável. E como ele previu com razão em 2017, The Night Mail provou ser capaz de acompanhá-lo a todo gás. Sem dúvida, porém, essa urgência recém-descoberta é um testemunho dos tempos desafiadores que todos nós estamos passando. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 17:43

This Is The Kit - Off Off On

Segunda-feira, 02.11.20

Os This Is The Kit da britânica Kate Stables estão de regresso aos discos com Off Off On,  sucessor do belíssimo registo Moonshine Freeze, que viu a luz do dia em dois mil e dezassete. Off Off On foi produzido pelo extraordinário multi-instrumentista Josh Kaufman dos Bonny Light Horseman que, como certamente se recordam, faz parte do projeto MUZZ, juntamente com Paul Banks dos Interpol e Matt Barrick dos The Walkmen, que se estreou nos álbuns com um homónimo no final da passada primavera.

This Is the Kit Announces LP Off Off On, Streams "This Is What You Did" |  Consequence of Sound

Off Off On é mais um documento notável no modo como retrata a já mítica expressividade lírica de Kate Stables, que também pode ser catalogada de poeta, além de compositora e cantora. De facto, não faltam exemplos neste novo álbum dos This Is The Kit que comprovam a sua imensa habilidade com as palavras e o modo como se consegue servir delas, sem usar um vocabulário intrincado, para pincelar emoções e vivências. Basta conferir a inspiradora e confessional Starting Again (Carefully you must build it up again, Steadily you must fall apart) ou a dramatização que é encenada sem pudor algum em This is What You Did (This is what they want, why are you still here? This is what they said, this is what you get,) para se perceber como Stables é notável a escrever letras bastante impressivas no modo como nos afagam com verdadeiras novelas, reais ou fictícias, pouco importa, sobre a sua intimidade, que pode ser muito bem também a nossa. Esta é, desde sempre, uma das imagens de marca deste projeto This Is The Kit, que nunca deixou de nos brindar com inspirados retratos melódicos de uma contemporaneidade cada vez mais conturbada e, também por isso, fértil no modo como suscita a criação de uma paisagem imensa e ilimitada de possibilidades, dentro da amálgama sonora que sustenta a música atual.

Para dar vida e cor às histórias que nos quer contar, Stables olha com gula para as cordas, faz delas o seu trunfo maior no processo de construção das canções e, aliando à viola e à guitarra uma vasta míriade de recursos percurssivos e inspirados sopros, com o trompete neste disco a tornar-se peça fulcral de várias composições, sustenta um adn sonoro com elevado travo indie. Em toda esta trama interpretativa, do rock alternativo à folk, é vasta a amplitude e abrangência do catálogo disponibilizado num registo com onze canções feitas, no seu todo, de toda esta combinação etérea de superior calibre, reservada e contida em alguns momentos, mas também iluminada e vibrante noutros, sempre na medida certa e, no global, inultrapassável no caudal de emoções que arrasta à sua passagem.

Off Off On é, pois, um disco onde intensidade sentimental e sobriedade instrumental se juntam, para permitir que, ao longo da sua audição, nos possamos sentir profundamente tocados por uma nobreza única, que arrebata e salpica com suores quentes todos os poros do nosso ser. Espero que aprecies a sugestão...

This Is The Kit - Off Off On

01. Found Out
02. Started Again
03. This Is What You Did
04. No Such Thing
05. Slider
06. Coming To Get You Nowhere
07. Carry Us Please
08. Off Off On
09. Shinbone Soap
10. Was Magician
11. Keep Going

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publicado por stipe07 às 17:24

CocoRosie – Smash My Head

Domingo, 03.11.19

Será a seis de março do próximo ano que irá ver a luz do dia o novo registo de originais das francesas CocoRosie, que têm andado ocupadas com colaborações, nomeadamente com Chance the Rapper no registo Roo e ANOHNI no seu trabalho Smoke ´em Out, além de terem editado o single Lamb And The Wolf no passado mês de agosto. Esse novo álbum das irmãos Casady chama-se Put The Shine, sucede ao já longínquo Heartache City de dois mil e quinze e terá o selo da Marathon Artists.

