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Os melhores discos de 2018 (20-11)

Segunda-feira, 31.12.18

20 - Big Red Machine - Big Red Machine

Produzido pelos próprios Justin Vernon e Aaron Dessner em colaboração com Brad Cook e com a participação especial de vários músicos que fazem parte do catálogo da PEOPLE, nomeadamente Phoebe Bridgers, This Is the Kit e músicos dos The Staves e que costumam tocar com os Arcade Fire, Big Red Machine coloca Vernon e Dessner na senda de sonoridades intimistas e ambientais, com composições de cariz predominantemente minimal mas que nem por isso deixam de ser intrincadas e de conterem várias nuances e detalhes que vale bem a pena destrinçar ao longo da audição das dez canções que compõem o registo.

Com a herança sonora de ambientes urbanos originários do outro lado do atlântico a ter sido certamente a grande força motriz da inspiração criativa da dupla e com uma filosofia soul sempre em ponto de mira, este é um disco com um universo sonoro fortemente cinematográfico e imersivo, um funk digital que nos leva numa viagem lisérgica por paisagens que, do dub ao R&B, passando pelo rap, o jazz, o afro beat e até o trip-hop, sobrevivem muito à custa de um cuidado arsenal instrumental, eminentemente eletrónico e, por isso, de forte cariz sintético.

Big Red Machine - Big Red Machine

01. Deep Green
02. Gratitude
03. Lyla
04. Air Stryp
05. Hymnostic
06. Forest Green
07. OMDB
08. People Lullaby
09. I Won’t Run From It
10. Melt

19 - Holly Miranda - Mutual Horse

Disco onde não falta uma vasta miríade de luxuriantes efeitos e detalhes, ferramentas com um poderoso potencial impressivo e que nos esclarecem acerca do modo como Holly Miranda se sente mais sorridente e disponível do que nunca para a exaltação, Mutual Horse eriça com contundência o nosso lado mais sensível. O álbum é um oásis de cândura e suavidade, mas também um terreno fértil de alerta e de despertar do lado mais angustiante da nossa consciência individual e coletiva, um disco que representa, claramente, um virar de página para um universo mais eloquente e transcendental por parte de uma das intérpretes mais inspiradas e influentes do cenário musical contemporâneo.

Holly Miranda - Mutual Horse

01. Wherever You Are
02. Golden Spiral
03. To Be Loved
04. On The Radio
05. All Of The Way
06. Towers
07. Exquisite (Feat. Kyp Malone)
08. Mr. Fong’s (Feat. Shara Nova)
09. Do You Recall
10. Let Her Go
11. When Your Lonely Heart Breaks
12. Sing Like My Life
13. Gina
14. Mt. Hood

18 - Preoccupations - New Material

Nos Preoccupations Floegel e Wallace colocam os sintetizadores em posição de elevado destaque, uma alteração estilística que combina post punk com shoegaze, uma fórmula pessoal e muito deles e onde o ruído não funciona com um entrave à expansão das canções, mas como mais um veículo privilegiado para lhes dar um relevo muito próprio que, sem esse mesmo ruído, os temas certamente não teriam. É criado um clima marcadamente progressivo e rugoso, com os teclados a tornarem-se numa mais valia no modo como adornam um garage rock, ruidoso e monumental e o harmonizam, tornando-o agradável aos nossos ouvidos, ou seja, fazem da rispidez visceral algo de extremamente sedutor e apelativo.

Assim, a viagem lisérgica que o quarteto nos oferece nas reverberações ultra sónicas de New Material, fazem deste compêndio um agregado instrumental clássico, despido de exageros desnecessários e amiúde apoteótico. É uma demonstração clara do modo como este coletivo se disponibiliza corajosamente para um saudável experimentalismo que não os inibe de se manterem concisos e diretos, à medida que constroem os diferentes puzzles que dão substância às canções. No final, tudo resulta de forma coesa e o ruído abrasivo proporcionado por esta catarse onde reina uma certa megalomania e uma saudável monstruosidade agressiva, aliada a um curioso sentido de estética, fascina e seduz.

