man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Observer Drift – Echolocation
Collin Ward é Observer Drift, um músico norte americano de Bloomington, em Minneapolis, que se estreou nos lançamentos discográficos com Corridors, em 2012. Fjords, o sucessor, foi editado em maio do ano seguinte e agora chegou a vez de ver a luz do dia Echolocation, um compêndio de catorze canções disponível para audição e download no bandcamp do projeto pelo preço que quiseres.
O terceiro disco de Observer Drift tem impressas as marcas de crescimento típicas da passagem para a vida adulta. Mais crescido e maduro, este músico com raízes suecas mantém o centro da sua música nas aspirações pessoais, mas de modo um pouco mais sombrio e amargurado. Observer Drift escreve muito sobre crescer e mudar, explorar o inexplorado e assumir mais riscos, com uma elevada dose de espontaneidade, cabendo a nós próprios, ouvintes, não só decifrar o verdadeiro signficado de cada poema, como também, se tivermos essa pretensão, atribuirmos um significado próprio, cuja variação poderá ser justificada com a forma como cada um de nós vivencia a audição do mesmo, tendo em conta a base sonora e instrumental que o suporta, algo que causará, certamente, diferentes sensações nos ouvintes. E essa audição acontece à boleia de uma dream pop muito suave e luminosa, cheia de elementos eletrónicos, nomeadamente sons em reverb e batidas sintetizadas e algumas guitarras que criam melodias com um elevado cariz etéreo e shoegaze. Se o longo abraço entre R&B e eletrónica que se escuta no tema homónimo, uma canção que parece ter sido embalada num casulo de seda e em coros de sereia e que faz de Observer Drift um novo trovador soul claramente inspirado pelo ideário de Chet Faker, a espiritualidade negra e o falsete de Bon Iver, impulsionado por uma melodia doce com um leve toque de acidez, mas que se escuta com invulgar fluidez, também nos efeitos suaves e planantes do sintetizador e da percussão de When You Disappear, na imponente Time Stands Still e na vibrante de The Long Run, assim como no dedilhar da guitarra de Analysis Paralysis e na crescente e solarenga I Have Your Back, sentimo-nos tocados por um disco onde vintage e contemporaneidade se confundem de modo provocador e certamente propositado. É uma cúpula entre, pop, rock e eletrónica, quente e assertiva e que ao longo do alinhamento vai convocando para a orgia outros sub géneros da pop, que vão aguardando pacientemente a sua vez de entrar em cena, enquanto saboreiam mais um final de tarde glamouroso no início deste outono.
A audição dos treze temas de Echolocation é uma experiência sonora muito enriquecedora e apetecível, uma viagem contemplativa não só ao mundo pessoal do músico que criou o disco, como também ao nosso próprio universo, real ou imaginário, porque estamos na presença de treze temas que nos convidam a sonhar sem receios e, simultaneamente, a refletir sobre a nossa própria existência. Espero que aprecies a sugestão...
01. When You Disappear
02. The Long Run
03. Echolocation
04. Time Stands Still
05. Fire In The Southern Sky
06. Tired Hands
07. Let The Call Go Out
08. Same Way
09. Too Bright
10. Daniel
11. Strength Of A Storm
12. So Mysterious
13. Analysis Paralysis
14. I Have Your Back
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Observer Drift – Fjords
Collin Ward é Observer Drift, um músico de Bloomington, em Minneapolis, que se estreou nos lançamentos discográficos com Corridors, em 2012. Fjords é o sucessor, um disco editado no passado dia trinta e um de maio e disponível para audição e download no bandcamp do projeto pelo preço que quiseres.
Collin Ward causou espanto em alguma crítica especializada com o impressionante e gélido primeiro disco e as expetativas ficaram desde logo elevadas em relação ao sucessor. Confesso que não conheço o conteúdo de Corridors, mas admito que Fjords impressionou-me e deixou-me com vontade de rebobinar um pouco e ir à procura do disco de estreia.
Tal como sucedeu com o antecessor, Fjords foi lançado sem o apoio de qualquer selo ou editora, apenas através do Bandcamp do artista. O conteúdo sonoro mostra um Collin bastante maduro e centrado nas suas aspirações, apesar de ter pouco mais de vinte anos.
O título do álbum explica-se, de acordo com o próprio, com as raízes familiares que tem na Suécia, nomeadamente pessoas que viveram nos fiordes e que lhe serviram de inspiração para este seu novo trabalho. Ele também confessa que sonoramente não há grandes diferenças relativamente a Corridors e que existe uma continuidade entre os dois discos, com as influências por trás das novas canções a estarem fortemente ligadas às que nortearam Corridors.
Fjords fala muito sobre crescer e mudar, explorar o inexplorado e assumir mais riscos. A escrita das canções remete-nos para estas ideias essenciais e parece terem sido escritas com uma elevada dose de espontaneidade, cabendo a nós próprios, ouvintes, não só decifrar o verdadeiro signficado de cada poema, como também, se tivermos essa pretensão, atribuirmos um significado próprio, cuja variação poderá ser justificada com a forma como cada um de nós vivencia a audição do poema, tendo em conta a base sonora e instrumental que o suporta, algo que causará, certamente, diferentes sensações nos ouvintes.
Como seria de esperar, Collin faz tudo no disco, dentro do seu próprio quarto, desde escrever as músicas, a tocar os instrumentos e gravar, tendo o trabalho de mistura sido feito por um amigo. As treze canções assentam arraiais numa dream pop muito suave e luminosa, cheia de elementos eletrónicos, nomeadamente sons em reverb e batidas sintetizadas e algumas guitarras que criam melodias com um elevado cariz etéreo e shoegaze. Toda esta míriade instrumental remete-nos para um universo sonoro paralelo muito particular, para uma espécie de bolha ou cápsula onde Observer Drift reside e procura alimentar os seus sonhos e desejos, exercitando-se frequentemente em momentos de pura e simples introspeção, como fica bem audível, por exemplo, em Parallel Place (Look at yourself in the mirror/and It might become clearer), um dos meus destaques de Fjords.
A audição dos treze temas de Fjords é uma experiência sonora muito enriquecedora e apetecível, uma viagem contemplativa não só ao mundo pessoal do músico que criou o disco, como também ao nosso próprio universo, real ou imaginário, porque estão na presença de treze temas que nos convidam a sonhar sem receios e, simultaneamente, a refletir sobre a nossa própria existência. Espero que aprecies a sugestão...
01. Machine
02. Sporting Chance
03. Azimuth
04. Riptide
05. Fjords
06. Marina
07. Lingonberry
08. Never Strangers
09. Mirror Image
10. Binary Love
11. Parallel Place
12. Up In Arms
13. Gnarly Crunch
14. Teach Me