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Dignan Porch - Hounded

Segunda-feira, 16.01.23

Electric Threads é o título do novo álbum dos Dignan Porch, um projeto encabeçado por Joseph Walsh e Sam Walsh e que, estilisticamente, não tem grandes segredos, mas esse acaba por ser um dos maiores elogios que se pode fazer a um grupo que aposta numa sonoridade indie rock, próxima de uma pop ligeira e nostálgica e que, com um travo psicadélico ímpar, costuma também apostar num irrepreensível trabalho de produção, sempre cuidado e apurado.

Dignan Porch // Captured Tracks

Electric Threads terá um alinhamento de dez canções, escritas e compostas quase integralmente por Joe, durante o recente período pandémico. O músico foi recebendo algumas dicas, quase sempre por correio eletrónico, de Sam e depois o esqueleto das canções do disco foi sendo concebido, de modo eminentemente caseiro, num gravador de aúdio Tascam, com a mistura das mesmas a ganhar forma na conhecida aplicação GarageBand. 

Hounded é o mais recente single retirado do alinhamento de Electric Threads. É uma canção que exala uma apimentada lisergia surf rock, bem patente no modo como as cordas são eletrificadas e nos efeitos, quase sempre em eco. Estes dois recursos técnicos são indispensáveis numa canção cheia de personalidade e onde todo o cardápio instrumental se interliga numa sequência que flui naturalmente.

Aparentemente sem grandes pretensões mas, na verdade, de forma claramente calculada, Hounded volta a colocar os holofotes sobre estes Dignan Porch já mestres a recriar um som ligeiro, agradável e divertido, simples, mas verdadeiramente capaz de nos empolgar, tendo o louvável intuíto de nos fazer regressar ao passado. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:40

The Slow Readers Club – Modernise

Terça-feira, 10.01.23

Aaron Starkie, Kurtis Starkie, James Ryan e David Whitworth, são o núcleo duro dos britânicos The Slow Readers Club, uma banda natural de Manchester, já com cinco discos no catálogo e que se prepara para regressar a esse formato à boleia de Knowledge Freedom Power, um álbum que irá ver a luz do dia a vinte e quatro de fevereiro próximo.

The Slow Readers Club share new single 'Modernise' ahead of new album and  UK tour - GigslutzGigslutz

Modernise é o mais recente single divulgado do alinhamento de Knowledge Freedom Power, uma composição que versa sobre a nossa constante necessidade de nos moldarmos adequadamente às mudanças e às aprendizagens que a vida nos proporciona e que sonoramente impressiona pelo fuzz sintético que sobre ela plana, num ambiente algo dramático e tipicamente pos punk que o vigor das guitarras e o frenesim da percussão ampliam. Confere...

 

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publicado por stipe07 às 16:01

The 1975 – Being Funny In A Foreign Language

Terça-feira, 01.11.22

Um dos grandes momentos discográficos de dois mil e vinte foi, sem dúvida, Notes On A Conditional Form, o registo de originais dos The 1975 de Matt Healy que, à época, sucedeu ao excelente álbum A Brief Inquiry Into Online Relationships, de dois mil e dezoito. Notes On A Conditional Form já tem um sucessor nos escaparates, um trabalho intitulado Being Funny In A Foreign Language, que viu a luz do dia com a chancela da Dirty Hit e que mostra o coletivo de Manchester no momento de maior maturidade da carreira.

The 1975 – Part Of The Band - man on the moon

Matt Healy foi recentemente notícia pelo modo como conseguiu superar a sua adição à psicotropia ilegal e este Being Funny In A Foreign Language exala, claramente, uma certa sensação de libertação, de abertura de uma nova janela mais arejada e, ao mesmo tempo, contemplativa e esperançosa, relativamente ao futuro pessoal daquela que é a grande força motriz dos The 1975. O piano e o violoncelo do tema batizado com o nome do grupo, que abre o disco e que carimba um exercício feliz de auto elogio, tem esse travo a renascimento e ao início de uma nova vida depois de um período conturbado. 

