man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Juliana Hatfield – Blood
Depois dos discos de tributo à cantora Olivia Newton-John, em dois mil e dezoito e aos Police, no ano seguinte e do anúncio de um registo nos mesmos moldes, para breve, mas de homenagem aos R.E.M., a norte-americana Juliana Hatfield, uma figura ímpar do rock do outro lado do atlântico das últimas três décadas, está de regresso aos discos com Blood, o décimo nono da sua carreira, um alinhamento de dez canções que viu a luz do dia a catorze de maio último, com a chancela da American Laundromat.
Blood foi gravado integralmente em casa de Juliana no Conneticut, que tocou os instrumentos todos no disco, sendo um disco que, de acordo com a autora, é uma reação ao modo sério e negativo como muitas pessoas foram afetadas nos últimos quatro anos, (certamente devido à adminstração Trump, n.d.r.).
De facto, Blood mergulha profundamente naquele lado negro que todos nós temos, sem excepção, com uma visão da psicologia e do comportamento humano moderno, mas isso não significa que seja um disco pesado e sombrio, até porque se assume, aos nossos ouvidos, como musicalmente divertido e até luminoso. E fá-lo com perspicácia, através de um folk rock lânguido, cruzado, em temas como Mouthful of Blood, um tema abrasivo, mas com elevado groove e consistentemente melódico, com alguns dos cânones fundamentais do melhor jazz atual, que não desperdiça, em Gorgon, por exemplo, as potencialidades da eletrónica.
Com um resultado final bastante radiofónico, orelhudo e vibrante, Blood é um retrato intrigante e impressivo de muitos dos nossos maiores receios e angústias e, por isso, um registo também instigante e provocador, sendo esta dualidade entre a sua beleza sonora e a crueza amarga das suas palavras, desafiadora e dançante, uma das suas maiores benesses. Espero que aprecies a sugestão...