man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Los Campesinos! - 0898 Heartache
Sete anos depois de Sick Scenes, disco gravado em dois mil e dezassete, em pouco mais de um mês, na localidade de Fridão, nos arredores de Amarante, que tinha canções tão extraordinárias como A Slow, Slow Death, The Fall Of Home, ou Flucloxacillin e que foi cuidadosamente dissecado pela nossa redação, os galeses Los Campesinos! estão finalmente de regresso ao mesmo formato com All Hell, um alinhamento de quinze canções que irá chegar aos escaparates a dezanove de julho com a chancela da Heart Swells, a própria etiqueta da banda hoje formada por Gareth Paisey, Neil Turner, Tom Bromley, Kim Paisey, Rob Taylor, Jason Adelinia e Matt Fidler.
Há cerca de um mês conferimos Feast Of Tongues, a sexta canção deste novo registo de originais do coletivo de Cardiff e o primeiro single retirado do seu alinhamento, um tema que sobrevivia à sombra de um clima sonoro que proporcionava ao ouvinte uma hipnótica tensão crescente, deixando-o sempre com dúvidas sobre que direção sonora poderia a canção tomar nos seus quase cinco minutos.
Poucos dias depois escutámos A Psychic Wound, o terceiro tema do alinhamento de All Hell, uma composição que impactou-nos pelo perfil contundente das guitarras, cheias de distorções abrasivas, acompanhadas por uma bateria frenética, num resultado final que nos remeteu para a herança de um certo college rock, que esteve muito em voga nos anos noventa do século passado.
Agora, quase no início do verão, já é possível ouvir mais um single de All Hell. A nova canção revelada pelos Los Campesinos! chama-se 0898 Heartache e tem, ao nível dos arranjos, um refinamento superior às duas composições anteriores. É um tema vibrante, com uma toada progressiva, acamada por um vasto oásis sintético que vai recebendo guitarras cada vez mais distorcidas, num resultado final com um curioso perfil simultaneamente épico e melancólico, algo que nem sempre sucede numa canção pop que procura o forte apelo da radiofonia, como é o caso. Confere...
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Los Campesinos! – A Psychic Wound
Sete anos depois de Sick Scenes, disco gravado em dois mil e dezassete, em pouco mais de um mês, na localidade de Fridão, nos arredores de Amarante, que tinha canções tão extraordinárias como A Slow, Slow Death, The Fall Of Home, ou Flucloxacillin e que foi cuidadosamente dissecado pela nossa redação, os galeses Los Campesinos! estão finalmente de regresso ao mesmo formato com All Hell, um alinhamento de quinze canções que irá chegar aos escaparates a dezanove de julho com a chancela da Heart Swells, a própria etiqueta da banda hoje formada por Gareth Paisey, Neil Turner, Tom Bromley, Kim Paisey, Rob Taylor, Jason Adelinia e Matt Fidler.
Há alguns dias atrás conferimos Feast Of Tongues, a sexta canção deste novo registo de originais do coletivo de Cardiff e o primeiro single retirado do seu alinhamento. Era um tema que sobrevivia à sombra de um clima sonoro que proporcionava ao ouvinte uma hipnótica tensão crescente, deixando-o sempre com dúvidas sobre que direção sonora poderia a canção tomar nos seus quase cinco minutos.
Agora chega a vez de escutarmos A Psychic Wound, o terceiro tema do alinhamento de All Hell, uma composição que impacta pelo perfil contundente das guitarras, cheias de distorções abrasivas, acompanhadas por uma bateria frenética, num resultado final que nos remete para a herança de um certo college rock, que esteve muito em voga nos anos noventa do século passado. Uma grande canção dos Los Campesinos!, jovial e irreverente, como é norma nesta banda de Cardiff. Confere...
