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Amen Dunes – Boys

Segunda-feira, 11.03.24

O projeto norte-americano Amen Dunes, assinado por Damon McMahon, tem finalmente novidades, um disco novo chamado Death Jokes. É um arrojado alinhamento de catorze temas, que deverá encarnar um festim de canções pop ruidosas, exemplarmente picotadas e fragmentadas e que penetrarão profundamente, apostamos, no nosso subconsciente. Death Jokes irá chegar aos escaparates em maio, com a chancela da Sub Pop Records, a nova etiqueta do músico e irá suceder ao excelente disco Freedoom, lançado em dois mil e dezoito.

Amen Dunes Shares New Song and Video “Boys”: Watch | Pitchfork

Deste Death Jokes de Amen Dunes escutámos, há cerca de um mês, o single Purple Land, uma curiosa e espetacular canção, deste projeto natural de Filadélfia, atualmente sedeado em Los Angeles, encharcada com alguns tiques do melhor rock alternativo contemporâneo e agora chega a vez de conferirmos a segunda canção extraídado disco e a sexta do alinhamento, intitulada Boys. Trata-se de um tema em que crueza e delicadeza se entrecruzam de modo quase imeprcetível, com diversos arranjos percussivos eletrónicos e samples a enlearem-se com teclas e cordas de um modo crescente, replicando alguns dos típicos traços identitários de uma espécie de folk psicadélica, com uma considerável vertente experimental associada. Confere o vídeo de Boys, assinado por Steven Brahms...

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publicado por stipe07 às 16:47

Helado Negro – PHASOR

Sexta-feira, 23.02.24

Quase três anos depois de Far In, um disco que ficou num honroso quinto lugar na listagem dos melhores álbuns de dois mil e vinte e um para a nossa redação, o projeto Helado Negro, liderado por Roberto Carlos Lange, está de regresso com PHASOR, o novo álbum deste filho de emigrantes equatorianos radicado há vários anos nos Estados Unidos. Phasor tem um alinhamento de nove canções e viu a luz do dia, com a chancela da 4AD.

Mountains, Machines & Mushrooms: Helado Negro Talks New Album 'Phasor'

Quem segue com particular atenção a carreira deste músico incrível, ao escutar com devoção PHASOR a primeira impressão que tem é que o catálogo do mesmo nunca foi tão sensorial e orgânico como é agora. Se o antecessor Far In apelava muito à natureza, ao ambiente e ao modo como o autor, colocando-se na primeira pessoa, nos transmitia memórias de um passado rico em experiências e vivências num Equador riquíssimo em belezas naturais e ancestralmente muito ligado à terra e aos recursos que a mesma nos oferece de mão beijada, quando é devidamente respeitada, em PHASOR Lange muda a bússola para as máquinas, já que o seu conteúdo é bastante inspirado numa demorada visita que o músico fez a uma máquina chamada SAL MAR Construction. Esse aparelho, que é, no fundo, um instrumento, está instalado na Universidade do Illinois e foi contruído pelo malogrado professor e compositor clássico nova-iorquino Salvatore Matirano, falecido em mil novecentos e noventa e cinco e que se notabilizou também por inventar instrumentos eletrónicos, enquanto ensinou nessa instituição de ensino superior norte-americana.

SAL MAR Construction é, na sua génese, um sintetizador que cria música com tecnologia ainda analógica, mas que consegue replicar uma vasta gama de sons em estúdio, caraterísticas que marcam, desde logo, LFO (Lupe Finds Oliveros), o tema que abre PHASOR, uma composição eminentemente sintética, mas com um elevado espírito lo-fi. Ela escorre com desmesurada rugosidade e vibração pelos nossos ouvidos, plena de distorções e de diversos efeitos e sons, que tanto exalam sopros, como cordas. São instrumentações cavernosas, acamadas por uma batida frenética e, muitas vezes, algo incontrolada, num resultado final eminentemente experimentalista e que recria um clima que encarna na perfeição o espírito muito particular e simbólico que Helado Negro pretende para esta nova etapa da sua carreira e da sua música.

