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Fontaines D.C. – Favourite

Terça-feira, 25.06.24

Dois anos depois de Skinty Fia, o curioso título do disco que os irlandeses Fontaines D.C. lançaram na primavera de dois mil e vinte e dois, a banda formada pelo vocalista Grian Chatten, os guitarristas Carlos O’Connell e Conor Curley, o baixista Conor Deegan, o contrabaixista Conor Deegan III no contra-baixo e o baterista Tom Coll, parece verdadeiramente apostada em não colocar rédeas na sua veia criativa, tendo anunciado há algumas semanas, como certamente se recordam, o regresso ao formato longa-duração, à boleia de Romance, um alinhamento de onze canções que irá ver a luz do dia a vinte e três de agosto, com a chancela da XL Recordings, a nova etiqueta do grupo.

Fontaines D.C. Take a Trip to Madrid in 'Favourite' Music Video

Starbuster, o segundo tema do alinhamento de Romance, foi o primeiro single retirado do disco e passou por ca em abril. Era uma canção inspirada num ataque de pânico que Chatten viveu na famosa estação ferroviária londrina St. Pancras e tinha uma sonoridade algo sinistra e inquietante.

Agora chega a vez de nos debruçarmos sobre Favourite, o tema que encerra o alinhamento de Romance. Trata-se de uma verdadeira canção de amor, que reflete sobre a rapidez com que esse sentimento nos leva da euforia à tristeza, sem meio-termo. Favourite é uma composição melodicamente rica e encharcada em versos inspirados, com cordas reluzentes e um registo percurssivo tremendamente envolvente a conferirem ao tema uma luminosidade e uma acessibilidade que nem sempre é audível nas propostas sonoras do quinteto.

Confere Favourite e o vídeo do tema dirigido pelos próprios Fontaines D.C., que mostra imagens de uma recente viagem do grupo a Madrid, cidade onde o guitarrista Carlos O’Connell nasceu e cresceu e a cidade que inaugurou a primeira digressão do grupo, além de imagens da infância dos cinco membros da banda...

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publicado por stipe07 às 15:50

Fontaines D.C. – Starburster

Terça-feira, 23.04.24

Dois anos depois de Skinty Fia, o curioso título do disco que os irlandeses Fontaines D.C. lançaram na primavera de dois mil e vinte e dois, a banda formada pelo vocalista Grian Chatten, os guitarristas Carlos O’Connell e Conor Curley, o baixista Conor Deegan, o contrabaixista Conor Deegan III no contra-baixo e o baterista Tom Coll, parece verdadeiramente apostada em não colocar rédeas na sua veia criativa, tendo acabado de anunciar o regresso ao formato longa-duração, à boleia de Romance, um alinhamento de onze canções que irá ver a luz do dia a vinte e três de agosto, com a chancela da XL Recordings, a nova etiqueta do grupo.

Fontaines D.C. announce 4th album 'Romance' with new single 'Starburster' —  THE INDIE SCENE

Starbuster, o segundo tema do alinhamento de Romance, é o primeiro single retirado do disco. A canção é inspirada num ataque de pânico que Chatten viveu na famosa estação ferroviária londrina St. Pancras e tem uma sonoridade algo sinistra e inquietante. Um trecho de violinos e um piano fugídio introduzem um desfile sonoro encorpado e vigoroso, feito de guitarras sujas e abrasivas e um baixo tremendamente encorpado, com o rap a ser a inspiração do registo vocal de Chatten, nuance à qual não deverá ser alheia a colaboração que o músico encetou com o trio de hip-hop Kneecap, numa canção intitulada Better Way To Live, lançada no último outono. Confere o vídeo de Starburster dirigido por Aube Perrie e o artwork e a tracklist de Romance...

Romance
Starburster
Here’s The Thing
Desire
In The Modern World
Bug
Motorcycle Boy
Sundowner
Horseness Is The Whatness
Death Kink
Favourite

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publicado por stipe07 às 16:46

Villagers – That Golden Time

Quarta-feira, 24.01.24

Os irlandeses Villagers são, neste momento, praticamente monopólio da mente criativa de Conor O'Brien e estão já na linha da frente do universo indie folk europeu, pelo modo criativo e carregado com o típico sotaque irlandês, como replicam o género, ainda por cima oriundos de um país com fortes raízes e tradições neste estilo musical. Com um trajeto musical bastante profícuo nos últimos anos, além de intenso e rico, com momentos discográficos significativos do calibre de Becoming a Jackal (2010), {Awayland} (2013), Darling Arithmetic (2015) e The Art Of Pretending To Swim (2018), entre outros, os Villagers têm finalmente nos escaparates um sucessor para o também fantástico The Fever Dream, de dois mil e vinte e um.

