man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
The KVB – Black Is Black (Los Bravos cover)
Os londrinos The KVB construiram na última década um firme reputação que permite afirmar, com toda a segurança, que são, atualmente, uma das melhores bandas a apostar na herança do krautrock e do garage rock, aliados com o pós punk britânico dos anos oitenta. Formados pela dupla Nicholas Wood e Kat Day, os The KVB deram nas vistas em dois mil e dezoito com o registo Only Now Forever, criaram semelhante impacto no ano seguinte com o EP Submersion e no verão de dois mil e vinte e três enriqueceram ainda mais o seu catálogo à custa de Artefacts (Reimaginings From The Original Psychedelic Era), um disco que teve a chancela da Cleopatra Records, uma etiqueta independente sedeada em Los Angeles.
Agora, quase no início da primavera de dois mil e vinte e cinco, os The KVB regressam ao nosso radar devido a uma cover que criaram para Black Is Black, um original com mais de meio século de vida, assinado pela banda espanhola Los Bravos que, curiosamente, era encabeçada por um cantor alemão chamado Michael Kogel.
A nova roupagem que os The KVB criaram para esta canção, que foi o primeiro grande sucesso internacional alternativo espanhol, contém, obviamente, um perfil sonoro mais contemporâneo, mas igualmente imponente e enleante, com o fuzz das guitarras e algumas sintetizações abrasivas a serem o grande atributo de uma cover que, como seria de esperar, espreita perigosamente, e ainda bem, uma sonoridade muito próxima da pura psicadelia. Confere...
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shego - ¡Viva! (Los Punsetes cover)
As muchachas shego, lideradas por Ariadna Paniagua, acabam de chegar ao nosso radar à boleia de uma cover que assinam com mestria para ¡Viva!, a canção que abria o disco com o mesmo nome que os conterrâneos Los Punsetes lançaram em dois mil e dezassete.
Esta versão das shego, ainda mais suja e ríspida do que o original, é uma forma que o quarteto exclusivamente feminino encontrou de homenagear os vinte anos de carreira do projeto formado por Manuel Sánchez, Ariadna Paniagua, Chema González, Jorge García e Gonzalo Prada. Os Los Punsetes também têm origens na capital espanhola, formaram-se em dois mil e quatro e o nome do grupo é uma homenagem ao falecido político, comunicador científico e apresentador de televisão Eduard Punset. Confere...
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Crystal Fighters – Manifest
O coletivo de músicos ingleses e espanhóis Crystal Fighters, que se divide entre Londres e Navarra, é atualmente formado por Sebastian Pringle, Gilbert Vierich e Graham Dickson. É um trio ao qual se juntam em digressão Eleanor Fletcher, Louise Bagan e Daniel Bingham e que se estreou há quase década e meia com o excelente registo Star Of Love. Em dois mil e dezanove chamaram a nossa atenção por causa do álbum Gaya & Friends, que sucedeu a Everything Is My Family, de dois mil e dezasseis e ao EP Hypnotic Sun, lançado também nesse ano e que continha as composições Another Level, que faz parte da banda sonora do Fifa 19, Going Harder (feat. Bomba Estereo) e All My Love.
Agora, em dois mil e vinte e três, este curioso coletivo Crystal fighters volta à nossa antena à boleia de Manifest, o primeiro tema que divulgam desde Gaya & Friends. Manifest é uma animada canção, ideal para esta época do ano, com um perfil instrumental bastante rico e contemporâneo e que, dentro de um registo muito peculiar que cruza pop com eletrónica, impressiona pelo modo como a percurssão, as cordas e os teclados exalam uma enorme energia, bastante dançável e muito agradável de ouvir, com um resultado final que aguça a curiosidade relativamente ao restante conteúdo de um disco que a banda já prometeu ainda para este ano e do qual este tema Manifest fará certamente parte. Confere...
