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Waxahatchee - Mud

Domingo, 16.02.25

Em março do ano passado o projeto Waxahatchee de Katie Crutchfield, colocou nos escaparates, com a chancela da ANTI-, o álbum Tiger Blood, um excelente alinhamento de doze canções, produzido por Brad Cook e que valeu à autora a nomeação para os Grammys de melhor álbum.

Katie Crutchfield of Waxahatchee

pic by Kevin Morby

Com várias pérolas no registo, com especial destaque para os temas Right Back to It, Bored e 365, algumas acabaram por ficar de fora do alinhamento do disco, vendo agora a luz do dia, quase um ano depois, em formato single.

Uma delas é Mud, uma canção que conta com os contributos especiais de MJ Lenderman na guitarra elétrica, Spencer Tweedy na bateria, e Phil Cook no banjo e no piano. Trata-se de uma  lindíssima balada country, que versa sobre a presença de alguém numa relação destrutiva e a incapacidade de sair da mesma. Mud é uma canção desprendida, orgânica e sentida, já que exala, felizmente, um considerável despudor relativamente a convenções estilísticas ou cuidados ao nível sonoro que busquem a limpidez e o polimento. Confere...

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publicado por stipe07 às 15:44

Alabama Shakes - Sound & Color

Quarta-feira, 29.04.15

Escuta-se frequentemente que já não se faz música como antigamente ou que o rock não é mais o mesmo e todos os grupos parecem-se demasiado uns com os outros. Além disso, as gerações que criticam esta suposto atual estado de coisas, visão com a qual discordo, têm sempre uma enorme relutância e um certo preconceito no que concerne às tais novidades que muitas publicações por esse mundo fora procuram transmitir ao grande público, e nas quais naturalmente Man On The Moon humildemente se insere. Seja como for, os norte americanos Alabama Shakes felizmente cá estão, e pela segunda vez, para contrariar as vozes mais pessismistas com Sound & Color, o novo álbum deste grupo de Alabama liderado pela já carismática Brittany Howard e onde rock, funk, soul e blues coexistem em harmonia, influenciando-se mútua e constantemente, sem apelos, perdões ou qualquer agravo.

Dos The Temptations e de Sly and The Family Stone e Otis Redding, ao melhor da motown, passando pela guitarra de Hendrix, está cá tudo o que de melhor a música negra norte americana produziu no último meio século e numa dose qualitativa e abrangente indubitavelmente superior ao cardápio de Boys & Girls, o primeiro disco. Do blues com pitadas de soul de Dunes, à tristeza soul de Guess Who, ou o hardcore de The Greatest, este álbum oferece-nos um verdadeiro passeio por incontáveis décadas, influências e tendências musicais, que apontam para diversas direções e acertam em todas.

Gravado em Nashville, Sound & Color foi produzido pelo reputado jovem Blake Mills, que fez um excelente trabalho, com especial destaque para o modo como ampliou e deu maior vida e autenticidade à guitarra de Heath Fogg, outro dos grandes trunfos destes Alabama Shakes. Canções como a espantosa e épica Gimme All Your Love, o melhor momento do disco, ou o fuzz de Future People, são extraordinários exemplos deste posicionamento mais deslumbrante, seguro e assertivo das cordas, enquanto passeiam pelos diferentes subgéneros sonoros acima referidos. Esta luz constante, esta soul que viaja entre pólos sentimentais opostos num ápice através de um simples dedilhar ou de um toque no pedal e no botão certos, este, em suma e sobretudo, sensual posicionamento do instrumento de Fogg ao longo do alinhamento, que na introspetiva e acústica This Feeling nos arrepia e sacode bem cá no íntimo, nunca perde sentido e fluídez, deixa espaço para que o piano ou a bateria também se mostrem e convence decisivamente pelo modo como a voz de Brittany encaixa com incrível naturalidade nas melodias, numa quimíca que entre silêncio, raiva, dor e calma, cria um som que entre o mestiço e o mitológico, é de difícil catalogação.

O rock está vivo e por este dias passeia confiante e altivo à boleia dos Alabama Shakes, num feliz encontro de décadas e referências musicais, que tendo uma natural toada nostálgica, mas acolhedora, acaba por ser o que de melhor e mais genuíno e novo este género musical tem para oferecer atualmente. Os sons empoeirados vindos de um passado longínquo que se ouvem em The Greatest, ou a ode à melhor herança dos Rolling Stones que sustenta Shoegaze, por exemplo, talvez não sejam mais do que algumas das melhores pistas para o futuro próximo da música contemporânea, oferecidas por um disco sobre o amor e a espiritualidade e que, fisicamente, encarna algumas das melhores sensações que estas duas permissas nos oferecem. Espero que aprecies a sugestão...