RobMoro TV | Villagers – 'That Golden Time' – RobMoro

Chama-se That Golden Time o novo álbum dos Villagers, um alinhamento de dez canções que irá ver a luz do dia a dez de maio próximo, bem a tempo de incendiar com encanto uma primavera que todos já ansiamos e que poderá muito bem ser ainda mais bonita ao som de um álbum que será, com toda a certeza, um alinhamento recheado de composições instrumentalmente irrepreensíveis e com uma delicadeza e um charme inconfundíveis, tendo em conta o tema que lhe dá nome e que acaba de ser lançado em formato single.

De facto, a canção That Golden Time é um portento de sentimento e cor, abraçado por cordas reluzentes e com uma amplitude sónica impressiva. É, portanto, uma porta de entrada que se escancara para um universo em que, sem dúvida nenhuma, poderemos vivenciar diferentes sensações que nos levarão da alegria contagiante à tristeza contemplativa num abrir e fechar de olhos e quase sem darmos por isso, de um modo otimista e festivo, mas tambêm cândido e aconchegante. Confere...

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publicado por stipe07 às 19:24

SPRINTS - Letter To Self

Segunda-feira, 08.01.24

Formados em dois mil e dezanove, os irlandeses SPRINTS de Karla Chubb (vocalista), Colm O’Reilly (guitarrista), Jack Callan (baterista) e Sam McCann (baixista), são uma das grandes sensações deste já vertiginoso início sonoro de dois mil e vinte e quatro. Sedeados em Dublin, apostam num indie rock incisivo, cru e imponente, à sombra de um catálogo interessante de influências que abraçam os cânones essenciais do grunge, do garage e do gótico, estilos que se cruzam e se mesclam sem receios nas suas criações sonoras, nomeadamente num alinhamento de onze canções intitulado Letter To Self, produzido por Daniel Fox e que viu a luz do dia por estes dias, com a chancela da City Slang.

Sprints: Letter to Self review — the explosive Irish band join a thriving  scene

Cada vez é mais difícil escutar um disco e sermos, no imediato, trespassados pelo seu conteúdo e tal suceder sem apelo nem agravo. Letter To Self é um forte, seco e contundente murro no estômago, um registo que nos recorda que a música ainda consegue surpreender e que ainda há esperança para quem já não acredita que é possível agitar as águas com algo de sustancialmente diferente do que o habitual e, melhor do que isso, inovador. Os SPRINTS não inventaram nenhuma fórmula nova, não descobriram a pólvora, como se costuma dizer, mas constate-se, em abono da verdade, que foram tremendamente eficazes no modo como sugaram para o seu âmago um leque de influências bem delineado e, dando-lhe um cunho pessoal que se transformou rapidamente em adn indistinto, criaram, logo na estreia, uma verdadeira obra-prima, porque é disso que Letter To Self se trata.

Logo a abrir o disco, na guitarra abrasiva e no modo como a bateria cresce em Ticking até à explosão eufórica rebarbada que é depois afagada pela voz de Karla, fica explícita a cartilha destes SPRINTS. Depois, em Heavy, com um ímpeto de imediatismo e de urgência indisfarçáveis e nos braços de uma melodia algo hipnótica e sombria, torna-se ainda mais óbvio o receituário que nos é aplicado, atingindo terrenos algo progressivos em Cathedrals, um festim punk que racha de alto a baixo qualquer convenção ou alicerce. Shaking Their Hands ainda tenta, sem sucesso felizmente, afagar um pouco a toada, através de um clima mais íntimo e clemente, mas o hino de estádio Can't Get Enough Of It, o travo psicadélico de Adore Adore Adore e, principalmente, o modo principesco como em A Wreck (A Mess) e Up And Comer o ruído torna-se sinónimo de coerência, enquanto estabelece uma relação íntima conosco que preenche, esclarecem-nos que este naipe de composições foi pensado para satisfazer até à exaustão a ânsia de todos aqueles que procuram projetos sonoros que fujam ao apelo radiofónico e que, simultaneamente, ofereçam ao rock novos fôlegos e heróis.