 Preoccupations - Espionage

01. Espionage
02. Decompose
03. Disarray
04. Manipulation
05. Antidote
06. Solace
07. Doubt
08. Compliance

17 - Ultimate Painting - Up!

Em Up! vai-se, num abrir e fechar de olhos, do nostálgico ao glorioso, numa espécie de indie-folk-surf-suburbano, feito por mestres de um estilo sonoro carregado de um intenso charme e que parecem não se importar de transmitir uma óbvia sensação de despreocupação, algo que espalha um bom gosto ainda maior pela peça em si que este disco representa. Neste disco, os Ultimate Paiting encerram em grande forma e de um modo extraordinariamente jovial, uma curta mas profícua carreira que seduziu-me pela forma genuína e simples como nela retrataram sonoramente e com superior clarividência eventos e relacionamentos de um quotidiano rotineiro, mas onde o amor é a grande força motriz no modo como nos encadeamos uns nos outros. Espero que aprecies a sugestão...

Ultimate Painting - Up!

01. Needles In My Eyes
02. Not Gonna Burn Myself Anymore
03. I Am Your Gun
04. Foul And Fair
05. Someone’s Out To Get You
06. Take Shelter
07. My Procedure
08. Lying In Charles Street
09. Darkness In His Eyes
10. Snake Pass

16 - Landing - Bells In New Towns

Mestres da melancolia, os Landing emergem-nos num universo muito próprio onde, da criteriosa seleção de efeitos da guitarra à densidade do baixo, passando por uma ímpar subtileza percussiva e um exemplar cariz lo fi na produção, são diversos os elementos que costuram e solidificam um som muito homogéneo e subtil e, também por isso, bastante intenso e catalizador. De facto, até ao ocaso de Bells In New Towns, fica atestada a segurança, o vigor e o modo ponderado e criativamente superior como este grupo tem um toque de lustro de forte pendor introspetivo, livre de constrangimentos estéticos e que nos provoca um saudável torpor, num disco que, no seu todo, comunica com a nossa mente e os nossos sentidos de modo particularmente libertador e esotérico.

Landing - Bells In New Towns

01. Nod
02. By Two
03. Gravitational VII
04. Bright
05. Secret
06. Fallen Name
07. Wait Or Hide
08. Gravitational VIII
09. Trace
10. Second Sight

15 - Tunng - Songs You Make At Night

Songs You Make At Night parece ter sido pensado como a banda sonora perfeita para uma noite de sono relaxada, mas que também convide ao intimismo e à. reflexão. O disco vai-se convertendo nos nossos ouvidos num portento de sensibilidade e optimismo, um álbum a transbordar uma espécie de amor que só se sente durante o sono e que nos liberta definitivamente de algumas das amarras que ainda filtram o modo como a nossa consciência vê o mundo durante o dia. Outro enorme atributo de Songs You Make At Night é colocar constantemente na primeira linha das sensações aquela infatigável melancolia que nos mostra que nos dias de hoje por mais que a existência humana e tudo o que existe em nosso redor, estejam amarrados à ditadura da tecnologia, ela pode ser, à boleia dos Tunng, um veículo para o encontro do bem e da felicidade, quer pessoal quer coletiva.

Tunng - Songs You Make At Night

01. Dream In
02. ABOP
03. Sleepwalking
04. Crow
05. Dark Heart
06. Battlefront
07. Flatland
08. Nobody Here
09. Evaporate
10. Like Water
11. Dream Out

14 - The Sea And Cake - Any Day

Mestres da subtileza, os The Sea And Cake apelam à descoberta pessoal e à reflexão íntima, com canções que nos convidam, ao longo dos quase quarenta minutos do registo, a penetrarmos num universo sonoro com um adn bem definido, mas que não deixa de soar sempre familiar, sem deixar de nos oferecer instantes e detalhes muitas vezes inesperados e que espelham a riqueza criativa do projeto. Este novo álbum do quarteto de Chicago, mantém a beleza melódica caraterística do projeto, com a adição de novos elementos, nomeadamente uma forte presença de elementos jazzísticos e da folk a serem essenciais para um resultado final bastante fluído, ameno e arejado, que nos possibilita saborearmos uma recatada zona de conforto, mesmo que farta de invulgares expedições sónicas.