Logo de seguida, I Just Want To Wake Up With You, uma composição com um perfil aparentemente minimalista, mantém a bitola no sintético, já que se mostra detalhisticamente rica, enquanto, de modo irreverente e com um groove delicioso, celebra o amor e a vida. Depois, o piano que ciranda pela batida hipnótcia que sustenta a sonhadora Best For You And Me, o charmoso requinte melódico abrasivo, mas ondulante, de Colores Del Mar, a solarenga ligeireza jazzística das cordas que deambulam por Echo Tricks Me, o singelo clima etéreo ecoante de Flores e a orquestralidade dos arranjos metálicos percurssivos que vagueiam por Out There, sem nunca abafarem o vigor e a impetuosidade de um violão, são exemplos felizes do modo como Lange conseguiu, com criatividade e bom gosto, criar mais uma coleção irrepreensível de canções, que encarnam mais um momento discográfico marcante e incrível deste músico sedeado em Brooklyn.

Repleto de sons inteligentes e solidamente construídos, PHASOR é um alinhamento com forte pendor temperamental e que recria um ambiente que poderia ser, à primeira vista, algo frio e cavernoso, tendo em conta a inspiração acima descrita e o objeto instrumental que serviu de base ao disco, mas, o que temos em cerca de trinta e cinco minutos, são belíssimos poemas sobre a vida, o amor, a família e o dia-a-dia, encharcados em cor, sonho e sensualidade. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 17:40

Future Islands – People Who Aren’t There Anymore

Sábado, 10.02.24

Cerca de quatro anos depois do excelente registo As Long As You Are, os norte-americanos Future Islands estão de regresso aos discos com um novo trabalho intitulado People Who Aren’t There Anymore, um alinhamento de doze canções que tem a chancela da 4AD e que foi produzido por Steve Wright.

Future Islands - People Who Aren't There Anymore (Album Review) -  Stereoboard

Os Future Islands chegam ao sétimo disco já com a percepção clara de que fazem parte, com inteiro mérito, dos lugares de topo do panorama sonoro em que se movimentam. Com essa conquista no bolso, a tentação de acomodação e repetição da fórmula vencedora dos trabalhos antecessores poderia ser grande, mas People Who Aren't There Anymore não cai nessa esparrela, sendo, claramente, mais um passo evolutivo do projeto, num disco que, mais uma vez, reflete imenso as experiências pessoais de Herring, mas também a passagem do tempo pelos membros da banda que sentiram imenso a situação pandémica que todos vivemos. São, em síntese, doze canções sonorizadas através de inspiradas e felizes interseções entre uma componente sintética bem vincada e onde os sintetizadores são reis e uma secção rítmica fluída, como é apanágio deste grupo formado pelo já citado Samuel T. Herring e ao qual se juntam Gerrit Welmers, William Cashion e Michael Lowry.

De facto, quem estiver familiarizado com o catálogo dos Future Islands, escuta People Who Aren't There Anymore e sente, no geral, um clima mais intrincado, carregado e melancólico do que o habitual. Continuam a existir, sonoramente, um anguloso convite à dança ao longo da audição, com especial ênfase para Give Me the Ghost Back, uma canção em que curiosamente, mais se sente, liricamente, o peso das angústias e dilemas que hoje sobrevoam este quarteto e que comprova a mestria da escrita de Samuel Herring, um verdadeiro prodígio a cantar, mas também primoroso quando segura a caneta na mão.