Cocorosie-Put-The-Shine-On

Smash My Head é o primeiro tema divulgado do alinhamento de Put The Shine, uma composição que mantém intocável o habitual clima intrigante e até algo tenebroso das CocoRosie, numa composição que traz à tona o típico ambiente daquela pop gótica que marcou a última década do século passado. Juntamente com o single, foi divulgado um vídeo de forte cariz teatral dirigido por Bianca Casady, uma das duas irmãs. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:59

Yann Tiersen – All

Segunda-feira, 01.07.19

Produzido por Gareth Jones, All é o décimo registo de originais do músico francês Yann Tiersen, um registo com onze composições, lançado no passado dia quinze de fevereiro através da Mute Records e que foi gravado na ilha de Ushant, na costa oeste de França, onde o músico vive. Nesse local Yann Tiersen converteu uma antiga discoteca num estúdio de música e num centro cultural, batizado de The Eskal e inaugurado em fevereiro com a apresentação deste álbum que conta com as participações especiais dos músicos Ólavur Jákupsson, Anna von Hausswolff, Emilie Tiersen e Denez.

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All está marcado pela temática do ambiente, já presente no antecessor EUSA (2016) e as composições estão impregnadas de sons gravados na natureza, na região da Bretanha e nos Estados Unidos, uma nuance que confere ao registo um intenso dramatismo e uma permanente tensão, num alinhamento que funciona como um bloco único, uma grande banda sonora, um pouco à semelhança das que já idealizou para filmes tão importantes como Alice et Martin de Juliette Binoche ou Amélie, de Jean-Pierre Jeunet. 

Continuando a utlizar o piano como instrumento de eleição na condução do processo de construção do arquétipo sonoro das canções, algo que já sucedeu com EUSA de um modo mais minimal, All leva-nos de modo submersivo e particularmente realista para um universo feito de cândura e beleza, mas também de alguma angústia e temor, idealizado por um músico que tocou também quase todos os outros instrumentos que se escutam e que soube como os relacionar com os tais sons de ambiente que captou. Em Tempelhof, a lindíssima melodia tocada ao piano e o modo como nela encaixam vozes de crianças, captadas num setor do aeroporto de Berlim onde hoje funciona um dos maiores centros de refugiados da Europa, é um excelente exemplo desse modus operandi que se repete, logo depois, em Koad e, no ocaso de All, em Beure Kentañ, com sons de aves, mas também nos sinos de Bloavezhioù ou, em Pell, com frequências de rádio, detalhes que fazem com que estas composições de All tenham calibre para serem apreciadas e devidamente absorvidas, numa óptica eminentemente reflexiva, mas também como veículos promotores da diferença e da ação, ou seja, são canções capazes de nos fazer ganhar coragem para agir um pouco mais relativamente à dor que nos rodeia.

O momento mais belo de All acaba por estar em Heol, uma canção onde as letras sussurradas em bretão contam uma parábola sobre um castelo trancado e indicam a chave dourada que a abre e que todos guardamos dentro de nós. O caminho para ela vai-nos sendo revelado em cada novo som, sejam cordas violentas ou soturnas, mas também fanfarras de metais e diversos elementos percurssivos estonteantes, numa canção em que progressivamente Tiersen constrói a tal tensão e nos faz subir, sem apelo nem agravo, em direção a um pico envolto em luz. Positivamente edificante e com uma conectividade com o ouvinte irrepreensível, Heol é, pois, o âmago de um disco profundamente humano e sensorial, assente numa indulgência que nos transporta para um mundo que também tem muito de solene e de espiritual, nessa conetivdade que estabelece com cada um de nós. Espero que aprecies a sugestão...

Yann Tiersen - All

01. Tempelhof
02. Koad (Feat. Anna Von Hausswolff)
03. Erc’h (Feat. Olavur Jakupsson)
04. Usal Road
05. Pell
06. Bloavezhioù
07. Heol
08. Gwennilied (Feat. Denez)
09. Aon
10. Prad
11. Beure Kentañ

 

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publicado por stipe07 às 21:06

Baxter Dury, Étienne De Crécy And Delilah Holliday – B.E.D.

Sexta-feira, 04.01.19

B.E.D. são nada mais nada menos do que as iniciais dos autores de um dos discos mais curiosos do cenário alternativo eminentemente pop do final do ano de dois mil e dezoito. Nesse B.E.D., o produtor francês Étienne de Crécy deu as mãos a Baxter Dury e a Delilah Holliday para incubar um conciso registo de nove composições que nascidas do génio interpretativo de três músicos que não coincidem, individualmente, no espetro sonoro que baliza a carreira de cada um, mas que juntos conseguiram criar um alinhamento coeso, dinâmico e com uma fronteira bem delimitada.

