man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Aaron Thomas – Human Patterns
Natural de Adelaide, na Austrália, Aaron Thomas está de regresso aos discos com Human Patterns, um álbum produzido pelo próprio autor, que o misturou com Tom Barnes e que era aguardado com enorme expetativa na nossa redação, contando nos créditos com a contribuição dos músicos Django Rowe, Tori Phillips, Kyrie Anderson, Kiah Gossner, Alex Taylor, Jason McMahon, Tom White e Gemma Phillips.
O amor, o fim de algumas amizades, eventos familiares e a contemporaneidade, são temas centrais de Human Patterns, um compêndio com doze canções envolventes, que tanto conseguem mexer com a nossa intimidade, como nos encorajar a enfrentar os dias com um sorriso renovado, enquanto planam nas asas de uma indie folk psicadélica de elevado calibre.
Aaron Thomas é um exímio compositor e um multi-instrumentista de elevado calibre. Ele tomou as rédeas da maior parte das guitarras e da bateria que se escutam no registo, fazendo-o com subtil beleza e comprovando que a simplicidade melódica pode coexistir com densidade sonora, sem colocar em causa conceitos como luminosidade, radiofonia, majestosidade e, principalmente, melancolia.
E, realmente, é de melancolia, mas não só, que se deve falar quando se escuta com devoção Human Patterns, algo que o disco merece. O seu alinhamento apela constantemente à nossa memória e atiça o desejo de revivermos, com ela, eventos felizes e de querer muito ter a oportunidade de consertar outros que correram menos bem.
Logo a abrir o registo o modo como, em Walk On Water, uma guitarra distorcida trespassa o banjo e os violinos coloca-nos em sentido, enquanto nos esclarece relativamente ao modus operandi sonoro que sustenta Human Patters. Depois, o faustoso travo classicista de Money, uma daquelas canções que nos mostram como vozes e cordas conseguem coabitar com superior beleza, principalmente se os sopros forem o indutor principal dos arranjos e a arrojada Before I Met You, ou Mouth Of The City, dois temas sustentados melodicamente por uma vibrante viola acústica e que aumentam de tensão à medida que recebem novos instrumentos, são belos exemplos que atestam esta capacidade comunicativa constante que o álbum transporta no seu âmago, plasmando o seu efeito atrativo muito pronunciado e simultaneamente animado e festivo, diga-se.
A subtil delicadeza enleante de Like A Stone, a simplicidade encantadora que embala Long Lost A Friend e o modo como Your Light nos impele, quase que de modo instintivo, a ir em frente sem receios, abrilhantam ainda mais um registo assinado por um cantautor que merece, de pleno direito, figurar no leque restrito dos melhores artistas que atualmente misturam com fino recorte folk, blues, rock e country. De facto, não falta a Aaron Thomas experiência e maturidade suficientes para navegar confortavelmente nas águas agitadas que misturam tudo aquilo que é, por definição, a força da indie folk mais pura e genuína, plasmada num disco que é, por direito próprio, um forte candidato ao pódio dos melhores do ano dentro do espetro sonoro em que se insere. Confere...