man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Damien Jurado – We Will Provide The Lightning
O norte-americano Damien Jurado atravessa, claramente, desde há algum tempo para cá, uma das fases mais profícuas da sua já longa carreira. Depois de na primavera de dois mil e vinte e um ter editado o excelente registo The Monster Who Hated Pennsylvania, regressou, no verão do ano seguinte, com um novo disco também monstruoso, intitulado Reggae Film Star e em dois mil e vinte e três lançou Sometimes You Hurt The Ones You Hate, o décimo nono registo de originais deste músico e compositor natural de Seattle, um trabalho que, como é habitual neste artista, teve a chancela da Maraqopa Records, a sua própria etiqueta.

Ainda na semana passada passaram por esta redação os inéditos For Each Familiar Scene e Robin Oswald As She Appears In 1978 e Damien Jurado já está de regresso aos nossos ouvidos à boleia do single We Will Provide The Lightning que, na verdade, se divide em dois temas, The Notes Of Seasons e We Are What We Dream, composições que sobraram das gravações do álbum Maraqopa, que o músico lançou em dois mil e doze e que vêm finalmente a luz do dia.
The Notes Of Season é um tema imponente e rugoso, apostando numa filosofia estilística que coloca na linha da frente uma indisfarçável toada sintética a cargo de Lacey Brown, que domina os sintetizadores e também participa com a sua voz. Este registo mais eletrónico é depois afagado por alguns entalhes percussivos e pelo registo vocal ecoante adocicado de Jurado, num resultado final algo contemplativo e com um curioso travo cósmico.
We Are What We Dream aposta num registo mais minimal, mas mantem a tonalidade sintética de The Notes Of Season. Existem alguns efeitos provenientes de um sintetizador, que se vão insinuando e traçando as linhas mestras melódicas da canção, mas a percussão é a grande força motriz de We Are What We Dream. Neste caso, o registo vocal de Jurado ganha ainda maior predominância, apostando num falsete que nunca resvala ou desilude.
Em suma, importa dizer, uma vez mais, que estas novas canções de Damien Jurado tem apresentado nas últimas semanas, instrumentalmente fartas e filosoficamente tocantes, comunicam com o nosso âmago, através de uma forma de compôr que, algures entre a penumbra e a luz e com uma sofisticação muito própria, é incubada por um dos maiores cantautores e filósofos do nosso tempo, um artista sem paralelo no panorama da indie folk contemporânea. Confere...
