man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Cave Story - Wide Wall, Tree Tall
Depois de West (2016), Punk Academics (2018) e dos EPs Spider Tracks (2015) e The Town (2021), os Cave Story estão de regresso aos discos com Wide Wall, Tree Tall, um virtuoso alinhamento de onze canções assinado por uma das bandas fundamentais do cenário indie e alternativo nacional atual e que surge como um tratado de afirmação da identidade estética e geográfica deste grupo natural das Caldas da Rainha, assim como uma celebração dos modos de fazer, da paixão e da curiosidade deste quarteto.
Wide Wall, Tree Tall bem poderia ser a caracterização da envergadura da parede sonora que unifica os ramos post punk e art rock que sustentam a música dos Cave Story. E, no fundo, é mesmo isso porque, ao longo dos seus pouco mais de trinta minutos, o disco tanto deambula pelo garage, selvaticamente cerrado em Aching for A Rebel, como pelo rock clássico, este bulicosamente impressivo em Dead And Fermeting e até mesmo quando este afaga climas algo psicadélicos, nomeadamente na enleante This Is Academy. Depois há também laivos de forte cariz noventista, em canções como I Called You Already ou, num prisma mais elétrico, em Ice Sandwich e até por ambientes progressivos, bem patentes em Sing Something For Us Now e, principalmente, Critical Mass, um imponente esgar elétrico, onde orgânico e sintético se entrecruzam com superior deleite.
Seja como e onde for que os Cave Story calcorreiem sonoramente, Wide Wall, Tree Tall terá de ser sempre descrito como um álbum com uma filosofia interpretativa que esteve, na sua génese criativa, claramente confortável a explorar os recantos mais obscuros de uma relação que se deseja que não seja sempre pacífica entre a mágica tríade instrumental que compôe o arsenal de grande parte dos projetos inseridos nesta miríade sonora, o baixo, a guitarra e a bateria, sempre dentro dos abrangentes limites definidos por um post punk pop experimental de elevado calibre.
Resumindo, ao longo do alinhamento de Wide Wall, Tree Tall, são muitos os playgrounds sonoros explorados por Gonçalo Formiga, José Sousa, Bia Diniz e Ricardo Mendes, que reafirmam assim o seu amplo expectro de referências. Baladas introspectivas, sintetizadores quentes e peganhentos, batidas mais ou menos assertivas que não deixam de nos puxar, em momentos, para o mosh pit, guitarras que nos levam em viagens instrumentais constantes. , são caraterísticas indeléveis de um disco assinado por um projeto cada vez mais vanguardista devido ao modo como consegue assimilar todas as heranças que aprecia e criar um mapa sonoro que nos conquista e seduz, e que acaba por ser tremendamente atual, exatamente por experimentar também tantas referências antigas. Espero que aprecies a sugestão...