Portanto, canções como King Of Sweden, um épico tema de abertura recheado de cascatas de sintetizações inebriantes, que versa sobre a relação de Herring com a atriz sueca Julia Ragnarsson, The Fight, uma canção com um perfil mais climático e intimista e que convida o ouvinte a desligar-se da realidade que o rodeia e a entrar num universo muito pessoal, já que, na canção, Samuel Herring disserta sobre alguns dos seus demónios interiores, ou Say Goodbye, um tema que fala sobre o amor e as inseguranças que provoca quando é vivido à distância e que, sonoramente, impressiona pelo vigor e majestosidade das sintetizações borbulhantes e dos diversos entalhes percurssivos que vão sendo adicionados e que sustentam uma batida frenética, são exemplos que plasmam uma mescla feliz entre o orgânico e o sintético, sempre com a herança da melhor pop oitocentista em declarado ponto de mira, aquela pop movida a néons e plumas, mas que também não descura um olhar em frente, ao abarcar detalhes e arranjos que definem muita da melhor eletrónica que se vai escutando atualmente.

Em suma, People Who Aren't There Anymore é mais um momento sonoro em que os Future Islands, abrigados por uma já longa e distinta carreira, apontam algumas novas matrizes e precisam a sua inédita definição de pop, que juntando rock e eletrónica, não renega o rico passado que esses espetros sonoros contêm. Ao mesmo tempo que este quarteto sedeado em Baltimore, no Maryland, joga este jogo com equilíbrio, perspicácia e elevado sentido criativo, conjugando dois mundos que sempre pareceram como água e azeite, mas que afinal podem tocar-se, os Future Islands continuam a envolver-nos e a emocionar-nos sem haver fronteiras claras, nessa simbiose, relativamente a cada um dos dois territórios referidos. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 17:12

STRFKR – Under Water / In Air

Segunda-feira, 05.02.24

E já vão em quatro o número de amostras já reveladas de Parallel Realms, o novo registo de originais dos STRFKR, mestres a transmitir boas vibrações e com uma inclinação para a beleza sonora que é, quanto a mim, inquestionável. É impressionante a capacidade desta banda de Portland de criar composições que oferecem êxtase às pistas de dança, mas que também proporcionam instantes sonoros contemplativos, que escutados, por exemplo, numa estufa de plantas, tornam-se no adubo ideal para as fazer crescer. Aliás, não será assim tão absurdo quanto isso, acreditar que aquela new wave de forte intensidade e que num misto de nostalgia e contemporaneidade, baliza o catálogo dos STRFKR, foi pensada por Hodges, o grande cérebro criativo do projeto, para o cultivo de sementes.

STRFKR release new single, "Under Water / In Air" | The Line of Best Fit

Assim, depois dos singles Always / NeverArmatron e, já em dois mil e vinte quatro, Together Forever, agora chega a vez de escutarmos Under Water / In Air, uma canção com um interessantíssimo travo oitocentista. Melodicamente irrepreensível e com uma ímpar luminosidade, Under Water / In Air espraia-se nos nossos ouvidos, que são afagados por uma guitarra com um timbre metálico aconchegante, um registo percurssivo insinuante e diversas sintetizações enleantes, num resultado final festivo e tremendamente radiofónico. Parallel Realms chega aos escaparates a um de março com a chancela da Polyvinyl Recods e sucede ao excelente disco Future Past Life, que a banda de Josh Hodges lançou em dois mil e vinte e um. Confere...

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publicado por stipe07 às 17:35

The Smile – Wall Of Eyes

Terça-feira, 30.01.24

Cerca de ano e meio depois de A Light For Attracting Attention, o disco de estreia do projeto The Smile que reúne Thom Yorke e Jonny Greenwood, o chamado núcleo duro dos Radiohead, com Tom Skinner, baterista do Sons of Kemet, a banda está de regresso com um novo álbum intitulado Wall Of Eyes, um alinhamento de oito canções que viu a luz do dia recentemente, com a chancela da XL Recordings.

