man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Muse – Drones
Os britânicos Muse de Matthew Bellamy, Dominic Howard e Rich Costey estão de regresso aos discos com Drones, o sétimo trabalho da banda e que teve o pontapé de saída em Vancouver, no início de 2014. De acordo com o líder da banda, Drones é uma metáfora moderna sobre o que é perder a empatia através da tecnologia moderna representada pelos drones, acresecentando que é possível na verdade fazer coisas horríveis com controle remoto, a grandes distâncias, sem sentir nenhuma consequência, ou até não se sentir responsável de qualquer modo.
Produzido por John Lange, Drones obedece à essência que tornou os Muse uma das maiores bandas de rock alternativo da atualidade, assente numa mescla de ficção e surrealismo, à boleia dos peculiares falsetes de Bellamy e um som poderoso e épico, feito de guitarras com arranjos carregados de distorção e que têm em Psycho um dos melhores momentos da carreira do grupo, um baixo rugoso e uma percussão vigorosa e amiúde um piano elétrico que, no caso deste disco, tem um protagonismo interessante na balada Mercy. No entanto, Drones é um regresso dos trio às origens e a um espetro mais sombrio e orgânico depois do piscar de olhos à eletrónica no antecessor The 2nd Law
Com dez músicas e dois outros momentos sonoros, uma de um sargento exasperado com alguns cadetes, bem ao estilo do The Wall, do Pink Floyd e o outro um trecho de um discurso do presidente Kennedy, Drones é, também nestes detalhes, uma revisão nostálgica, mas feliz, do passado mais gloroiso dos Muse, mas é, acima de tudo, um passo em frente dos autores rumo à alegoria do amor pela música como um agregado de guitarras melodiosas de mãos dadas com uma voz capaz de converter uma arena inteira a uma causa que, neste caso, pretende alertar, como já foi referido, para os perigos escondidos pelos mais recentes desenvolvimentos tecnológicos e o modo como são utilizados na guerra moderna, utilizando o amor como uma metáfora gloriosa, num mundo cada vez mais familiarizado com a violência e, desse modo, mais perto e intímo da sua própria ruína.
Nos Muse a música é a materialização sonora de uma postura intervencionista, quase sempre encabeçada por Bellamy, que frequentemente dá a cara em algumas campanhas sociais. O longo épico cheio de climas e mudanças de direção, ruídos e silêncio, chamado The Globalist, é uma materialização contundente deste vigoroso olhar sobre o mundo global, mas a frenética Reapers, os efeitos e as sirenes de Revolt e a cinematográfica e sombria Aftermath também desempenham com notável precisão essa visão musical habilidosa que mistura estéticas de períodos temporais diferentes, tornando-as atuais e inovadoras, ao mesmo tempo que cimentam o som padrão do trio. Espero que aprecies a sugestão...
01. Dead Inside
02. [Drill Sergeant]
03. Psycho
04. Mercy
05. Reapers
06. The Handler
07. [JFK]
08. Defector
09. Revolt
10. Aftermath
11. The Globalist
12. Drones