man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Foreign Air – Royalty
Jesse Clasen e Jacob Michael são os Foreign Air, uma dupla sedeada em Brooklyn, Nova Iorque e que começou a chamar a atenção da crítica desde dois mil e quinze, ano em que lançaram o single Free Animal, que encabeçou o EP For The Light, editado em setembro do ano seguinte. Essa canção, que foi banda sonora de vários anúncios comerciais, spots televisivos e até trailers cinematográficos, deu uma inesperada visibilidade aos Foreign Air que acabaram por ser convidados para tocar em vários festivais norte-americanos e para abrir concertos de bandas como os Phantogram, BORNS ou Bishop Briggs.
No início de dois mil e dezanove, os Foreign Air voltam a chamar a si alguns holofotes, incluindo os nossos, à boleia de Wake Me Up, o primeiro avanço para o disco de estreia, um trabalho intitulado Good Morning Stranger, que a banda editou em outubro de dois mil e vinte e com um alinhamento de quinze canções que nos oferecia um rock progressivo de elevado calibre.
Agora, cerca de meia década depois, a dupla voltou ao ativo com uma fornada de singles que têm chamado a atenção da nossa redação. Como certamente se recordam, em novembro partilhámos o conteúdo de Awkard Bones, uma canção que impressionava pelos violoncelos tocados por um quarteto de cordas e que depois se encadeavam com alguns arranjos sintéticos. Depois, no início de dezembro, chegou a vez de escutarmos Save Us, uma canção gravada com a ajuda de John Tranium nos estúdios Spacebomb Studios, em Richmond, na Virginia.
Agora, no início de fevereiro do novo ano, os Foreign Air estão de volta com mais uma nova canção. Chama-se Royalty e impressiona por uma indesmentível exuberância sintética, conferida por um sintetizador algo hipnótico, que vai sendo trespassado por diversas nuances, essencialmente percussivas. Depois, uma fugaz explosão sónica oferece ao tema, nos momentos em que se faz notar, laivos de majestosidade e de impetuosidade que induzem em Royalty uma herança nostálgica eminentemente oitocentista. Confere...
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Foreign Air – Save Us
Jesse Clasen e Jacob Michael são os Foreign Air, uma dupla sedeada em Brooklyn, Nova Iorque e que começou a chamar a atenção da crítica desde dois mil e quinze, ano em que lançaram o single Free Animal, que encabeçou o EP For The Light, editado em setembro do ano seguinte. Essa canção, que foi banda sonora de vários anúncios comerciais, spots televisivos e até trailers cinematográficos, deu uma inesperada visibilidade aos Foreign Air que acabaram por ser convidados para tocar em vários festivais norte-americanos e para abrir concertos de bandas como os Phantogram, BORNS ou Bishop Briggs.
No início de dois mil e dezanove, os Foreign Air voltam a chamar a si alguns holofotes, incluindo os nossos, à boleia de Wake Me Up, o primeiro avanço para o disco de estreia, um trabalho intitulado Good Morning Stranger, que a banda editou em outubro de dois mil e vinte e com um alinhamento de quinze canções que nos oferecia um rock progressivo de elevado calibre. o novo single da dupla, que sucede ao segundo registo dos Foreign Air, um trabalho intitulado Hello Sunshine, lançado em dois mil e vinte e dois.
Agora, cerca de meia década depois, a dupla voltou ao ativo com uma fornada de singles que têm chamado a atenção da nossa redação. Como certamente se recordam, há alguns dias atrás partilhámos o conteúdo de Awkard Bones, uma canção que impressionava pelos violoncelos tocados por um quarteto de cordas e que depois se encadeavam com alguns arranjos sintéticos. Agora chega a vez de escutarmos Save Us, uma canção gravada com a ajuda de John Tranium nos estúdios Spacebomb Studios, em Richmond, na Virginia.
Ao contrário do tema anterior e apesar da presença das guitarras também se fazer notar, assim como da bateria, repleta de variações rítmicas, Save Us aposta principalmente numa toada mais futurística e retro, com diversas camadas de sintetizações exuberantes e ecoantes batidas marcantes e algo abrasivas a conduzirem uma canção em que euforia e epicidade se conjugam instrumental e vocalmente sem qualquer tipo de reservas. Confere Save Us e o surreal vídeo do tema assinado por Josh Thomas e filmado na Carolina do Norte...