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Los Campesinos! – Feast Of Tongues
Sete anos depois de Sick Scenes, disco gravado em dois mil e dezassete, em pouco mais de um mês, na localidade de Fridão, nos arredores de Amarante, que tinha canções tão extraordinárias como A Slow, Slow Death, The Fall Of Home, ou Flucloxacillin e que foi cuidadosamente dissecado pela nossa redação, os galeses Los Campesinos!, estão finalmente de regresso ao mesmo formato com All Hell, um alinhamento de quinze canções que irá chegar aos escaparates a dezanove de julho com a chancela da Heart Swells, a própria etiqueta da banda hoje formada por Gareth Paisey, Neil Turner, Tom Bromley, Kim Paisey, Rob Taylor, Jason Adelinia e Matt Fidler.
Feast Of Tongues, a sexta canção deste novo registo de originais do coletivo de Cardiff, é o primeiro single retirado do seu alinhamento. Feast Of Tongues sobrevive à sombra de um clima sonoro que proporciona ao ouvinte uma hipnótica tensão crescente, deixando-o sempre com dúvidas sobre que direção sonora poderá a canção tomar nos seus quase cinco minutos. Assim, depois de um início assente num subtil jogo entre baixo e vozes, que vai recebendo diversos entalhes acústicos e eletrificados, conferidos por sopros e cordas das mais variadas proveniências e que atingem o seu auge aos três minutos e meio, nesse momento somos sacudidos por cascatas de guitarras distorcidas, que encarnam um impactante jogo colorido de referências que, da indie mais genuína, à pop mais emotiva, passando pelo rock progressivo, impressiona pelo modo como nos oferece aquela irreverência e espontaneidade típicas dos Los Campesinos! e com superior mestria. Confere Feast Of Tongues e o artwork e a tracklist de All Hell...
The Coin-Op Guillotine
Holy Smoke (2005)
A Psychic Wound
I. Spit; or, a Bite Mark in the Shape of the Sunflower State
Long Throes
Feast Of Tongues
The Order Of The Seasons
II. Music for Aerial Toll House
To Hell In A Handjob
Clown Blood/Orpheus’ Bobbing Head
kms
III. Surfing a Contrail
Moonstruck
0898 HEARTACHE
Adult Acne Stigmata
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Los Campesinos! – I Love You (But You’re Boring)
Paul Heaton e Dave Rotheray eram a dupla que liderava, nos anos oitenta e noventa, o projeto britânico The Beautiful South, que tem doze álbuns no seu catálogo e que se estreou em mil novecentos e oitenta e nove com um extraordinário disco chamado Welcome to The Beautiful South, um alinhamento de onze canções que encerrava com uma tocante canção intitulada I Love You (But You’re Boring) e que acaba de ser revista pelos galeses Los Campesinos!.
A versão que a banda natural de Cardiff, atualmente formada por Gareth Paisey, Neil Turner e Tom Bromley acaba de publicar, consegue, de modo incrivelmente impressivo, manter intocável o espírito simultaneamente melancólico e tocante desse original assinado pelos The Beautiful South e induzir a um tema com quase três décadas e meia, um jogo colorido de referências que, da folk à eletrónica, impressiona pelo modo como cordas e teclas interagem entre si, com superior mestria. Vale bem a pena ouvir o original e comparar com a cover assinada pelos Los Campesinos!, que não lançam nenhum trabalho em formato longa duração desde o registo Whole Damn Body, de dois mil e vinte e um. Confere...
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Sweet Baboo – The Worry
Está a chegar aos escaparates The Wreckage, o sétimo disco de Stephen Black, um músico e compositor natural de Cardiff, no País de Gales, que assina a sua música como Sweet Baboo e que tem já uma profícua carreira de quinze anos, que tem sido acompanhada com particular interesse por cá. The Wreckage terá um alinhamento de nove canções e irá ver a luz do dia amanhã, dia vinte e sete de janeiro, com a chancela da etiqueta Amazing Tapes From Canton.