The Smile 'Wall of Eyes' Review

Já em junho do ano passado tinha ficado a pairar no ar a ideia de que os The Smile teriam na forja um novo disco, quando divulgaram o single Bending Hectic, uma canção que fez parte do alinhamento apresentado pelo trio em alguns dos seus concertos de verão e que, contando com a participação irrepreensível de alguns membros da London Contemporary Orchestra, oferecia-nos, em pouco mais de oito minutos, uma fina e vigorosa interseção entre o melhor dos dois mundos, o do orgânico e o do sintético, de modo exemplarmente burilado. Essa suspeita inicial acabou por se confirmar, materializando-se num disco que agrega nas suas oito composições um fabuloso conteúdo sonoro, lírico e conceptual.

De facto, Wall Of Eyes capitaliza todos os atributos intepretativos do trio que assina os seus créditos e que, partindo dessa base, soube rodear-se de outros músicos que, em momentos chave do álbum, como é o caso do clarinete e do saxofone de Robert Stillman em Read The Room e Friend Of A Friend, ou da flauta de Pete Warehan em Teleharmonic e também em Read The Room, só para citar dois exemplos, foram preponderantes para acentuar um charmoso e contemporâneo ecletismo que materializa uma fina e vigorosa interseção entre o melhor de dois mundos, o do orgânico e o do sintético, de modo exemplarmente burilado, tendo, na sua génese, o jazz como pedra de toque e uma mescla entre rock alternativo e eletrónica ambiental como traves mestras no adorno e na indução de cor e alma a um catálogo de canções de forte cariz intimista e que apenas revelam todos os seus segredos se a sua audição for dedicada.

Logo a abrir o registo, o tema homónimo oferece-nos um portento de acusticidade intimista, sem colocar em causa a personalidade eminentemente rugosa e jazzística do projeto. Cordas dedilhadas com vigor, exemplarmente acompanhadas por um baixo pulsante, sustentam a voz enleante e profundamente enigmática de Yorke, enquanto diversos efeitos se vão entalhando na melodia, ampliando o efeito cinematográfico da mesma. É uma canção repleta de nuances, pormenores, sobreposições e encadeamentos, num resultado final indisfarçadamente labiríntico e que, mesmo não parecendo, guarda em si também algo de grandioso, comovente e catárquico. Depois, Teleharmonic parece querer imobilizar-nos definitivamente porque afunda-nos numa angulosa espiral cósmica hipnotizante, mas o travo progressivo de Read The Room, que paira no regaço de um carrocel psicadélico de sintetizações e distorções e efeitos, logo nos recorda novamente que estas são, acima de tudo, canções feitas para atiçar, inflamar zonas de conforto e deixar definhar apatias e desconsolos.

O disco prossegue e se a robótica guitarra que introduz Under Our Pillows nunca desarma no modo como nos inquieta, enquanto conduz uma abrasiva composição que em pouco mais de seis minutos nos inebria com um punk jazz rock de elevadíssimo calibre, já em Friend Of A Friend, os diversos entalhes sintéticos e alguns sopros, assim como o registo vocal ecoante de Yorke, dão asas a um tema que inicialmente cresce em arrojo e acalma repentinamente para, logo depois, numa espécie de jogo sonoro do toca e foge, deixar-nos, uma vez mais, irremediavelmente presos à escuta.

Até ao ocaso de Wall Of Eyes, a melancolia comovente de I Quit, o bucolismo etéreo e introspetivo de Bending Hectic que, curiosamente, fica ainda mais vincado e realista quando aos seis minutos explode numa majestosa espiral de imediatismo e de rugosidade labiríntica e a longínqua cândura do piano que se insinua em You Know Me!, rematam, com notável nível de destreza, bom gosto e requinte, a essência de Wall Of Eyes, um disco que disserta com gula sobre cinismo, ironia, sarcasmo, têmpera, doçura, agrura, sonhos e esperança, enquanto se torna num portento de indie rock do mais contemporâneo, atual e sofisticado que é possível escutar nos dias de hoje.

