man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
The Antlers – Rains
Os The Antlers, um projeto fundamental do indie rock experimental norte-americano dos últimos vinte anos, formado por Peter Silberman e por Michael Lerner, têm estado particularmente ativos na primeira metade deste ano. Assim, depois de na reta inicial de dois mil e vinte e três terem-nos oferecido uma nova roupagem de Ahimsa, sete minutos preenchidos com uma lindíssima folk tipicamente americana, batizados com o nome de um ancião índio e cujo original era um dos momentos maiores da carreira a solo de Peter, em março voltaram à carga com um novo tema intitulado I Was Not There, uma lindíssima balada, que vai crescendo em arrojo e emotividade, à medida que as cordas vão recebendo diversas camadas de efeitos e sintetizações de elevado travo etéreo.
Agora, em plena primavera, os The Antlers têm mais uma nova canção intitulada Rains e que surge numa altura bastante indicada porque, tal como a estação do ano em que nos encontramos, é um tema sobre renovação, otimismo e abertura à mudança, oferecendo-nos, sonoramente, um belíssimo catálogo de texturas de elevado pendor organico e etéreo, com diversas camadas de sons sobrepostas em camadas quase indecifráveis, num resultado final repleto de intimidade e delicadeza. Confere...
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The Antlers – I Was Not There
Há pouco mais de meia década os The Antlers, um projeto fundamental do indie rock experimental norte-americano dos últimos vinte anos, formado por Peter Silberman e por Michael Lerner, separaram-se e Peter lançou um disco a solo intitulado Impermanence. Esse compêndio tinha vários momentos altos e um deles era uma composição chamada Ahimsa, sete minutos preenchidos com uma lindíssima folk tipicamente americana, uma canção batizada com o nome de um ancião índio que, segundo reza a lenda, professava aos sete ventos uma doutrina que defendia a recusa do uso da violência, em qualquer circunstância. Como certamente se recordam, no passado outono os The Antlers voltaram a pegar neste tema Ahimsa de Silberman e deram-lhe uma roupagem mais sofisticada e renovada, à boleia de uma guitarra encharcada num sofisticadíssimo blues.
Agora, quase no início da Primavera, a dupla volta à carga com uma novo tema intitulado I Was Not There. Esta canção, que tem um perfil visual muito semelhante a Ahimsa, é uma lindíssima balada, que vai crescendo em arrojo e emotividade, à medida qu as cordas vão recebendo diversas camadas de efeitos e sintetizações de elevado travo etéreo, sempre acamadas por uma bateria de elevado pendor jazzístico, num resultado final que ofusca qualquer dilema que nos invada, enquanto nos oferece um portento de intimidade e delicadeza, aprimorado pela já habitual cândura vocal de Silberman. Confere...
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The Heavy - I Feel The Love
Liderados pelos carismático Kevin Swalby, os britânicos The Heavy estrearam-se nos discos em dois mil e dezanove com o registo The House That Dirt Built e andam há década e meia a misturar rock e soul com inusitada mestria, tendo ficado também célebres em dois mil e doze quando a sua canção How You Like Me Now, foi o tema oficial da campanha de Barack Obama. Agora, em dois mil e vinte e três, os The Heavy estão de regresso com um trabalho intitulado AMEN, um alinhamento de dez canções que irá ver a luz do dia a vinte e um de abril.
Como certamente os leitores mais atentos deste espaço se recordam, há alguns dias atrás divulgámos Hurricane Coming, o primeiro single a ser retirado do alinhamento de AMEN, uma composição inspirada na experiência que Kevin vivenciou em dois mil e dezassete com o furacão Irma, um evento metereológico que teve lugar poucos dias depois do músico se ter mudado para o lado de lá do atlântico. Agora chega a vez de conferirmos outra canção do disco; Intitula-se I Feel The Love, uma composição encharcada naquele blues vigoroso e enérgico, que fez escola nas margens do Mississippi do outro lado do atlântico, aprimorado por sopros caraterísticos e pelo indispensável coro gospel. Confere I Feel The Love e o vídeo dirigido por Tim Walter, habitual colaborador da banda...
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The Heavy – Hurricane Coming
Liderados pelos carismático Kevin Swalby, os britânicos The Heavy estrearam-se nos discos em dois mil e dezanove com o registo The House That Dirt Built e andam há década e meia a misturar rock e soul com inusitada mestria, tendo ficado também célebres em dois mil e doze quando a sua canção How You Like Me Now, foi o tema oficial da campanha de Barack Obama. Agora, em dois mil e vinte e três, os The Heavy estão de regresso com um trabalho intitulado AMEN, um alinhamento de dez canções que irá ver a luz do dia a vinte e um de abril.
