man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
The Ophelias - Cicada
Produzido por Julien Baker e com a chancela da Get Better Records, Spring Grove é o nome do novo registo de originais dos The Ophelias, um alinhamento de treze canções assinado por este projeto norte-americano sedeado em Cincinnati, no estado do Ohio e formado por Spencer Peppet, Andrea Gutmann Fuentes, Mic Adams e Jo Shaffer.
pic by Mikko Castaño
Cumulonimbus e Salome foram os primeiros temas retirados do alinhamento de Spring Grove em formato single. No entanto, a canção que chamou definitivamente a atenção da nossa redação foi Cicada. Trata-se de uma curiosa composição que, de acordo com Spencer Peppet, a líder da banda, se inspira no facto de alguns dos seus anteriores namorados não usarem redes sociais e isso causar-lhe uma certa angústia, por não saber como é a vida deles neste momento. Um tema carregado de sarcasmos e ironia, portanto.
Sonoramente, Cicada é um tema instrumentalmente exuberante, sobressaindo o modo arritmado como diversas cordas e a bateria jogam entre si, com diversos arranjos, quer orgânicos, quer sintéticos, muitos algo abrasivos, a conferirem à canção uma arquitetura sonora encorpada, mas também majestosa, sobressaíndo, no final, um certo perfil lo fi que se saúda particularmente. Confere...
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Foxy Shazam – Pink Sky
Sedeados em Cincinnati, no Ohio, os Foxy Shazam abriram as hostilidades em dois mil e quatro e são atualmente formados pelos vocalista Eric Nally, o pianista Sky White, o trompetista Alex Nauth, o baixista The Persistent Savage, o guitarrista Devin Williams e o baterista Teddy Aitkins. Estrearam-se nos discos em dois mil e cinco com o registo The Flamingo Trigger e vão voltar ao formato longa duração no final deste mês de março com o nono trabalho da carreira, um álbum intitulado Animality Opera.
Depois de há poucas semanas atrás ter sido revelado o single Rhumbatorium, agora chega a vez de conferirmos Pink Sky, o segundo tema conhecido do alinhamento de Animality Opera. É uma canção com um elevado travo punk, em que uma bateria assertiva e frenética, uma guitarra vibrante e diversos arranjos de sopros e cordas orientados por experimentações sujas que procuram conciliar uma componente lo fi com o garage rock, criam uma espécie de embalagem caseira e íntima, que acaba por, no seu todo, exalar um clima sonoro orelhudo, anguloso e até radiofónico. Confere...
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Wussy – Inhaler
O rock envolvente, melancólico e algo sombrio dos norte-americanos Wussy de Chuck Cleaver, antigo líder dos Ass Ponys e Lisa Walker, Mark Messerly, Joe Klug e John Erhardt, está de regresso em dois mil e vinte e quatro com um disco intitulado Cincinnati Ohio e dois EPs, The Great Divide and Cellar Door, três lançamentos em simultâneo que vão ver a luz do dia dentro de dias e que terão a chancela da Shake It Records.
Sure As The Sun foi o primeiro single que divulgámos do alinhamento de Cincinnati Ohio, uma canção conduzida por uma guitarra com um timbre rugoso e cru, que ia acamando algumas cordas acústicas, uma distorção cavernosa e diversos efeitos que aumentavam de intensidade. Agora chega a vez de conferirmos Inhaler, um tema impetuoso, vibrante e que exala uma ímpar emotividade.
Em Inhaler, um baixo rugoso e uma bateria imponente, vão acamando diversas cordas acústicas e elétricas, que distorcem imparavelmente durante o refrão, acompanhando exemplarmente o feliz jogo de vozes que se vai estabelecendo entre Chuck e Lisa, num tema que condensa todo o cardápio que sustenta o melhor adn deste quinteto que sempre buscou texturas sonoras abertas, melódicas e expansivas, mas onde o ruído e o pendor lo fi são também traves mestras da sua filosofia sonora. Confere...
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Wussy – Sure As The Sun
O rock envolvente, melancólico e algo sombrio dos norte-americanos Wussy está de regresso em dois mil e vinte e quatro com um disco intitulado Cincinnati Ohio e dois EPs,The Great Divide and Cellar Door, três lançamentos em simultâneo que vão ver a luz do dia a quinze de novembro e que terão a chancela da Shake It Records.
