man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Black Moth Super Rainbow - Open The Fucking Fantasy
Sedeados na Pensilvânia, os norte-americanos Black Moth Super Rainbow são um dos nomes fundamentais do rock psicadélico deste milénio. Chamaram a nossa atenção em dois mil e dezoito com o registo Panic Blooms e estão de regresso com o sucessor, um alinhamento de dez canções intitulado Soft New Magic Dream, que vai ver a luz do dia em junho com a chancela da Rad Cult Recordings.
Open The Fucking Fantasy, a canção que abre o alinhamento de Soft New Magic Dream, é o primeiro single retirado de um disco que a banda descreve como uma coleção de canções de amor estranhas. É uma inebriante e lisérgica canção, alimentada por teclados cósmicos, um efeito vocal ecoante pleno de acidez e guitarras que consomem um combustível eletrificado que inflama raios flamejantes que cortam a direito, sem dó nem piedade. Confere Open The Fucking Fantasy e o artwork e a tracklist de Soft New Magic Dream...
Open The Fucking Fantasy
All 2 Of Us
Tastebud
Demon’s Glue
The Dripping Royalty
Brain Waster
The Eyes In Season
Unknown Potion
Wet Spot Dare
Sea Of Hair
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King Hüsky - Wish I Had A Dog
King Hüsky é o nome do projeto a solo de Vidar Landa, guitarrista da aclamada banda de metal norueguesa Kvelertak e também um dos mais importantes membros do projeto de indie rock Beachheads. King Hüsky vai estrear-se no formato longa duração com um registo homónimo, um álbum que vai ver a luz do dia a nove de maio próximo, com a chancela do consórcio Hype City Music/Redeye Distribution.
Para gravar o disco de estreia do seu projeto a solo, Vidar contou com as contribuições especiais de Børge Fjordheim, Anne Lise Frøkedal e Arthur Berning, para incubar um alinhamento com vários singles já divulgados, disponíveis na página bandcamp do músico, nomeradamente os temas Running e Lately I’ve Been Thinking Of Your Mother.
A última canção retirada do alinhamento de King Hüsky chama-se Wish I Had A Dog. Trata-se de uma composição bastante luminosa e sorridente. É um delicioso tratado de indie punk rock genuíno e pujante, comandado pelo timbre metálico de uma guitarra enleante, exemplarmente eletrificada e adornada por diversos detalhes percurssivos, num resultado final pleno de rugosidade, ímpeto e vibração, elementos bastante comuns no melhor catálogo indie dos anos noventa do seculo passado. Confere...
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Foxy Shazam – Pink Sky
Sedeados em Cincinnati, no Ohio, os Foxy Shazam abriram as hostilidades em dois mil e quatro e são atualmente formados pelos vocalista Eric Nally, o pianista Sky White, o trompetista Alex Nauth, o baixista The Persistent Savage, o guitarrista Devin Williams e o baterista Teddy Aitkins. Estrearam-se nos discos em dois mil e cinco com o registo The Flamingo Trigger e vão voltar ao formato longa duração no final deste mês de março com o nono trabalho da carreira, um álbum intitulado Animality Opera.
Depois de há poucas semanas atrás ter sido revelado o single Rhumbatorium, agora chega a vez de conferirmos Pink Sky, o segundo tema conhecido do alinhamento de Animality Opera. É uma canção com um elevado travo punk, em que uma bateria assertiva e frenética, uma guitarra vibrante e diversos arranjos de sopros e cordas orientados por experimentações sujas que procuram conciliar uma componente lo fi com o garage rock, criam uma espécie de embalagem caseira e íntima, que acaba por, no seu todo, exalar um clima sonoro orelhudo, anguloso e até radiofónico. Confere...
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Sea Shapes - Run
Desde dois mil e vinte e três que temos estado muito atentos a um projeto oriundo do cenário indie e alternativo nova iorquino, que começa a emergir de modo bastante sugestivo e que captou definitivamente o nosso interesse com um EP de quatro canções chamado A Question Of Balance. Eram os Sea Shapes, com origem no bairro de Queens da cidade que nunca dorme e que estiveram no nosso radar em dois mil e vinte e quatro devido a uma série de singles que revelaram na sua página bandcamp.
Depois de ter aterrado na nossa redação, há cerca de um mês, o tema I Can't Go Back, agora temos para escuta mais uma nova composição deste curioso e algo misterioso grupo, intitulada RUN. É um tema com um perfil sonoro de forte cariz nostálgico, já que o efeito ecoante da guitarra e o registo arritmado da bateria, remetem-nos, desde logo, para os primórdios daquele punk rock lisérgico que bandas como os Cure ajudaram a florescer no início dos anos oitenta do século passado. RUN é, em suma, mais um soporífero com forte travo lisérgico, que espreita perigosamente uma sonoridade muito próxima da pura psicadelia. Confere...
