music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Foi há pouco mais de um ano que chegou aos escaparates Niagara Falls, o último álbum do sueco Jay-Jay Johanson, um riquíssimo reportório de experimentações sónicas que cimentaram o percurso sonoro tremendamente impressivo e cinematográfico de um dos nomes mais relevantes da pop europeia das últimas três décadas. Agora, no início desta promissora primavera, Jay-Jay Johanson está de regresso com um novo álbum intitulado Rorschach Test, o décimo terceiro de uma carreira ímpar e que merece ser apreciada com profunda devoção.
Rorschach Test é, antes de mais, um dos momentos maiores do cardápio que o autor sueco asssinou na sua carreira. Todo o alinhamento é um festim de charme e encantamento, um verdadeiro tratado de indie pop, no qual um baixo, amiúde vigoroso e uma profusa míriade de sons intrincados e misteriosos acamam a voz sempre melancólica e sedutora do autor e sustentam uma coleção irreprrensível de arrebatadoras e sensuais melodias, onde não faltam também batidas e efeitos percurssivos de cariz eminentemente experimental.
Repleto de momentos de elevadíssimo quilate, como a inquietante e hipnótica Romeo, a tonalidade descontraída e cativante do jazz que alinha Vertigo, a romântica fragilidade que flutua à tona do manto sonoro ondulado que expira do piano que nos embala em Amen, a imponência de Why Wait Until Tomorrow, a clemência de Stalker ou a eminência percurssiva que ressoa com vigor em I Don't Like You, Rorschach Test encharca os nossos ouvidos com um som polido, mas desafiante, por se mostrar um pouco escuro, mesmo assumindo-se como particularmente charmoso e intenso, enquanto nos esclarece acerca de toda a diversidade instrumental que suportou a gravação de um disco que, contendo diferentes texturas e travos conceptuais, entronca sempre numa filosofia interpretativa típica de um músico que já se movimentou por espetros sonoros tão vastos e díspares como a folk, o rock progressivo, a música clássica contemporânea ou a eletrónica, e que, quer por isso, quer devido à sua enorme sensibilidade poética e artística, consegue sempre proporcionar ao ouvinte instantes de arrebatadora sedução, mesmo quando uma espécie de ideia de simplicidade paira sempre como uma nuvem melancólica e mágica em seu redor. Espero que aprecies a sugestão...
Exatamente seis anos após Vestiges & Claws, à época o seu terceiro álbum, o sueco José González está de regresso com uma nova canção, curiosamente a sua primeira aventura na língua castelhana, a mesma que falam os seus progenitores, naturais da Argentina. El Invento é o nome da composição e marca o regresso do autor e compositor à City Slang, etiqueta com quem já trabalhou no seu projeto Junip, que partilha com Tobias Winterkorn.
El Invento é inspirado na felicidade que González tem sentido com a experiência recente no universo da paternidade, com a sua filha Laura, atualmente com quatro anos e com quem conversa diariamente em espanhol, fator também decisivo para esta primeira experiência nessa língua, conforme referi. A canção é um belíssimo tratado de indie folk acústica, de elevado cariz intimista e confessional, criada por um artista que já nos deliciou ao longo da sua carreria, com pérolas como Down the Line, Killing for Love e Hand on Your Heart. O tema também já tem direito a um video dirigido por Mikel Cee Karlsson e protagonizado pelo artista e pela filha. Confere...
Os suecos Mando Diao, uma banda de rock alternativo formada em dois mil e um, com origem em Borlänge e comandada atualmente por Björn Dixgård, Mats Björke e Carl-Johan Fogelklou, regressaram aos lançamentos discográficos no verão passado com I Solnedgången, o décimo tomo da carreira do projeto e o primeiro álbum em língua sueca dos Mando Diao desde dois mil e doze, ano em que lançaram Infruset, talvez o mais bem sucediddo trabalho deste grupo e que, recordo, utilizava em todas as canções poemas de Gustaf Fröding (1860-1911), um conceituado poeta sueco.
Depois do lançamento de alguns singles de promoção ao disco, os Mando Diao revelaram recentemente um novo original. A canção chama-se Vi Lever Nu e coloca as fichas numa estética com elevada filosofia orgânica e centrada eminentemente nas cordas, talvez o território onde este quarteto sueco se tem sentido mais confortável ao longo da carreira. É uma composição sólida e uniforme, muito centrada, liricamente, nas fraquezas individuais e na fragilidade própria da existência humana (Vi Lever Nu significa Nós vivemos agora) e instrumentalmente assenta na acusticidade das cordas, muitas vezes sobrespostas, quer no timbre, quer na tonalidade, mas sem cairem na tentação de recorrerem aos decibéis. Confere...
