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Gengahr – Sanctuary

Terça-feira, 21.04.20

Oriundos de Londres, os britânicos Gengahr são, atualmente,  Felix Bushe (vocal/guitarra), Hugh Schulte (baixo), Danny Ward (bateria) e João Victor (guitarra) e começaram por causar sensação no meio alternativo local quando já no longínquo mês de outubro de dois mil e catorze divulgaram Powder, por intermédio da Transgressive Records, uma canção que os posicionou, desde logo, no universo da indie pop de pendor mais psicadélico, com nomes tão importantes como os MGMT, Tame Impala ou os Unknown Mortal Orchestra a servirem como referências óbvias à crítica que à época começou a ficar particularmente atenta ao quarteto. Depois desse início promissor, os álbuns A Dream Outside (2015), disco em que os Gengahr, logo na estreia, se mostraram assertivos no modo como reinventaram, reformularam ou simplesmente replicaram uma feliz simbiose entre a pop e o experimentalismo e Where Wildness Grows (2018), um compêndio de pop futurista com o ritmo e cadência certas, alicerçado em teclas inebriantes e arranjos sintetizados verdadeiramente genuínos e criativos, cimentaram o travo sonhador, aventureiro e alucinogénico de um projeto único e bastante inventivo.

Gengahr – 'Sanctuary' review

Agora, já em dois mil e vinte, Sanctuary, o terceiro longa-duração dos Gengahr, apresenta o quarteto no seu estado maior de maturidade, abrilhantado por guitarras melodicamente sagazes e apelativas, entrelaçadas com metais, bombos, cordas e teclas, que desfilam orgulhosas e altivas, numa parada de cor, festa e alegria, onde todos os músicos certamente comungam mais o privilégio de estarem juntos, do que propriamente celebrarem o modo como incubam um agregado de sons no formato canção. E acaba por ser curioso sentir uma vibração positiva intensa durante a audição do disco quando o mesmo teve como ponto de partida a morte da mãe de Felix pouco depois da edição de Where Wildness Grows e, pouco tempo depois, a sua namorada, agora esposa, ter sido obrigada a mudar-se para a Austrália. O delicioso falsete de Felix parece ter sido contagiado de modo positivo pela dor, digamos assim, e a indie pop que carimba o adn dos Gengahr, capaz de nos enredar numa teia de emoções que nos prende e desarma sem apelo nem agravo e que tem um poder único de nos descolar da realidade, nunca esteve tão deslumbrante e majestosa como agora.

Sanctuary oferece-nos, de modo sonhador, aventureiro e alucinogénico, um quadro sonoro de dez canções, fluído, homogéneo e aparentemente ingénuo, que nos emerge num mundo fantástico e que, de certo modo, nos ajuda a resgatar algumas daquelas histórias que preencheram a nossa infância. Mesmo quando Felix escreve e canta sobre bruxas, fantasmas e criaturas marinhas que povoam o nosso imaginário na forma de criaturas horripilantes e desprezíveis, retratadas pelos Gengahr quase que poderiam ser o nosso animal de estimação predilecto, numa ode ao fantástico particularmente colorida e deslumbrante. Em suma, ouvir este alinhamento é como contemplar um quadro sonoro fluído, homogéneo e aparentemente ingénuo, que nos emerge num mundo fantástico e que tem a curiosidade de facilitar aquela sensação estranha mas que todos já vivenciámos de resgatar algumas daquelas histórias que preencheram a nossa infância. Espero que aprecies a sugestão...

Gengahr - Sanctuary

01. Everything And More
02. Atlas Please
03. Heavenly Maybe
04. Never A Low
05. Fantasy
06. You’re No Fun
07. Soaking In Formula
08. Anime
09. Icarus
10. Moonlight

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publicado por stipe07 às 22:16






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