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Elephant Micah – Genericana
Os norte-americanos Elephant Micah de Joe O'Connell, Matt O'Connell, Jason Evans Groth e Zeke Graves estão de regresso aos discos com Genericana, seis canções misturadas por Scott Hirsch e masterizadas por Carl Saff e capazes de nos enredar de modo particularmente hipnótico num universo que tendo tanto de alienigena como de alucinogénico. É um disco que comprova a já mítica mestria que este projeto oriundo da Carolina do Norte tem revelado ao longo da carreira para criar composições sonoras onde o salutar experimentalismo, que não renega o uso de nenhuma fonte sonora, é a principal filosofia prática no momento de compôr. Neste caso, um sintetizador barato, alguns artefactos da marca Hindustani e um antigo deck de três pistas, foram parte do arsenal utilizado para criar e captar toda a miríade de sonse ruídos que se escutam ao longo deste incrível alinhamento de seis canções.
Logo nos segundos iniciais de Genericana, um álbum com o artwork da autoria de Pete Schreiner, percebe-se que este disco é um poiso hermeticamente isolado do mundo real que conhecemos e que só é possível usufruir de tudo aquilo que ele tem para nos oferecer se nos deixarmos levar pela sua doutrina. Começa-se a escutar Surf A e percebe-se que ondas de ruído estático, loops de uma bateria eletrónica e alguns efeitos sintetizados muitas vezes impercetíveis são o ganha pão do arquétipo de um tema que acaba por nos apresentar com impressiva fidelidade o ambiente de um alinhamento que volta a repetir esta tríade, mas com outras nuances, em canções que contendo uma falsa sensação de minimalismo e atravessadas por uma guitarra que tanto pode estar eletrificada como ser dedilhada com elevada crueza, encarnam uma banda sonora que serve para os Elephant Micah refletirem e criticarem a realidade de uma América que culturalmente vive numa era em que vê a política a dominar e a condicionar cada vez mais, direta ou indiretamente o mundo do entretenimento.
Genericana tem este claro propósito de colocar em causa todos os estereótipos que parecem nos dias de hoje condicionar todos aqueles que criam musica no outro lado do atlântico. Para Joe O’Connell, o líder deste projeto, é necessário agitar as águas, remexer no que é efetivamente comercial e colocar os consumidores de música a refletirem se aquilo que escutam nos dias de hoje acrescenta ou não algo de importante e significativo às suas vidas. O disco serve também de crítica ao airplay que domina as rádios americanas e o modo como aquela que é a génese da música nativa tem sido abafada pelas recentes tendências da pop. Se Fire A homenageia a essência da country com que O'Connell cresceu e que o fez querer criar música, as distorções de Life A e o clima rugoso de Surf B, olham com particular saudosismo para o rock alternativo noventista, aquele rock que entre o grunge, o garage e outras nuances mais progressivas, mostrou a melhor forma do rock independente do lado de lá.
Em suma, prestando tributo aos melhores dias da música alternativa norte-americana de final do século passado, numa época onde a riqueza e a diversidade até deixaram que sonoridades mais dançantes, como o dub nova iorquino e o techno de Detroit, tivessem um espaço de relevo e de simbiose com o rock da altura (escute-se Fire B), Genericana é a tentativa dos Elephant Micah de criar um álbum que possa servir de ponto de partida para a música de um país que está, na óptica deste grupo, amorfa e demasiado amarrada à ditadura das playlists e das vendas, nomeadamente as digitais e que precisa urgentemente de se reinventar e de encontrar novos caminhos, criativamente mais ricos e salutares. Espero que aprecies asugestão.....