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The Boys With The Perpetual Nervousness – The Third Wave Of…
The Boys With The Perpetual Nervousness (TBWTPN) é um curioso projeto formado pela dupla Gonzalo Marcos, um músico espanhol natural de Madrid e membro dos míticos El Palacio de Linares e Andrew Taylor, um escocês oriundo de Edimburgo e membro dos também muito recomendáveis Dropkick. Acabam de regressar aos discos com um alinhamento de dez canções intitulado The Third Wave Of..., que sucede aos aclamados registos Dead Calm, de dois mil e dezanove, o trabalho de estreia e Songs From Another Life, lançado o ano passado.
The Third Wave Of... é um caminho seguro, retílineo e consistente rumo aquele indie rock que provoca instantaneamente sorrisos de orelha a orelha, independentemente do estado de espírito inicial. É um disco cheio de canções leves, melodicamente sagazes e, se forem analisadas tendo em conta o seu catálogo inflenciador, são imperiosas no modo como desbravam caminho até uma mescla contundente entre os primórdios da surf pop e o melhor rock oitocentista. As cordas estridentes de As The Day Begins e o vigor das distorções em Look Back, dão-nos logo esta impressão firme relativamente às preferências sonoras desta dupla, que não receia até olhar, em Isolation, para a folk e em In The Right para o garage e, em ambos os casos, com uma indisfarcável gula.
Até ao ocaso de The Third Wave Of... os The Boys With The Perpetual Nervousness mantêm-se firmes e disponíveis na empreitada que resolveram levar a cabo com um alinhamento sempre intenso, poético e cheio de alma, que exala uma leveza pop intimista e um sedutor entusiasmo lírico. Este é um daqueles discos que mantém sempre uma atmosfera amável, que deslumbra pelo jogo charmoso que se estabelece entre cordas e a percussão e, mesmo no meio de algum fuzz constante, impressiona, inclusive no modo como nos oferece camadas sofisticadas de arranjos criativos e bonitos, obedecendo à melhor herança estilística de nomes tão proeminentes como os The Byrds, Teenage Fanclub ou os The Feelies. Confere...
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Josh Rouse – Going Places
Natural de Nashville, no Nebraska, Josh Rouse, um dos meus intérpretes preferidos a solo, está de regresso aos discos, por estes dias, com Going Places, um alinhamento de dez canções que viu a luz do dia com o selo da insuspeita Yep Roc Records.
Going Places foi incubado num estúdio caseiro através de um modus operandi particularmente curioso já que o músico compôs os temas do disco nos dois anos transactos, no nosso país vizinho, Espanha. Fê-lo movido pela vontade do músico em ter um conjunto de novas músicas para tocar num pequeno bar gerido por alguns dos seus companheiros de banda espanhóis, com o resultado final a ser um alinhamento particularmente luminoso, animado e repleto de groove.
Os elementos percussivos que alimentam Apple Of My Eye têm, desde logo, esta marca indistinta de uma sonoridade que a nós, ibéricos, é bastante familiar e que os sopros apimentam com elevado fulgor. Depois, se o charme inconfundível da folk que abastece City Dog, oferece ao disco muito do melhor adn da carreira de Josh Rouse, impressão reforçada por Hollow Moon, uma canção muito luminosa e primaveril, encharcada em cor e optimismo, conduzida por uma viola plena de luz, adornada por deslumbrantes arranjos e um registo percussivo magnífico, tudo rematado por alguns tiques típicos da folk sulista norte americana, e se Henry Miller's Flat e Waiting On The Blue carimbam aquela vertente mais saudosista, com aquele ímpar sentimentalismo que sempre andou de braço dado com o músico, composições como The Lonely Postman, um tema que faz dançar mesmo que não se queira e a mais boémia Stick Around, elevam a um patamar de excelência um álbum intenso, sofisticado e sedutor, perfeito para ser escutado com a devida cerimónia e a disponível parcimónia nestes dias quentes e que se espraiam com aquela lentidão que todos certamente apreciamos.
