man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
The Horrors - Lout
Os The Horrors de Faris Badwan, Joshua Hayward, Tom Cowan, Rhys Webb e Joseph Spurgeon, preparam-se para lançar às feras o sexto tomo de uma discografia ímpar, idealizada por um quinteto de rapazes com o típico ar punk de há quarenta anos atrás, mas que têm mostrado que não pretendem apenas ser mais uma banda propagadora do garage rock ou do pós-punk britânico dos anos oitenta, mas donos de uma sonoridade própria e de um som adulto, jovial e tremendamente inovador, que, pelos vistos, se prepara para virar agulhas para o rock mais industrial.
Tal suposição baseia-se no conteúdo do single que dá nome ao novo álbum dos The Horrors e que será, talvez, o disco mais arriscado e eclético da carreira do projeto natural de Southend-on-Sea. Falo de Lout, uma vigorosa composição sobre a relação entre a escolha e o acaso, a tomada compulsiva de riscos e o empurrar da sorte, conforme referiu recentemente Faris Badwan e que, da viscerilidade e do fuzz agreste das guitarras, à aspereza da bateria e dos arranjos, nos oferece um rock duro, corrosivo e denso. Sobre a canção, Tom Furse, o teclista, acrescentou que parece um regresso a um som mais pesado mas está a um milhão de milhas de distância de qualquer coisa que a banda tenha feito antes. Confere...
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Steven Wilson - The Future Bites
Também conhecido pela sua contribuição ímpar nos projetos Porcupine Tree e Storm Corrosion, Steven Wilson tem já uma profícua carreira a solo, que viu recentemente um novo capítulo, com o registo The Future Bites. Sexto trabalho do catálogo de Steven Wilson, gravado em Londres e resultado de uma parceria entre Wilson e David Kosten, The Future Bites sucede ao aclamado álbum To The Bone, trabalho que há três anos comprovou que este é um dos músicos que na atualidade melhor mistura rock progressivo e eletrónica, fazendo-o sempre com grandiosidade e elevado nível qualitativo. Aliás, bastava escutar Hand. Cannot. Erase.,(2015) ou a obra-prima The Raven That Refused To Sing (And Other Stories) (2013), para se perceber como Steven Wilson é exímio nessa mescla e como convive confortavelmente com o esplendor e a grandiosidade, não tendo receio de arriscar, geralmente com enorme dinâmica e com uma evidente preocupação pela limpidez sonora.
The Future Bites é, de acordo com o próprio Wilson um portal online para um mundo de elevado conceito de design construído especificamente para consumidores ultra-modernos. Nos seus pouco mais de quarenta minutos, somos constantemente bombardeados por uma ímpar riqueza melódica e por uma assertiva conexão entre belas paisagens acústicas e instantes de fulgor progressivo, como se percebe logo na parelha UNSELF e SELF. Depois, a sagacidade orgânica que molda o falso minimalismo a que sabe King Ghost e o inconfundível timbre metálico aconchegante e o vigoroso ritmo de12 Things I Forgot, que nos remetem para a melhor herança daquele rock oitocentista mais nostálgico e efusiante, são outras composições a reter atentamente, juntamente com o orgasmo contemplativo de Man On The People, o efusiante krautrock que encharca Follower e a cuidadosa e bem planeada incursão ao R&B em Eminent Sleeze.
The Future Bites é, em suma, um disco extremamente sensorial e que está carregado com uma densidade e ao mesmo tempo leveza sonora, difíceis de descrever, graças não só a guitarras e elementos percurssivos debitados com uma contemporaneidade bastante vincada, mas também devido a teclados atmosféricos e ao glamour inigualável da voz nasalada bastante sedutora e intrigante deste gentleman do indie rock britânico. Espero que aprecies a sugestão...
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The Coral – Faceless Angel
Cerca de dois anos e meio depois do excelente registo Move Through The Dawn, os britânicos The Coral de James Skelly, Ian Skelly, Nick Power, Lee Southall e Paul Duffy estão de regresso aos discos com Coral Island, um trabalho que chegará aos escaparates em abril e que, pelos vistos, será um duplo álbum, o primeiro da banda nesse formato e o décimo, já agora, do seu catálogo.
Coral Island virá acompanhado de um livro de ilustrações da autoria do teclista dos The Coral, Nick Power e tem muito do seu ideário conceptual inspirado no disco Tranquility Base Hotel + Casino, que os Arctic Monkeys lançaram há quase meia década, já que também pretende recriar um local alternativo concreto, neste caso a Coral Island. Faceless Angel é o mais recente single editado de Coral Island, uma composição já com direito a um vídeo realizado por Edwin Burdis, que criou o filme de Four Out Of Five, um dos momentos maiores do tal Tranquility Base Hotel + Casino dos Arctic Monkeys. É uma canção em que um baixo omnipresente conduz a recriação de um clima soturno e algo misterioso, mas vibrante. Confere...