01. Surf A
02. Fire A
03. Life A
04. Life B
05. Fire B
06. Surf B
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The Veldt - The Shocking Fuzz of Your Electric Fur: The Drake Equation
Formados em Raleigh pelos irmãos gémeos Daniel e Danny Chavis, aos quais se juntaram, entretanto, o baterista Marvin Levi e o baixista David Burris, os The Veldt foram, no ocaso do século passado, um dos novos nomes mais interessantes do cenário indie da Carolina do Norte, território onde incubaram grupos do calibre de uns Superchunk, Archers of Loaf, The Connells, Dillon Fence, The dBs, Squirrel Nut Zippers e Ryan Adams, entre outros. Estrearam-se nos registos discográficos em 1992 com Marigold, abrigados já pelo consórcio Stardog/Mercury e o sucesso desse arranque valeu-lhes um lucrativo contrato com a Polygram Records. Com essa bagagem financeira fizeram as malas e foram até Londres onde gravaram Afrodisiac, o segundo álbum do projeto, produzido pelo conceituado Ray Shulman (The Sugarcubes,The Sundays).
De repente, os The Veldt viram-se a partilhar o palco com nomes tão distintos como os Oasis, The Cocteau Twins, The Pixies, Fishbone e Corrosion Of Conformity, bandas seminais e preponderantes, um sucesso que acabou por colocar o grupo numa espécie de impasse relativamente ao rumo a seguir, mas que não os impediu de gravar ainda mais dois registos, os discos Universe Boat, através da Yesha Recordings e Love At First Hate, à boleia da etiqueta que a própria banda entretanto tinha criado, a End Of The World Technologies.
Após estes quatro álbuns, Danny e Burris abandonam os The Veldt, o último dedica-se ao cinema, sendo atualmente produtor da aclamada série Survivor, da CBS e o grupo acaba por encerrar as hostilidades em 1998. De regresso a Nova Iorque, os gémeos Danny e Daniel concentram as suas atenções num novo projeto intitulado Apollo Heights, mais focado em sonoridades relacionadas como o trip-hop e a eletrónica, dos quais resulta um disco que foi bastante aclamado pela crítica, intitulado White Music For Black People, que contou com as participações especiais de Mos Def e Lady Miss Kier e que incluiu nos créditos David Sitek dos TV On The Radio na produção.
Agora, quase duas décadas depois da interrupção, os gémeos Chavis voltam a ressuscitar os The Veldt e fazem-no acompanhados por Hayato Nakao e Marvin Levi e à boleia de um EP intitulado The Shocking Fuzz of Your Electric Fur: The Drake Equation, cinco canções que não envergonham a herança identitária que o grupo guarda. É um alinhamento assente em guitarras plenas de distorção, geralmente conjugadas com batidas sintetizadas e efeitos de índole eminentemente etérea, numa espécie de punk rock futurista, um shoegaze cibernético que replica atmosferas sonoras bastante hipnóticas e contemplativas, como é se percebe logo em Sanctified, o tema que abre o alinhamento do EP. É um som com uma componente elétrica muito intensa e onde o enigmático e marcante falsete vocal de Daniel é também um elemento importante, principalmente no modo como confere um certo travo nostálgico, algo exultante a cantar os delicados versos de In A Quiet Room e mais orgânico e intituivo a conduzir o clima profusamente sintético e rugoso de A Token, canção onde os atributos de Nakao como programador são levados ao extremo.
Além de manter intacta a aura melancólica e mágica de um projeto que integrou, de pleno direito, a lista de algumas referências óbvias de finais do século passado, The Shocking Fuzz of Your Electric Fur: The Drake Equation exala o contínuo processo de transformação de uns The Veldt que procuram sempre mostrar, com a marca do indie shoegaze muito presente e com uma dose de experimentalismo equilibrada, uma rara sensibilidade e uma explícita habilidade para conceber texturas e atmosferas sonoras que transitam, muitas vezes, entre a euforia e o sossego, de modo quase sempre impercetível, mas que inquietam todos os poros do nosso lado mais sentimental e espiritual. Espero que aprecies a sugestão...
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Airstrip - Willing
Os Airstrip são uma banda norte americana liderada por Matthew Park, dos extintos Veelee, ao qual se juntaram Tre Acklen dos Gross Ghost e John Crouch e Nick Petersen, dos Horseback. Após terem andado em digressão durante o último ano e a abrir concertos dos Godspeed You Black Emperor, foram até aos estúdios Track And field, em Carrboro, na Carolina do Norte, estado natal, onde gravaram Willing, o disco de estreia, lançado no passado dia cinco de fevereiro pela Holidays for Quince Records.
