man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Mando Diao – Good Times
Os Mando Diao são uma banda de rock alternativo formada em 2001 com origem em Borlänge, na Suécia e constituida por Björn Dixgård, Gustaf Norén, CJ Fogelklou e Mats Björke. O grupo ganhou fama após o lançamento do segundo álbum Hurricane Bar, mas só os conheci em 2009 quando, em Give Me Fire, se podia ouvir Gloria e Dance With Somebody, dois temas que me fizeram querer saber mais sobre eles e que os colocaram definitivamente no meu radar.
Depois da transformação sonora que operaram em 2011, quando se juntaram a Gustaf Frönding, poeta sueco, e trabalharam em poemas com música para criar Infruset, o primeiro álbum da banda cantado em sueco e um disco essencialmente acústico e muito introspetivo, os suecos Mando Diao regressaram três anos depois com Aelita, um registo onde voltaram a ligar os amplificadores e os sintetizadores e a apostar na típica sonoridade que definia o glam rock que fez escola há trinta anos atrás em muitas bandas nórdicas. Agora, em 2017, voltam à carga com Good Times, mais uma escalada sonora e vertiginosa ao universo indie rock, cheio de adrenalina e com uma forte filosofia garageira, talvez o território onde este quarteto sueco se sente mais confortável.
Lançado no passado dia doze, Good Times faz uma espécie de balanço de todos os territórios sonoros que os Mando Diao já calcorrearam, apesar das caraterísticas gerais acima referidas, com as suas doze canções a conseguirem um eficaz balanço entre alguns traços da new wave que sobressairam em Hurricane e, principalmente, em Give Me Fire e aquele rock mais cru e experimental que sustentou Aelita. Esta filosofia de Good Times acaba por revigorar e proporcionar outro lustro ao catálogo sonoro destes suecos, com a adição de detalhes sintetizados que não descuram a forte presença de plumas e lantejoulas movidas a sintetizadores e alguns arranjos extra a linhas agressivas de guitarra e ao baixo encorpado a proporcionarem um bálsamo e um colorido mais funk a temas como Shake, Money, ou o homónimo.
Mas o arquétipo sonoro em que sobrevivem estas três composições não esgota o acervo criativo dos Mando Diao, constituindo apenas uma pequena parte do arsenal bélico com que eles nos sacodem em Good Times. Existem outros detalhes que também traduzem, na forma de música, a mente criativa de quatro músicos que pensam e sentem, nomeadamente quando questionam alguns cânones elementares ou verdades insofismáveis do nosso mundo e que merecem ser salientados. Assim, na visceralidade aconchegante da batida e das guitarras do rugoso punk que ilumina Dancing all The Way to Hell e no modo curioso como a voz de Björn Dixgård é manipulada na alegoria pop solarenga transmitida por Voices On The Radio, completa-se toda uma profusão de sons, estilos, ruídos e poeiras sonoras que abastecem este registo que não sendo a reinvenção da roda é, no entanto, uma excelente adição ao catálogo dos Mando Diao. Good Times valoriza-se pela originalidade simultaneamente vintage e contemporânea e por servir para provar, definitivamente uma identidade firme e coesa de uma banda que, ao oitavo disco, mostra que merece uma superior projeção. Espero que aprecies a sugestão...
01. Break Us
02. All The Things
03. Good Times
04. Shake
05. Money
06. Watch Me Now
07. Hit Me With A Bottle
08. Brother
09. Dancing All The Way To Hell
10. One Two Three
11. Voices On The Radio
12. Without Love