Com a janela aberta para o futuro e as portas escancaradas para a luz, a diversão começa logo na batida efusiante e no saxofone que ciranda por Happiness, uma canção com um travo oitocentista incrível, bem plasmado nos exuberantes arranjos de sopros que vão deambulando ao longo do tema e que lhe dão uma inédita luminosidade. Happiness acaba por dar o mote para o que resta de um álbum encharcado em deliciosas canções adornadas por uma curiosa sensação de tranquilidade e de letargia, bem expressa, por exemplo, no clima blues de All I Need To Hear. É uma filosofia estilística e interpretativa que em Looking For Somebody (To Love) tem os anos oitenta do século passado em declarado ponto de mira à boleia de interseções com o melhor R&B norte americano e a eletrónica mais futurista. Depois, a canção I'm In Love With You até olha com enorme curiosidade para a folk, fazendo-o com indisfarcável gula. Esta é uma composição que contém um perfil melódico imediato e radiofónico, assente em cordas exemplarmente equilibradas entre acusticidade e eletricidade, adornadas, depois, por arranjos percussivos repletos de luminosidade, aspetos cada vez mais caro a uns The 1975 sequiosos por chegarem a um número cada vez maior e mais abrangente de ouvintes. Composição que também poderá agradar a quem ainda não está particularmente familiarizado com o catálogo desta banda britânica é Part Of The Band, um tema experimentalmente rico, liricamente algo extravagante, já que contém termos tão sugestivos como ejaculationironically wokemy cancellation, ou Vaccinista e que sonoramente coloca o grupo de Manchester a divagar por territórios nada habituais no seu catálogo e que incluem alguns dos traços identitários da folk mais experimental, imagine-se, num resultado final de superior grau criativo.

Como seria expetável numa banda que nos tem oferecido, disco após disco, um novo labirinto sonoro que da eletrónica, ao punk rock, passando pela pop e o típico rock alternativo lo fi, abraça praticamente todo o leque que define os arquétipos essenciais da música alternativa atual e que tem um líder carismático a liderar as operações e que não receia utilizar a música para exorcizar fantasmas e descobrir caminhos, Being Funny In A Foreign Language é, indiscutivelmente, um álbum com um resultado final de superior grau criativo, com o arquétipo das canções a ser guiado por guitarras, ora límpidas, ora plenas de efeitos eletrificados algo insinuantes, mas com pianos, sopros e uma vasto arsenal de sintetizações a oferecerem à sonoridade geral de um registo de forte pendor nostálgico e enleante, uma profunda gentileza sonora, num ambiente sonoro descontraído, mas extremamente rico e que impressiona e instiga, não deixando indiferente quem se oferece ao prazer de o escutar com deleite. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 14:45

The 1975 – I’m In Love With You

Terça-feira, 06.09.22

Um dos grandes momentos discográficos de dois mil e vinte foi, sem dúvida, Notes On A Conditional Form, o registo de originais dos The 1975 de Matt Healy que, à época, sucedeu ao excelente álbum A Brief Inquiry Into Online Relationships, de dois mil e dezoito. Notes On A Conditional Form já tem sucessor na forja, um trabalho intitulado Being Funny In A Foreign Language, que chegará aos escaparates a catorze de outubro com a chancela da Dirty Hit e cujos detalhes têm sido divulgados por cá, em tempo útil.

Hoje as nossas atenções focam-se em I'm In Love With You, o mais recente single divulgado do alinhamento de Being Funny In A Foreign Language. É uma composição sonoramente menos extravagante e intrincada do que Part Of The Band e Happiness, os dois singles anteriormente retirados do disco e que olhavam, com enorme curiosidade, diga-se, para a folk , fazendo-o com indisfarcável gula. I'm In Love With You contém um perfil melódico mais imediato e radiofónico, assente em cordas exemplarmente equilibradas entre acusticidade e eletricidade, adornadas, depois, por arranjos percussivos repletos de luminosidade, com o vídeo do tema, a preto e branco, assinado por Samuel Bradley, a fazer uma espécie de contraponto, já que mostra a banda de Manchester como protagonista de uma espécie de filme mudo. Confere...

