man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
SUSTO – My Entire Life
Os norte-americanos SUSTO não davam sinais desde o excelente registo Time In The Sun, editado em dois mil e vinte e um e que combinava rock, country, folk e psicadelia com elevada mestria. Agora, em dois mil e vinte e três, a banda natural de Charleston, na Carolina do Sul e liderada por Justin Osborne, está de regresso aos discos com My Entire Life, um catálogo de doze canções que tem a chancela da New West Records.
Registo muito marcado por eventos pessoais de Osborne, com particular destaque para o seu divórcio, algumas problemas de adição na família e as consequências que a pandemia trouxe para o quotidiano dos SUSTO, My Entire Life é um longo e ruidoso suspiro, que comprova o potencial terapêutico do processo de criação músical. Canções como Rock On, um delicioso tratado folk, melodicamente irrepreensível, com um fuzz na guitarra contundente e que relata um acordar ressacado num quarto de hotel desconhecido, Mermaid Vampire, uma canção intensa e com um travo blues indisfarçável, fornecido por guitarras de forte pendor psicadélico e por uma bateria vigorosa, o tema homónimo, um oásis de nostalgia encharcado em cordas vibrantes, Hyperbolic Jesus, composição delicada e confessional que, sustentada num piano buliçoso, aborda algumas das supostas contradições que a religião contém e Rooster, uma canção que carrega no seu regaço, uma ode sentida ao adn do melhor cancioneiro norte-americano, são exemplos impressivos do cariz fortemente confessional e íntimo de um disco que capta um instante preciso na vida de alguém e o descreve sem rodeios e com indisfarçável realismo, enquanto consegue prescrutar enorme beleza no meio de um aparente caos, porque essa é, também, a magia inerente à arte de fazer música. Espero que aprecies a sugestão...
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SUSTO – Mermaid Vampire
Os norte-americanos SUSTO não davam sinais desde o excelente registo Time In The Sun, editado em dois mil evinte e um e que combinava rock, country, folk e psicadelia com elevada mestria. Agora, em dois mil e vinte e três, a banda natural de Charleston, na Carolina do Sul e liderada por Justin Osborne, está de regresso aos discos com My Entire Life, um catálogo de doze canções que irá ver a luz do dia já a vinte e oito de julho, com a chancela da New West Records.
Mermaid Vampire é o mais recente single divulgado do alinhamento de My Entire Life, um registo muito marcado por eventos pessoais de Osborne, com particular destaque para o seu divórcio, algumas problemas de adição na família e as consequências que a pandemia trouxe para o quotidiano dos SUSTO. Nomes como os The Black Keys ou os Queens of the Stone Age saltam de imediato para o nosso imaginário durante a audição de Mermaide Vampire, uma canção intensa e com um travo blues indisfarçável, fornecido por guitarras de forte pendor psicadélico e uma bateria vigorosa. Confere...
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Tape Waves - Here To Fade
Se nos deixarmos levar pela cândura de Nowhere, um dos momentos maiores de Here To Fade, o novo disco dos Tape Waves de Jarod Weldin e Kim Weldin, é bem possível que a nossa mente nos faça aterrar naquela praia vintage que nos leva de volta à pop luminosa dos anos sessenta, aquela pop tão solarenga como a Carolina do Sul, o estado norte americano onde a banda reside. Essa passagem para uma outra dimensão sucede naturalmente enquanto se escuta, além desta, mais nove canções tranquilas, que não deixam de conter leves pitadas de shoegaze e post rock, mas que nunca atravessam aquela fronteira que poderia conduzir a sonoridade da dupla para algo de muito barulhento ou demasiado experimental.
Sucessor do excelente Let You Go, o fantástico disco de estreia do projeto, editado em 2014, Here To Fade eleva esta dupla norte americana oriunda de Charleston para uma superior dimensão estilística, com a sonoridade simples e impecavelmente produzida do antecessor a ser aprimorada, numa evidente e salutar aproximação à melhor surf pop melancólica e romântica, através de guitarras levemente distorcidas e harmoniosas, banhadas pelo sol dos subúrbios e misturadas com arranjos luminosos e com um certo toque psicadélico.