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The Horrors – Ariel
Os britânicos The Horrors continuam a impressionar com os temas que revelam do alinhamento de Night Life, o novo disco do quarteto natural de Southend, no leste de Inglaterra e atualmente formado por Faris Badwan, Rhys Webb, Amelia Kidd e Jordan Cobb. Night Life sucede a V, o último registo de originais do projeto, editado em dois mil e dezassete e irá ver a luz do dia vinte e um de março, com a chancela da Fiction e da Universal.
Desta vez, a surpresa ganha forma no conteúdo de Ariel, o tema que abre o alinhamento de nove canções de Night Life. Ariel é uma composição que vai crescendo em arrojo e intensidade, como se exige a um tema de abertura marcante e que, desde logo, cative o ouvinte, com um enredo sonoro bastante centrado numa vasta miríade de nuances, detalhes e interseções sintéticas, que contêm um intenso travo progressivo e experimental, ampliando ainda mais o já habitual ambiente místico, nebuloso, psicadélico e exemplarmente caótico que carateriza o adn dos The Horrors. Confere...
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bdrmm – Microtonic
Já está nos escaparates Microtonic, o terceiro disco de originais dos britânicos bdrmm de Ryan Smith, Jordan Smith, Joe Vickers, Danny Hull e Luke Irvin. Microtonic sucede ao álbum I Don't Know, que a banda natural de Hull lançou no verão de dois mil e vinte e três, depois de se terem estreado no formato longa duração com o registo homónimo Bedroom, em dois mil e vinte.
pic by Stew Baxter
Gravado com a ajuda de Alex Greaves, habitual colaborador dos bdrmm, Microtonic tem a chancela da Rock Action, etiqueta dos Mogwai e conta com os contributos de nomes como Sydney Minsky Sargeant dos Working Men’s Club e Olivesque dos Nightbus. As suas dez composições comprovam o cada vez maior grau de ecletismo de um projeto que começou por navegar nas águas turvas de um punk rock ecoante e com forte pendor lo fi para, meia década depois da estreia, olhar com cada vez maior gula para as infinitas possibilidades que a eletrónica e, consequentemente, uma salutar simbiose entre o sintético e o orgânico podem incubar.
De facto, Microtonic é um disco que, na sua essência, procura equilibrar-se entre dois universos que, sendo manuseados com ímpar criatividade, originam catálogos sonoros que merecem dedicada audição, quer pela deomnstração prática dessa premissa, quer, principalmente, pela elevada bitola qualitativa do seu conteúdo. Microtonic merece tal atenção e isso torna-se claro logo em John On The Ceiling, tema que assenta em diversas camadas de sintetizações, loopings e uma batida frenética, detalhes que se entrelaçam e se sobrepõem, criando um clima dançante e algo distinto daquela suja nostalgia que marcou as primeiras propostas do projeto.
Logo depois, Infinite Peaking, algures entre o dramático e o épico, oferece-nos mais de cinco minutos exemplarmente burilados com guitarras ecoantes, sintetizadores cósmicos e um registo percussivo vibrante, oferecendo ao nosso ouvido mais um amigável confronto entre o rock alternativo de cariz mais lo fi e o chamado shoegaze psicadélico. Já quase no ocaso do alinhamento, Lake Disappointment, um tema particularmente agreste e impulsivo, confirma o desejo do projeto em se embrenharem, cada vez mais, em climas dançantes e, ao mesmo tempo, algo cavernosos, enquanto é colocada em declarado ponto de mira a tal intrincada e bastante burilada fusão entre eletrónica e shoegaze.
Disco que não nos deixa aterrar de imediato e que após a audição tem instantes que ficam a ressoar no âmago de quem o escutou com critério e devoção, Microtonic eleva-nos ainda mais alto e ao encontro do típico universo flutuante e inebriante em que assentam os bdrmm. Ouvi-lo levanta o queixo e empina o nariz, e prova, mais uma vez e com outro brilho, que este grupo britânico tricota as agulhas certas num rumo discográfico enleante, que tem trilhado percursos sonoros interessantes, mas sempre pintados por uma psicadelia que escorre, principalmente, nas guitarras, cimentando o cliché que diz que gostar de bdrmm continua a ser, mais do que nunca, também uma questão de bom gosto e agora, também, nas pistas de dança Espero que aprecies a sugestão...
