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Shame - Songs Of Praise

Terça-feira, 11.09.18

É com genuína mágoa que confesso ter sido já tardiamente que descobri Songs Of Praise, o disco de estreia dos britânicos Shame, um quinteto formado por Eddie Green, Charlie Forbes, Josh Finerty, Sean Coyle-Smith e Charlie Steen, oriundo dos arredores de Londres, abrigado pela chancela da Dead Oceans e que em dez canções oferece-nos um punk rock de primeira água, com um espetro identitário abrangente que, dos The Fall aos Stone Roses, passando pelos Buzzcocks, Ride, os Blur, os Primal Scream, os Joy Division e os mais contemporâneos Parquet Courts ou Interpol, encontra as suas origens no rock psicadélico setentista e no punk da década seguinte e que não renegando algumas caraterísticas essenciais do rock alternativo noventista, também não enjeita abraçar a herança nova iorquina que tentou salvar o rock no início deste século.

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Songs Of Praise foi um dos discos mais comentados pela crítica britânica no início deste ano e a publicação New Musical Express chegou mesmo a dar nota máxima (cem valores) ao seu conteúdo quando publicou a crítica do álbum, um valor incomum e que expressa, de certo modo, a ânsia que existe nesse mercado pela descoberta e posterior garantia de sobrevivência de projetos sonoros que fujam ao apelo radiofónico e que consigam também oferecer ao rock novos fôlegos e heróis. E de facto, para os amantes do género, Songs Of Praise é um disco que merece audição cuidada e que irá, certamente, tornar-se objeto de culto e de devoção durante algum tempo.

Realmente Songs Of Praise está repleto de instantes que impressionam e deliciam. No clima intuitivo e ao mesmo tempo imponente de Dust On Trial, no modo como a bateria e as guitarras se entrelaçam com o baixo em Concrete, no punk direto de Donk, na energia intiuitiva de Lampoon, na riqueza instrumental de Tasteless, canção que cita o lendário Bigby de Trainspotting ou na simplicidade melódica assustadoramente feliz de Friction, talvez os dois temas que melhor homenageiam a britpop no disco e, principalmente, no clima contemplativo e denso de Angie, uma canção que fala de um amor não correspondido que um adolescente sente por alguém que está prestes a suicidar-se, aborve-se até ao tutano uma obra repleta de méritos e de acertadas conexões criativas entre diferentes espetros de um mesmo universo sonoro, que abraça o lado mais negro do amor e as suas habituais agonias, mas também as dores e os medos de quem procura sobreviver nesta típica urbanidade ocidental cada vez mais decadente de valores e referências, a viver o brexit e social e politicamente cada vez mais crispada e bipolarizada.

Songs Of Praise é o reflexo contundente, seco e profuso de um rock de guitarras que emergiu para dias de infinita glória de um canto escuro dos subúrbios de uma problemática Londres e da sua zona sul em parte decadente, um rock que mostra sem medo as suas garras, um rock feito intuitivamente e que não quer dar concessões ao mainstream. Os seus autores são cinco jovens britânicos de gema, rudes e efervescentes, que parecem já ter o seu modus operandi presente e, devido a esta extraordinária estreia, brilhante, madura e refrescante, um futuro devidamente consolidado na primeira linha do indie rock alternativo. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 14:54






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