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Dignan Porch – Pictures
Oriundos de Londres, os britânicos Dignan Porch de Joseph Walsh e Sam Walsh estão de regresso com Pictures, composição que estilisticamente não tem grandes segredos, mas esse acaba por ser um dos maiores elogios que se pode fazer a um tema que aposta numa sonoridade indie rock, próxima de uma pop ligeira e nostálgica e que, com um travo psicadélico ímpar, foi também objeto de um irrepreensível trabalho de produção cuidado e apurado.
De facto, o rock alternativo dos anos noventa é uma das grandes bitolas que orientam o som dos Dignan Porch, mas uma apimentada lisergia setentista, bem patente no modo como as cordas são eletrificadas e nos efeitos, quase sempre em eco, na voz, são recursos técnicos indispensáveis nesta canção cheia de personalidade e onde todo o cardápio instrumental se interliga numa sequência que flui naturalmente.
Aparentemente sem grandes pretensões mas, na verdade, de forma claramente calculada, Pictures volta a colocar os holofotes sobre estes Dignan Porch já mestres a recriar um som ligeiro, agradável e divertido, simples, mas verdadeiramente capaz de nos empolgar, tendo o louvável intuíto de nos fazer regressar ao passado. Confere...
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Lonely Tourist – Remuneration (Solo)
Natural de Bristol, Paul Terney encabeça o projeto Lonely Tourist, que impressionou a crítica inglesa em fevereiro de dois mil e dezoito com Remuneration, o seu quarto disco, um compêndio de indie folk absolutamente ímpar. Pouco mais de um ano depois, no verão de dois mil e dezanove, Lonely Tourist voltou à carga com a edição de Last Night At Tony's, um dos melhores discos ao vivo que a folk britânica viu chegar ao seu catálogo em dois mil e dezanove.
No verão passado, quase um ano depois desse delicioso alinhamento, Paul Terney deu sinais de vida com um novo tema intitulado Tom And The Library, e agora chegou a vez do músico olhar de novo para o alinhamento de Remuneration e induzir-lhe uma roupagem mais acústica e minimalista, mas igualmente emotiva, servindo-se apenas da viola e da voz para nos oferecer um exuberante e luminoso alinhamento, assente em cordas vibrantes, repletas de vivacidade e ritmo, aspetos que conferem à nova roupagem do disco, juntamente com a notável performance declamativa vocal de Paul, um inconfundível charme, tipicamente british. Confere...
01. Frank The Barber
02. Last Day At Tony’s
03. Luxury Coach
04. Highland Dress and Menswear
05. Father Tierney Has His Doubts
06. Sometimes I Can’t Even Say Hello
07. White Beard Kings
08. Wherever You Stand, You’re In The Way
09. Ho-Hum Silver Lining
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The Vaccines – No One Knows
Produzido por Ross Orton, Combat Sports foi o álbum que os britânicos The Vaccines de Justin Young, Freddie Cowan, Pete Robertson e Árni Árnason, editaram na primavera de dois mil e dezoito, o quarto registo de originais da carreira deste projeto que se estreou há uma década com o aclamado What Did You Expect from The Vaccines? e que desde então tem pautado o seu percurso discográfico pela consolidação de uma estética sonora que, numa esfera indie rock, nunca deixou de olhar quer para alguns detalhes do punk, como para certos tiques e arranjos que sobrevivem à sombra da eletrónica.
Cerca de meio ano depois de colocarem nos escaparates Combat Sports, os The Vaccines divulgaram um novo single intitulado All My Friends Are Falling In Love, uma exuberante canção assente em cordas inspiradas e com uma luminosidade radiofónica ímpar e que não teve como consequência, infelizmente, o anúncio de um novo álbum do projeto.
Agora, no início de dois mil e onze, e ainda sem novidades quanto a um novo disco, os The Vaccines acabam de divulgar uma estrondosa versão de No One Knows, um original dos Queens of the Stone Age, incluído no álbum Songs For The Deaf, datado de dois mil e dois e que contou com a participação de Dave Grohl na bateria. De acordo com uma publicação da banda no seu Instagram, esta versão foi gravada em cinco quartos diferentes, sendo o primeiro single de um EP só de covers intitulado Cosy Karaoke, Vol.1, ainda sem data de lançamento anunciada. Confere...
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Tindersticks – Man Alone (Can’t Stop The Fadin’)
Os Tindersticks de Stuart Staples e David Boulter estão finalmente de regresso aos discos com Distractions, um alinhamento de sete canções que irá ver a luz do dia a dezanove de fevereiro próximo à boleia da City Slang Records e do qual acaba de ser retirado o single Man Alone (Can’t Stop The Fadin’), o tema que abre o alinhamento do disco, fazendo-o em grande estilo, já depois de ter sido dado a conhecer You’ll Have To Scream Louder, uma versão bastante solarenga e jazzística de um original dos Television Personalities.