The Worry é o single mais recente divulgado de The Wreckage. É uma grandiosa composição, inspirada naquela saudosa época em que as televisões funcionavam a preto e branco, assente em cordas vibrantes, sopros enleantes e um registo percussivo encharcado num groove irresistível, um modus operandi que faz adivinhar um disco com agulhas viradas para um perfil sonoro de forte pendor jazzístico e que irá certamente voltar a mostrar um Sweet Baboo irrepreensivel no modo multicolorido como conjuga diversas influências, que vão da folk à synth pop, sempre num registo algo infantil e até despreocupado. Confere...
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Sweet Baboo – The Vending Machine
Em novembro de dois mil e dezassete a empresa galesa de charcuteria Charcutier Ltd de Illtud e Liesel e a Amazing Tapes from Canton lançaram um curioso projeto intitulado The Vending Machine Project e convidaram Sweet Baboo aka Stephen Black, um músico e compositor natural de Cardiff, também no País de Gales, a fazer parte do mesmo com um álbum conceptual. Esclareço que o projeto The Vending Machine Project consiste na criação de máquinas de venda automática de produtos locais galeses, com destaque para os fumados e os enchidos, numa das lojas mais famosas de Cardiff, a Castle Emporium, situada em Womanby Street, uma das ruas mais movimentadas dessa cidade. A ideia é a promoção de produtos locais e regionais produzidos em quintas ecológicas e torná-los acessíveis de modo fácil e rápido a todos os interessados, adquirindo-os assim diretamente ao produtor, constituindo-se essa máquina como uma alternativa aos produtos de cariz mais industrializado e produzidos em grande escala, geralmente vendidos nas grandes superfícies comerciais. Além dos enchidos e fumados, queijo, manteiga e mel são outras iguarias que a máquina tem sempre pronta para venda diariamente.
Sweet Baboo, cujo avô curiosamente era talhante, entra então no projeto a convite de Illtud e Liesel, os patrões da Charcutier Ltd, com o intuíto de criar uma banda-sonora do mesmo, que seja audível na máquina, a troco de uma ou duas salsichas de vez em quando. Assim a máquina The Vending Machine acaba também por funcionar como uma espécie de jukebox gigante, à boleia de um disco com esse nome, editado pela Bubblewrap Records e assente em nove composições possíveis de serem adquiridas também na máquina.
Com artwork da autoria de Rich Chitty, The Vending Machine volta a mostrar um Sweet Baboo irrepreensivel no modo multicolorido como conjuga diversas influências, que vão da folk à synth pop e sempre num registo algo infantil e até despreocupado, como se percebe, com notável impacto, no festivo single Lost Out On The Floor.
Esta conjugação de géneros acaba por dar alguma pompa e imponência a The Vending Machine e um curioso toque retro, ainda mais quando alguns arranjos algo kitsch resolvem aparecer, quase sempre sem aviso prévio. Por exemplo, em The Acorn Drop há uma linha de guitarra repetitiva e hipnótica, que parece transformar-se numa espécie de alarme repetitivo, que tanto causa repulsa como, em simultâneo, uma estranha atração, ampliada pelo modo como no refrão se distorce. Essa sensação repete-se no registo vocal adoptado em Pannage / Panic. Já em TV Theme o clima baladeiro criado pela secção rítmica e pelo orgão é claramente setentista e fervorosamente encadeante. Depois, em instantes mais calmos, a sensualidade pop do saxofone que abrilhanta Early Riser, o travo algo psicadélico das teclas sintetizadas que conduzem The Shipping Forecast e o travo jazzístico fumarengo dos sopros e do paino de Barnyard Rhumba, são detalhes que aprimoram e enchem de primor um disco que é, claramente, uma verdadeira festa, certamente organizada com muito amor e que merece ser elogiada pela sinceridade e pelo charme cativante com que se atreve a desafiar todos os nossos sentidos. Espero que aprecies a sugestão...