De facto, Wall Of Eyes é um álbum excitante e obrigatório, não só para todos os seguidores dos Radiohead, mas também para quem procura ser feliz à sombra do melhor indie rock atual, independentemente do seu espetro ou proveniência estilística. O alinhamento do registo contém uma atmosfera densa e pastosa, mas libertadora e esotérica, materializando a feliz junção de três músicos que acabaram por agregar, no seu processo de criação, o modus operandi que mais os seduz neste momento e que, em simultâneo, melhor marcou a sua carreira, quer nos Radiohead, quer nos Sons Of Kemet. É um disco experimentalista naquilo que o experimentalismo tem por génese: a mistura de coisas existentes, para a descoberta de outras novas. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 13:49

STRFKR – Together Forever

Segunda-feira, 15.01.24

Não é assim tão incomum quanto isso encontrar quem ache que os STRFKR de Josh Hodges são a maior banda de todos os tempos. De facto, esta banda norte-americana, natural de Portland, no Oregon, é mestre a transmitir boas vibrações e tem uma inclinação para a beleza que é, quanto a mim, inquestionável. É impressionante a sua capacidade de criar composições que oferecem êxtase às pistas de dança, mas também de proporcionar instantes sonoros contemplativos, que escutados, por exemplo, numa estufa de plantas, tornam-se no adubo ideal para as fazer crescer. Aliás, não será assim tão absurdo quanto isso, acreditar que aquela new wave de forte intensidade e que num misto de nostalgia e contemporaneidade, baliza o catálogo dos STRFKR, foi pensada por Hodges, o grande cérebro criativo do projeto, para o cultivo de sementes.

Três anos depois do extraordinário álbum Future Past Life, os STRFKR estão de regresso com uma nova digressão mundial, que foi assinalada no passado mês de outubro, como certamente se recordam, com a divulgação de um single intitulado Always / Never. Depois, quase no ocaso do ano passado, os STRFK voltaram à carga com Armatron, um single que a banda tinha no baú, em formato demo, desde a pandemia.

Agora, no arranque de dois mil e vinte e quatro, o quarteto volta à carga com o single Together Forever, que confirma, finalmente, o anúncio de um novo disco dos STRFKR, um trabalho intitulado Parallel Realms, que irá ver a luz do dia no início do próximo mês de março. Together Forever confirma a já esperada inflexão deste projeto para uma sonoridade mais pop, acentuando um cariz nostálgico que encontra fortes reminiscência naquela eletrónica que nomes como os Phoenix, Hot Chip ou Passion Pit começaram a cimentar no início deste século.

De facto, em Together Foreverrock e eletrónica conjuram entre si, criando um tema charmoso, dançante, luminoso e festivo, assente numa melodia de forte cariz radiofónico, que vai sendo trespassada por diversos efeitos cósmicos e flashantes e um teclado insinuante, num resultado final em que o orgânico e o sintético trocam entre si, quase sem se dar por isso, o protagonismo interpretativo e instrumental, com elevada mestria e bom gosto. Confere Together Forever e o artwork e a tracklist de Parallel Realms...

01 Always / Never
02 Holding On
03 Interspace 2
04 Feelings
05 Together Forever
06 Under Water / In Air
07 Armatron
08 Interspace 3
09 Chizzlers
10 interspace 4
11 Running Around
12 Carnival
13 Lot Of Nice Things
14 Interspace 5
15 Waited For It
16 Something To Prove
17 Leaving

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publicado por stipe07 às 16:47

Elliot Moss – Next Year’s Light

Terça-feira, 02.01.24

Um dos nomes mais interessantes da nova eletrónica contemporânea é o nova iorquino Elliot Moss, um artista ainda novo, mas já com um catálogo sonoro bastante interessante, que começou em grande quando, ainda com dezoito anos, lançou o single Slip, tema que foi, há exatamente uma década, um enorme sucesso e que colocou sobre si imensos holofotes, por parte da crítica e de uma legião de fãs imediata e cada vez mais vasta. Slip fazia parte de Highspeeds, o disco de estreia de Elliot Moss, um álbum que viu a luz do dia em dois mil e quinze e que só teve sucessor meia década depois com o belo registo  A Change In Diet.