“Man Alone (Can’t Stop The Fadin’) é a mais longa canção que a banda de Stuart Staples já gravou até hoje. É uma espetacular composição, tremendamente cinematográfica, assente num vigoroso baixo, uma batida hipnótica e variadíssimas sobreposições milimétricas de efeitos vocais, tudo apresentado com uma emotividade crescente, e um clima impregnado numa aúrea de mistério e sensualidade únicos. Confere Man Alone (Can’t Stop The Fadin’) e o alinhamento de Distractions...
Man Alone (Can’t Stop The Fadin’)
I Imagine You
A Man Needs A Maid
Lady With The Braid
You’ll Have To Scream Louder
Tue-moi
The Bough Bends
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The Wombats – Greek Tragedy (Oliver Nelson TikTok Remix)
Os ingleses The Wombats têm como disco mais recente do seu cardápio Beautiful People Will Ruin Your Life, um trabalho lançado no início de dois mil e dezoito e que sucedeu com distinção ao excelente Glitterbug de dois mil e quinze. Quarto registo da carreira desta banda de Liverpool formada por Matthew Murphy, Daniel Haggis e Tord Øverland-Knudsen, Beautiful People Will Ruin Your Life oferecia-nos canções cheias de guitarras aceleradas, inflamadas com letras divertidas, sempre com um audível elevado foco na componente mais new wave do indie rock e com elevada bitola qualitativa.
Mas é à sombra de Glitterbug que os The Wombats estão a fazer furor no início deste ano, nomeadamente com a remistura que divulgaram de Greek Tragedy, um dos momentos maiores desse álbum já com mais de meia década de existência e que está a frazer furor como banda sonora de milhares de vídeos publicados ultimamente na rede social TikTok. Da autoria de Oliver Nelson, esta sonante remistura tem uma angulosa relação próxima com a pop, concentrando-se na questão do ritmo, com os sintetizadores a oferecerem a primazia à percussão e à batida, fazendo destas duas canções belos temas para as pistas de dança, num resultado final de forte cariz eletrónico, mas bastante recomendável, principalmente no modo como essa opção maquinal se mistura com alguns dos aspetos mais relevantes do típico indie rock alternativo. Confere...
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Still Corners – White Sands
Dois anos depois do belíssimo registo Slow Air, a dupla britânica Still Corners está de regresso, novamente à boleia da Wrecking Light, com The Last Exit, o quinto álbum da carreira deste projeto formado por Greg Hughes e Tessa Murray e que sedeado há já alguns anos nos Estados Unidos tem pautado a sua carreira por calcorrear um percurso sonoro balizado por uma pop leve e sonhadora, íntima da natureza etérea e onde os sintetizadores são reis, mas também uma pop que pisca muitas vezes o olho aquele rock alternativo em que as guitarras eléctricas e acústicas marcam indubitavelmente uma forte presença.
White Sands é a mais recente composição divulgada do alinhamento deste novo trabalho dos Still Corners, uma envolvente canção que através de uma batida frenética, sintetizadores minuciosamente apetrechados com diversas camadas melódicas, um baixo pulsante e guitarras com um timbre encharcado com aquele brilho de forte lustro vintage, aponta angulosamente para ambientes dançantes, sendo também uma canção que tem em ponto de mira um indisfarçável ambiente de romantismo e sensualidade. Confere...
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David Bowie – Tryin’ To Get To Heaven & Mother
Se ainda estivesse entre nós, David Bowie, o camaleão nascido em Brixton, em 1947, teria feito setenta e quatro primaveras na última sexta-feira, dia oito de janeiro. Essa data acabou por não passar em claro porque foram reveladas nesse dia duas raras versões de originais de John Lennon e Bob Dylan, assinadas por Bowie, disponíveis fisicamente numa edição em vinil de sete polegadas, limitada a oito mil cento e quarenta e sete unidades apenas, com a chancela da Rhino Records.
O original de Lennon que Bowie revisitou foi Mother, uma canção lançada pelo ex-Beatle em mil novecentos e setenta e Tryin’ To Get To Heaven foi criada no ano seguinte por Dylan, composição que fazia parte do alinhamento de Time Out Of Mind, o álbum que o músico natural de Duluth, no Minnesota, lançou em mil novecentos e setenta e um e que ganhou um grammy nesse mesmo ano.
Com uma carreira cheia de momentos marcantes e que dificilmente serão esquecidos, estas duas versões agora lançadas à tona obedecem fielmente a um modus operandi com mais de quatro décadas no qual este músico britânico transformou histórias pessoais em canções, numa cruzada sonora intensa, próxima e subtilmente encantadora, idealizada por um intérprete exímio a entender os mais variados sentimentos e confissões humanas e que sabia, de forma bastante peculiar e única, como converter simples sentimentos em algo grandioso, épico e ainda assim delicadamente confessional. Confere...
01. Tryin’ To Get To Heaven
02. Mother