Composição inspirada na experiência que Kevin vivenciou em dois mil e dezassete com o furacão Irma, um evento metereológico que teve lugar poucos dias depois do músico se ter mudado para o lado de lá do atlântico, Hurricane Coming é o primeiro single revelado de alinhamento de AMEN. É uma composição intensa, asssnte num registo percurssivo marcante e em guitarras repletas de efeitos e distorções rugosas, uma canção que, numa espécie de simbiose entre o melhor adn de um Ray Charles e os The Rolling Stones, contém uma feliz mistura do melhor rock setentista do século passado com o som agressivo do melhor rock de garagem da atualidade. Confere...
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Matt Corby - Problems
Há cerca de uma década, no meio da interminável vaga de novos artistas que iam surgindo todos os dias e que foram consolidando os alicerces de um blogue já numa fase de afirmação consistente da sua existência, houve alguns que nesse inesquecível ano de dois mil e doze acabaram por ficar na retina da nossa redação. Um deles foi o australiano Matt Corby, músico cujo primeiro single, Brother, editado no verão desse ano e grande destaque de um EP intitulado Into The Flame, soou do lado de cá como um daqueles singles revelação e que fez querer descobrir, na altura, toda a obra que esse artista já tinha lançado.
Agora, quase no final de dois mil e vinte e dois, Matt Corby volta aos nossos radares, dois anos depois de um par de canções chamadas If I Never Say a Word e Vitamin, que lançou em dois mil e vinte. E tal sucede por causa de Problems, um novo tema do autor australiano, gravado nos Rainbow Valley Studios com Chris Collins e o primeiro avanço daquele que será o terceiro disco do artista australiano. É um trabalho ainda sem nome divulgado, mas que irá ver a luz do dia em março do próximo ano.
Problems mistura blues, R&B, soul e folk, com um tremenda sensibilidade pop. É uma canção vibrante, feita de uma espécie de chillwave que nos faz divagar, à medida que somos alcochoados por uma batida enleante, acompanhada por um piano buliçoso e diversos detalhes sintéticos com uma faceta algo cósmica e, por isso, subtilmente futurista. Confere...
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Jaguar Sun – All We’ve Ever Known
Chega de Ontário, no Canadá, Jaguar Sun, um projeto a solo encabeçado pelo multi-instrumentista Chris Minielly, músico que navega nas águas serenas de uma indie pop apimentada por paisagens ilidíacas e que impressionou esta redação no verão de dois mil e vinte com This Empty Town, o disco de estreia, um trabalho que tem finalmente sucessor. O segundo alinhamento do projeto chama-se All We've Ever Known, e viu a luz do dia a vinte e quatro de junho através da Born Losers Records.
Logo em Out Of My Mind, a lindíssima canção que abre o alinhamento de All We've Ever Know, é fortemente impressivo o cariz lisérgico deste disco que tem como grande fator de apelo a majestosidade instrumental que sustenta o arquétipo de praticamente todas as canções e que nos inebria durante pouco mais de meia hora de um intenso e revigorante cocktail sonoro, perfeito para estes dias que clamam pelo espraiar dos sentidos, sem exigir demasiado da nossa audição, mas sem deixar que ela se sinta feliz pelo que lhe proporcionamos.
De facto, o álbum escorre sem quase darmos conta e se na soul cósmica de This Year somos afagados por um efeito de uma guitarra encadeante, logo a seguir, na espiritual Broken Record e na acusticidade planante de With You e, principalmente, de Moonlight, damos de caras com todos os atributos intepretativos de um autor extraordinário no modo como consegue cingir-se a um processo de gravaçao algo cru e até arcaico, que tem nas batidas de um sintetizador e nas cordas de uma viola elétrica as duas faces principais de uma moeda cunhada para para exalar aquele charme lo fi típico de quem é mestre em adornar uma simples sucessão de acordes e uma sobreposição feliz de diversos trechos melódicos, muitas vezes de forte pendor minimalista, em instantes de pura levitação soul.
Até ao ocaso de All We've Ever Known, quer a retro One Day, a acolhedora Take It Back, ou a sedutora Midnight Man, uma canção sobre o amor e o seu lado mais nostálgico e espiritual, convencem-nos definitivamente que em Jaguar Sun é ténue a fronteira entre o orgânico e o sintético. Minielly é um ás de trunfo poderoso a servir-se de uma forte componente experimental, livre de constrangimentos e até de rótulos específicos, para ditar de modo implacável a sua lei, no momento de compôr e criar canções que parecem passear pelo mundo dos sonhos, neste caso aqueles que se formam no espaço sideral. Espero que aprecies a sugestão...