Indie-Electronic Artist Elliot Moss Announces New Album + Shares the  Reflective Single + Video "Everglades" - Nettwerk Music Group

O terceiro álbum de originais do músico e compositor irá chegar em fevereiro deste ano, tem Damian Taylor (Björk, Arcade Fire, Japandroids), ao comando da produção e já se conhecem alguns avanços desse trabalho que se irá chamar How I Feel. De acordo com essas composições, nomeadamente os singles Lazy, Altitude, Everglades e New Year's Light, o mais recente, How I Feel será um oásis de charme e introspeção sonoras, assente num registo interpretativo intenso, sentimentalmente rico e que cruzará alguns dos principais tiques percurssivos do melhor R&B, com sintetizaçoes intensas, alguns arranjos de cordas minuciosos e um piano sempre omnipresente. Vem aí um dos discos mais interessantes do arranque do ano. Confere...

 

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publicado por stipe07 às 14:39

Bombay Bicycle Club – My Big Day

Quinta-feira, 14.12.23

Três anos depois de Everything Else Has Gone Wrong, os Bombay Bicycle Club de Jack Steadman, Jamye MacCol, Suren de Saram e Ed Nash, estão de regresso aos discos com My Big Day, o sexto registo de originais do quarteto, um alinhamento de onze canções que conta com as  participações especiais de nomes tão proeminentes como Damon Albarn, Jay Som, Nilüfer Yania, Holly Humberstone, entre outros.

Bombay Bicycle Club - 'My Big Day' review: indie heroes enlist Damon Albarn  and Chaka Khan

Produzido pelo próprio Jack Steadman, My Big Day plasma uma declarado esforço do quarteto em navegar por diferentes estilos, procurando encarnar o registo mais eclético e heterogéneo de uma banda marcante das últimas décadas no cenário indie britânico. O naipe de participações especiais encarna essa demanda, porque são personalidades ímpares e que provêm de diferentes espetros sonoros, que derivam entre o rock clássico e a melhor eletrónica contemporânea, com cada canção a ter impresso o carimbo do adn dessa presença externa aos Bombay Bicycle Club.

O resultado deste caldeirão são pouco mais de quarenta e três minutos em que o amor e a alegria são celebrados de modo expansivo e vibrante. Logo a abrir o registo, o travo sessentista psicadélico de Just A Little More Time dá o mote para um disco recheado de grandes instantes. I Want To Be Your Only Pet mantém o mote do tema inicial com o fuzz das guitarras a dar à composição um travo ainda mais progressivo. Depois, o registo vocal sempre incisivo de Jay Som oferece a Sleepless um carisma e uma intensidade inebriantes, num cruzamento feliz entre pop e r&b, apimentado por algumas nuances sintéticas bastante curiosas.

Esta introdução vigorosa e inspirada de My Big Day, confere-lhe, logo nos minutos iniciais, um lustro intenso, que o resto do álbum não faz destoar. Assim, na efervescência crescente do tema homónimo, na cosmicidade enletante de Turn The World On e no sinuoso tratado de indie pop contemporânea que nos oferece Diving, temos outros momentos altos de um trabalho que coloca este projeto natural de Crouch End, nos arredores da capital britânica, nos píncaros do território sonoro em que se insere e que tanto pode ser predominante festivo, como, sem perder esse cariz, simultaneamente reflexivo.