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publicado por stipe07 às 11:23

The 1975 – Happiness

Sexta-feira, 12.08.22

Um dos grandes momentos discográficos de dois mil e vinte foi, sem dúvida, Notes On A Conditional Form, o registo de originais dos The 1975 de Matt Healy que à época sucedeu ao excelente álbum A Brief Inquiry Into Online Relationships, de dois mil e dezoito. Notes On A Conditional Form já tem sucessor na forja, um trabalho intitulado Being Funny In A Foreign Language, que chegará aos escaparates a catorze de outubro com a chancela da Dirty Hit e que tem sido anunciado pela banda com uma série de teasers nas suas redes sociais, que incluiram a divulgação do artwork do registo, assim como a respetiva tracklist.

The 1975 – Happiness Lyrics | Genius Lyrics

Foram já vários os singles divulgados pela nossa redação, retirados do alinhamento de Being Funny In A Foreign Language. Hoje chega a vez de conferirmos Happiness, uma canção com um travo oitocentista incrível, bem plasmado nos exuberantes arranjos de sopros que vão deambulando ao longo do tema e que lhe dão uma inédita luminosidade, tendo em conta aquele que é o habitual registo da banda de Manchester. Aliás, as canções já divulgadas deste novo disco dos The 1975, comprovam que o projeto está apostado em divagar por territórios nada habituais no seu catálogo e que incluem alguns dos traços identitários da folk mais experimental, adivinhando-se um álbum com um resultado final de superior grau criativo, como é expetável numa banda que, aliás, nos tem oferecido, disco após disco, sempre um novo labirinto sonoro que da eletrónica, ao punk rock, passando pela pop e o típico rock alternativo lo fi, abraça praticamente todo o leque que define os arquétipos essenciais da música alternativa atual. Confere...

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publicado por stipe07 às 14:36

The 1975 – Part Of The Band

Segunda-feira, 11.07.22

Um dos grandes momentos discográficos de dois mil e vinte foi, sem dúvida, Notes On A Conditional Form, o registo de originais dos The 1975 de Matt Healy que à época sucedeu ao excelente álbum A Brief Inquiry Into Online Relationships, de dois mil e dezoito. Notes On A Conditional Form já tem sucessor na forja, um trabalho intitulado Being Funny In A Foreign Language, que chegará aos escaparates a catorze de outubro com a chancela da Dirty Hit e que tem sido anunciado pela banda com uma série de teasers nas suas redes sociais, que incluiram a divulgação do artwork do registo, assim como a respetiva tracklist.

The 1975's "Part of the Band" Finds Matty Healy Waxing Nostalgic

Part Of The Band é o primeiro single revelado do alinhamento de Being Funny In A Foreign Language, uma canção produzida Jack Antonoff, o próprio Matt Healy e George Daniel, também membro dos The 1975. A canção conta com a participação especial vocal de Michelle Zauner, a vocalista dos Japanese Breakfast, que já referiu publicamente por diversas vezes que os The 1975 são a sua banda preferida.

Part Of The Band é uma composição liricamente algo extravagante, já que contém termos tão sugestivos como ejaculation, ironically woke, my cancellation, ou Vaccinista e sonoramente coloca a banda de Manchester a divagar por territórios nada habituais no seu catálogo e que incluem alguns dos traços identitários da folk mais experimental, imagine-se, num resultado final de superior grau criativo, como é hábito numa banda que nos tem oferecido, disco após disco, um novo labirinto sonoro que da eletrónica, ao punk rock, passando pela pop e o típico rock alternativo lo fi, abraça praticamente todo o leque que define os arquétipos essenciais da música alternativa atual. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:42

Elbow – Flying Dream 1

Quarta-feira, 29.12.21

Os Elbow já têm nos escaparates o nono álbum de estúdio do grupo formado por Guy Garvey, Craig Potter, Mark Potter e Pete Turner. O novo registo da banda britânica chama-se Flying Dream 1 e vê a luz do dia dois anos depois do excelente Giants Of All Sizes, e um de Elbowrooms, já agora, um dos registos mais curiosos do período pandémico recente. Nesse Elbowrooms, o quarteto intepretou alguns dos seus principais êxitos com uma roupagem mais íntima e acústica, com cada um dos músicos da banda a tocar e a cantar a partir de sua casa, sem desrespeitar as regras de confinamento.