Going Places oferece um ambiente sonoro indistinto ao já riquíssimo catálogo de Josh Rouse e reforça, com subtileza e contemporaneidade, aqueles que são alguns pilares identitários essenciais de um músico que parece ser capaz de entrar pela nossa porta com uma garrafa numa mão e um naco de presunto na outra e o maior sorriso no meio, como se ele fosse já da casa, já que consegue sempre revelar-se, nas suas canções, como um grande parceiro, confidente e verdadeiro amigo, um daqueles que não complicam e com o qual se pode sempre contar. Josh Rouse é único e tem um estilo inconfundível no modo como dá a primazia às cordas, sem se envergonhar de colocar a sua belíssima voz também na primeira linha dos principais fatores que ainda tornam a sua música tão tocante e inspiradora. Espero que aprecies a sugestão...
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The Boys With The Perpetual Nervousness – Look Back
The Boys With The Perpetual Nervousness (TBWTPN) é um curioso projeto formado pela dupla Gonzalo Marcos, um músico espanhol natural de Madrid e membro dos míticos El Palacio de Linares e Andrew Taylor, um escocês oriundo de Edimburgo e membro dos também muito recomendáveis Dropkick. Preparam-se para regressar aos discos com um alinhamento de dez canções intitulado The Third Wave Of..., que irá ver a luz do dia a seis de julho próximo e que sucede aos aclamados registos Dead Calm, de dois mil e dezanove, o trabalho de estreia e Songs From Another Life, lançado o ano passado.
Look Back é o mais recente single divulgado de The Third Wave Of..., uma luminosa composição, intensa, poética e cheia de alma, que exala uma leveza pop intimista e um sedutor entusiasmo lírico. O tema contém uma atmosfera amável, que deslumbra pelo jogo charmoso que se estabelece entre cordas e a percussão e, mesmo no meio de algum fuzz constante, Look Back impressiona, inclusive no modo como nos oferece camadas sofisticadas de arranjos criativos e bonitos, obedecendo à melhor herança estilística de nomes tão proeminentes como os The Byrds, Teenage Fanclub ou os The Feelies. Confere...
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Josh Rouse – The Holiday Sounds Of Josh Rouse
O músico, cantor e compositor Josh Rouse já tem um disco de natal, um trabalho intitulado The Holiday Sounds Of Josh Rouse que compila nove canções que fazem recordar a este músico natural de Nashville, mas há alguns anos radicado no sul de Espanha, momentos felizes da sua infância e de férias de natal passadas fora de casa. A receita é a habitual neste músico; uma enorme sensibilidade melódica assente em esplendorosas cordas e nos arranjos típicos da folk sulista norte americana, que dão as mãos para a criação do habitual ambiente emotivo e honesto que carateriza a música e os discos deste cantautor que nunca perdeu o espírito nostálgico e sentimental que carateriza a sua escrita e composição.
Assim, apesar de datado e de ter uma especificidade natalícia vincada, The Holiday Sounds Of Josh Rouse não coloca em causa aqueles que são alguns pilares identitários essenciais de um músico que parece ser capaz de entrar pela nossa porta com uma garrafa numa mão e um naco de presunto na outra e o maior sorriso no meio, como se ele fosse já da casa, já que consegue sempre revelar-se, também nestas canções, como um grande parceiro, confidente e verdadeiro amigo, um daqueles que não complicam e com o qual se pode sempre contar. Josh Rouse é único e tem um estilo inconfundível no modo como dá a primazia às cordas, sem descurar o brilho dos restantes protagonistas sonoros e, principalmente, sem se envergonhar de colocar a sua belíssima voz na primeira linha dos principais fatores que ainda tornam a sua música tão tocante e inspiradora. Espero que aprecies a sugestão...