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You Can’t Win, Charlie Brown – Âmbar
Mais de meia década depois de Marrow, os lisboetas You Can’t Win, Charlie Brown têm finalmente um novo disco nos escaparates. O novo registo de originais da banda formada por Afonso Cabral, David Santos, João Gil, Pedro Branco, Salvador Menezes e Tomás Sousa chama-se Âmbar, foi produzido pelo próprio grupo e foi captado e misturado por Moritz Kerschbaumer no estúdio 15A, casa da editora Pataca Discos, de João Paulo Feliciano, onde o sexteto editou e gravou todos os seus álbuns.
É injusto não colocar os You Can’t Win, Charlie Brown no pódio das bandas fundamentais do indie rock português da última década. Vivendo muitas vezes na penumbra e comercialmente ofuscados por vulgares nomes que têm outro acesso apadrinhado e uma postura mais faminta relativamente à radiofonia, esta banda é esteticamente única e qualitativamente irrepreensível, não só por estar dotada de músicos extraordinários, mas, e principalmente, porque a química no seu seio é inquestionável e, por isso, os resultados práticos inigualáveis.
Assim, ao terceiro disco, pela primeira vez integralmente cantado em português, os You Can’t Win, Charlie Brown oferece-nos mais um delicioso caldeirão sonoro, onde as composições vestem a sua própria pele de mulheres que também podem ter outras leituras, enquanto se dedicam, de corpo e alma, à hercúlea tarefa comunicativa que o grupo designou para cada uma, individualmente, como se percebe no próprio título de cada canção, que tem enorme substância no poema e na musicalidade que sustenta o seu adn. E fazem-no fervilhando de emoção, arrojo e astúcia, enquanto vêm potenciadas todas as suas qualidades, à medida que polvilham o conteúdo das mesmas com alguns dos melhores tiques de variadíssimos géneros e subgéneros sonoros, cabendo, no desfile dos mesmos, liderados pelo indie rock contemporâneo, jazz, pop, folk, eletrónica, tropicália e até alguns lampejos da música dita mais progressiva.
Assim, canções como Luz, um hino ao sentimentalismo português mais genuíno, Alma, uma cândura de doce melancolia blues, Celeste, um tema repleto de felizes interseções entre cordas deslumbrantes, com fortes raízes no nosso cancioneiro mais tradicional e variados loopings e outros efeitos cósmicos, alguns de inegável pendor retro, Magnólia, cadente e lancinante, ou Prudência, vibrante e orgânica, estão encharcadas de cordas e sintetizadores capazes de fazer espevitar o espírito mais empedernido, mas também detalhes percussivos muito curiosos e peculiares e sopros indistintos, tudo embrulhado quer em imponentes doses eletrificadas de fuzz e distorção, que se saúdam amplamente, mas também por instantes acústicos positivamente letárgicos e uma secção vocal contagiante, num resultado final que proporciona ao ouvinte uma assombrosa sensação de conforto e proximidade.
Âmbar é um desembaraço viciante e exótico, um oásis de imagens evocativas, sustentadas em melodias bastante virtuosas e cheias de cor e arrumadas com arranjos meticulosos e lúcidos, que provam, novamente, a sensibilidade dos You Can't Win, Charlie Brown para expressar pura e metaforicamente a sensibilidade humana e os diferentes sabores que a mesma pode exalar, principalmente se a sua proveniência vier do lado mais delicado e charmoso da nossa existência... Todos nós sabemos muito bem qual é. Espero que aprecies a sugestão...
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The Black Keys – Delta Kream
Quase dois anos depois de Let's Rock, a dupla The Black Keys de Dan Auerbach e Patrick Carney está de regresso com um novo disco. Delta Kream, o décimo registo de originais do projeto, chegou a catorze de maio através da Nonesuch e oferece-nos um delicioso alinhamento de versões, que pretendem homenagear grandes nomes do hill country blues do norte do Mississippi, nomeadamente R. L. Burnside e Junior Kimbrough, John Lee Hooker, Mississippi Fred McDowell, Big Joe Williams e Ranie Burnette, entre outros e que foi gravado logo após a digressão de promoção de Let's Rock, com a ajuda dos músicos Kenny Brown e Eric Deaton.
A primeira sensação que temos quando escutamos Delta Kream, é que é muito fácil imaginarmos que estamos dentro do estúdio a observar o processo de gravação. Também parece claro que as versões ao vivo destes temas será muito semelhantes ao que foi captado e colocado num alinhamento em que imediatismo, crueza e minimalismo são caraterísticas que o podem descrever e de modo elogioso. De facto, logo em Crawling Kingsnake, é percetível o formato jam session que carateriza Delta Kream; No groove firme das guitarras, cada nota desta e das outras canções e todos os seus acordes, o modo como diversão e entretenimento foram também sensações muito presentes no estúdio e a certeza de que a dupla, aqui feita quarteto, se enleou entre si enquanto as tocou, plasmando, assim, a incrível química que uniu estes extraordinários músicos, são evidências durante a audição de um álbum que replica um som maduro, quente, vibrante e enfumarado, como se exige a um disco de blues rock com charme e personalidade.