Neste disco ímpar, fabuloso, potente e visceral, o modus operandi é, portanto, coerente, claro, incisivo e explicito; Canção após canção é a guitarra que dá o mote, depois a bateria vai ao encontro dela, chocando os dois, muitas vezes, de frente e o baixo faz depois o trabalho sujo de contrabalançar e impôr ordem nessa luta satânica, mas que nunca se mostra desigual, entre cordas e baquetas. Em resultado disso, crueza, vigor, monumentalidade e destreza interpretativa andam sempre de mãos dadas, em quase quarenta minutos que se escutam, como tem que ser, com os punhos cerrados, o queixo altivo e as ancas desgovernadas. A energia e a vibração são constantes e enquanto isso sucede, exorcizamos demónios, enfrentamos os nossos medos e atiramos para trás das costas as nossas hesitações, gritando letras que falam das agruras típicas de quem entra na vida adulta e nem sempre sabe como lidar com os dilemas do amor, o peso da desilusão, as angústias do amanhã ou as marcas que o ontem nos deixou e que teimam em não passar.

Letter To Self é um disco que seduz, instiga e maravilha pela crueza e pela espontaneidade do rock que exala e que contendo aspetos identitários deslumbrantes de todo o espetro sonoro acima identificado, agrega-os com enorme mestria, ao mesmo tempo que define o adn de uma banda que vai ser, apostamos, referência e inspiração para outras. E quando esse patamar se atinge, um pódio ao alcance de poucos, mas que os SPRINTS já ocupam, estamos, obviamente, na presença de uma referência incontornável do indie rock atual. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 16:01

SPRINTS - Heavy

Sexta-feira, 05.01.24

Formados em dois mil e dezanove, os irlandeses SPRINTS de Karla Chubb (vocalista), Colm O’Reilly (guitarrista), Jack Callan (baterista) e Sam McCann (baixista), são uma das grandes sensações do início de dois mil e vinte e quatro. Sedeados em Dublin, apostam num indie rock incisivo, cru e imponente. De Bauhaus a PJ Harvey, passando pelos Nirvana, têm uma lista interessante de influências que abraçam os cânones essenciais do grunge, do garage e do gótico, estilos que se cruzam e se mesclam sem receios nas suas criações sonoras, nomeadamente num alinhamento de onze canções intitulado Letter To Self, que vê a luz do dia hoje mesmo, com a chancela da City Slang.

Letter To Self entrará em alta rotação na nossa redação nas próximas horas e será certamente alvo de revisão atenta neste espaço muito em breve. Para já, e como aperitivo, debruçamo-nos sobre o conteúdo de Heavy, o mais recente single retirado do alinhamento de Letter To Self, depois de já termos tido a possibilidade de escutar anteriormente Adore Adore Adore, Shadow Of A Doubt e Up And Comer.

Heavy é uma composição contundente e abrasiva, com um ímpeto de imediatismo e de urgência indisfarçáveis, uma canção que impressiona pela aspereza e variedade das cordas, sendo conduzida por uma espetacular guitarra, que acama uma melodia algo hipnótica e sombria e diversos arranjos percurssivos enleantes, com a voz de Karla Chubb a ser o derradeiro detalhe que confere ao tema a ímpar personalidade de que goza. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:12

Villagers – The Little Drummer Boy (feat. Lisa Hannigan)

Terça-feira, 19.12.23

Aproxima-se o natal e, como é hábito, algumas bandas aproveitam para gravar temas relacionados com esta época tão especial, sejam versões de clássicos, ou originais escritos propositadamente para a ocasião. E nós, como também é habitual, cá estamos, ano após ano, para ir divulgando algumas das propostas mais interessantes do género, que podem dar um colorido diferente a esta época tão especial e que também se costumam materializar no formato programa de rádio deste blogue, que vai para o ar todas as semanas, na Paivense FM.

Villagers and Lisa Hannigan deliver a serene cover of 'The Little Drummer  Boy' - Smooth

Neste ano de dois mil e vinte e três damos o nosso pontapé de saída na apresentação de canções de natal com a lindíssima versão que os irlandeses Villagers de Conor O'Brien criaram para o clássico The Little Drummer Boy, com a ajuda da também irlandesa Lisa Hannigan. Como todos certamente sabem, The Little Drummer Boy é uma popular canção de natal escrita pela compositora norte-americana Katherine Kennicott Davis em mil novecentos e quarenta e um e que foi gravada pela primeira vez dez anos depois com a assinatura dos Trapp Family, tendo sido objeto de diversas versões e recriações ao longo de mais de meio século.