Sure As The Sun é o mais recente single divulgado do alinhamento de Cincinnati Ohio. Canção conduzida por uma guitarra com um timbre rugoso e cru, que vai acamando algumas cordas acústicas, uma distorção cavernosa e diversos efeitos que vão aumentando de intensidade, Sure As The Sun condensa todo o cardápio que sustenta o melhor adn deste quinteto formado por Chuck Cleaver, antigo líder dos Ass Ponys e Lisa Walker, Mark Messerly, Joe Klug e John Erhardt e que sempre buscou texturas sonoras abertas, melódicas e expansivas, mas onde o ruído e o pendor lo fi são também traves mestras da sua filosofia sonora. Confere...
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WHY? - The Well I Fell Into
Natural de Cincinnati, o norte-americano Yoni Wolf juntou-se, em dois mil e quatro, ao coletivo de hip hop Anticon, um dos mais estimulantes laboratórios de invenção de novos caminhos e recontextualizações de referências, formas e linguagens de genética hip hop. Passaram então a ser um trio, rebatizaram o projeto de cLOUDDEAD e juntos elevaram o hip hop delirante, neurótico e fragmentado ao estatuto de entidade essencial para a compreensão do século XXI.
Entretanto os cLOUDDEAD deram o berro, mas Yoni Wolf (aka WHY?) seguiu em frente e formou, com o seu nome artístico, uma nova banda com o seu irmão Josiah. Estrearam-se nos discos em dois mil e cinco com Elephant Eyelash, registo ao qual se seguiu Alopecia, em dois mil e oito, o glorioso expoente da união entre pop, hip hop e o experimentalismo, no fundo a bitola pela qual se rege a sonoridade deste projeto. Em dois mil e nove deram-nos Eskimo Snow, um álbum cheio de canções mais sombrias e nasaladas, com um tom provocador e afectado, uma receita milagrosa que se repetiu três anos depois com Mumps, Etc, treze canções repletas de humor negro e que mostravam uma estranha obsessão de Yoni pela morte, algo que o artista admitia, à época, com uma honestidade, quase desarmante, plasmar na escrita das suas canções.
Doze anos depois de Mumps, Etc, este projeto WHY? regressa ao nosso radar devido a um novo disco, um alinhamento de catorze canções intitulado The Well I Fell Into, que viu a luz do dia a dois de agosto com a chancela da Waterlines Label, etiqueta detida pela própria banda e que comprova a ascenção meritória deste projeto rumo a um patamar de excelência que merece amplo destaque, guindado por um disco que segue as permissas estilísticas acima discriminadas, que vivem essencialmente, como de certa forma foi descrito, de uma junção cuidada de diversos estilos e influências.
Explorando temas tão profundos como o sentimento de perca ou de auto descoberta, The Well I Fell Into é um mergulho sugestivo, impressivo e detalhisticamente rico e complexo, na mente de Yoni, um artista que chamou a estúdio, para gravar o álbum, um naipe de talentosos músicos e artistas, dos quais se destacam Gia Margaret, Macie Stewart, Lillie West, Serengeti, ou Ada Lea. O resultado final são pouco mais de quarenta e cinco minutos intensos e luminosos, mas também cheios de emoção e profundamente pensativos, nostálgicos e melancólicos.
Carregamos no play e em Marigold, a voz grave e nasalada de Yoni e o modo como se entrelaça com o piano e os violinos, oferece-nos uma espécie de receita milagrosa, na forma de um portento de indie pop que não descura, como também seria de esperar, uma aproximação angulosa à herança do melhor R&B contemporâneo, nomeadamente no registo percussivo. Depois, o clima intimista das cordas que acamam Brand New, amplia a sagacidade sonora do disco, ao mesmo tempo que testa a nossa capacidade de resistência à lágrima fácil.