Foi há cerca de um ano que chegou aos escaparates Niagara Falls, o último álbum do sueco Jay-Jay Johanson, um riquíssimo reportório de experimentações sónicas que cimentaram o percurso sonoro tremendamente impressivo e cinematográfico de um dos nomes mais relevantes da pop europeia das últimas três décadas. Agora, no início da próxima primavera, o Jay-Jay Johanson está de regresso com um novo álbum intitulado Rorschach test e do qual acaba de ser revelado o single Why wait until tomorrow.
Este primeiro tema extraído do alinhamento de Rorschach test é um verdadeiro tratado de indie pop, no qual um vigoroso baixo acama, além da voz melancólica e sedutora do autor, uma arrebatadora e sensual melodia, revestida de sons intrincados e algo misteriosos, eminentemente de origem sintética e no qual sobressaem batidas e efeitos percurssivos de cariz eminentemente experimental. Confere...
A Suécia foi sempre berço de projetos graciosos e embalados por doces linhas instrumentais, letras mágicas e vocalistas dotados de vozes hipnoticamente suaves. Hoje regresso à dupla feminina First Aid Kit, formada pelas manas Johanna e Klara Söderberg e talvez uma das melhores personificações de toda esta subtileza e amenas sensações que percorrem a produção musical da fervilhante Estocolmo. Dois anos depois do excelente registo Ruins, elas estão de regresso com a versão que fizeram há já meia década para o clássico On The Road Again, um original de Willie Nelson de mil novecentos e oitenta e que, de acordo com a dupla, é um tema infelizmente bastante atual devido à situação pandémica.
As First Aid Kit rebuscaram o baú, resolveram pegar novamente na composição que assenta num cenário melódico eminentemente acústico e onde algumas das principais linhas orientadoras da country e da folk norte-americana têm papel determinante e fazer um vídeo da mesma com uma espécie de foto montagem de várias imagens que foram guardando das suas digressões. Confere...
Lund, na suécia, é o poiso da dupla The Radio Dept., que nos tem deixado a salivar desde que em dois mil e três lançou o excelente álbum Lesser Matters, ao qual se sucederam mais cinco excelentes registos e, em dois mil e dezoito, duas canções avulsas, Your True Name e Going Down Swinging, que não faziam parte do alinhamento de Running Out Of Love, o álbum que a banda lançou em dois mil e dezasseis e o último longa duração do projeto. Agora, durante dois mil e vinte e sem aviso prévio, Johan Duncanson e Martin Larsson, começaram a oferecer-nos alguns temas avulsos, que poderão muito bem, no final da saga, resultar num novo trabalho dos The Radio Dept., ainda este ano, uma suspeita que carece da tão aguardada confirmação oficial.
Assim, se em fevereiro os The Radio Dept. começaram por nos oferecer The Absence Of Birds, um maravilhoso tratado de dream pop, no mês seguinte chegou aos nossos ouvidos You Fear The Wrong Thing Baby, composição com uma letra que fala sobre um hipotético ocaso da humanidade tal como a conhecemos, criticando o conservadorismo e o capitalismo dominantes (In the end time to end all end times, Still can’t keep everyone down, Some hijackers will prove the shackles, Are wasted on the young), uma canção, simultaneamente negra e tocante, muito por causa de um baixo vigoroso e de uma deliciosa guitarra, sabiamente escolhida para sustentar uma melodia de onde sobressai uma subtil dose de delicadeza e frenesim.
Agora, em pleno estio, somos convidados a contemplar um lançamento em formato de sete polegadas dos The Radio Dept., com dois temas. O lado a contém o tema You're Looking At My Guy, uma versão de um original das Tri-Lites datada de mil novecentos e sessenta e quatro e que nos é aqui oferecida num invólucro pop dominado por um frenesim de cordas embrulhadas numa roupagem fresca, vibrante e festiva. Quanto ao lado b, contém a canção original Could You Be The One, tema repleto de luminosidade, graças a efeitos borbulhantes e a um aditivo timbre metálico no efeito da guitarra, detalhe que é já imagem de marca dos The Radio Dept.. Confere...
01. You’re Lookin’ At My Guy 02. Could You Be The One
Cerca de meio ano após o lançamento de Bang, o registo de originais que os suecos Mando Diao lançaram no outono passado, a banda de rock alternativo formada em dois mil e um, com origem em Borlänge e comandada atualmente por Björn Dixgård, Mats Björke e Carl-Johan Fogelklou, já está de regresso aos lançamentos discográficos com I Solnedgången, o décimo tomo da carreira do projeto e o primeiro álbum em língua sueca dos Mando Diao desde dois mil e doze, ano em que lançaram Infruset, talvez o mais bem sucediddo trabalho deste grupo e que, recordo, utilizava em todas as canções poemas de Gustaf Fröding (1860-1911), um conceituado poeta sueco. I Solnedgången conta com as participações especiais de Karin Boye, Nils Ferlin, Gustaf Fröding e dos pais de Björn Dixgård, Malin e Hans, tendo sido gravado na cidade natal da banda em quatro dias e à moda antiga, apenas com um microfone na sala de gravação.