01. Mediterranean X-mas
02. Red Suit
03. New York Holiday
04. Easy Man
05. Sleigh Brother Bill
06. Lights Of Town
07. Letters In The Mailbox
08. Heartbreak Holiday
09. Christmas Songs
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Crystal Fighters – Wild Ones
O coletivo de músicos ingleses e espanhóis Crystal Fighters, que se divide entre Londres e Navarra e é atualmente formado por Sebastian Pringle, Gilbert Vierich e Graham Dickson, trio ao qual se juntam em digressão Eleanor Fletcher, Louise Bagan e Daniel Bingham, estreou-se há quase uma década com o excelente registo Star Of Love e vai regressar este ano aos discos. Essa nova adição ao catálogo dos Crystal Fighters chama-se Gaya & Friends, verá a luz do dia a um de março através da Warner Bros. e sucede a Everything Is My Family (2016) e ao EP Hypnotic Sun, lançado no passado mês de novembro e que continha as composições Another Level, que faz parte da banda sonora do Fifa 19, Going Harder (feat. Bomba Estereo) e All My Love.
Do alinhamento de Gaya & Friends já foi retirado o single Wild Ones, uma canção que dentro de um registo muito peculiar que cruza pop com eletrónica, contém uma vincada contemporaneidade. Quer a percurssão, quer as cordas e os teclados exalam uma enorme energia, bastante dançável e muito agradável de ouvir, com um resultado final que aguça a curiosidade relativamente ao restante conteúdo de Gaya & Friends. Confere...
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Josh Rouse – Love In The Modern Age
Natural de Nashville, no Nebraska, Josh Rouse, um dos meus intérpretes preferidos a solo, está de regresso com Love In The Modern Age, disco lançado por intermédio da Yep Roc Records e já o décimo segundo da carreira de um dos músicos e compositores mais aclamados das últimas duas décadas. O álbum é mais um passo consistente no percurso de um artista que foi habituando os seus seguidores e críticos a algumas inflexões, passando pela folk mais intimista de início da carreira, a um período mais solarengo, fruto da sua mudança para o sul de Espanha, no início do século, depois de se ter casado com Paz Suay e agora olhando com uma certa gula, que de certo modo já se adivinhava num músico que se foi revelando sempre atento às novas tendências, para aquela pop mais sintética que fez escola nos anos oitenta.
Love In The Modern Age representa, talvez, o disco de maior ruptura com um trabalho antecessor na carreira de Rouse, neste caso o bem sucedido The Embers Of Time (2015), um álbum que tinha sido gravado entre o seu estúdio em Valência e Nashville e que sustentava-se no esplendor das cordas e nos arranjos típicos da folk sulista norte americana, que davam as mãos para a criação do habitual ambiente emotivo e honesto que carateriza a música e os discos deste cantautor que nunca perdeu o espírito nostálgico e sentimental que carateriza a sua escrita e composição. Ora, se agora, três anos depois, em Love In The Modern Age esta última caraterística mantém-se intacta, a abordagem sonora acaba por ser um pouco diferente, como se percebe logo em Salton Sea, na linha do baixo, na batida, nos arranjos sofisticados, fornecidos por um teclado de forte cariz oitocentista e no efeito vocal. Mesmo qu,e logo depois, em Ordinary People, Ordinary Lives, pareça que Josh vai fazer marcha atrás e regressar ao som que o tipifica, logo nos saxofones, na segunda voz feminina e no ambiente luminoso e polido do tema homónimo percebe-se que há realmente um propósito claro de criar um alinhamento mais sofisticado, uma impressão que se torna ainda mais inquestionável nas teclas da fleetwoodiana Businessman, canção que conta com a participação especial vocal de Wendy Smith dos Prefab Sprout. Pouco depois, em Tropic Moon, Rouse faz certamente referência (sleeping under stars) a um dos seus primeiros discos, Under Cold Blue Stars e num outro verso do mesmo tema, quando refere estar right where he wants to be ninguém duvida dessa sua certeza. O grande momento do disco acaba por estar guardado para Hugs and Kisses, uma lindíssima balada onde torna-se impossível não olhar para o nosso íntimo e não sentirmos inspiração suficiente para enfrentarmos de frente alguns dos nossos maiores dilemas enquanto descobrimos na composição a solução para certas encruzilhadas, uma resposta que estava mesmo ali, dentro do nosso peito, à espera desta canção para se revelar em todo o seu esplendor.