Com início tão prometedor, é difícil abandonar a audição do disco, algo de que não nos arrependemos, logo a seguir, na arrebatadora G-dzillah G’dolah, uma extraordinária canção, que recria a história de alguém que viaja de avião ao encontro da amada que já não vê há algum tempo e que, sonoramente, tem como base um simples mas algo hipnótico trecho instrumental conferido por um piano que vai depois recebendo diversos adornos e interseções, que começam num violoncelo insinuante, que é depois abraçado por uma bateria de forte travo jazzístico e por violinos e outras sintetizações, num resultado final que recria uma melodia lindíssima e comovente, que quase nos leva às lágrimas. Depois, no meio de algumas incursões, mais ou menos escondidas, pelo dub e pelo jazz, a simplicidade cósmica de When We Do The Dance, as aproximações contundentes ao hip-hop nas asas das confessionais Jump e, principalmente, da épica Sin Imperial, a acusticidade solarenga de The Letters, Etc., o vigor sónico de Nis(s)an Dreams, Pt. 1, o rock simultaneamente emotivo e progressivo de Versa Go!, o delicioso travo blues e jazzístico de Sending Out A Pamphlet e o perfil psicadélico de Atreyu, escutamos uma representação feliz das diferentes colagens de experiências assumidas por Yoni ao longo da sua carreira e que parece ter sido alvo de uma espécie de súmula neste seu novo cardápio, um festim de canções pop exemplarmente polidas, picotadas e fragmentadas e que penetram profundamente no nosso subconsciente.
Após repetidas audições, The Well I Fell Into acaba por impregnar-se como uma lapa, porque nos oferece a inolvidável sensação de estarmos na presença de uma coleção de canções que poderiam ter sido idealizadas por uma criança que ganhou voz de adulto, aprimorou os seus dotes musicais, instrumentais, de escrita e melódicos, mas que, bem lá no fundo, nunca cresceu, nunca deixou de brincar com os instrumentos e assim conseguiu mais uma metáfora perfeita dos extremos desiquilíbrios em que vive o seu eu e o mundo em que ele vive, que é, como todos bem sabemos, também o nosso. Espero que aprecies a sugestão...
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The Afghan Whigs – The Getaway
How Do You Burn? é o título do novo registo de originais dos The Afghan Whigs de Greg Dulli, o nono disco da banda norte-americana natural de Cincinnati, no Ohio, um estrondoso projeto em atividade desde mil novecentos e oitenta e seis e já com uma reputação mítica no universo sonoro indie e alternativo, das últimas quatro décadas.
How Do You Burn? irá ver a luz do dia a nove de setembro à boleia do consórcio Royal Cream/BMG e sucede aos registos Do To The Beast (2014) e In Spades (2017), álbuns que marcaram uma nova fase da banda depois de um longo hiato, durante parte da primeira década deste milénio. O disco contém dez canções que começaram a ganhar forma em setembro de dois mil e vinte, com a questão pandémica a ter um papel decisivo no modus operandi do processo de gravação.
As composições deste disco, cujos créditos assinalarão as participações especiais do falecido Mark Lanegan, de Susan Marshall, Van Hunt, Marcy Mays, Stevie Nicks e Lindsey Buckingham, foram gravadas em diferentes estúdios, nomeadamente na Califórnia, onde estiveram Dulli, o baterista Patrick Keeler e o produtor Christopher Thorn e em nova Jersey, Nova Orleães e Cincinnati, locais onde o guitarrista Jon Skibic, o baixista John Curley e o multi-instrumentista Rick Nelson, gravaram as suas contribuições para o posterior processo de mistura e produção.
The Getaway é o primeiro single revelado de How Do You Burn?, uma composição que assenta os seus pilares naquele rock eminentemente denso, mas com elevada sagacidade melódica, um rock carregado com guitarras poderosas e incisivas que não descuram uma faceta psicadélica que se aplaude e que é reforçada pela presença infatigável e marcante da clássica bateria. É, em suma, uma canção onde as cordas e a voz de Dulli ajudam a transportar-nos para paisagens áridas e quentes, como se exige a um bom tema dos The Afghan Whigs. Confere The Getaway e a tracklist de How Do You Burn?...