01. Positive Record
02. Lost Out On The Floor
03. The Acorn Drop
04. Early Riser
05. The Shipping Forecast
06. Barnyard Rhumba
07. TV Theme
08. Pannage / Panic
09. Down The Afon Gwendraeth
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Sweet Baboo - The Boombox Ballads
Sweet Baboo é Stephen Black, um músico e compositor natural de Cardiff, no País de Gales e que lançou em abril de 2013, por intermédio da Moshi Moshi Records, Ships, o seu segundo disco, um álbum conceptual sobre o mar. Agora, dois anos depois, chegou aos escaparates The Boombox Ballads, o sucessor, que volta a mostrar um Sweet Baboo irrepreensivel no modo multicolorido como conjuga diversas influências, que vão da folk à synth pop e sempre num registo algo infantil e até despreocupado.
A elegância, a timidez e o charme são vocábulos certamente muito caros para a pesonalidade de Stephen Black, um músico e produtor que tem tanto de calculista e metódico, como de sensivel e intenso. As suas canções acabam não só por personificar esta aparente dupla personalidade, como também por respirarem o ar que emana deste cruzamento espetral entre dois pólos aparentemente opostos, mas que aqui se complementam para nos oferecer composições sonoras tão belas e grandiosas como será, naturalmente, o caldeirão de vivências e emoções que personificam e definem o autor.
As cordas e os violinos de Sometimes e o modo como na música ele confessa ser um homem de paixões, mas sem deixar que as mesmas o consumam e o aprisionem desmesuradamente (Sometimes I’ll say goodbye, leave you on your own a while, just be sure I’ll dream of your home coming smile), expõe, logo à partida, o lado confessional da música de Sweet Baboo e faz-nos perceber que The Boombox Ballads é um disco que poderá agradar pelo modo fascinante como mistura o teor instrumental e poemas profundos, que exaltam, quase sempre, o lado mais cândido do amor. O piano de You Are Gentle, a inserção dos instrumentos de sopro e o modo como, continuamente e de modo progressivo, Stephen exalta as qualidades da mulher abordada na canção, são um exemplo superior de um artista que sobrevive à custa de emoções fortes embrulhadas em temas simples, adornados com enorme versatilidade e um elevado pendor pop. Mas o caldeirão festivo e luminoso de You Got Me Time Keeping, sete minutos colocados estrategicamente no meio do álbum e que se dividem numa toada folk pop festiva inicial, que depois abranda para um instante baladeiro cheio de alma e, finalmente, progride para um final algo psicadélico e fortemente experimental, acaba por ser o tema que melhor agrega e define o receituário sonoro que Sweet Baboo nos oferece para que possamos curar não só aqueles males do coração que nos afligem, mas também para, terapeuticamente, nos ajudar a olhar em frente e a ver o lado mais sombrio da nossa existência numa perspetiva mais otimista e positiva.
Apesar de haver uma estranha sensação de vulnerabilidade nas canções de Sweet Baboo, como se a qualquer momento pudessem sofrer algum desvio no rumo sonoro que as sustenta, a verdade é que elas têm este efeito psicoativo acima descrito e que, também devido a esta faceta humanista da sua música, estamos na presença de um artista que pretende sair do nicho indie e alternativo, para procurar atingir um universo mais abrangente e onde reinam referências obrigatórias da história da música da segunda metade do século passado, algures entre Paul Simon, Randy Newman e Sinatra.
Até ao final, a rugosidade prfunda dos violinos e o modo insinuante como as teclas do piano se enrolam com eles em Two Lucky Magpies, o modo encantador como Baboo suplica por redenção em I Just Want To Be Good, à boleia de um irrepreensível falsete e o modo feliz como a folk algo jazzística de Walking In The Rain mistura o clássico e o contemporâneo, são apenas mais três composições de audição obrigatória e que provam que Stephen é um poço de criatividade melódica e que ao conjugar com mestria diferentes influências, não confere um cariz estanque aos temas, que têm a particularidade comum de serem conduzidos, geralmente, pela voz do músico e pelas cordas, cabendo à abundante secção de metais e a várias aparições de instrumentos de sopro um protagonismo também relevante. Toda esta conjugação de factores acaba por conferir pompa e imponência a The Boombox Ballads, ainda mais quando alguns arranjos algo kitsch resolvem aparecer, quase sempre sem aviso prévio, como sucede no curto tema homónimo.
