man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
The Lemonheads – Seven Out
Como os leitores mais atentos certamente se recordam, há cerca de dois mês, no início do mês de novembro do ano passado, demos aqui conta de que dezassete anos depois de um disco homónimo, os The Lemonheads de Evan Dando tinham em mãos um inédito, uma canção intitulada Fear Of Living que poderá, suspeitamos nós, vir a ser a primeira amostra revelada de um novo disco, já que a banda de Boston esteve a gravar em São Paulo, no Brasil.
Enquanto não chega a confirmação oficial e definitiva de um novo disco do projeto em dois mil e vinte quatro, os The Lemonheads anunciam que Fear Of Living terá direito a uma edição em vinil de sete polegadas, disponível para venda apenas nos concertos da digressão a solo que Evan Dando está prestes a iniciar com Willy Mason, no próximo mês de fevereiro.
Essa edição física de Fear Of Living terá como b side uma cover do tema Seven Out, um original assinado por Eugene Kelly, líder dos míticos The Vaselines. Na nova roupagem que os The Lemonheads deram a Seven Out, é possível sentir aquele clima tão caraterístico, que o cenário indie norte-americano replicou com pujança nos anos noventa do século passado. Conduzida por uma guitarra com um caraterístico timbre metálico, Seven Out leva-nos facilmente e num abrir e fechar de olhos, do nostálgico ao glorioso, à boleia de uma espécie de indie-folk-surf-suburbano, particularmente luminoso e que acaba por se tornar até viciante. Confere a cover e o original...
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The Republic Of Wolves – A Long December
Na nossa redação sempre houve um particular interesse pela descoberta e audição de versões de temas que façam parte do catálogo essencial do universo sonoro indie e alternativo. São as chamadas covers que, muitas vezes, ao longo da história da música, acabaram, com alguma frequência, por obter mais sucesso que os próprios originais. Quem não se recorda da versão que Jimmy Hendrix criou para o clássico All Along the Watchtower, de Bob Dylan, ou o modo como Joe Cocker recriou o sucesso With A Little Help From My Friends, dos The Beatles? Mais recentemente, a cover dos Glass Animals para Heart Shaped-Box dos Nirvana e a dos Death Cab For Cutie para Fall On Me dos R.E.M., fizeram furor na nossa redação.
Os norte-americanos The Republic Of Wolves ainda não divulgaram o sucessor do seu terceiro registo de originais, um compêndio de dez canções intitulado Shrine, que viu a luz do dia em dois mil e dezoito, mas, como bónus, acabam de divulgar uma cover extroardinária de um verdadeiro clássico da década final do século passado, o tema A Long December dos Counting Crows, de Adam Duritz.
Na versão que fizeram desta composição que fazia parte do registo Recovering The Satellites que o projeto de Baltimore lançou em mil novecentos e noventa e seis, o quinteto de Long Island, em Nova Iorque apostou num perfil eminentemente acústico que manteve a tónica sentimental do original, mas ofereceu ao tema um cunho ainda mais intimista, utilizando apenas as cordas e as vozes. Conseguiu, assim, dar um cunho identitário à nova roupagem, sem deixar de respeitar e de preservar a identidade do original. Confere...
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Gang Of Youths – Have Yourself A Merry Little Christmas (Judy Garland cover)
Como tem sido hábito neste blogue nos últimos dias, temos vindo a apresentar temas relacionados com esta época tão especial que estamos já a viver, o Natal, sejam versões de clássicos, ou originais escritos propositadamente para a ocasião. Esta é já uma tradição porque vamos sempre, ano após ano, divulgando algumas das propostas mais interessantes do género, que podem também se materializar no formato programa de rádio deste blogue, que vai para o ar todas as semanas, na Paivense FM.
A quarta proposta que temos para assinalar as novidades deste ano relacionadas com esta época festiva é a roupagem que os australianos Gang Of Youths, de David Le'aupepe (vozes e guitarra), Max Dunn (baixo), Jung Kim (guitarra, teclados), Donnie Borzestowski (bateria) e Tom Hobden (violinos, teclados e guitarra), criaram para Have Yourself A Merry Little Christmas, um original escrito em mil novecentos e quarenta e três por Hugh Martin e Ralph Blane e cantado pela primeira vez no ano seguinte, por Judy Garland, no musical da MGM Meet Me in St. Louis.
Esta versão dos Gang Of Youths coloca o piano na linha da frente do arquétipo melódico, uma opção que não defrauda o encanto deste verdadeiro clássico de natal e até lhe introduz uma espiritualidade mais contemporânea, mantendo intocáveis as permissas essenciais que identificam e tipificam as mais diversas canções que personificam o genuíno espírito natalício. Confere...
