man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Cool Sounds – Like That
O coletivo australiano Cool Sounds fez furor em dois mil e dezasseis quando se apresentou ao mundo com um extraordinário registo de estreia intitulado Dance Moves, uma notável coleção de canções pop que tinham no catálogo de bandas como os Talking Heads ou os Roxy Music declaradas influências. Dois anos depois os Cool Sounds viraram agulhas para territórios que calcorream o típico indie rock de cariz eminentemente lo-fi, com o registo Cactus Country, sempre com Dainies Lacey ao leme, o único membro da formação original que ainda permanece no agora sexteto Cool Sounds e a grande força motriz da banda.
Em dois mil e vinte e um as guitarras mantiveram-se na linha da frente estilística do grupo com o disco Bystander, que já tem sucessor, um trabalho intitulado Like That, que chegou aos escaparates recentemente, com a chancela da Chapter Music e que tem nas pistas de dança o grande alvo. É um disco de dez composições com uma sonoridade muito veraneante e repleto de sons essencialmente orgânicos, mas também de proveniência sintética, que vão surgindo ao longo do disco de forma algo surpreendente, em alguns casos, mas que nunca parecem desfasados ou exagerados, sempre em busca de um registo anguloso, vibrante e funky. A consistência do álbum deriva, essencialmente, da versatilidade percurssiva que o traça de alto abaixo, mas também à composição dos arranjos e à voz, fundamentando ainda mais um conceito de diversidade, que tem também a vantagem de conceder a Like That uma abrangência estilística alargada, dentro do espetro que sustenta a melhor pop contemporânea.
Logo no baixo agitado de 6 Or 7 More, um tema que Lacey confessa inspirar-se numa mescla entre os catálogos dos The Clash e de Jessie Ware e que, de facto, no funk anguloso da guitarra que conduz o tema, no já referido baixo vibrante que marca o seu ritmo e nos arranjos sintetizados que o adornam, plasma uma espécie de dance punk bastante charmoso e contundente, ficamos simultaneamente boquiabertos e esclarecidos ao que vêem os Cool Sounds em Like That. A partir dai, em temas como Part Time Punk ou Hello, Alright, You Got That , só para citar os mais contundentes, somos confrontados com um incomum frenesim e vigor, que nos encharcam de entusiasmo e vibrações positivas.
O sintetizador retro do tema homónimo, as suas cordas fluorescentes e o saxofone tocado por Pierce Morton, terminam em grande estilo um disco brilhante, que mais parece a banda sonora de uma festa privada meticulosamente criada, que nunca teve a preocupação de replicar estilos ou tendências, mas antes exalar o gosto pessoal e coletivo de um projeto que deve ser admirado pelo seu arrojo e vanguardismo ímpares. Espero que aprecies a sugestão...