Imbuído por uma intensa e indisfarçável sensualidade pop e sempre num evidente clima de ingenuidade e boa disposição, The Boombox Ballads contém uma coleção irrepreensível de sons inteligentes e solidamente construídos, que nos emergem em ambientes carregados de batidas e ritmos, numa verdadeira festa, certamente organizada com muito amor e que merece ser elogiada pela sinceridade e pelo charme cativante com que se atreve a desafiar todos os nossos sentidos. Espero que aprecies a sugestão...
01. Sometimes
02. Got To Hang Onto You
03. You Are Gentle
04. Two Lucky Magpies
05. The Boombox Ballads
06. You Got Me Time Keeping
07. Walking In The Rain
08. I Just Want To Be Good
09. Tonight You Are A Tiger
10. Over And Out
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LUVV - Teenage Love
Os LUVV são Matt, Ben, Sam e Rich, uma nova banda de Cardiff, no País de Gales e que começa a ser notada no universo sonoro alternativo. De acordo com os próprios LUVV, que responderam simpaticamente ao meu pedido de informações, dizem-se influenciados por nomes tão importantes como os Public Image Ltd, Joy Division, Wire, The Clash e Blitz, ou seja, por alguns dos projetos fundamentais do punk e do indie rock britânico dos últimos trinta anos.
Depois de se terem mostrado ao mundo com Us e com More, duas canções que fizeram parte de uma cassete chamada Two, editada em março de 2014, agora chegou à nossa redação Teenage Love, composição gravada e misturada por Iain Mahanty e Rob Thomas e que mantém a essência sonora de uns LUVV que vivem num manancial de guitarras cheias de distorção, acompanhadas sempre por uma percussão rápida, um baixo bem vincado e uma voz carregada de pujança e rebeldia. Espero que aprecies a sugestão...
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Los Campesinos! - A Los Campesinos! Christmas
Los Campesinos! são uma banda de indie pop formada por sete amigos em 2006 que se conheceram e começaram a tocar na universidade de Cardiff, no país de Gales, com a curiosidade de nenhum dos membros ser natural desse país. O coletivo já é presença habitual por cá e nos lançamentos relacionados com esta quadra festiva, com destaque para A Doe To A Deer, um tema que disponibilizaram na sua página ogficial no natal de 2012.
Agora, em 2014, foram mais longe e compuseram um EP de seis canções relacionado com este período do ano e onde se inclui além de originais do grupo, uma cover do clássico Lonely This Christmas de Mud, datado de 2000.
Apesar do cariz concetual do trabalho, os Los Campesinos! mantiveram nos temas a génese do seu ADN sonoro, que privilegia o mergulho em sons adocicados e guiados por uma elevada instrumentalidade melancólica. Assim, este EP está carregado de composições puras encantadoras e delicadas e cuja sonoridade vai do épico ao melancólico, mas sempre com uma vincada e profunda delicadeza. É um álbum límpido onde todas as composições parecem intimamente ligadas, criando assim uma coleção de canções ao mesmo tempo acessíveis e radiofónicas, mas também imbuídas dos habituais arranjos que distinguem composições sonoras relacionadas com o Natal, como convém aliás. Espero que aprecies a sugestão...