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Bright Eyes – Christmas In Prison
Aproxima-se o natal e, como é hábito, algumas bandas aproveitam para gravar temas relacionados com esta época tão especial, sejam versões de clássicos, ou originais escritos propositadamente para a ocasião. E nós, como também é habitual, cá estamos, ano após ano, para ir divulgando algumas das propostas mais interessantes do género, que podem dar um colorido diferente a esta época tão especial e que também se costumam materializar no formato programa de rádio deste blogue, que vai para o ar todas as semanas, na Paivense FM.
Assim, depois de ontem termos revelado a lindíssima roupagem que os irlandeses Villagers, com a ajuda da conterrânea Lisa Hannigan, criaram para o clássico The Little Drummer Boy, uma popular canção de natal escrita pela compositora norte-americana Katherine Kennicott Davis em mil novecentos e quarenta e um, hoje chega a vez de nos deliciarmos com mais uma versão, esta assinada pelos norte-americanos Bright Eyes, encabeçados pelo compositor e guitarrista Conor Oberst, ao qual se juntam, atualmente, o produtor e multi-instrumentista Mike Mogis, o trompetista e pianista Nate Walcott e vários colaboradores rotativos, vindos principalmente do cenário musical indie de Omaha.
O tema que os Bright Eyes revisitaram para esta época tão especial foi Christmas In Prison, um original de John Prine, que fazia parte do disco Sweet Revenge, que o músico e compositor norte-americano, natural de Maywood, no Illinois, falecido em dois mil e vinte com covid, lançou em mil novecentos e setenta e três.
A nova roupagem dos Bright Eyes para Christmas In Prison, que inclui um sample de A John Prine Christmas, é um portento de indie folk, onde sobressai um incrível e enleante jogo de sedução entre as vozes e as cordas, gizado por uma secção rítmica aconchegante e embaladora. É uma composição onde abundam diversificados arranjos, marcados pelo uso de pequenas orquestrações e que, mostrando-se de modo milimetricamente calculado, oferecem à versão um perfil aconchegante e festivo, sem colocar em causa a essência cândida do original. Confere...
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Villagers – The Little Drummer Boy (feat. Lisa Hannigan)
Aproxima-se o natal e, como é hábito, algumas bandas aproveitam para gravar temas relacionados com esta época tão especial, sejam versões de clássicos, ou originais escritos propositadamente para a ocasião. E nós, como também é habitual, cá estamos, ano após ano, para ir divulgando algumas das propostas mais interessantes do género, que podem dar um colorido diferente a esta época tão especial e que também se costumam materializar no formato programa de rádio deste blogue, que vai para o ar todas as semanas, na Paivense FM.
Neste ano de dois mil e vinte e três damos o nosso pontapé de saída na apresentação de canções de natal com a lindíssima versão que os irlandeses Villagers de Conor O'Brien criaram para o clássico The Little Drummer Boy, com a ajuda da também irlandesa Lisa Hannigan. Como todos certamente sabem, The Little Drummer Boy é uma popular canção de natal escrita pela compositora norte-americana Katherine Kennicott Davis em mil novecentos e quarenta e um e que foi gravada pela primeira vez dez anos depois com a assinatura dos Trapp Family, tendo sido objeto de diversas versões e recriações ao longo de mais de meio século.
A roupagem que os Villagers ofereceram a este inconfundível clássico de Natal, mostra-se instrumentalmente irrepreensível e com uma delicadeza e um charme inconfundíveis, algo que não irá certamente surpreender demasiado quem acompanha com particular atenção um dos melhores grupos da atualidade a criar canções ricas em sentimento e cor. De facto, na mão dos Villagers e à boleia de um feliz entrelaçar entre o registo sussurrante vocal de Conor O'Brien e o subtilmente doce de Lisa Hannigan e no modo como sopros, metais, cordas, sintetizadores e diversos efeitos de múltiplas proveniência vão-se mostrando, de modo milimetricamente calculado, ao longo de quase três minutos, nesta versão The Little Drummer Boy ganhou um perfil ainda mais otimista e festivo, mas sem colocar em causa a essência cândida e aconchegante do original. Confere...
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Kurt Vile – This Time Of Night (Chastity Belt cover)
A Suicide Squeeze Records tem no seu catálogo os Chastity Belt, uma banda de rock americana natural de Walla Walla, nos arredores de Washington, em dois mil e dez e composta por Julia Shapiro, Lydia Lund, Annie Truscott e Gretchen Grimm. A referida etiqueta está, por estes dias, a celebrar esta ligação estreita com o grupo, tendo, para isso, convidado alguns artistas que têm convivido e andado em digressão com o quarteto, para reinterpretarem alguns dos temas mais importantes do seu catálogo.