My Big Day versa sobre memórias únicas e inesquecíveis, dá primazia ao baixo e às guitarras na maior parte das canções, mas obtém todo o seu charme e sumo no modo como esses instrumentos essenciais e verdadeiros pilares do indie rock atual se deixam enredar pelo sintético sem reservas ou traumas, encarnando, desse modo, num álbum extraordinário e tremendamente festivo e descomprometido, sagazes interseções entre rock e eletrónica. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 15:44

Dutch Uncles – At The Wheel

Sexta-feira, 08.12.23

Sete anos depis do excelente registo Oh Shudder, que no já longínquo ano de dois mil e quinze fez parte da lista dos vinte melhores discos desse ano, na nona posição e cinco do sucessor Big Balloon, os britânicos Dutch Uncles, regressaram, há quase um ano, ás luzes da ribalta com True Entertainment, na altura o sexto álbum da banda liderada por Duncan Wallis, que é secundado por Andy Proudfoot, Robin Richards e Peter Broadhead. Agora, quase no ocaso de dois mil e vinte e três, o projeto natural de Manchester acaba de revelar que tem na forja uma compilação de b sides e raridades da banda intitulada No Hooks, que irá ver a luz do dia apenas em formato físico de cassete, além do habitual formato digital.

Dutch Uncles | Interview | 7digital United Kingdom

At The Wheel, a segunda composição do alinhamento de No Hooks, que podes conferir no final deste artigo, é o primeiro single revelado da compilação. Sonoramente, a canção tem como esqueleto um trecho sonoro criado num antigo sintetizador dos anos oitenta do século passado, Casio CZ-3000, acompanhado por uma linha de guitarra com duas notas. O remate é feito por uma angulosa linha de um baixo contundente, num resultado final em que exuberância e cor são sensações transversais ao ambiente de uma composição impecavelmente produzida, rica em detalhes curiosos e a exalar um charme que deve também imenso ao registo vocal em falsete de Duncan.

At The Wheel é, em suma, um tema charmoso. Dentro de um espetro pop de elevado quilate, materializa um formato sonoro vintage oitocentista, mas também contém uma indisfarçável contemporaneidade, remetendo-nos, facilmente, para o melhor catálogo de um artista ímpar como é, por exemplo, David Byrne, uma declarada influência dos Dutch Uncles. Confere At The Wheel e o artwork e a tracklist de No Hooks...

Jinx
At The Wheel
Infinity Pool
Achameleon (Eve Demo)
Four & Five
Fabio Acapella
Creature
Tugboats
P Is For Party
The Ink (Dolby Anol Remix)

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publicado por stipe07 às 15:58

Future Islands – The Fight

Quinta-feira, 07.12.23

Os norte-americanos Future Islands não lançam nenhum álbum desde o excelente registo As Long As You Are, de dois mil e vinte mas, desde então, não têm vivido um hiato criativo, nem têm estado em pousio. Além de terem lançado os singles Peach, em dois mil e vinte e um e King Of Sweden, o ano passado, recentemente andaram em digressão com os Weezer e Samuel T. Herring, o vocalista e líder da banda, participou ativamente em canções assinadas por billy woods, os Algiers e R.A.P. Ferreira.

No entanto, esta pausa nos discos tem os dias contados, porque a vinte e seis de janeiro próximo, irá chegar aos escaparates um novo trabalho do projeto intitulado People Who Aren’t There Anymore, um alinhamento de doze canções que terá a chancela da 4AD.

Do novo álbum da banda natural de Baltimore, no Maryland, já se conhece o referido tema King Of Sweden, que abrirá o alinhamento de People Who Aren’t There Anymore e o single The Tower, que divulgámos oportunamente, no início do passado mês de novembro. Agora chega a vez escutarmos The Fight, a nona canção do alinhamento do trabalho.

Com um perfil mais climático e intimista que os singles anteriores, em The Fight Samuel Herring convida o ouvinte a desligar-se da realidade que o rodeia e a entrar num universo muito pessoal, já que, na canção, o artista disserta sobre alguns dos seus demónios interiores, com a sua voz, sempre plena de amplitude, emotividade e intensidade, a ser acamada por sedutoras sintetizações repletas de charme, trespassadas por algumas guitarras ecoantes, num resultado final brilhante e que, como é hábito nos Future Islands, assenta numa mescla feliz entre o orgânico e o sintético, com a herança da melhor pop oitocentista em declarado ponto de mira. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:40






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