01. When Christmas Comes
02. A Doe To A Deer
03. The Holly And The Ivy
04. Kindle A Flame In Her Heart
05. The Trains Don’t Run (It’s Christmas Day)
06. Lonely This Christmas
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Manic Street Preachers – Futurology
Lançado no passado dia sete de julho por intermédio da Columbia Records, Futurology é o décimo segundo capítulo da extraordinária discografia dos galeses Manic Street Preachers, de James Bradfield, uma banda com quase vinte anos de carreira e que continua a surpreender pelo fulgor e pela capacidade de inovar e de reinventar as suas propostas, sem descurarem a sua herança e algumas das tendências sonoras atuais que mais agradam aos seus seguidores. Com as participações especiais de Green Gartside, Nina Hoss, Georgia Ruth, Cian Ciaran e Cate Le Bon, Futorology foi produzido pelos próprios Manic Street Preachers e por Loz Williams e Alex Silva.
Falar da história do rock alternativo britânico das duas últimas décadas e ocultar a contribuição dos Manic Street Preachers, uma instituição nacional e imaculada, para alguns dos alicerces que inspiram determinados novos projetos que vão surgindo por terras de Sua Majestade, é um crime porque, apesar da banda nunca ter atingido uma performance de vendas espetacular, manteve-se sempre fiel à sua bitola sonora, assente, quase sempre, numa vertente instrumental fortemente elétrica, densa mas melodiosa, uma percussão vincada e uma voz apaixonada, que nunca deixou de escrever letras fortemente reflexivas sobre algumas questões importantes da sociedade ociental contemporânea e de refletir sobre os diferentes rumos que o mundo tem tomado e como o progresso é, por estranho que possa parecer, tantas vezes prejudicial ao bem estar e à felicidade de cada um.
Futurology tem como ideia central o futurismo russo, um movimento poético que fez escola nos anos vinte do século passado e que teve em Mayakovsky o seu maior nome, elogiado com o fantástico rock progressivo do instrumental que encerra o alinhamento do disco. Já agora, Dreaming A City (Hugheskova), homenageia a fundador galês da cidade ucraniana de Donetsk, o comerciante John Hughes. O disco é mais um passo nessa demanda dos Manic Street Preachers de procurar alertar cada um de nós para o apetite voraz que define as obrigações de todos os dias, num presente que vive do tilintar das caixas registadoras e dos extratos chorudos e como esta sociedade regida pelos números não nos permite ter tempo para o essencial, com o amor a ser, na opinião de Bradfield, vocalista, baixista e compositor do grupo, um sentimento cada vez mais descurado, o que coloca em risco o futuro e o bem estar de todos nós.
Depois de Rewind The Film, o enigmático e acústico antecessor, Futurology volta a mostrar uns Manic Street Preachers esplendorosos e completamente ligados à corrente, com a roqueira e dançante Sex, Power, Love and Money, a excelente Between The Clock And The Bed, conduzida por uma bateria magistral, o baixo de Dreaming A City, a otimista Black Square e a sinuosa Miguided Missile, a serem excelentes exemplos da boa forma de um grupo coerente que sabe como lidar com os temas que os aflige, de forma refinada, vigorosa, intensa e intrincada.
Os Manic Street Preachers são uma daquelas bandas em quem se pode confiar verdadeiramente e que nunca defraudam e que sabem como juntar com talento todas as peças do indie rock para formar puzzles de pouco mais de quatro minutos verdadeiramente aditivos e orelhudos, que possam servir de combate a alguns dos inimigos mais visíveis do mundo atual, nomeadamente a ganância, a pobreza, a poluição e a desigualdade e que a letra de Black Square tão bem desmonta. Espero que aprecies a sugestão...
01. Futurology
02. Walk Me To The Bridge
03. Let’s Go to War
04. The Next Jet To Leave Moscow
05. Europa Geht Durch Mich (Feat. Nina Hoss)
06. Divine Youth (Feat. Georgia Ruth Williams)
07. Sex, Power, Love And Money
08. Dreaming a City (Hugheskova)
09. Black Square
10. Between the Clock And The Bed (Feat. Green Gartside)
11. Misguided Missile
12. The View From Stow Hill
13. Mayakovsky