Kurt Vile, que recentemente andou em digressão com as Chastity Belt, aceitou o desafio e lançou-se numa nova roupagem do tema This time Of Night, que faz parte do disco I Used to Spend So Much Time Alone, que foi, em dois mil e dezassete, o terceiro da banda de Walla Walla. O resultado final da reinterpretação por Kurt Vile de um dos temas mais sonantes do catálogo das Chastity Belt, é um exuberante e animado exercício que, oscilando entre a indie folk e o rock alternativo e preservando a espontaneidade do original, oferece-lhe uma curiosa tonalidade garageira e noventista, assente num timbre metálico de uma guitarra efusiva e num registo percurssivo que vai jogando com o refrão com ímpar mestria. Confere a cover e o original...
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Jeff Tweedy - Filled With Wonder Once Again
O norte-americano Jeff Tweedy, líder do míticos Wilco, é, claramente, um dos músicos mais profícuos e criativos do cenário musical alternativo atual. Concretizando, na última década e meia, ao comando da sua banda, idealizou e incubou The Whole Love (2011), Star Wars (2015), Schmilco (2016) Cruel Country (2022) e, muito recentemente, Cousin (2023). Entretanto, em dois mil e dezoito, aproveitou para escrever uma auto-biografia intitulada Let's Go (So We Can Get Back): A Memoir of Recording and Discording with Wilco, Etc., onde dissertou sobre aspetos da sua personalidade e do seu trajeto nos Wilco.
À boleia desse exaustivo exercício escrito de introspeção, acabou por criar alguns registos a solo, sendo o mais conseguido WARM, onze canções que viram a luz do dia nesse mesmo ano de dois mil e dezoito com a chancela da insuspeita dBpm Records e que sucederam a Together at Last (2017), um registo de versões de alguns dos temas mais emblemáticos da sua, na altura, já extensa carreira. Depois de WARM, em dois mil e dezanove chegou Warmer, disco que, conforme o título indica, não estava dissociado do conteúdo do antecessor, já que, além de ter sido gravado durante o mesmo período em que foi captado WARM, acabou por, na sua essência, obedecer à mesma filosofia sonora estilística.
No início do estranho outono de dois mil e vinte, Jeff Tweedy deu ao mundo Love Is The King, a última obra discográfica em nome próprio de um compositor que assenta o seu processo criativo numa concepção de escrita que explora bastante a dicotomia entre sentimentos e no modo criativo e refinado como musica as letras que daí surgem, aliando o seu adn pessoal às tendências mais contemporâneas da folk e do rock alternativo.
Agora, novamente num outono algo atípico, Jeff Tweedy volta a colocar-nos em sentido devido à cover que criou para o clássico Filled With Wonder Once Again, que o mítico artista Billy Fay incluiu no seu disco Countless Branches, de dois mil e vinte. Na nova roupagem que Jeff Tweedy oferece a Filled With Wonder Once Again, o músico do Illinois idealizou com sucesso um impressivo e jubilante tratado folk, dominado por timbres de cordas particularmente estridentes, que abastecem uma constante dicotomia entre sentimentos e confissões, oferecendo uma roupagem mais eletrificada e radiofónica a um original que é eminentemente acústico, intimista e contemplativo, fazendo-o sem descurar a essência eminentemente reflexiva e sentimental da génese do original. Confere a cover e o original...
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Luke Sital-Singh – I Will Follow You Into The Dark
O britânico Luke Sital-Singh, um artista muito querido para a nossa redação e agora radicado na costa oeste do outro lado do Atlântico, lançou em setembro do ano passado um excelente disco intitulado Dressing Like A Stranger, disponivel no bandcamp do artista, um alinhamento de onze canções que plasmam de modo tremendamente fiel o espírito intimista e profundamente reflexivo deste artista e o habitual misticismo a a inocência da sua filosofia sonora.
Depois desse tomo de canções em formato longa duração, Luke Sital-Singh tem-se dedicado à divulgação de vários temas avulsos que, para já, ainda não trazem atrelado o anúncio de um sucessor para esse Dressing Like A Stranger. O mais recente é I Will Follow You Into The Dark, uma versão de um original dos Death Cab For Cutie, que fazia parte do disco Plans que a banda de Los Angeles lançou em dois mil e cinco.
Na roupagem que Luke Sital-Singh oferece a um verdadeiro clássico da carreira dos Death Cab For Cutie, o músico britânico aprimora o elevado sentimentalismo da composição, servindo-se de um ambiente bastante intimista e minimal para, numa simbiose entre acusticidade, eletrónica ambiental e alguns dos melhores detalhes do R&B contemporâneo, criar uma versão com uma pegada folk eminentemente melancólica, que atinge, na nossa opinião, um elevado grau de brilhantismo. Confere...