Em suma, Delta Kream consegue, com notável eficiência, o duplo objetivo de homenagear verdadeiras lendas de um estilo sonoro com especificidades muito definidas e esclarecer-nos acerca da manutenção da elevada alquimia entre Dan e Patrick, num disco com uma vertente orgânica bem vincada e em que esta dupla de Nashville, com aquele brilho discreto que carateriza a sua douradoura consistência, mostra estar de volta num elevado momento de forma. Espero que aprecies a sugestão...
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William The Conqueror – Maverick Thinker
Maverick Thinker é o título do novo registo de originais do projeto britânico William The Conqueror, dez imponentes canções assentes num folk blues de primeira água, incubadas por um trio sedeado na lindíssima região da Cornualha e que viram a luz do dia à boleia da Chrysalis Records.
Terceiro disco do projeto, Maverick Thinker sucede a Proud Disturber of the Peace, um álbum que tinha sido gerado na garagem de Ruarri Joseph, o líder da banda, enquanto este álbum já teve uma gestação mais profissional, digamos assim, tendo sido gravado no famoso estúdio LA Studio Sound City, do lado de lá do atlântico. Foi uma decisão acertada porque é notória a evolução do som dos William The Conqueror, não só no que concerne ao acerto melódico, mas também ao modo como todo o arsenal instrumental consegue a notoriedade necessária, dentro de uma filosofia interpretativa que olha com gula para o rock mais clássico, mas numa toada eminentemente boémia.
De facto, logo em Move On nota-se o peso do blues no disco e percebe-se que será essa a base auditiva do mesmo. Mesmo quando em Wake Up ou Reasons o arrojo das guitarras parece resvalar até um som mais pesado, ou quando nas mais intimistas Quiet Life ou The Deep End parece haver uma atração profunda pela clássica folk, não é colocada em causa, em ambas as situações, a matriz de um alinhamento que algures entre os The Rolling Stones e Bob Dylan, encontra a zona de interseção que o define com melhor clareza.
O hino country Jesus Died a Young Man e o cheiro de whisky blues de Suddenly Scared (24 Storeys High) acabam por ser os grandes momentos de um trabalho com força, profundidade lírica e repleto de canções que se ouvem com inegável prazer. Espero que aprecies a sugestão...
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The Antlers – It Is What It Is
Projeto fundamental do indie rock experimental norte-americano da última década, os The Antlers de Peter Silberman e Michael Lerner, habituaram-nos desde o fabuloso Hospice (2009) a um faustoso banquete de composições encharcadas em sensibilidade, angústia e conflito, canções cheias de sons aquáticos e claustrofóbicos, mas que nos mantinham sempre à tona porque também sabiam salvaguardar um soporífero cariz relaxante. Após o monumental registo Familiars, editado em dois mil e catorze e colocado em primeiro lugar nos melhores álbuns desse ano para a nossa redação, esse desfile de discos assertivos e metaforicamente intensos foi interrompido por opção da própria dupla e os The Antlers entraram num hiato que parece ter sido finalmente interrompido, para gaúdio de todos aqueles que se têm deliciado com a sua notável discografia.
Assim, e ainda sem trazer consigo o anúncio de um sucessor de Familiars, conferimos há algumas semanas a composição Wheels Roll Home e agora It Is What It Is, dois novos temas que parecem ter uma lógica sequencial e que marcam o arranque de uma nova fase da carreira dos The Antlers que, tendo em conta estas amostras, será certamente ainda mais promissora, luminosa e empolgante do que a anterior.
A terna acusticidade das cordas que conduzem What Is What It Is e o travo jazzístico das mesmas, um sabor impregnado ardentemente no efeito da guitarra e no modo como tais cordas se entrelaçam com a cândura da bateria, e com um insinuante teclado, um trompete esguio e o sedutor e impressivo registo vocal de Silberman, sustentam uma canção que nos proporciona aquele limbo matinal e intimista que todos nós tanto desejamos.
It Is What It Is já tem também direito a um extraordinário vídeo, protagonizado pelos dançarinos Bobbi-Jene Smith e Or Schraiber e realizado por Derrick Belchman e Emily Terndrup. A trama do mesmo inicia onde terminou o filme de Wheels Roll Home. Confere...