I Solnedgången significa ao pôr do sol e este título serve na perfeição, neste momento, numa banda ainda muito marcada pelo espetacular sucesso que esse registo Infruset obteve, essencialmente no país natal, e que colocou a fasquia do projeto bastante elevada no que concerne à avaliação dos lançamentos posteriores. E essa é uma expressão feliz porque este parece ser, claramente, um trabalho de mudança e de virar de página, de uma abordagem sonora que, na maior parte da carreira, foi muito eletrificada e instrumentalmente abrangente, para pender agora para territórios mais íntimos e reflexivos. O antecessor Bang, um alinhamento muito imediato, cru, estilisticamente parco e conscientemente minimal, já deixava pistas evidentes acerca da vontade dos Mando Diao de deixarem definitivamente para trás a escalada sonora e vertiginosa ao universo indie rock mais pop e até progressivo, para voltarem a colocar as fichas numa estética também plena de adrenalina, mas com maior filosofia orgânica e centrada eminentemente nas cordas, talvez o território onde este quarteto sueco se tem sentido mais confortável ao longo da carreira.
De facto, I Solnedgången materializa esse virar de agulhas definitivo, em onze canções sólidas e uniformes, muito centradas, liricamente, nas fraquezas individuais e na fragilidade própria da existência humana e instrumentalmente assentes na acusticidade das cordas, muitas vezes sobrespostas, quer no timbre, quer na tonalidade, mas sem cairem na tentação de recorrerem aos decibéis. O sintetizador também marca presença, até em determinadas circunstâncias como suporte melódico, mas serve, acima de tudo, como indutor de adornos e de pequenos detalhes, daqueles que enriquecem e dão cor, substância e alma ao grosso das canções.
Disco humano e forte, muito concentrado na moralidade e na emoção, num mundo em que a ganância e o poder são metas cada vez mais irresistíveis para muitos, porque expôe fraquezas, deficiências e atritos, não so filosificamente, mas até sonoramente, já que ao nível da produção, nota-se uma fuga incessante aos cânones essenciais que balizam aquela pop mais límpida e lustruosa, I Solnedgången é um trabalho repleto de emoção e, acima de tudo, infestado de melodias que se perfuram no nosso corpo e que são depois difíceis de delas nos livrarmos, tão evidente e profundo é o brilhantismo de canções como Själens Skrubbsår ou a composição homónima, os temas que melhor personificam a tal viragem sonora que explora novos territórios sonoros e que, servindo-se da língua mãe, eleva a ode dos Mando Diao ao seu país a um patamar elevadíssimo. Espero que aprecies a sugestão...
01. I Solnedgången 02. Kvällstilla 03. Långsamt 04. Stjärnornas Tröst 05. Sparven 06. Sorgen 07. Stigen 08. Själens Skrubbsår 09. Kullen Vid Sjön 10. Vaggvisa Under Stora Björn 11. Tid Tröste
Cinco anos depois do registo Animal, o projeto sueco The Sweet Serenades, assinado agora apenas por Martin Nordvall, mas que já contou, em tempos, com a companhia de Mathias Näslund, tem um novo disco intitulado City Lights, oito canções abrigadas pela Leon Records, um selo da própria banda, e que abrilhantam com enorme intensidade um projeto discográfico que abriu as hostilidades em nove com Balcony Cigarettes, rodela que continha On My Way, Mona Lee e Die Young, três canções que, à época, fizeram furor no universo musical indie e alternativo. Esse último tema fez parte da banda sonora da série Anatomia de Grey e reza a lenda que, na altura, a ainda dupla gastou os royalties muito bem gastos; Martin foi ao dentista, Mathias comprou um cão e investiram numa rouloute, para passar o tempo, escrever canções e discutir assuntos pertinentes relacionados com a existência humana.
Projeto com uma filosofia sonora tipicamente indie e em que rock e eletrónica se fundem de modo a criar uma amálgama sonora, de caráter urbano e carregada de charme, os The Sweet Serenades mostram em City Lights uma cadência maior para o campo da eletrónica, certamente fruto do fim de uma relação a dois que contribuia para que o equilibrio entre dois territórios sonoros com especificidades bem vincadas fosse uma realidade. Nordvall parece ter uma apetência maior pela componente sintética e City Lights expressa essa natural tendência para plasmar os gostos do comandante atual do barco, apesar de canções como Out Of Time, uma composição vibrante e impulsiva, ou a mais escura e contemplativa Without You Baby I'm Lost, deverem a sua alma e o seu espírito à presença da guitarra e à companhia ireepreensível de um baixo que não se envergonha de se mostrar com a típica impetuosidade que diferencia a maioria das propostas nórdicas bem sucedidas.
