01. Easy Listening Pt. 1
02. Be Good To Me
03. Young At Heart
04. Drive
05. Please Don’t
06. Slow
07. Move
08. Runaway Kind
09. Easy Listening Pt. 2
10. Your Eyes
11. Wolves
12. Worth The Wait
man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Milo Greene - Adult Contemporary
Os norte-americanos Milo Greene de Robbie Arnett, Graham Fink e Marlana Sheetz são um dos projetos mais interessantes da indie atual, exímios intérpretes daquela pop retro cheia de charme e com uma filosofia vintage sempre muito vincada, não só na sonoridade mas também na componente visual do projeto. Começaram por ganhar fama devido aos músicos trocarem constantemente de instrumento durante os concertos e estrearam-se nos discos em dois mil e doze com um homónimo que chamou logo a atenção da crítica. Três anos depois, no sempre difícil segundo álbum, o registo intitulado Control marcou uma inflexão sonora no grupo, que deixou para trás, nessa altura, a sonoridade eminentemente folk da estreia e os Milo Greene conseguiram alargar ainda mais a sua base de fãs. Agora, três anos depois de Control, o trio de Los Angeles, na Califórnia, está de regresso com Adult Contemporary, doze canções produzidas por Bill Reynolds (Band Of Horses, Lissie), com a chancela da Nettwerk Records e que mantêm o projeto na senda de uma pop com uma elevada toada ambiental mas também dançante, à imagem do antecessor Control.
Adult Contemporary é o disco mais eclético, abrangente e arriscado dos Milo Greene. De facto, tendo a pop em ponto de mira, contém um alinhamento que também capta algumas das principais caraterísticas da eletrónica ambiental, exemplarmente replicada em Be Good To Me, mas também da chamada art pop, belíssima em Drive. Mas um bom tema para nos fazer perceber toda esta espécie de amálgama, nem sempre claramente percetível, ou seja, geralmente bem acomodada e assimilada, é Young At Heart, o single de apresentação do registo, um exuberante tema conduzido por um baixo pulsante e sintetizadores planantes que originaram uma composição com uma elevada toada dançante e com fortes raízes no imaginário oitocentista. O próprio vídeo da canção, dirigido por Nicolas Harvard, é uma combinação feliz entre a postura vocal particularmente atraente de Marlana Sheetz e filmagens de arquivo de alguns icones de uma época que foi sonoramente bastante marcante, particularmente para a minha geração, neste caso Sting e Bruce Springsteen e que, pelos vistos, também marcaram profundamente o imaginário deste grupo.
Familiaridade e liberdade acabam por ser duas sensações que saltam ao ouvinte durante a audição deste alinhamento, não só porque abundam os refrões aditivos, mas principalmente porque se percebe que o trio não se deixou amarrar a nenhum género em específico para recriar uma trama sonora com uma componente fortemente cinematográfica, no modo como nos suscita a lembrança nostálgica de alguns momentos que marcaram a nossa juventude. O final épico de Worth The Waith seria a banda sonora perfeita para ilustrar um final de tarde ao portão de um liceu de esquina, Please Don't recorda-nos aquele amor inocente que nunca foi correspondido e Wolves traz-nos à memória toda a força que sentíamos naqueles anos em que nos sentíamos imparáveis e inquebráveis. Espero que aprecies a sugestão...