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B.E.D. é um álbum de canções com um espírito moderno, envolvidas por um manto sonoro de charme sedutor e apelativo que agrega alguns dos detalhes fundamentais da eletrónica francesa contemporânea, que nomes como os Air ou os Daft Punk, contemporâneos de Étienne, têm sabido preservar e potenciar exemplarmente, com a melhor herança do pós punk britânico, que é aqui defendida com unhas e dentes, no baixo de Tais Toi e de White Coats, por exemplo, por Baxter Dury, filho do mítico Ian Dury, um dos nomes ímpares da cultura pop britânica da segunda metade do século passado.

As tais diferenças estilísticas que marcam cada um dos intervenientes neste registo acabam por sobressair no modo como a voz, o sintetizador e a orgânica das cordas e de alguns elementos percurssivos conjuram entre si para arquiteturar canções em que quase não se nota a predominância de um destes três elementos. Os três temas já referidos e que serviram para exemplificar a importância do baixo na costura do ritmo são bons exemplos desta simbiose feliz, mas a toada mais groove de Only My Honest Matters ou, num registo mais clássico e chill, na contemplativa But I Think, cantada por Delilah, é igualmente possível apreciar este jogo de cintura constante, com tremenda fluidez e incomparável bom gosto.

Exemplarmente produzido e passível de ser apreciado de um só travo, tal é a sua homogeneidade, fluidez e modernidade, que um certo travo vintage não coloca em causa, B.E.D. terá o objetivo primordial de fazer o ouvinte dançar mas também o colocar a refletir sobre vários aspetos da vida contemporânea, inclusive alguns de cariz eminentemente político. Espero que aprecies a sugestão...

Baxter Dury, Étienne De Crécy And Delilah Holliday - B.E.D

01. Tais Toi
02. Walk Away
03. How Do You Make Me Feel
04. Fly Away
05. White Coats
06. Only My Honesty Matters
07. Centipedes
08. But I Think
09. Eurostars

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publicado por stipe07 às 17:54

Cœur De Pirate – En Cas De Tempête, Ce Jardin Sera Fermé.

Quarta-feira, 27.06.18

Conhecida pela sua escrita impressiva, quase sempre na primeira pessoa e pela arrebatadora sinceridade e doce luminosidade da sua música, a canadiana Béatrice Martin comemora em 2018 dez anos de carreira à frente do seu projeto Cœur De Pirate e fá-lo com a edição de um álbum intitulado En Cas De Tempête, Ce Jardin Sera Fermé. Esse novo registo de originais desta lindíssima artista oriunda do Quebeque canadiano chegou aos escaparates já no início deste mês através da Dare To Care Records e não é necessário ser um génio na língua francesa para se entender toda a teia emocional destas dez canções que, até no próprio duplo sentido do título do disco, num misto de cautela e turbulência, explícita toda a teia sentimental que descreve a pessoalidade de uma mulher madura, mas também tremendamente humana e já bastante vivida.

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Gravado maioritariamente em Paris e produzido por Cristian Salvati, En Cas De Tempête, Ce Jardin Sera Fermé é uma deliciosa narrativa sobre o poder do amor, o modo como essa força se ajusta aos diferentes ritmos e vivências de uma relação e como a desregulação desse sentimento pode provocar, no seio da mesma, situações menos felizes e saudáveis que, em última instância, podem colocar em causa a senilidade dos intervenientes.

Escuta-se Somnambule, um dos momentos altos do registo que também teve forte influência da obra ficcional do escritor René Barjavel e percebe-se claramente toda esta trama acima descrita, numa canção que foi composta num estágio superior de sapiência, um estado de alma que permitiu à autora utilizar o seu habitual espírito acústico e orgânico ao piano para se colocar também à boleia de arranjos de cordas tensos, dramáticos e melódicos e contar-nos assim mais uma história que a materializa na forma de uma conselheira espiritual sincera e firme e que tem a ousadia de nos querer guiar pelo melhor caminho, neste caso do tal amor, sem mostrar um superior pretensiosismo ou tiques desnecessários de superioridade. Depois, na pop efervescente de Prémonition, na luminosidade e no positivismo feliz de Amour D'un Soir e nos belíssimos arranjos que divagam por De Honte Et De Pardon, percebemos o modo como este disco acabou por funcionar como um bem sucedido escape emocional para alguém que incubou este alinhamento num momento complicado da sua vida pessoal, de exaustão e de necessidade de isolamento, mas que, talvez inconscientemente, acabou por dar vida a um dos discos mais pessoais e intimistas do ano. Espero que aprecies a sugestão...