A roupagem que os Villagers ofereceram a este inconfundível clássico de Natal, mostra-se instrumentalmente irrepreensível e com uma delicadeza e um charme inconfundíveis, algo que não irá certamente surpreender demasiado quem acompanha com particular atenção um dos melhores grupos da atualidade a criar canções ricas em sentimento e cor. De facto, na mão dos Villagers e à boleia de um feliz entrelaçar entre o registo sussurrante vocal de Conor O'Brien e o subtilmente doce de Lisa Hannigan e no modo como sopros, metais, cordas, sintetizadores e diversos efeitos de múltiplas proveniência vão-se mostrando, de modo milimetricamente calculado, ao longo de quase três minutos, nesta versão The Little Drummer Boy ganhou um perfil ainda mais otimista e festivo, mas sem colocar em causa a essência cândida e aconchegante do original. Confere...

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publicado por stipe07 às 15:52

Fontaines D.C. – A Heros Death (Soulwax Remix)

Sexta-feira, 29.01.21

Os irmãos génios belgas da eletrônica Dewaele, que quando são DJs chamam-se 2ManyDJs e como banda Soulwax, pegaram em A Hero’s Death, o tema homónimo do último álbum dos irlandeses Fontaines DC e fizeram com ele uma incrível remistura. Recordo, já agora, que este trabalho dos Fontaines DC ficou em sexto lugar na lista dos melhores trabalhos de dois mil e vinte para esta redação, um disco que tem o dom de soar a uma espécie de filme de terror, mas captado num registo algo comediante, como se exige a um projeto que sempre se fez notar por uma filosofia estilística de choque com convenções e normas pré-estabelecidas. É um disco que contém onze enraivecidas canções, assentes num punk rock de elevado calibre e com uma forte toada abrasiva, temas que enriquecem o modus operandi de um projeto único no panorama alternativo contemporâneo e que parece disposto a não ser visto no futuro, como um cometa que passou, brilhou no momento e depois foi esquecido no ocaso do tempo e do espaço negro e profundo, mas que se quis manter à tona, altivo e agitador, tornando-se num dos grupos mais influenciadores do indie rock contemporâneo.

Listen to Soulwax's new remix of Fontaines D.C.'s 'A Hero's Death'

Voltando à remistura do tema que dá nome a este disco, lançada digitalmente via Partisan, em colaboração com os próprios Soulwax, tendo também uma tiragem limitada de mil vinis estampados à mão, nela está nitidamente impresso o adn sonoro dos irmãos Dewaele. O resultado, conduzido por uma espetacular linha de baixo e diversos arranjos percurssivos enleantes, é um extraordinário tratado de eletropop, vigoroso, insinuante, sexy e cheio de funk, tremendamente dançável e divertido e sem deturpar o forte cariz filosófico do original pensado por Grian Chatten e que carrega nas costas uma grande parte da herança musical e literária de Dublin, a cidade dos Fontaines D.C.. Confere...

Fontaines D.C. - A Heros Death (Soulwax Remix)

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publicado por stipe07 às 11:05

Ailbhe Reddy - Walk Away

Domingo, 01.11.20

Uma das estreias discográficas mais interessantes deste outono foi o álbum de estreia da irlandesa Ailbhe Reddy, uma jovem artista de Dublin, estudante de psicoterapia. O registo intitula-se Personal History e continua fazer furor no mainstream alternativo europeu, devido ao seu conteúdo íntimo e introspetivo.

Ailbhe Reddy conta-nos um pouco sobre si em Personal History ~ Threshold  Magazine

Personal History é um disco recheado de excelentes canções que ruminam os ritos de passagem de uma mulher exímia a escrever sincera e honestamente sobre si própria, navegando autobiograficamente pelas agruras das relações amorosas mal sucedidas nesta era em que impera a lei das redes sociais (Looking Happy), mas que também sentiu necessidade de exalar aquilo que sente acerca da habitual dualidade de sentimentos, entre a solidão e a independência, que muitas vezes um artista sente em digressão (Time Difference), além de revelar explicitamente e sem pudores a sua orientação sexual (Between Your Teeth e Loyal).

São já vários os singles extraídos de Personal History, sendo o mais recente Walk Away, uma composição que tem a eletrónica em pano de fundo, mas sem descurar a orgânica das cordas que, neste caso, abraçam até a mais inspirada acusticidade, enquanto Ailbhe Reddy se debruça sobre como enfrentar os medos do compromisso, como a própria confessa. Confere...

Walk Away is about ending a relationship with a lot of uncertainty. I think in most relationships when two people still care about each other it is more difficult to end things, it can feel like the only option but also like something you may come to regret.

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publicado por stipe07 às 18:01

Ailbhe Reddy - Personal History

Terça-feira, 06.10.20

Uma das estreias discográficas mais interessantes deste outono é o álbum de estreia da irlandesa Ailbhe Reddy, uma jovem artista de Dublin, estudante de psicoterapia. O registo intitula-se Personal History e acaba de ver a luz do dia à boleia da Street Mission Records.