I’ll Make You See God
The Getaway
Catch A Colt
Jyja
Please, Baby, Please
A Line Of Shots
Domino and Jimmy
Take Me There
Concealer
In Flames
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Greg Dulli – Pantomima
Após um longo hiato de dezasseis anos, os The Afghan Whigs de Greg Dulli, regressaram às edições discográficas em dois mil e catorze com Do The Beast, um álbum que sucedeu ao aclamado registo1965 (1998) e do qual houve, felizmente, sucessor, o disco In Spades, editado em dois mil e dezassete, pouco antes da morte de Dave Rosser, o guitarrista à altura dos The Afghan Whigs. No entanto, Greg Dulli, um músico que envolveu-se em outros projetos, várias vezes de mãos dadas com Josh Homme, o carismático lider dos The Queens Of The Stone Age e também com Mark Lanegan, parece querer dar um fôlego na sua carreira a solo, com a divulgação do lançamento de Random Desire, o primeiro disco que terá a sua assinatura única, apesar de já ter tido um projeto alternativo chamado Twilight Singers, que resultou, em dois mil e cinco no registo Amber Headlights, e que cessou as hostilidades devido a outro desaparecimento, neste caso do amigo Ted Demme.
Random Desire terá dez canções escritas por Dulli nos últimos dois anos e delas já se conhece o single Pantomima, composição que mostra que o rock visceral e sujo, carregado com guitarras poderosas e incisivas, continua a ser a bitola que orienta e define o processo de composição deste mítico músico que não aprecia muito a fama, a exposição pública e o sucesso, mas que poderá muito bem, de acordo com esta amostra, estar a preparar-se para lançar um dos trabalhos dicográficos obrigatórios do próximo ano. Confere...
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Walk The Moon – What If Nothing
Os norte americanos Walk The Moon de Nicholas Petricca estão finalmente de regresso aos discos após um hiato algo prolongado. Impressionaram em 2012 com um espetacular homónimo cheio de canções com refrões acessíveis e aditivos e melodias dançáveis e paisagens sonoras atmosféricas onde ecoavam guitarras, tambores e batidas, uma receita que está de regresso de modo ainda mais aprimorado e exuberante em What If Nothing, o disco que esta banda oriunda de Cincinnati lançou a dez de novembro último.
Produzido por Mike Crossey e Mike Elizondo, What If Nothing tem o selo da RCA Records e coloca este quarteto norte-americano no trilho da pop mais efervescente, sintética e luminosa, algumas vezes até com diversos tiques do r&b em ponto de mira, como é o caso de Press Restart, mas também a olhar de frente e com notória gula para o rock mais anguloso e expansivo. Assim, não faltam aqui canções a apelarem às pistas e à criatividade dos remisturadores, outras a pedirem um punho firme e cerrado e ainda diversos instantes que convidam à introspeção e, no melhor pano, canções que fazem uma súmula de toda esta amálgama sonora certamente controlada em que os Walk The Moon se movem.
É indubitável a capacidades destes Walk The Moon em olharem para o lado estético daquela pop algo negra e belicosa, feita de batidas algo minimais e sintetizadores impregnados de efeitos repletos de charme, mas eles também são exímios a navegar em águas banhadas por cordas exemplarmente eletrificadas e carregadas de fuzz e distorção. E, na sequência deste modus operandi, não terá sido inocente a escolha dos dois primeiros singles a retirar do álbum. Assim, se em Kamikaze temos um feliz exemplar do primeiro género de canções cuja bitola é, pouco depois, reforçada pelo arsenal sintético que sustenta a exuberância de All Night, já Headphones não reprime nenhum impulso na hora de puxar pelo red line e, impressionando pela crueza e pela rugosidade, tem ainda o bónus de contar com o elevado protagonismo do baixo na arquitetura sua melódica. Depois, canções como a épica e efervescente All I Want ou Tiger Teeth, uma lindíssima balada onde sobressai um piano sintetizado que acompanha com mestria aquele efeito agridoce com que Petricca costuma adornar a sua voz quando quer transmitir algo mais profundo, acabam por nos proporcionar a tal junção estética que tem como grande e constante motor o reviver de marcas típicas do rock nova iorquino do fim da década de setenta e, simultaneamente, o ressuscitar de referências mais clássicas, consentâneas com a própria pop psicadélica, sendo indisfarçável, ao longo das treze canções do registo, a busca constante de melodias agradáveis e marcantes, mas também ricas em detalhes e texturas.