Cœur De Pirate - En Cas De Tempête, Ce Jardin Sera Fermé.

01. Somnambule
02. Prémonition
03. Je Veux Rentrer
04. Dans Les Bras De L’autre
05. Combustible
06. Dans La Nuit (Feat. Loud)
07. Amour D’un Soir
08. Carte Blanche
09. Malade
10. De Honte Et De Pardon

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publicado por stipe07 às 21:08

Cœur De Pirate – Somnambule

Terça-feira, 17.04.18

Cœur De Pirate - Somnambule

Conhecida pela sua escrita impressiva, quase sempre na primeira pessoa e pela arrebatadora sinceridade e doce luminosidade da sua música, a canadiana Béatrice Martin comemora em 2018 dez anos de carreira à frente do seu projeto Cœur De Pirate e fá-lo com a edição de um álbum intitulado En cas de tempête, ce jardin sera fermé. Esse novo registo de originais desta lindíssima artista oriunda do quebeque canadiano chega aos escaparates já nesta primavera e Somnambule é o primeiro tema divulgado do seu alinhamento.

Escuta-se Somnambule e percebe-se que esta é uma daquelas canções composta num estágio superior de sapiência que permite à autora utilizar o seu habitual espírito acústico e orgânico ao piano para se colocar também à boleia de arranjos de cordas tensos, dramáticos e melódicos e contar-nos assim mais uma história que a materializa na forma de uma conselheira espiritual sincera e firme e que tem a ousadia de nos querer guiar pelo melhor caminho, neste caso do amor, sem mostrar um superior pretensiosismo ou tiques desnecessários de superioridade. Para acompanhar o lançamento deste singleCœur De Pirate gravou uma versão ao vivo em França na igreja Saint-Jean-Baptiste, em Neuilly-sur-Seine. Confere...

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publicado por stipe07 às 18:28

Dub Inc - So What

Quinta-feira, 01.12.16

Saint-Étienne é o poiso natural dos Dub Inc, um coletivo formado por Hakim Meridja Bouchkour, Aurélien Zohou Komlan, Jérémie Gregeois, Grégory Mavridorakis Zigo, Frédéric Peyron, Idir Derdiche, Moritz Von Korff e Benjamin Jouve e um dos nomes fundamentais do cenário reggae europeu. A banda já lançou seis álbuns de estúdio. Os três primeiros, Diversité (2003), Dans le décor (2005) e Afrikya (2008), ainda com o nome Dub Incorporation. Os seguintes álbuns, Hors contrôle (2010), Paraíso (2013) e o último, So What (2016), já foram creditados com o nome Dub Inc.

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Foi a vinte e três de setembro que chegou aos escaparates esse So What, o muito aguardado novo álbum deste coletivo francês e nas suas catorze canções assiste-se a um verdadeiro festim de world music, que tendo o reggae como eixo principal, também pisca o olho a outros estilos sonoros, transversais ao rock e à pop. Tiken Jah Fakoly, David Hinds ou Tarrus Riley são influências declaradas do coletivo e as suas atuações ao vivo já lendárias, verdadeiros festins de reggae e world music com uma inergia inesgotável e contagiante. É uma miscelânea de estilos, que dão vida a letras escritas em inglês, kabil e francês e que nos oferecem mensagens positivas, alegres e festivas, como é apanágio deste tipo de som e que, como o press release do lançamento tão bem narra, é inspirado por uma verdadeira ética humana. 

Triste Époque foi a primeira música divulgada do trabalho, uma composição vibrante, intensa e que juntando ao reggae teclados sintetizados e algumas linhas de guitarra, atesta a miscelânea estilística e sonora de uns Dub Inc que se projetam musicalmente, mas composições do calibre da sensual Evil, tema que se espraia por uma deliciosa batida afro e Love Is The Meaning, canção capaz de fazer dançar qualquer resistente, merecem também dedicada audição num regresso fraterno e feliz do nome talvez maior do reggae europeu atual. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:05






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