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Sparklehorse – Listening To The Higsons
Mark Linkous, o mítico líder dos Sparklehorse, deixou-nos em dois mil e dez, mas continua a estar sonoramente bem vivo, devido a algumas aparições que, de tempos a tempos, materializam-se devido ao vasto arquivo que nos deixou e que continua a ser esmiuçado pelos mais próximos, familiares e amigos. A título de exemplo, o seu habitual colaborador de quando ainda era vivo, Danger Mouse, deu-nos a conhecer, em dois mil e catorze, a canção Ninjarous, já depois de poucos meses depois da morte de Mark ter publicado a compilação Dark Night Of The Soul, que tinha um alinhamento de treze composições e contava com um notável leque de vocalistas: Black Francis dos Pixies, Julian Casablancas dos The Strokes, Vic Chesnutt, Wayne Coyne e os seus The Flaming Lips, Jason Lytle dos saudosos Grandaddy, James Mercer dos The Shins e Broken Bells, Nina Persson dos Cardigans, o sempre prestável Iggy Pop, Gruff Rhys dos Super Furry Animals, Suzanne Vega e o realizador David Lynch, que assinava igualmente as belas fotos que ilustravam o disco.
Quase no natal de dois mil e vinte e dois, todos os fãs dos Sparklehorse tiveram uma extraordinária prenda de natal, um inédito intitulado It Will Never Stop, uma aparição sonora possibilitada pelas mãos generosas de Matt Linkous, o irmão de Mark e que tinha a chancela da ANTI-Records. Esse tema dos Sparklehorse tinha sido tocado pela banda ao vivo em dois mil e sete no evento All Tomorrow Parties e a versão revelada em dezembro tinha sido captada nos estúdios Static King and Montrose Recording e produzida por Matt Linkous, Melissa Moore Linkous e Alan Weatherhead, que também toca guitarra na composição.
It Will Never Stop acabou por ser o primeiro tema revelado de Bird Machine, um disco que terá então a assinatura Sparklehorse a título póstumo. É um alinhamento de catorze canções, com a chancela da ANTI, coproduzido por Alan Weatherhead e que irá ver a luz do dia por estes dias, por intermédio do irmão e da cunhada do cantor, Matt e Melissa Linkous, hoje os principais responsavéis pelo espólio de Mark Linkous.
Evening Star Supercharger, a terceira canção do alinhamento de Bird Machine, foi o segundo single retirado do seu alinhamento e há cerca de um mês através tivemos a oportunidade de nos deliciarmos com The Scull Of Lucia, o décimo segundo tema do álbum, uma composição tremendamente intimista e sentimental e que contava com a participação especial de Jason Lytle.
Agora, em plena edição do disco, é retirado mais um single de Bird Machine, a décima composição do seu alinhamento. O tema em questão intitula-se Listening To The Higsons; É um original assinado por Robyn Hitchcock, que fazia parte do álbum Gotta Let This Hen Out!, que o músico britânico, natural de Paddington, nos arredores de Londres, lançou em mil novecentos e oitenta e cinco. A roupagem criada por Mark Linkous confere uma tonalidade ainda mais abrasiva e garageira a um original que há quase quatro décadas continha já um espírito eminentemente cru, minimalista e lo fi, imagens de marca inconfundíveis de Robyn Hitchcock, uma das principais influências dos Sparklehorse. Confere...
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Los Campesinos! – I Love You (But You’re Boring)
Paul Heaton e Dave Rotheray eram a dupla que liderava, nos anos oitenta e noventa, o projeto britânico The Beautiful South, que tem doze álbuns no seu catálogo e que se estreou em mil novecentos e oitenta e nove com um extraordinário disco chamado Welcome to The Beautiful South, um alinhamento de onze canções que encerrava com uma tocante canção intitulada I Love You (But You’re Boring) e que acaba de ser revista pelos galeses Los Campesinos!.
A versão que a banda natural de Cardiff, atualmente formada por Gareth Paisey, Neil Turner e Tom Bromley acaba de publicar, consegue, de modo incrivelmente impressivo, manter intocável o espírito simultaneamente melancólico e tocante desse original assinado pelos The Beautiful South e induzir a um tema com quase três décadas e meia, um jogo colorido de referências que, da folk à eletrónica, impressiona pelo modo como cordas e teclas interagem entre si, com superior mestria. Vale bem a pena ouvir o original e comparar com a cover assinada pelos Los Campesinos!, que não lançam nenhum trabalho em formato longa duração desde o registo Whole Damn Body, de dois mil e vinte e um. Confere...