Elbow - 'Flying Dream 1' review: a soothing, slow-burning collection

Escuta-se Flying Dream 1 e a primeira sensação óbvia que se tem é que terá sido pensado na sequência das bem sucedidas sessões caseiras de gravações que deram origem a Elbowrooms. O prazer que o quarteto sentiu com essa experiência criativa terá sido tal, que a vontade de lhe dar sequência com inéditos acabou por surgir naturalmente. E o resultado final é, sem dúvida, um dos discos mais refinados, envolventes e íntimos da discografia dos Elbow.

Não sendo um portento de majestosidade sonora, uma imagem de marca do grupo, Flying Dream 1 é, no entanto, um deleite melódico, um registo que brilha, canção após canção, no modo como nos oferece composições irrepreensíveis ao nível da beleza, uma sensação de aconchego que ganha ainda mais relevância quando é público que as dez composições foram sendo alicerçadas e incubadas entre Londres e Manchester, nos estúdios caseiros dos membros da banda, gerando-se  através de uma troca de ficheiros e ideias que o grupo foi mantendo entre si, enquanto confinados.

A gravação final do registo acabou por acontecer no Brighton Theatre Royal, que se transformou propositadamente num estúdio para gravar o novo disco de uma das melhores bandas do mundo a ensinar-nos como enfrentar a habitual ressaca emocional que os eventos menos positivos provocam no equilíbrio emocional de qualquer mortal, mas também exímios a oferecer-nos odes celebratórias de todo o encanto e alegria que a vida nos oferece.

De facto, se logo a abrir o disco, o tema homónimo, uma canção com o típico adn dos Elbow e que mistura com ímpar virtuosismo um piano vibrante, com alguns efeitos sintetizados subtis e uma bateria eloquente, acaba por mostrar todo o seu esplendor no modo como a voz de Garvey, cada vez mais charmosa, se torna ela própria em instrumento de eleição da condução melódica e da indução de alma, caráter e beleza a uma composição plena de alma e de caráter, depois, canções como After The Eclipse, um sublime tratado que mostra como vozes e cordas se conseguem entrelaçar com astúcia de modo a criar aquele ambiente clássico que a todos toca, o traquejo jazzístico de Is It A Bird, a profundeza poética com que Garvey, o piano e diversos arranjos percurssivos nos embalam e enamoram em Six Words, o soco contínuo com que a percurssão nos instiga em The Only Road e o charme folk de What Am I Without You, dão-nos asas para voarmos sem receio e completamente desamparados rumo à essência pueril de um disco que reflete, mais uma vez, um universo muito pessoal de Garvey, desta vez as memórias e os encantamentos que foram ficando dos seus primeiros anos de vida e que o marcaram para sempre. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 10:51

Elbow – Flying Dream 1

Segunda-feira, 08.11.21

Os Elbow acabam de anunciar aquele que será o nono álbum de estúdio do grupo formado por Guy Garvey, Craig Potter, Mark Potter e Pete Turner, dois anos depois do excelente Giants Of All Sizes, e um de Elbowrooms, já agora, um dos registos mais curiosos do período pandémico recente, no qual o quarteto intepretou alguns dos seus principais exitos com uma roupagem mais íntima e acústica, com cada um dos músicos da banda a tocar e a cantar a partir de sua casa, sem desrespeitar as regras de confinamento.

Elbow announce new album, Flying Dream 1, for November | Louder

Flying Dream 1 é o título do novo trabalho dos Elbow e também tem o confinamento muito presente, nomeadamente na sua concepção, já que foi sendo incubado entre Londres e Manchester, nos estúdios caseiros dos membros da banda, gerando-se, portanto, através de uma troca de ficheiros e ideias que o grupo foi mantendo entre si, enquanto confinados.