Ailbhe Reddy 'Personal • History' out now! (@ailbhereddy) | Twitter

Personal History é uma colecção íntima e introspetiva de canções que ruminam os ritos de passagem de uma mulher exímia a escrever canções de auto-avaliação sincera e honesta, navegando autobiograficamente pelas agruras das relações amorosas mal sucedidas nesta era em que impera a lei das redes sociais (Looking Happy), mas que também sentiu necessidade de espalhar no registo aquilo que sente acerca da habitual dualidade de sentimentos, entre a solidão e a independência, que muitas vezes um artista sente em digressão (Time Difference), além de revelar explicitamente e sem pudores a sua orientação sexual (Between Your Teeth e Loyal).

Além dessa componente pessoal, Personal History também coloca Ailbhe Reddy a olhar para o mundo que a rodeia, fruto do seu percurso académico acima referido. Assim, no alinhamento de Personal History encontramos também canções que mostram a sua compreensão e empatia relativamente às perspectivas e problemas das pessoas que a rodeiam. O estimulante tema Self Improvement oferece-nos um diálogo sobre as dificuldades em lidar com a saúde mental, enquanto outras músicas dissecam com maior precisão questões como aprender a conviver com o fracasso, nomeadamente Late Bloomer e como enfrentar os medos de compromisso Failing e Walk Away.

Sempre com a eletrónica em pano de fundo, mas sem descurar a orgânica das cordas, que abraçam até a mais inspirada acusticidade em Walk Away e a folk genuína em Loyal e de colocar na linha da frente também diversos elementos percurssivos, tão bem expressos em Time Difference, Personal History é um verdadeiro portento de indie pop, um disco de reflexão mas também de perceção, com as diferentes canções a não viverem isoladamente, mas agregadas num todo sustentado por uma míriade instrumental extensa, que entre esse jogo entre o orgânico e o sintético, o acústico e o elétrico,  balançam-se entre si e formam um alinhamento harmonioso, imbuído de um faustoso charme e brilho, bem à medida da moldura sonora estética que tem brilhado com maior intensidade no panorama alternativo atual. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 17:49

Ailbhe Reddy - Looking Happy

Sexta-feira, 18.09.20

Conforme já demos conta por cá há sensivelmente um mês, uma das estreias discográficas mais interessantes do próximo outono é a da irlandesa Ailbhe Reddy, uma jovem artista de Dublin, estudante de psicoterapia e que tem na forja um álbum intitulado Personal History, com lançamento previsto para daqui a duas semanas à boleia da Street Mission Records.

Ailbhe Reddy anticipates album with single "Looking Happy" – portugalinews  the best news

Personal History é uma colecção íntima e introspetiva de canções que ruminam os ritos de passagem de uma mulher exímia a escrever canções de auto-avaliação sincera e honesta, navegando autobiograficamente pelas agruras das relações amorosas mal sucedidas nesta era em que impera a lei das redes sociais (Looking Happy), mas que também sentiu necessidade de espalhar no registo aquilo que sente acerca da habitual dualidade de sentimentos, entre a solidão e a independência, que muitas vezes um artista sente em digressão (Time Difference), além de revelar explicitamente e sem pudores a sua orientação sexual (Between Your Teeth e Loyal). Além dessa componente pessoal, Personal History também coloca Ailbhe Reddy a olhar para o mundo que a rodeia, fruto do seu percurso académico acima referido. Assim, no alinhamento de Personal History encontramos também canções que mostram a sua compreensão e empatia relativamente às perspectivas e problemas das pessoas que a rodeiam. O estimulante tema Self Improvement oferece-nos um diálogo sobre as dificuldades em lidar com a saúde mental, enquanto outras músicas dissecam com maior precisão questões como aprender a conviver com o fracasso, nomeadamente Late Bloomer e como enfrentar os medos de compromisso Failing e Walk Away.

Um verdadeiro portento de indie pop, Looking Happy é, logo o primeiro tema acima mencionado, é o mais recente single retirado de Personal History, um tema pessoal e comovente e que, de acordo com a própria autora, é sobre observar a vida de alguém de longe após o término do namoro. Todos nós deveríamos saber agora que o que as pessoas apresentam online é uma versão brilhante e feliz dos eventos mas, às vezes, é impossível ter essa lógica quando estás a sofrer. A maioria das pessoas provavelmente acaba por visitar o perfil online de um ex e sente que sua vida é cheia de festas e dias divertidos porque isso é tudo o que as pessoas mostram da sua vida no online. Confere...

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publicado por stipe07 às 18:11






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