man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Frail - Bones EP
Nova Orleães é a cidade de origem dos Frail, um trio formado por Ben Polito (voz e guitarra), Hunter Keene (bateria) e Nick Corson (baixo), três músicos conceituados do cenário indie local e que já tocaram em bandas como os Grotto Girl, Pudge, The Roses e Squirrel Queen. Bones é o registo de estreia destes Frail, seis canções claramente influenciadas por alguns dos melhores detalhes do indie rock alternativo da última década do século passado e cuja edição, quer digital quer física, tem a chancela da insuspeita e espetacular editora, Fleeting Youth Records, uma etiqueta essencial para os amantes do rock e do punk, sedeada em Austin, no Texas.
Neste Bones, os Frail procuraram criar hinos sonoros que plasmem diferentes manifestações de raiva adolescente, claramente o ideário lírico privilegiado das suas canções. Na verdade, eles debruçam-se sobre algumas das temáticas mais comuns para quem começa a entrar na idade adulta, nomeadamente a questão da auto estima, a perca da inocência e as relações amorosas.
Waiting, o primeiro avanço divulgado do álbum, é uma canção que numa simbiose entre garage rock, pós punk e rock clássico, contém a sonoridade crua, rápida e típica da que tomou conta do cenário lo fi inaugurado há umas três décadas e logo aí se percebeu a bitola sonora destes Frail e o restante alinhamento, na verdade, não defrauda os apreciadores do género, até porque Lake Charles, por exemplo, também não foge muito a esta toada, apesar de ser um tema mais contemplativo e com uma temática bastante reflexiva.
Apesar de estar claramente balizado o espetro sonoro dos Frail, há que destacar a forma corajosa como, logo na estreia, não se coibem de tentar experimentar ideias diferentes e fugir da habitual bitola. Canções como Humid ou Stay contêm momentos de pura improvisação, com guitarras que apontam em diferentes direções e um baixo que também não receia tomar as rédeas do conteúdo melódico. E estes dois importantes ítens não perturbam a conturbada homogeneidade de um alinhamento que raramente deixa de ser fluído e acessível, apesar da especificidade rugosa do som que carateriza os Frail.
Bones estabelece a zona de conforto deste trio que não se coibe de colocar o pé de fora e de calcorrear outros universos sonoros adjacentes ao indie rock alternativo que marcou os anos noventa e que podem ir da psicadelia, ao punk rock e ao próprio blues. A verdade é que eles parecem dispostos a lutar com garra e criatividade para empurrar e alargar as barreiras do seu som, ao longo de pouco mais de vinte minutos intensos, rugosos e que não envergonharão o catálogo sonoro deste grupo do estado de Louisiana, seja qual for o restante conteúdo que o futuro lhes reserve. Espero que aprecies a sugestão...