01. Goit (Feat. Working Men’s Club)
02. John On The Ceiling
03. Infinity Peaking
04. Snares
05. In The Electric Field (Feat. Olivesque)
06. Microtonic
07. Clarkycat
08. Sat In The Heat
09. Lake Disappointment
10. The Noose
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Califone – The Villager’s Companion
Califone é o curioso nome com que foi batizada, há já cerca de duas décadas, uma das bandas mais interessantes do indie rock experimental norte-americano contemporâneo. Liderado por Tim Rulli, este projeto natural de Chicago ganhou enorme projeção quando em dois mil e nove criou, de raíz e integralmente, uma banda sonora e um filme que se complementavam, ambos intitulados All My Friends Are Funeral Singers. O argumento do filme e a realização do mesmo tiveram, portanto, a assinatura do próprio Tim Rulli e a história girava em torno de uma mulher que vivia sozinha numa floresta, atormentada por diversos problemas psíquicos.
pic by Travis Haight
Em dois mil e vinte e três os Califone entraram no nosso radar devido a villagers, um registo do projeto que teve a chancela da Jealous Butcher Records e que tem finalmente sucessor. Trata-se de um álbum intitulado The Villagers Companion, nove canções que, como o próprio nome do disco indica, são, tematicamente, uma espécie de continuação da saga sonora iniciada com o álbum editado há dois anos.
Intenso, orgânico, intimista e intrincado, The Villager's Companion é um autêntico regalo para os ouvidos de todos aqueles que sentem prazer em sentir canções que escorrem lentamente, enquanto absorvem todas as suas nuances e detalhes, até os mais ínfimos e, durante esse processo, dão, muitas vezes instintivamente, forma a ideias, conceitos, pensamentos e até decisões, que as mesmas suscitam. De facto, a audição dedicada das nove composições do disco é marcante e deixa um lastro de sensações que espicaçam e se sentem com elevado grau impressivo, mesmo após o ocaso dos pouco mais de quarenta minutos que dura o registo.
Logo em Every Amnesia Movie, o tema que abre o alinhamento de The Villagers Companion e o primeiro single retirado do registo, somos afagados por uma curiosa e algo hipnótica composição, com um perfil minimalista bastante orgânico, apimentadamente jazzístico e algo cru e que não deixa de exalar um odor bastante rico, já que, nos seus pouco mais de três minutos, dançam entre si e se misturam com destreza, variadas nuances, essencialmente percussivas, ora eletrónicas ora acústicas. É uma interação instrumental de forte cariz experimental, como é típico nos Califone e que acaba por ser trave mestra do restante alinhamento, que também impressiona pelo clima simultaneamente lisérgico e nostálgico.
Burn The Sheets.Bleach The Books amplia outra caraterística importante que terá marcado a concepção de The Villager's Companion, o piscar de olhos a ambientes eminentemente progressivos e, de certo modo, psicadélicos, com cascatas de distorções rugosas e contundentes, exemplarmente acompanhadas por diversos detalhes percurssivos, a comprovarem como é possível, do insinuante e quase impercetível, do majestoso ao contundente, abarcar basicamente tudo aquilo que de melhor define o alt-country e o rock experimental contemporâneo.
A beleza luxuriante do piano que nos atiça em A Blood Red Corduroy 3 Piece Suit, uma canção que parece possuir poderes encantatórios, o clemente e certamente recompensador exercício de acusticidade, obivamente intuitivo, que incubou jaco pastorius, o travo blues, boémio, poeirento e agreste da viola inebriada que dá alma e cor a gas station roller dogs, o melancólico exercício confessional algo hipnótico e feito à viola, com ímpar realismo em Family Swan e o modo como The Bullet B4 The Sound nos senta confortavelmente numa máquina do tempo rumo ao melhor rock progressivo setentista, são outros momentos maiores de um álbum em que muitas vezes se escutam instrumentos, sons e detalhes que parecem ser obra de imponderáveis e de um acaso, mas que encontram a sua raíz num processo de composição que foi estruturado com superior sapiência criativa até ao mais ínfimo pormenor, com uma autenticidade que dificilmente encontra paralelo no panorama indie atual.
The Villager's Companion é, em suma, uma doce paleta de cores, muitas vezes a preto e branco, um oásis aconchegante de dor, loucura e perdição, um tormento de beleza e inspiração. É uma expressão sublime de contradições felizes entre o orgânico e o sintético e a materialização assustadoramente real do modo como a sagacidade de uma mente inspirada consegue feitos sonoros únicos e inolvidáveis, demonstrando que é possível a convivência saudável entre dois mundos que não são assim tão díspares ou impossíveis de conciliar. Este não é um disco para ser descrito no que diz respeito a géneros, influências, arsenais instrumentais, filosofias estilísticas ou intenções. The Villager's Companion é para ser sentido, como obra suprema que é e os Califone são uma banda para ser apreciada, acima de tudo, por esse prisma espetacular. Espero que aprecies a sugestão...