A gravação final do registo, que vai ver a luz do dia a dezanove de novembro, acabou por acontecer há algumas semanas no Brighton Theatre Royal, que se transformou propositadamente num estúdio para gravar o novo disco de uma das melhores bandas do mundo a ensinar-nos como enfrentar a habitual ressaca emocional que os eventos menos positivos provocam no equilíbrio emocional de qualquer mortal, mas também exímios a oferecer-nos odes celebratórias de todo o encanto e alegria que a vida nos oferece.

O primeiro tema divulgado de Flying Dream 1 é, exatamente, o tema homónimo, uma canção com o típico adn dos Elbow e que mistura com ímpar virtuosismo um piano vibrante, com alguns efeitos sintetizados subtis e uma bateria eloquente, acabando por mostrar todo o seu esplendor no modo como a voz de Garvey, cada vez mais charmosa, se torna ela própria em instrumento de eleição da condução melódica e da indução de alma, caráter e beleza a uma composição plena de alma e de caráter. Confere...

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publicado por stipe07 às 15:33

Liam Gallagher - All You're Dreaming Of

Terça-feira, 01.12.20

Dezembro é mês do natal e este blogue abre as publicações do último mês de dois mil e vinte com aquela que poderá muito bem vir a ser uma das mais belas canções de natal deste ano verdadeiramente atípico. Os gloriosos anos noventa estão ainda bem presente entre nós, duas décadas após esse período aúreo de movimentos musicais incríveis como a britpop que, do lado de cá do atlântico, fez na altura frente ao grunge e ao indie rock norte americano, num período temporal que massificou definitivamente o acesso global à música. E os Oasis foram um dos nomes fundamentais da arte musical em Terras de Sua Majestade nessa época, liderados pelos irmãos Gallagher que têm apostado em competentes carreiras a solo, com ambos a editarem discos em catadupa em nome próprio, nomeamente Liam, o mais novo, que se estreou no ocaso de dois mil e dezassete com o seu registo As You Were. Esse compêndio de doze canções que deveu também parte do seu cunho identitário a Greg Kurstin, produtor que além de ter salvo a carreira dos Foo Fighters, também ajudou a impulsionar nomes como Sia ou Adele e a Dan Grech-Marguerat, que tem nomes como Lana Del Rey ou os The Vaccines no seu currículo, viu sucessor o ano passado, um álbum intitulado Why Me? Why Not., que chegou aos escaparates no outono de dois mil e dezanove.

Liam Gallagher

Agora, quase no ocaso de dois mil e vinte, Liam Gallagher está de regresso com um single intitulado All You're Dreaming Of, uma composição inspirada no período natalício que se aproxima e que Liam preencheu com uma letra impregnada de memórias de sua infância e de natais passados em familia e numa normalidade de que o próprio, certamente à semelhança de todos nós, confessa sentir saudades. Um incrível piano, diferentes arranjos de cordas, feitos de violinos e guitarras e um vasto arsenal de sopros sopros sustentam um verdadeiro clássico de forte pendor nostálgico e em cujo conteúdo se percebe que o mais novo dos manos Gallagher mantém intacto o modo emotivo como replica algumas das marcas identitárias do indie rock que povoa o nosso subconsciente e que forjaram parte importante da história da música dos finais do século passado. Confere...

Liam Gallagher - All You're Dreaming Of

 

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publicado por stipe07 às 15:46

Yellow Days – A Day In A Yellow Beat

Segunda-feira, 21.09.20

Três anos após o EP de estreia Harmless Melodies e o seu primeiro longa duração, Is Everything OK In Your World?, o cantor e multi-instrumentista britânico George van den Broek, de vinte e um anos, natural de Manchester e que assina a sua música como Yellow Days, está de regresso com A Day In A Yellow Beat, um tratado de indie pop de forte toada jazzística, gravado em Los Angeles, com forte influência da soul e do blues e sonoramente bastante eclético, também por causa de uma ilustre lista de convidados especiais, nomeadamente Shirley Jones, Nick Walters, Mac DeMarco e Bishop Nehru.