Temas como a efusiva Close Your Eyes, canção que esconde um baixo que lhe confere um toque punk absolutamente delicioso, a planante Go Away ou a ritmada Standing In Line têm algo de épico e sedutor, com uma sonoridade muito implícita no modo como, num contexto sonoro aparentemente minimal, apresentam diferentes nuances e uma vasta miríade de detalhes, efeitos e arranjos, com o registo vocal ecoante a funcionar como o contraponto decisivo para a feliz criação de uma atmosfera geral calma e contemplativa, com uma aúrea de sensibilidade e fragilidade romântica incomuns e bastante sentimentalista e transmissora de boas vibrações. A voz doce de Kim e o acerto instrumental de Jarold contrastam e complementam-se, em simultâneo, e transbordam uma imensa eficácia e bom gosto na forma como dão vida a temas coerentes, com um forte cariz romântico e que versam sobre o amor, memórias, promessas quebradas, sonhos e anseios.
Gravado e misturado pelo próprio Jarod Weldin e masterizado por Joe Goodwin e com o lindíssimo artwork da autoria de Savannah Rusher, Here To Fade confirma o modo assertivo como os Tape Waves falam com particular delicadeza sobre o sabor doce e amargo da vida, tal como a conhecemos, com a melhor estratégia a ser aquela em que o plano principal é não haver planos, ao som de uma festa algo melancólica e instrospetiva, mas que não deixa de ser também feita de cor, movimento e muita letargia. Espero que aprecies a sugestão...
01. So Fast
02. Always Shines
03. Nowhere
04. Calling
05. Close Your Eyes
06. Go Away
07. Standing In Line
08. Fine For Now
09. Stay Mine
10. Morning Time
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Brave Baby – Electric Friends
Christian Chidester, Jordan Hicks, Keon Masters, Steven Walker, Wolfgang Zimmerman são os Brave Baby, um coletivo norte americano oriundo de Charleston, que se estreou nos lançamentos discográficos em 2012 com Forty Bells, um disco que viu a luz do dia à boleia da etiqueta local Hearts and Plugs e que foi produzido pelo próprio Zimmerman, o baterista da banda. Agora, três anos depois, chegou finalmente o sucessor, abrigado pela mesma editora, um trabalho intitulado Electric Friends e que em onze canções nos oferece um indie rock caleidoscópico, atravessado por um feixe multicolorido de sensações e sabores sonoros, uma verdadeira odisseia heterogénea e multicultural oferecida por um projeto visionário que encarna e explora habituais referências dentro de um universo sonoro muito peculiar e que aposta na fusão de rock, com a pop, a psicadelia e um certo funk algo jazzistico, de uma forma direta, mas também marcadamente experimental.
É evidente a sensação de prazer que qualquer apreciador profundo de um espetro musical mais lisérgico sente ao escutar os loopings e espirais que adornam Daisy Child, as guitarras que debitam distorções intensas e inebriantes, um baixo eloquente e uma voz dose que extravasa uma intensa sensação de empatia e simpatia connosco e ainda mais recompensador se torna depois, perceber que estas são permissas essenciais que identificam e tipificam o som específico destes Brave Baby. Em Find You Out está lá, de novo, o esplendor das cordas, com o baixo ainda mais imponente, mas agora firmado por sopros e por outros recursos sonoros de cariz geralmente sintético, que exprimem um modo curioso e bastante criativo averca de como a banda olha para as tendências atuais e faz uma mescla com o período aúreo do rock experimental, de plena década de setenta do século passado, de modo a conseguir um resultado final bem aceite pelo público. Mesmo quando em Ancients o clima épico e ancestral da canção é sustentado por uma camada instrumental rugosa e uma bateria frenética ou em Atlantean Dreams, a opção inicial passa pelo hipnotismo sintético do efeito fabuloso que introduz um tema que depois inflete para uma exuberância jazzística, algo clássica até, onde não faltam efeitos percussivos de metais e teclas de piano flamejantes, existe sempre a busca consciente e bem sucedida de apresentar detalhes que encarnem uma ligação estreita entre a psicadelia e o rock progressivo, através de um sentido épico pouco comum e com resultados práticos que, como se percebe, são realmente ricos e extraordinários.
Mas são outros mais e imensos os exemplos do modo como os Brave Baby em vez de se fecharem no seu próprio casulo, parecem estar muito atentos à realidade atual, enquanto se mostram particularmente inspirados e num elevado nível qualitativo na visão caleidoscópica que plasmam em Electric Friends do indie rock atual. O som de fundo orquestralmente rico que dá vida à alegoria funk pop Larry On The Weekend, um tema que não receia abusar dos detalhes eletrónicos e dos detalhes metálicos é outro sinal claro desse avanço, que a riqueza dos arranjos sombrios das cordas vintage de Be Alright, ou o clima descontraído da viola que deambula por Hare Krishna evidenciam.