01. Every Amnesia Movie
02. Burn The Sheets.Bleach The Books
03. A Blood Red Corduroy 3 Piece Suit
04. Jaco Pastorius
05. Gas Station Roller Doggs
06. Antenna Mountain Death Blanket
07. The Bullet B4 The Sound
08. Family Swan
09. Crazy As A Loon
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Lucy Dacus – Best Guess
Quatro anos depois de Home Vídeo, um registo que foi dissecado com minúcia nesta redação em dois mil e vinte e um, a norte-americana Lucy Dacus está de regresso em dois mil e vinte e cinco ao formato longa-duração, com o quarto disco da sua carreira, um trabalho intitulado Forever Is A Feeling, que vai ver a luz a vinte e oito de março com a chancela da Geffen Records.
No ocaso de janeiro, a artista natural da Virginia revelou dois temas do alinhamento de Forever Is A Feeling. Tratavam-se das canções Ankles e Limerence, temas com um elevado lustro classicista e particularmente emotivas. Agora, cerca de um mês depois, chega a vez de escutarmos Best Guess, o terceiro avanço conhecido do alinhamento de Forever Is A Feeling.
Best Guess é uma canção com um elevado travo orgânico. Conduzida, do início ao fim, por uma bateria sóbria que acama um arsenal instrumental eminentemente acústico, o tema impressiona pelo modo como diversas cordas reluzentes e alguns entalhes sintéticos, que vão crescendo em intensidade e variedade, criam um edifício melódico consistente e com um elevado travo classicista, tendo em conta a herança do melhor rock norte-americano contemporâneo, Uma belíssima canção, plena de alma e de cor. Confere...
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Palace – Let’s Go Swimming
Sedeados em Londres, os Palace são, desde dois mil e vinte e dois, ano em que nos ofereceram um grande momento discográfico intitulado Shoals, uma das bandas mais queridas da nossa redação. Desde então têm estado aqui presentes, esporadicamente, com canções novas que vão divulgando com uma interessante frequência e que deram origem, o ano passado, a dois EPs, Part I - When Everything Was Lost e Part II – Nightmares & Ice Cream, alinhamentos que catapultaram os Palace para territórios sonoros orquestralmente ainda mais ricos e intensos do que Shoals, o já referido registo de estreia.
No início deste ano de dois mil e vinte e cinco, os Palace voltaram às luzes da ribalta com um novo single intitulado Greyhound, que marcou o arranque de um editora da própria banda, uma etiqueta independente chamada Palace Presents, que vai passar a chancelar os futuros lançamentos do projeto londrino e de outros grupos que os Palace considerem que partilham alguns dos seus ideais.
Greyhound era também uma canção importante, porque assinalou o anúncio de mais um EP dos Palace com esse nome, que tem agora outra composiçãodo seu alinhamento conhecida. Trata- se de Let's Go Swimming, um tema texturalmente diverso, como é norma nos Palace, com o timbre metálico de uma guitarra divagante, a acolher diversos detalhes sintéticos e um registo percussivo com um curioso travo étnico, pormenores que oferecem ao ouvinte, uma vez mais, uma atraente e orgânica sensação de polimento e de charme, que não nos deixa indiferente. Confere...
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Fontaines D.C. – It’s Amazing To Be Young
Pouco mais de meio ano depois de Romance, o curioso título do disco que os irlandeses Fontaines D.C. lançaram no último verão, a banda formada pelo vocalista Grian Chatten, os guitarristas Carlos O’Connell e Conor Curley, o baixista Conor Deegan e o baterista Tom Coll, apostou em não colocar rédeas na sua veia criativa e está de regresso, à boleia de It's Amazing To Be Young, um novo single do quinteto, editado em formato digital e vinil de sete polegadas, tendo como b side a canção Before You I Just Forget.
Produzida por James Ford, esta nova canção dos Fontaines D.C. amplia o percurso sonoro cada vez mais ambicioso e eclético do projeto. É uma espécie de parada sonora robusta e imponente, mas sem colocar em causa o já habitual grau superior de rugosidade do quinteto de Dublin, já que também contém um tom algo sinistro e inquietante.
Confere It's Amazing To Be Young e o vídeo do tema realizado por Luna Carmoon e protagonizado por Ewan Mitchell (Martin) e Grace Collender (Spider), que já tinham protagonizado os vídeos de In The Modern World e Here’s The Thing, respetivamente, assinados pela mesma realizadora que, desta forma, e jntando as duas personagens; Martin e Spider, completa uma espécie de triologia cinematográfica...