Alabama Shakes - Sound And Color

01. Sound And Color
02. Don’t Wanna Fight
03. Dunes
04. Future People
05. Gimme All Your Love
06. This Feeling
07. Guess Who
08. The Greatest
09. Shoegaze
10. Miss You
11. Gemini
12. Over My Head

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publicado por stipe07 às 22:42

Phosphorescent - Muchacho

Domingo, 07.04.13

Phosphorescent é o projeto musical de Matthew Houck, um músico que se move entre Brooklyn e o Alabama e que lançou em 2010 o aclamado álbum Here’s To Taking It Easy. Agora, em 2013 e de acordo com o que anunciei em Curtas... LXXV, chegou aos escaparates, a dezanove de março, Muchacho, o sucessor, por intermédio da Dead Oceans, onde Matthew se fez acompanhar do engenheiro de som John Agnello, que ajudou Kurt Vile na construção do memorável Smoke Ring For My Halo.

Escrito numa praia mexicana, Muchacho tem impresso alguns dos mais importantes detalhes do cancioneiro norte americano dos últimos vinte anos. Com raízes na folk, o projeto Phosphorescent já abordou sonoridades mais excêntricas, nomeadamente em Pride (2007), mas depois passou a deixar-se influenciar pela dor e pela saudade, quer no álbum seguinte, quer neste Muchacho.


Wilco, Jim James, Bon Iver e até os Lambchop são referências óbvias de um projeto e um álbum que, por abarcar um universo sonoro rico e vasto, estende-se para além dos limites iniciais da composição. Há canções grandiosas (The Quotidian Beasts) e outras mais simples, quer na escrita, quer na sonoridade (Muchacho's Tune) e onde elementos como a lua, o sol, animais e cenários campestres se apoderam da obra com extrema delicadeza.

Muchacho é um trabalho que cresce quanto mais nos habituamos a ele; Há uma dinâmica entre sintetizadores e guitarras que o sustenta, mas a componente instrumental conhece poucos entraves e expande-se com interessante fluídez. A voz também se cruza elegantemente com os instrumentos, algo percetível logo na abertura, em Sun, Arise! (An Invocation, An Introduction). A temática das canções gira em redor da dor da perca e do posterior e indispensável processo de libertação, algo plasmado no tema homónimo (See I was slow to understand, This river’s bigger than I am, It’s running faster than I can, though lord I tried) ou em Terror In The Canyons (Now you’re telling me my heart’s safe, And I’m telling you I know/,You’re telling me lean in and I’m telling you to go), canções onde Houck parece lentamente despertar e onde deixa para trás a dor expressa nos álbuns anteriores, utilizando então Muchacho para depurar antigos fantasmas.

Mas o disco tem outros destaques... Ride On, Right On é uma canção rock com um clima eletrónico e Down To Go recorda os momentos mais sombrios e introspetivos dos The National. E depois há Song For Zula, o primeiro single de Muchacho, um tema épico, cheio de exaltações melancólicas, cenários e sensações que expressam com particular envolvência o amor, que volta a ser elevado em em Terror In The Canyons (The Wounded Master).

Muchacho é a partir de agora a obra prima de Matthew Houck. Sem precisar de soar demasiado grandioso, Phosphorescent celebra a melancolia como quem sobreviveu à dor e caminha de rosto erguido. Transita intencionalmente entre o passado e o presente e deverá ser uma referência para os seus lançamentos futuros. Espero que aprecies a sugestão...

01. Sun, Arise! (An Invocation, An Introduction)
02. Song For Zula
03. Ride On / Right On
04. Terror In The Canyons (The Wounded Master)
05. A Charm / A Blade
06. Muchacho’s Tune
07. A New Anhedonia
08. The Quotidian Beasts
09. Down To Go
10. Sun’s Arising (A Koan, An Exit)

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publicado por stipe07 às 22:16

Voyager – Midnight Fang EP

Quarta-feira, 09.01.13

Os Voyager são uma banda norte americana de Birmingham, no Alabama, formada por Evan Mullins, Grant Cook, Michael Dickinson e Jacob Pendergrass. O EP Midnight Fang, editado no passado dia vinte e um de dezembro e disponível para audição e download no bandcamp da banda, é o primeiro registo deste grupo.

Midnight Fang é uma coleção de sete canções pop, com uma sonoridade shoegaze, etérea e espacial. Alguns dos temas são instrumentais (Dusk é um extraordinário exemplo de um belo instrumental pop, que dispensa muito bem a presença superflúa de uma voz), mas não perdem valor por isso, até porque quando a voz é usada, é quase sempre como um complemento, acabando por ser Mountain, o meu destaque do EP, o tema onde a voz de Evan Mullins mais se destaca, curiosamente muito bem acompanhada, não só por uma linha de guitarra a fazer lembrar os The XX, mas também pela bateria.

Assim, neste EP, a primazia, em termos de composição, ficou entregue às guitarras e aos sintetizadores. Os apreciadores da chamada dream pop, irão apreciar imenso este EP e, tal como eu, ficarão de olho no que reserva o futuro próximo deste projeto. Espero que aprecies a sugestão...

01. Dusk
02. Mountain
03. No Hibernation
04. Night Eyes
05. I Don’t Bite
06. Riviera
07. Dawn

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publicado por stipe07 às 19:11






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