The Sea And Cake - Any Day

01. Cover The Mountain
02. I Should Care
03. Any Day
04. Occurs
05. Starling
06. Paper Window
07. Day Moon
08. Into Rain
09. Circle
10. These Falling Arms

13 - Kurt Vile - Bottle It In

O grande trunfo de Bottle It In é a sua dicotomia estilística sonora e o modo como ela entronca numa mesma filosofia, a da auto-descoberta. As canções sucedem-se sem pressa e muitas vezes sem se perceber se o autor está mais preocupado em comunicar com o ouvinte ou em efetuar um monólogo algo divagante e nem sempre lúcido e consistente. Mesmo sendo um registo que oferece ao ouvinte diferentes perspetivas sobre a realidade sociológica e psicológica que abriga o autor, é também um álbum sobre o presente, a velhice, o isolamento, a melancolia e o cariz tantas vezes éfemero dos sentimentos, em suma, sobre a inquietação sentimental, ou seja, o existencialismo e as perceções humanas comuns a todos nós.

Kurt Vile - Bottle It In

01. Loading Zones
02. Hysteria
03. Yeah Bones
04. Bassackwards
05. One Trick Ponies
06. Rollin With The Flow
07. Check Baby
08. Bottle It In
09. Mutinies
10. Come Again
11. Cold Was The Wind
12. Skinny Mini
13. (Bottle Back)

12 - Black Rebel Motorcycle Club - Wrong Creatures

O oitavo registo do grupo assume uma espécie de fecho de um ciclo e um círculo e faz os Black Rebel Motorcycle Club regressarem aquela que é a sua verdadeira essência, um projeto criador de canções assumidamente introspetivas, nebulosas e viscerais, que além de se debruçarem sobre o quotidiano, estilisticamente se preocupam em colocar o puro rock negro e pesado em plano de assumido destaque. Em Wrong Creatures há um claro entusiasmo no modo como as guitarras são tocadas e uma menor dose de experimentalismo é substituída pelo ruído direto e conciso, sem deixar de haver instantes de arrebatadora sedução que não ficam nada a dever a projetos que procuram tocar emocionalmente quem se predispõe a deixar-se envolver por canções pensadas para tocar no âmago de cada um de nós. É um disco que acaba por refletir um estado psíquico mais positivo de uma banda muito marcada por transformações e dissabores, mas que nunca deixou, ao longo da carreira, de tentar ser coerente no desejo de deixar, disco após disco, novas pistas para a salvação do rock.

Black Rebel Motorcycle Club - Wrong Creatures

01. DFF
02. Spook
03. King Of Bones
04. Haunt
05. Echo
06. Ninth Configuration
07. Question Of Faith
08. Calling Them All Away
09. Little Thing Gone Wild
10. Circus Bazooko
11. Carried From The Start
12. All Rise

11- Arctic Monkeys - Tranquility Base Hotel and Casino

Para quem está familiarizado com a discografia dos Arctic Monkeys, Tranquility Base Hotel And Casino é um disco inicialmente estranho e pouco familiar, mas que após repetidas e dedicadas audições se entranha, com a sua intensidade, feita de sobreposições densas e intrincadas de arranjos e efeitos, a não poder ser medida pelo modo como os decibéis das guitarras são debitados, mas antes pela emoção e pelo teor filosófico do registo. É um universo inédito de sons e referências que pulam entre a soul, o rock lisérgico e até o próprio jazz com uma arrepiante aurea de mistério e sedução. Os Arctic Monkeys têm sabido estar sintonizados com o absurdo sociológico e político dos nossos tempos e neste Tranquility Base Hotel And Casino enriquecem tremendamente o seu cardápio sonoro e elevam-no a um novo estatuto, como banda fundamental do indie rock alternativo contemporâneo.

Arctic Monkeys - Tranquility Base Hotel And Casino

01. Star Treatment
02. One Point Perspective
03. American Sports
04. Tranquility Base Hotel And Casino
05. Golden Trunks
06. Four Out Of Five
07. The World’s First Ever Monster Truck Front Flip
08. Science Fiction
09. She Looks Like Fun
10. Batphone
11. The Ultracheese

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publicado por stipe07 às 15:28






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