Yellow Days: A Day In A Yellow Beat — sprawling, ambitious and irritating |  Financial Times

Se nos seus dois primeiros registos, o EP e o álbum, Yellow Days focou-se nas temáticas da ansiedade e da depressão, com uma forte componente auto-biográfica, neste A Day In A Yellow Beat o compositor não deixa de versar sobre os dilemas típicos da entrada na vida adulta, mas logo no orgão buliçoso e na farta seleção de samples que constroem o diálogo que se estabelece na Intro, o autor mostra um lado mais irrequieto, luminoso e optimista, parecendo que deixou de vez a escuridão e o odor bafiento que marcava os seus dias para se encontrar com a luz e passar a viver tempos mais felizes e esperançosos. Não é claro se houve algum evento específico na sua vida que tenha originado tal transformação, mas é um facto que, logo após o rock experimental repleto de groove de Be Free, tema em que a voz de George atinge um registo que não fica a dever nada aos melhores intérpretes da soul americana do último meio século, canções como Getting Closer, uma composição com um clima retro setentista inconfundível, ou Let You Know, tema que também nos remete para a mesma época, mas de um modo mais charmoso, principalmente devido ao modo como o piano se intercepta com vários efeitos percurssivos, mostram um disco de janelas abertas para brisas suaves e aconchegantes e para um sol radioso e retemperador. Quer estas composições, quer, por exemplo, Who´s There?, uma obra-prima de pop funk, ou a sensualidade inconfundível de Keeps Me Satisfied, estão repletas de menções e clichés sobre o amor, do mais romântico ao mais lascivo, mas também sobre a alegria e a positividade. A expressão Put your hate away, que ciranda pelo space funk de Let’s Be Good to Each Other, é, talvez, o exemplo mais paradigmático desta impressão feliz que, a espaços, para ampliar a sensação de festa que Yellow Days certamente procurou incutir num alinhamento longo, mas que nunca satura, obedece a uma lógica sonora próxima do chamado discosound, feita com um elevado toque de modernidade, num ambiente algo psicadélico e que apela claramente às pistas de dança. 

Com nomes tão proeminentes como Howlin’ Wolf e Ray Charles como influências declaradas e repleto de diversos interlúdios feitos apenas à boleia da voz, com destaque para a enigmática Pot Party (The trippers, the grasshoppers, the hip ones, all gathered in secrecy, and flying high as a kite), A Day In A Yellow Beat  proporciona-nos uma experiência sensorial única e até intrigante, já que cada audição é uma janela de oportunidade que se abre para descobrir mais um efeito, uma nuance, um flash, uma corda, um sopro ou uma nota que ainda não tinha sido captada pelo nosso âmago.É um disco criado por uma das personagens mais queridas da indie britânica atual e que se expôe bem menos caótico e confuso do que antes e mais aprumado e organizado, fruto, certamente, de uma nova dinâmica existencial certamente mais feliz e que este A Day In A Yellow Beat claramente exala. Espero que aprecies a sugestão...

Yellow Days - A Day in a Yellow Beat

01. Intro
02. Be Free
03. Let You Know
04. (The Outsider)
05. Who’s There? (Feat. Shirley Jones)
06. Getting Closer
07. Come Groove (Interlude)
08. Keep Yourself Alive
09. Open Your Eyes (Feat. Nick Walters)
10. ! (Feat. Bishop Nehru)
11. (Pot Party)
12. Keeps Me Satisfied
13. You
14. (What Goes Up Must Come Down)
15. The Curse (Feat. Mac Demarco)
16. Let’s Be Good To Each Other
17. Whatever You Wanna Do
18. Something Special (Interlude)
19. So Lost
20. I Don’t Mind
21. (Mature Love)
22. Treat You Right
23. Love Is Everywhere

 

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publicado por stipe07 às 13:21






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