Num álbum heterógeneo onde se cruzam diversos espetros sonoros com impressionante bom gosto e onde um certo caos, sempre controlado e claramente ponderado, rico, exuberante e impecavelmente produzido, os Brave Baby oferecem-nos onze canções que explodem num forte sinal de esperança e de renascimento, sementes que vão provavelmente conquistar para o grupo novos públicos. Espero que aprecies a sugestão...
01. Daisy Child
02. Find You Out
03. Plastic Skateboard
04. Octopus J
05. Atlantean Dreams
06. Be Alright
07. Electric Friends
08. Ancients
09. Larry On The Weekend
10. Hare Krishna
11. Call It
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Tape Waves – Let You Go
Os norte americanos Tape Waves são Jarod Weldin e Kim Weldin, uma dupla oriunda de Charleston que acaba de se estrear nos discos com Let you Go, um disco gravado e misturado pelo próprio Jarod Weldin e masterizado por Joe Goodwin. Let You Go viu a luz do dia por intermédio da Bleeding Gold Records e contou com a participação especial de Danny Rowland nas guitarras, nas teclas e na percussão em alguns dos temas do álbum. Já agora, o lindíssimo artwork do disco é da autoria de Savannah Rusher.
Se nos deixarmos levar pela cândura de Let You Go, é bem possível que a nossas mente nos faça aterrar naquela praia vintage que nos leva de volta à pop luminosa dos anos sessenta, aquela pop tão solarenga como o estado norte americano onde a banda reside. Essa passagem para uma outra dimensão sucede naturalmente enquanto se escuta dez canções tranquilas, que não deixam de conter leves pitadas de shoegaze e post rock, mas que nunca atravessam aquela fronteira que poderia conduzir a sonoridade do disco para algo de muito barulhento ou demasiado experimental.
Assim, num disco com uma sonoridade leve e simples e impecavelmente produzido, há também uma evidente aproximação ao surf pop, através de guitarras levemente distorcidas e harmoniosas, banhadas pelo tal sol dos subúrbios e misturadas com arranjos luminosos e com um certo toque psicadélico. Temas como All I Can See ou Ready Now têm algo de épico e sedutor, com uma sonoridade muito implícita em relação à eletrónica dos anos oitenta e são para mim os grandes momentos de Let You Go, belos instantes sonoros pop onde a voz é colocada em camadas, bem como as guitarras, criando uma atmosfera geral calma e contemplativa.
Mas o álbum tem outros instantes snoros cobertos por uma aúrea de sensibilidade e fragilidade romântica indisfarçáveis, canções com uma enorme beleza melódica e que se escutam com particular fluidez. Em Beachfront e Slow Days o trabalho das cordas é exemplar na forma como confere aos temas um ambiente sonoro amiúde acústico, mas sem desligar as guitarras da corrente, numa apenas aparente divergência lo fi, que reforça o charme que está sempre intrínseco ao pendor retro que carateriza o tipo de sonoridade que os Tape Waves tão bem replicam. A voz doce de Kim e o acerto instrumental de Jarold contrastam e complementam-se, em simultâneo, mas trasnbordam uma imensa eficácia e bom gosto na forma como dão vida a temas coerentes, com um forte cariz romântico e que versam sobre o amor, memórias, promessas quebradas, sonhos e anseios. No fundo, são dois artistas que falam com particular delicadeza sobre o sabor doce e amargo da vida, tal como a conhecemos.
A praia dos Tape Waves começa com um peqeuno almoço daqueles dias em que o plano principal é não haver planos e continua até chegar o pôr do sol e com ele uma fogueira que nos leva noite dentro até o vidrão ficar cheio e a areia se confundir com as beatas que proliferam, numa festa algo melancólica e instrospetiva, mas que não deixa de ser também feita de cor, movimento e muita letargia. Espero que aprecies a sugestão...
01. Slow Days
02. All I Can See
03. Let You Go
04. Ready Now
05. Beachfront
06. Another Day
07. Wherever I Go
08. Looking Around
09. Stay All Night
10. I Can Tell