Seja como for, o pendor retro fortemente abrasivo da bateria eletrónica que conduz a secção rítmica do tema homónimo, o efeito vocal robótico e o clima ecoante dos flashes sintetizados que adornam The Night Goes On e o indisfarcável travo techno punk de Ring The Fire são as grandes marcas identitárias de um registo emocionalmente rico, trespassado por uma inquietude que acaba por personificar a atualidade e os tempos conturbados que vivemos e que,num misto de euforia e de contemplação, integra uma espantosa solidez de estruturas que reforçam a justeza da obtenção por parte destes The Sweet Serenades de uma posição de maior relevo, reconhecimento e abrangência junto do público em geral. Espero que aprecies a sugestão...
01. City Lights 02. Out Of Time 03. The Night Goes On 04. Runaway 05. Without You Baby I’m Lost 06. Bring The Fire 07. Close To Me 08. Distance
Lund, na suécia, é o poiso da dupla The Radio Dept., que nos tem deixado a salivar desde que em dois mil e três lançou o excelente registo Lesser Matters, ao qual se sucederam mais cinco excelentes registos e, em dois mil e dezoito, duas canções avulsas, Your True Name e Going Down Swinging, que não faziam parte do alinhamento de Running Out Of Love, o álbum que a banda lançou em dois mil e dezasseis e o último longa duração do projeto. Agora, no primeiro semestre de dois mil e vinte e sem aviso prévio, Johan Duncanson e Martin Larsson, começaram por nos oferecer The Absence Of Birds, um maravilhoso tratado de dream pop, repleto de luminosidade, graças a efeitos borbulhantes e a um aditivo timbre metálico no efeito da guitarra, uma canção que já tem sequência com um novo single intitulado You Fear The Wrong Thing Baby.
Este segundo tema que os The Radio Dept. nos oferecem em dois mil e vinte não deixa de conter uma elevada dose de ironia, pelos vistos, involuntária, tendo em conta os dias que vivemos, já que contém uma letra que fala sobre um hipotético ocaso da humanidade tal como a conhecemos, criticando o conservadorismo e o capitalismo dominantes (In the end time to end all end times, Still can’t keep everyone down, Some hijackers will prove the shackles, Are wasted on the young). A dupla assume que quando escreveu e compôs esta canção, simultaneamente negra e tocante, muito por causa de um baixo vigoroso e de uma deliciosa guitarra, sabiamente escolhida para sustentar uma melodia de onde sobressai uma subtil dose de delicadeza e frenesim, não fazia ideia do que aí vinha.
Juntamente com a divulgação desta canção não surgiu o anúncio tão esperado de um novo disco dos The Radio Dept. para dois mil e vinte, mas existe a promessa de serem editadas novas composições, pelo menos uma dezena delas, e a reedição do segundo trabalho do projeto, o álbum, Pet Grief, através da Just So!, assim como uma digressão, já a partir de Abril, no lado de lá do atlântico. Confere...
Lund, na suécia, é o poiso da dupla The Radio Dept., que nos tem deixado a salivar desde que em dois mil e dezasseis lançou o excelente registo Running Out Of Love, ao qual se sucederam, em dois mil e dezoito, duas canções avulsas, Your True Name e Going Down Swinging, que não faziam parte do alinhamento desse registo. Agora, no segundo mês de dois mil e vinte e sem aviso prévio, Johan Duncanson e Martin Larsson, oferecem-nos The Absence Of Birds, um maravilhoso tratado de dream pop, repleto de luminosidade, graças a efeitos borbulhantes e a um aditivo timbre metálico no efeito da guitarra. Na edição, a versão original do tema faz-se acompanhar por uma nova roupagem da autoria do misterioso projeto de eletrónica Civilistjävel!.
Juntamente com a divulgação desta canção não surgiu o anúncio tão esperado de um novo disco dos The Radio Dept. para dois mil e vinte, mas existe a promessa de serem editadas novas composições, pelo menos uma dezena delas, e a reedição do segundo trabalho do projeto, o álbum, Pet Grief, através da Just So!, assim como uma digressão, já a partir de Abril, no lado de lá do atlântico. Confere...
01. The Absence Of Birds 02. The Absence Of Birds (Untitled Version 2 By Civilistjävel!)