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Girlpool - Powerplant

Quinta-feira, 25.05.17

As norte americanas Girlpool são Cleo Tucker e Harmony Tavidad, uma dupla de jovens adolescentes californianas que se juntou em 2013 para fazer música e que se estreou dois anos depois nos discos com o excelente Before The World Was Big. Era um alinhamento de canções com uma forte componente autobiográfica e cuja temática, expetavelmente, se debruçava sobre os típicos dilemas existenciais de duas jovens que partilham um olhar muito próprio acerca da feminilidade e que não se coibem de, além da componente reflexiva, também expor experiências e factos vividos. Era um disco com uma sonoridade algo minimal, já que o baixo e a guitarra eram os dois únicos suportes de canções eminentemente introspetivas e com uma tonalidade bastante suave. Agora, dois anos depois, as Girlpool regressam com Powerplant, um disco que mantendo o mesmo conceito estilístico e sonoro, amplia, no entanto, os horizontes da dupla, que se apresenta mais madura e com novos arranjos e detalhes que vale a pena conferir.

Resultado de imagem para Girlpool Cleo Tucker Harmony Tavidad

Powerplant abre com 123, uma canção que começa por impressionar pelo modo como Tucker e Tavidad dialogam vocalmente e que depois se torna vigorosa e até algo visceral, marcando-se, logo aí, uma clara diferença, em termos de ruído, com o conteúdo geral do disco de estreia. E depois, basta escutar atentamente o sereno dedilhar inicial da viola da conflituosa Sleepness e o modo como ela se eletrifica, para se tornar óbvio que houve aqui um propósito inicial de marcar a diferença com o antecessor, através de um som mais rugoso e encorpado. Seja como for, a melancolia sedutora que vagueia pelo efeito metálico da guitarra de Your Heart, canção sobre as habituais peripécias de um casal, ou a angústia latente nas variações rítmicas e na distorção de It Gets More Blue, elucidam-nos que Powerplant segue o objetivo claro desta fase inicial da carreira das Girlpool e que é, numa atitude confessional, aproximarem-se o mais possível daquilo que são as vivências habituais de qualquer um de nós que passou ou está a passar por aquela idade em que o amor é ainda um grande mistério e que para ser bem minimamente entendido opta-se, muitas vezes, pelo mecanismo tentativa vs erro até que este mistério chamado amor fique menos nebuloso. 

Álbum com uma intimidade muito própria e com um ambiente bastante acolhedor, Powerplant impressiona pelo efeito de espelho que poderá ter em quem o escuta de modo dedicado, ao mesmo tempo que reforça um estilo sonoro e uma abordagem ao indie rock com algumas caraterísticas bem marcadas e difíceis de encontrar em outros projetos similares. A simplicidade do baixo e da guitarra, o modo e a rapidez como esta transita do acústico ao elétrico e o recurso constante às vozes em coro são bons exemplos do modo assertivo com que as Girlpool nos incitam à reflexão. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 00:06






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