Willing é um quadro sonoro pintado com guitarras melódicas que constroem cenários policromáticos nos nossos ouvidos. Descrito pelo vocalista como uma súmula de nightmare pop, este disco de estreia dos Airstrip começa desde logo com uma declaração da guitarra: Let’s prevent your face from sagging. Pick them up, your feet are dragging, canta Matthew Park, com um tom algo sarcástico mas que avisa, desde logo, para o que aí vem; Nove canções hipnotizantes e intensas, dominadas por essas guitarras algo cruas e que se deixam envolver numa nuvem de distorções leves e acolhedoras.
Mas o baixo de Nick Petersen é também um instrumento essencial em Willing; Basta ouvir So-So e Pleasure's Center para perceber uma certa toada psicadélica e a componente hipnótica e que de algum modo justifica a tal definição que Matthew confere à sua música e ao conteúdo deste disco.
Os Airstrip replicam influências, mas já apresentam uma sonoridade distinta. Fazem uma revisão da psicadelia, buscam pontos de encontro com o rock mais clássico e são outra banda que contraria quem anunciou já a morte do rock, porque dominam a fórmula correta para adicionar à canção, no momento certo, diferentes ritmos e andamentos e conhecem as complexas texturas sonoras que são essenciais para criar a sonoridade visceral e psicadélica que tão bem nos apresentam nesta estreia.
Estão disponível no bandcamp da banda, para download gratuito, três dos temas de Willing; Middle Of Night, Magician's Assistant e So-So. Espero que aprecies a sugestão...
Pleasure Center
Middle Of the Night
Bitching Hour
Sleepy
Happenstance
I Hit A Wall
So-So
Angry Bed
Magician's Assistant
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Lost In The Trees – A Church That Fits Our Needs
Os Lost In The Trees são um coletivo liderado por Ari Picker, um músico natural de Chapel Hill, North Carolina. No passado dia vinte de março lançaram A Church That Fits Our Needs (ouvir), um disco misturado pelo lendário Rob Schnapf (Elliott Smith, Beck), através da Anti-Records. Esta banda mistura elementos clássicos e sinfónicos com a pop moderna e folk criando uma ambiente sonoro intimista e, ao mesmo tempo, épico e ambicioso.
No verão de 2009 Ari perdeu a sua mãe e resolveu prestar um tributo à memória dela (I wanted to give her a space, in the music, to be, and to become all the things she didn’t get a chance to be when she was alive), começando com esse firme propósito a escrever e a compor canções, sempre inspirado numa fotografia da mãe, colocada junto à cabeceira da sua cama e que serve de capa no artwork deste A Church That Fits Our Needs.
Este sentimento real de perda acaba por ser obviamente o grande tema dos disco, cujas canções, como é natural, abordam temas que habitam no nosso lado emocional mais profundo. Essa percepção do que é profundo e do que é superficial, pode mudar de pessoa para pessoa. Mas a inspiração deste novo disco dos Lost in the Trees, é uma forma de Ari abraçar a sua vida triste, que também envolve a morte de duas irmãs gémeas, sob um manto criativo e dar-lhe assim alguma cor e luminosidade, como se o conteúdo do álbum servisse para Ari exorcizar todos os seus demónios, prestar o devido tributo e encontrar consolação sabendo que está a perpetuar a memória de entes queridos.
Acompanhado por uma banda com formação académica em violino, viola, tuba, piano, violão, baixo, percussão e cheia de vozes etéreas, o disco empreende um universo amplo de belezas musicais trabalhadas com melodias profundamente emocionais, canções doces construídas sobre a melancolia e a tristeza, mostrando o poder da música como algo que cura e transforma. Espero que aprecies a sugestão...
01. Moment One
02. Neither Here Nor There
03. Red
04. Golden Eyelids
05. Icy River
06. Tall Ceilings
07. Moment Two
08. This Dead Bird Is Beautiful
09. Garden
10. Villain (I’ll Stick Around)
11. An Artist’s Song
12. Vines