A mudança de direção que Josh Rouse operou nestas nove canções de Love In The Modern Age foi, quanto a mim, bem sucedida, já que se nos oferece um ambiente sonoro distinto no seu catálogo, o mesmo não coloca em causa aqueles que são alguns pilares identitários essenciais de um músico que parece ser capaz de entrar pela nossa porta com uma garrafa numa mão e um naco de presunto na outra e o maior sorriso no meio, como se ele fosse já da casa, já que consegue sempre revelar-se, nas suas canções, como um grande parceiro, confidente e verdadeiro amigo, um daqueles que não complicam e com o qual se pode sempre contar. Josh Rouse é único e tem um estilo inconfundível no modo como dá a primazia às cordas, seja qual for o instrumento de que elas se servem e agora também às teclas, sem descurar o brilho dos restantes protagonistas sonoros e, principalmente, sem se envergonhar de colocar a sua belíssima voz na primeira linha dos principais fatores que ainda tornam a sua música tão tocante e inspiradora. Espero que aprecies a sugestão...
01. Salton Sea
02. Ordinary People, Ordinary Lives
03. Love In The Modern Age
04. Businessman
05. Women And The Wind
06. Tropic Moon
07. I’m Your Man
08. Hugs And Kisses
09. There Was A Time
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Ivy Moon - Prelude EP
Nascidos há dois anos em Santiago de Compostela, os Ivy Moon são um quarteto formado por Elba Souto, Inés Mirás, Pablo González e Alberto Rama e têm já um intenso percurso sonoro, apesar da curta existência. Estrearam-se logo no Brincadeira Festival (2014) e desde o seu nascimento percorreram já algumas das mais emblemáticas salas de espetáculos da Galiza; O La Fábrica de Chocolate (Vigo), Sala Garufa (Coruña), Sala Son, Sala Super 8, Sala Moon, Sala Sónar..., tendo também atuado em outros locais do país natal. Os Ivy Moon já têm dois EPs no seu cardápio, sendo o mais recente Prelude, cinco canções que olham para o indie rock alternativo de frente, com um leque alargado de influências que do grunge ao experimentalismo psicadélico, colocam sempre as guitarras na linha da frente da condução melódica, que não dispensa um charmoso pendor lo fi.
Os acordes iniciais de Buried By Ignorance são perfeitos para percebermos o que nos espera nos próximos cerca de quarenta minutos. Aguarda-nos belíssimas letras entrelaçadas com deliciosos acordes e melodias minusiosamente construídas com diversas camadas de instrumentos. Os Ivy Moon deixaram as guitarras, o baixo e a bateria seguirem a sua dinâmica natural e em Hallocinogetic assumem mesmo uma faceta algo punk, esculpida com cordas ligas à eletricidade, que fazem desta canção um intenso e frenético instante sonoro, também bastante festivo.
Estes Ivy Moon transpiram uma exibição consciente de sapiência melódica, conseguindo nas cinco canções diversificar estilos, sem descurar o tronco comum que as une. Curls, por exemplo, seduz pelo dedilhar inicial da guitarra e surpreende, logo depois, pela distorção robusta, acompanhada de uma bateria que cresce e que amplia a emotividade do tema, para, logo depois, o clima mais cru e hipnótico de Addicted, nos oferecer, num imenso arsenal de arranjos e detalhes, um agregado sonoro rico em alguns dos melhores detalhes do rock alternativo de final do século passado.
Os Ivy Moon sabem a fórmula exata para temporizar, adicionar e remover pequenos sons e, como se as canções fossem um puzzle, construir, a partir de uma aparente amálgama de vários sons, uma peça sonora sólida, feita de cinco canções que são um evidente marco de libertação e de experimentação onde não terá havido apenas um anseio por cumprir um caderno de encargos alheio. Espero que aprecies a sugestão...