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Birds Are Indie - Migrations – The Travel Diaries #1

Segunda-feira, 06.07.20

Já viu a luz do dia Migrations – The Travel Diaries #1, o quinto álbum dos conimbricenses Birds Are Indie de Joana Corker, Ricardo Jerónimo e Henrique Toscano, um registo de dez canções abrigadas pela Lux Records e que celebram a mesma quantidade de anos de um dos projetos nacionais mais queridos nesta redação, porque transmitem com as suas composições sonoras um rol de emoções e sensações únicas, sempre com intensidade e minúcia, mas também misticismo e argúcia e geralmente com uma serenidade extraordinariamente melancólica e bastante contemplativa.

Birds Are Indie apresentam "Migrations - the travel diaries #1 ...

Migrations – The Travel Diaries #1 tem a curiosidade de ver a luz do dia em duas edições distintas, uma em CD que surgiu nos escaparates em abril e outra em vinil, que chegrá lá para setembro. Ambos os formatos contam com a revisita de cinco canções da discografia anterior da banda, reinterpretadas e regravadas no estúdio Blue House, em Coimbra, mais cinco originais.

Com mistura e masterização de João Rui, todos os temas de Migrations– The Travel Diaries #1 tiveram a participação no baixo e em algumas teclas do convidado especial Jorri (a Jigsaw), que também colaborou na gravação. Liderar esse processo, como habitualmente, ficou a cargo de um elemento da banda, Henrique Toscano e o mesmo aconteceu com o artwork e o design, feitos pela mão da Joana Corker, modus operandi muito semelhante a Local Affairs, o registo que os Birds Are Indie editaram há dois anos atrás.

Uma década parece uma eternidade mas é um facto que parece que foi ontem que este lindíssimo projeto conimbricense deixou em sentido os mais atentos com a edição do EP Love Birds, Hate Pollen, um tomo de cinco canções que nos ofereceram, desde logo, tonalidades pop vibrantes de primeira água, tendo como grande elementos indutor de imensa magia e encantamento, as cordas. A partir daí, registo após registo, os Birds Are Indie foram dando passos consistentes num percurso que até nos foi habituando a algumas inflexões e salutares piscares de olho ao rock, ao blues e ao jazz, mostrando que o trio está sempre atento às novas tendências e disposto a manipulá-las em proveito próprio, dentro daquela indie folk assente em cordas exuberantes, melodias aditivas e arranjos inspirados, uma fórmula que cria um ambiente emotivo e honesto e que nunca descura um elevado espírito nostálgico e sentimental, duas caraterísticas bastante presentes na escrita e na composição deste grupo.

The Travel Diaries #1 é, no fundo, um registo de balanço de todo este percurso estilístico e conceptual, um trabalho que vagueia e passeia por estes dez anos, mas que também nos oferece algumas pistas importantes acerca do futuro do projeto. O single Black (or the art of letting go), que foi selecionado há alguns meses para nos entreabrir a portas de The Travel Diaries #1 contém, de facto, essa marca viajante sendo, sonoramente, uma composição que, como os próprios Birds Are Indie descrevem, mostra uma determinação materializada num ritmo tenso e intenso, em guitarras sujas e teclados acutilantes, ou seja, que acaba por fazer uma espécie de súmula de tudo aquilo que foi inspirando o projeto no processo de composição e que depois, na letra, nos permite contemplar, no imediato, uma ironia gerada pelo contraste, algo tão característico dos Birds Are IndieNo refrão e a terminar a música, ouve-se repetidamente: «I never said it's over, I'll never say I want you back». E é nesta decidida indecisão que se inicia mais uma viagem...

Em suma, a simplicidade com que os Birds Are Indie transmitem um rol sensações particularmente vasto e sem se preocuparem com o modo como possam ser catalogados, é, talvez, o maior atributo deste grupo, que também impressiona pela graça como os seus membros combinam e manipulam, com sentido melódico e lúdico, a estrutura de uma canção. Muitas vezes parece um esforço indisciplinado, infantil e claramente emocional, mas acaba por ser bem sucedido porque, entre a pop luminosa de I won't take it anymore ou a nostalgia de Time to make amends, além do rock vintage sessentista de Needless to Say e o de cariz mais jazzístico, audível nas teclas do piano que conduzem The senior dancer, sem descurar alguns aspetos essenciais do american rock, claramente esplanados em We're not coming down e na refrescante e encantadora Instead of watching telly, somos presenteados com diversos piscares de olho à história do rock nas últimas décadas, havendo sempre espaço para o sarcasmo e o humor que tão bem carateriza a dupla que lidera este projeto, conduzido por três inspirados músicos que se movem entre o preto, o branco e a cor, entre a luz e a sombra, entre a contenção e a explosão, entre a protecção oferecida pela tela e a crueza da máxima exposição. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 10:18






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