São vários os territórios sonoros onde os Walk The Moon se sentem como peixe na água, estabelecendo definitivamente neste trabalho o vasto leque de influências que sempre moldaram uma carreira livre de constrangimentos ou de obediência direta a uma determinada bitola sonora mais específica, até porque em What If Nothing aquilo que não falta é um som intrincado mas cativante e pleno de texturas psicadélicas que, simultaneamente, nos alegra e nos conduz à diversão, com uma sobriedade distinta e focada numa instrumentação diversificada e impecavelmente produzida. Espero que aprecies a sugestão...
01. Press Restart
02. Headphones
03. One Foot
04. Surrender
05. All I Want
06. All Night
07. Kamikaze
08. Tiger Teeth
09. Sound Of Awakening
10. Feels Good To Be High
11. Can’t Sleep (Wolves)
12. In My Mind
13. Lost In The Wild
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Walk The Moon – Headphones
Os norte americanos Walk The Moon Nicholas Petricca estão finalmente de regresso aos discos após um hiato algo prolongado. Impressionaram em 2012 com um espetacular homónimo impregnado de canções com refrões acessíveis e aditivos e melodias dançáveis, paisagens sonoras atmosféricas onde ecoavam guitarras, tambores e batidas e que poderão estar de regresso em What If Nothing, o disco que esta banda oriunda de Cincinnati irá lançar a dez de novembro próximo.
Headphones é o primeiro single já divulgado de What If Nothing, um tema que não reprime nenhum impulso na hora de puxar pelo red line e que, impressionando pela crueza e pela rugosidade, tem ainda o bónus de contar com o elevado protagonismo do baixo na arquitetura melódica que o sustenta. Confere...
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Wussy – Forever Sounds
Considerados por imensa crítica especializada como a melhor banda norte americana da atualidade, os Wussy andam por cá desde 2001 e acabam de regressar aos discos com Forever Sounds, o sexto registo de originais da carreira deste grupo oriundo de Cincinnati, no Ohio e formado por Chuck Cleaver, antigo líder dos Ass Ponys e Lisa Walker, Mark Messerly, Joe Klug e John Erhardt. Este tomo de dez canções viu a luz do dia à boleia da insuspeita Shake It Records, sendo já um marco discográfico do ano no panorama alternativo norte americano.
Intensos, rugosos e com um cardápio sonoro impregnado com um manancial de efeitos e distorções alicerçadas em trinta anos de um indie rock feito com guitarras bastante inspiradas, estes Wussy transportam já uma herança no seu cardápio que sempre buscou texturas sonoras abertas, melódicas e expansivas, mas onde o ruído e o pendor lo fi são também traves mestras da sua filosofia sonora. O magnífico reverb da guitarra de Donny’s Death Scene, a luminosidade melódica de Hello, I'm A Ghost, a comoção latente em Sidewalk Sale, ou a grandiosidade do single Dropping Houses, composição que exibe linhas e timbres de cordas eletrificadas muito comuns no chamado garage rock, uma produção suja, um registo vocal cru e um ruído constante, são aspetos que nunca inibem os Wussy de se manterem concisos e diretos na visceralidade controlada que querem exalar e provam elevada competência no modo como, nos exemplos citados, separam bem os diferentes sons e os mantêm isolados e em posição de destaque, durante o processo de construção dos diferentes puzzles que lhes dão substância.
Muitas vezes torna-se demasiado dominante e percetivel a distorção das guitarras em bandas que apostam no espetro sonoro relacionado com o indie rock mais cru, mas no caso deste quinteto tal preponderância atinge uma bitola qualitativa elevada, além de não faltar uma porta aberta a um saudável experimentalismo. O modo exemplar como Forever Sounds amplifica estas impressões faz deste Wussy um nome a reter com urgência, impulsionados por um disco que é um espetacular tratado de indie punk rock aternativo, aditivo, rugoso e viciante. Confere...
01. Dropping Houses
02. She’s Killed Hundreds
03. Donny’s Death Scene
04. Gone
05. Hello, I’m A Ghost
06. Hand Of God
07. Sidewalk Sale
08. Better Days
09. Majestic-12
10. My Parade